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HIDRÁULICA

Prof. Salatiel Dias


AULA 3

CONDUTOS
FORÇADOS

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TIPOS DE ESCOAMENTO

3
CONDUTOS SOB PRESSÃO

(a) (b)
Adutora de água operando com condutos forçados

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CONDUTOS SOB PRESSÃO OU FORÇADOS
Canalizações fechadas onde o líquido, que preenche totalmente
o conduto, escoa sob uma pressão superior à atmosférica; são,
em geral, de seção circular.

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TIPOS DE ESCOAMENTO (PRESSÃO)
 Condutos forçados → seção plena,
fechada, pressão maior que atmosférica,
gravidade ou bombeamento.

 Condutos livres → seção aberta ou


fechada, mas pressão na superfície é
atmosférica, gravidade → rios, córregos,
ribeirões, canais artificiais, galerias, etc.

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Tipos de escoamento
 Tempo  Espaço
Permanente
Não varia c/ o tempo Q=cte
Uniforme
→Não varia no Espaço V=cte

Escoamento Gradualmente

Variado

Bruscamente
Não Permanente (transitórios)
Varia com o tempo Q≠cte
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Tipos de escoamento (TRAJETÓRIA)

 Regime Laminar: a trajetória da partícula é bem


definida

 Regime Turbulento: as partículas se deslocam


desordenadamente

 Regime de Transição: Representa a passagem do


escoamento laminar para o turbulento ou vice-versa.
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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds
•Consiste na injeção de um corante
líquido na posição central de um
escoamento de água interno a um
tubo circular de vidro transparente;

•O comportamento do filete de
corante ao longo do escoamento no
tubo define três características
distintas:

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

•Laminar

•De transição

•Turbulento

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds
•Laminar
•O corante não se mistura com o fluido, permanecendo na forma de um
filete no centro do tubo;

•O escoamento processa-se sem provocar mistura transversal entre


escoamento e o filete, observável de forma macroscópica;

•Como “não há mistura”, o escoamento aparenta ocorrer como se lâminas


de fluido deslizassem umas sobre as outras;
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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

• De transição
•O filete apresenta alguma mistura com o fluido, deixando de ser retilíneo
sofrendo ondulações;

•Essa situação ocorre para uma pequena gama de velocidades e liga o


regime laminar a outra forma mais caótica de escoamento;

•Foi considerado um estágio intermediário entre o regime laminar e o


turbulento;
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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

• Turbulento
•O filete apresenta uma mistura transversal intensa, com dissipação
rápida;

•São perceptíveis movimentos aleatórios no interior da massa fluida que


provocam o deslocamento de moléculas entre as diferentes camadas do
fluido (perceptíveis macroscopicamente);

•Há mistura intensa e movimentação desordenada;


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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds
Aplicando a análise dimensional, obteve-se o adimensional:

V – velocidade (m/s);
D – diâmetro (m);
ν - viscosidade cinemática (m2/s)

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

Reynolds aumenta → turbulência aumenta

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

No contato entre o fluido e a


parede do conduto
a velocidade é próxima a zero.

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

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Classificação do Escoamento
Experimento de Reynolds

 Hora de exercitar:

Exercício 1: Determine o regime de escoamento sabendo que o tubo


tem um Diâmetro de 75 mm e transporta água com uma vazão de 20
m3/h.

Exercício 2: Calcular a vazão que circula a Velocidade de 2 m/s por


um tubo de 50 mm de Diâmetro. Responder em m3/s e L/s.
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PERDA DE CARGA

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O QUE SÃO PERDAS DE CARGA?

Definição:
Perda de energia
ocorrida no
escoamento.

Quando a agua flui de um ponto 1 para o ponto 2, parte da energia


inicial se perde, de forma que a perda de carga equivale a diferença
entre a carga total em 1 e a carga total em 2.
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Classificação das Perdas de Carga

As perdas de carga podem ser:

• Contínuas ou Distribuídas: perda de carga ao longo


do conduto, ocasionada pelo movimento do fluido na
tubulação.

• Localizadas: perda de carga ocasionada por pontos


específicos da tubulação.
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Perdas de Carga Contínua
► Ocorre devido ao atrito entre as diversas camadas do escoamento e ainda
ao atrito entre o fluido e as paredes do conduto (efeitos da viscosidade e da
rugosidade);

◊ Fatores determinantes:
• Comprimento da canalização;
• Diâmetro da canalização;
• Velocidade média do escoamento;
• Rugosidade das paredes dos canos.

◊ Não influem:
• Posição da tubulação;

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Perdas de Carga Contínua
em condutos forçados

*
Para calcular a perda de carga em
condutos forçados deve-se
considerar o tipo de escoamento.
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Escoamento Laminar:
Hagen-Poiseuille
Indicada para fluidos viscosos.

32μLV
Δh = 2
Não há influência
da rugosidade!

γD
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Escoamento LAMINAR/TRANSICÃO/TURBULENTO:
Darcy-Weissbach ou Universal:

2 2
LV 8f Q
h  f h  2 L
 gD
OU 5
D 2g
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Escoamento Turbulento:
Hazen-Williams
 Condutos de seção circular
 Diâmetro superior a 50 mm e inferior a 3500 mm
 Velocidade máxima: 3,0 m/s

1, 85
10,64 Q
Onde:

Δh = 1,85 4 ,87 L C  Coeficiente de perda de carga, depende da


natureza das paredes do tubo [adimensional]

C D Q  Vazão [m³/s]
D  Diâmetro [m]

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Pag. 150
Escoamento Turbulento:
Hazen-Williams
 Também pode ser escrita explicitando-se a vazão ou a velocidade:

2 , 63 0 , 54
Q = 0,279.C.D .J Onde:
Q  Vazão [m³/s]

0 , 63 0 , 54
V = 0,355.C.D .J Onde:
V  velocidade [m/s]

J  Perda de Carga Unitária


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E o fator de atrito
em escoamento
turbulentos

30
Depende do material da canalização

30
 Hidraulicamente liso:
camada limite laminar cobre a turbulência 
rugosidade não influencia

 Hidraulicamente rugoso:
camada limite laminar pequena, predomina a
turbulência  rugosidade influencia

 Hidraulicamente de transição:
influência da rugosidade e da viscosidade
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Cálculo da Perda de Carga Contínua:
escoamento turbulento
Fórmula de Blasius
(Escoamento turbulento – hidraulicamente liso)

0,316
f  0, 25
4000 < Re < 105
Re
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Fórmula de Colebrook-White
(Escoamento turbulento – hidraulicamente de transição)

1  D 2,51 
 2 log   
 3,79 Re f 
f  

Apresenta bons
Equação mais utilizada no resultados para tubos
escoamento turbulento lisos e rugosos

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Fórmula de Nikuradse
(Escoamento turbulento – hidraulicamente rugoso)

1 D
 2 log 3,7
f 

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O fator de atrito f pode, ainda, ser determinado por:

 Diagrama de Moody;
 Equações explícitas para o fator de atrito;
 Tabelas pré-calculadas.

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DIAGRAMA DE MOODY

37
38
Equações explícitas:
1,325
• Equação de Swamee-Jain f 
ln  3,7 D  5,74 Re  0,9 2

5x103 < Re < 108 ; 10-6 < /D < 10-2

1   D 5,13 
• Equação de Barr  2 log  0,89 
f  3,7 Re 
Re > 105

Tabelas pré-calculadas: Ex. pág. 145 Azevedo Netto


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Resumo: Perda de Carga Contínua (Eq. Universal)
Darcy-Weissbach L V2
h  f
D 2g
Hagen-Poiseuille
TIPO DE ESCOAMENTO: TIPO DE TUBULAÇÃO: 64 32μLV
f  Δh =
Re γD 2
LAMINAR HIDRAULICAMENTE LISO

Blasius Colebrook-White
HIDRAULICAMENTE LISO 0,316  D 
f  1
 2 log 
2,51 
Re0, 25  
f  3,79 Re f 
Diagrama de Moody
HIDRAULICAMENTE DE TRANSIÇÃO Tabelas pré-calculadas
TURBULENTO Equações explícitas
Nikuradse
1 D
HIDRAULICAMENTE RUGOSO  2 log 3,7
f 
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 Hora de exercitar:

Determine a perda de carga do escoamento


em um conduto de ferro fundido novo, com
100 m de comprimento, diâmetro de 100 mm
e que transporta água(20° C) a uma vazão de
15L/s.

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Próxima aula abordaremos:

PERDA DE CARGA EM
CONDUTOS FORÇADOS

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Perda de Carga Unitária

É a perda de carga por unidade de comprimento do tubo


(m/m)

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Perda de Carga Unitária
Equação Universal Hazen-Williams Hagen-Poiseuille
L V2 8 f Q2 10,64 Q1,85 32μLV
h  f h  2 L Δh = 1,85 4 ,87 L Δh =
D 2g  g D5 C D γD 2
OU

f V2 8f Q 2 10,64 Q1,85 32μV


J= J= 2 J = 1,85 4 ,87 J=
D 2g π g D5 C D 2
γD

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Perda de Carga Unitária
Equações Empíricas
SCOBEY
 Utilizada em redes de irrigação por aspersão e gotejamento
que utilizam tubos leves.
1, 9
Q Q: Vazão (m³/s)
D: Diâmetro (m)
J = KS 4 ,9
Ks: plástico e cimento amianto: 0,32

245D alumínio: 0,43


aço galvanizado:0,45

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FLAMANT (1892)
 Originalmente testada para tubos de parede lisa;
 Aplica-se bem em tubos de plástico de pequenos diâmetros (ex.:
instalações hidráulicas de água fria).

1, 75
Q
J = 0,000824 4 , 75 Q: Vazão (m³/s)
D: Diâmetro (m)
D

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FAIR-WHIPPLE-HSIAO (1930)
 Ideal para tubulações de pequenos diâmetros;
 Recomendada pela ABNT para instalações hidráulicas prediais
de água quente e fria

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FAIR-WHIPPLE-HSIAO (1930)
Q1,88
 Tubos de aço galvanizado ou ferro fundido (água fria): J = 0,002021 4 ,88
D

Q1, 75
 Tubos de cobre ou plástico (água fria): J = 0,000859 4 ,75
D
Q1,75
 Tubos de cobre ou latão (água quente): J = 0,000692 4 , 75
D
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Resumo: Perda de Carga Unitária (Eq. Empíricas)

Cobre ou latão
(água quente)

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 Hora de exercitar:

PARTE1:
Uma adutora fornece a vazão de 150 l/s, através de uma
tubulação de aço soldado novo, revestida com esmalte,
diâmetro de 400 mm e 2km de extensão. Determinar a
perda de carga na tubulação, por meio da equação de
Hazen-Williams.

50
 HORA DE EXERCITAR:

Determinar a perda de carga na tubulação através da


fórmula universal de perda de carga e comparar com os
resultados do exercício anterior.

50
 Hora de exercitar:

De um lago com N.A. na cota 1480 m, parte uma adutora de


tubos de ferro fundido velhos com 650 m de comprimento e
100 mm de diâmetro, fator de atrito de 0,045 conduzindo
água para um reservatório cujo nível d’água tem cota de
1465,65 m.
Determinar a vazão e a velocidade média de
escoamento.

1
 Hora de exercitar:

Utilizando a equação Universal, determine a perda de carga


unitária e a velocidade de escoamento de uma adutora que
fornece 370l/s através de uma tubulação de 600 mm de
diâmetro montada com tubos de ferro fundido velhos
(f = 0,045).

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