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Atividade Avaliativa – 2º Série – 3º Trimestre de 2020 - Sociologia

Conteúdos

 O 'trabalho' em sua dimensão ontológica - conceito e interpretações teóricas;


 Os ‘sentidos do trabalho’ em diferentes formações sociais – povos tradicionais,
sociedades estruturadas em relações desiguais;
 As formações históricas de exploração do trabalho – escravismo, servidão,
assalariamento;
 As formas típicas de exploração do trabalho no capitalismo – alienação/trabalho
alienado e mais valia/trabalho não pago.

Materiais para consulta disponíveis na plataforma virtual

 Vídeos 15 a 23;
 Textos 1 a 6;
 Quadros esquemáticos;

Orientações

 As respostas podem ser redigidas logo abaixo de cada uma das questões;
 Procure responder com suas palavras, evitando a cópia de trechos dos textos
indicados;
 Plágios/cópias de qualquer natureza serão desconsiderados e a questão será
anulada;
 Desenvolva as respostas com as dimensões que julgar mais adequadas;
 A correção vai considerar as possibilidades de acerto parcial ou acerto total;
 As questões têm valor total de 5,0 pontos;
 Ao terminar, salve o arquivo em formato “word” ou “open office” e envie para o e-mail
affonso.aquiles@escola.pr.gov.br 
 Prazo máximo: 04 de dezembro de 2020 as 23:59.
NOME: Isabella Beatriz de Sousa
SÉRIE: 2°ano
TURMA: H

QUESTÕES

1) “O trabalho é o esforço para transformar a natureza e, nesse processo, o homem transforma a


si mesmo”.  (Araújo, S.; BRIDI, M. A.; Motim, B. Sociologia um olhar crítico, p. 49)
a) Discuta, brevemente, o significado da afirmação acima à luz da importância do 'trabalho' para
as sociedades humanas. (1,0)
O trabalho é uma atividade humana, porque implica a existência de um projeto mental que modela
uma conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo. Ou seja, o trabalho permitiu a própria
evolução da espécie humana e a construção do mundo social. Assim, o trabalho é importante para o
ser humano, pois em seu aspecto individual, o trabalho pode permitir o desenvolvimento da
criatividade e realizar suas potencialidades, e em seu aspecto social, o trabalho teria como princípios
a satisfação da vida e o desenvolvimento da sociedade.

2) Leia o trecho abaixo:


“O processo que cria a relação capitalista não pode ser, assim, senão o processo que estabelece a
dissociação entre o operário e seus meios de trabalho”. (Marx, Karl. A chamada acumulação primitiva. In:  O
Capital -  crítica da economia política. Livro I, 27ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010).
a) Discuta o sentido da afirmação acima levando em conta as discussões realizadas em sala a
respeito das origens históricas do sistema assalariado moderno. (1,0)
Com o fim do feudalismo, deu início ao capitalismo e seu sistema assalariado. O capitalismo
começou aos poucos, em grandes feiras em volta dos feudos, e com o passar do tempo, foram se
fortificando e então sendo chamadas de “burgos”, daí surge a nova classe, os burgueses. O
funcionamento do sistema se dá pela divisão em: burgueses – os proprietários – e os proletariados –
vendem sua mão de obra em troca de dinheiro -, sendo um processo que faz com que ocorra uma
dissociação entre o trabalhador e o seu meio de trabalho.

3) Leia o trecho abaixo, retirado de uma obra clássica do antropólogo Pierre Clastres:
“A verdadeira pergunta que se deve formular é a seguinte: a economia dessas sociedades é realmente
uma economia de subsistência? Precisando o sentido das expressões: se por economia de subsistência
não nos contentamos em entender economia sem mercado e sem excedentes, então com efeito se
afirma que esse tipo de economia permite à sociedade que ele funda tão somente subsistir, afirma-se
que essa sociedade mobiliza permanentemente a totalidade de suas forças primitivas para fornecer a
seus membros o mínimo necessário à subsistência”.

a) Tendo em vista a compreensão do trecho acima e as discussões realizadas em sala, discuta por
que não se pode falar, segundo Clastres, que a economia das sociedades indígenas seja, de fato,
de subsistência. (1,0)
Em primeiro momento, existe o preconceito com as sociedades indígenas e seu modo de produção,
pois se não existe uma economia de mercado, logo pensa-se que subsistem. Entretanto, para Clastres
a economia dos indígenas não é de subsistência, porque todos possuíam uma boa saúde, numerosas
crianças, uma bela aparência dos adultos e uma abundância de alimentos variados. E além disso, não
dedicavam-se muito para o trabalho, e essas características, não se assemelham com uma economia
de subsistência.
 
 
4) No carnaval de 1984, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Em Cima da Hora, agremiação
carnavalesca do Rio de Janeiro, apresentou na avenida um dos grandes sambas de enredo de todos
os tempos. Abaixo seguem alguns trechos da obra de Guará e Jorginho das Rosas que, com uma
narrativa poética, descrevem o cotidiano de um trabalhador da periferia do Rio de Janeiro a
caminho do trabalho e os personagens encontrados no transporte público precário da cidade
grande:

"Vamos sublimar em poesia / A razão do dia a dia / Pra ganhar


o pão / Acordar de manhã cedo / Caminhar pra estação / Pra
chegar lá em D. Pedro / A tempo de bater cartão

Não é mole não / Com a inflação / Almejar a regalia / E o


progresso da nação

O suburbano quando chega atrasado / O patrão mal-


humorado / Diz que mora logo ali / Mas é porque não anda
nesse trem lotado / Com o peito amargurado / Baldeando por

Imagine quem vem lá de Japeri

Olhando a menina de laços de fita/ Batucando na marmita /


Pra não ver o tempo passar / Esquecendo da tristeza quando o
trem avariar 

E na viagem tem jogo de ronda / De damas e reis /


Vendedores, cartomantes, repentistas / Tiram onda de
artista / No famoso "Trinta e três" / O trombadinha quase
sempre se dá bem / O paquera apanha quando mexe com
alguém

Não é tão mole andar de pingente no trem".

a) No trecho "Não é mole não (...) almejar a regalia e o progresso da nação", entendido a partir
da perspectiva do trabalhador, discuta como é possível explicar que o produtor das riquezas não
tenha acesso a ela. (1,0)
Porque o burguês fica com a maior parte lucrativa, dando somente um salário mínimo para o
trabalhador. Porém, com as despesas, contas para pagar, comidas para comprar, sobra pouco
dinheiro e então, não possui acesso às riquezas.

b) No trecho “Olhando a menina de laços de fita / Batucando na marmita / Pra não ver o tempo
passar / Esquecendo da tristeza quando o trem avariar" , é possível compreender os efeitos,
sobre a subjetividade do trabalhador, de qual característica do trabalho no capitalismo? (1,0)
É possível perceber a alienação e o trabalho alienado, típico do capitalismo, no qual está alienando o
indivíduo à sua própria natureza, gerando tristeza e a falta de sentido em realizar o trabalho.

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