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MÓDULO

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NEUROCIENTIFICA_MENTE

Introdução à Psicologia PosiCva
© COPYRIGHT CENTRO SOFIA BAUER 2018

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Psicologia PosiCva: Uma breve introdução

Muito se fala hoje em dia sobre a Psicologia PosiTva...
Você deve estar se perguntando afinal de contas que Psicologia é esta?
Sim, o nome já diz, uma ciência que estuda o posiTvo. Até aí esta óbvio. Vamos falar
neste curso das coisas que fazem a vida valer a pena!
O que vimos até hoje, foram estudos sobre o ser humano e suas desordens mentais,
o que o faz sofrer, seus defeitos e suas patologias.
QuesTonamentos [picos surgiram na Psicologia como:
²  O que há de errado com você?
²  Qual é o seu problema?
²  No que você deseja que eu te ajude a melhorar?

Esta foi a Psicologia aplicada até o fim do século XX, que gerou uma avalanche de
teorias sobre as patologias e que estamos acostumados a trabalhar em psicoterapia
para ajudar nosso paciente.

Com o avanço das teorias, e das altas tecnologias do século XXI, chegou a pergunta
mais apropriada:
²  O que há de certo com as pessoas?

Esta pergunta está no centro das invesTgações com um foco altamente cien[fico.
Aqui chega uma nova teoria que foi introduzida e pesquisada por MarTn Seligman,
mas que, na verdade, começou há muitos anos com o “avô” da Psicologia PosiTva, o
psicólogo Abraham Maslow. Este foi o pioneiro no assunto de como podemos tratar
nossos pacientes focando numa psicologia que pudesse ver mais o que havia de bom
nos pacientes, ao invés de focar nas patologias em si.
Mas foi o Pai da Psicologia Posi6va, Dr. Mar6n Seligman. quem trouxe o grande
aparato cien[fico que deu visibilidade à Psicologia Cien[fica.


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Mas sabe como isso começou?

Em uma tarde enquanto limpava o jardim com sua filha Nikki, na época com 5 anos,
acabou reclamando da sua euforia fazendo esta aTvidade, uma vez que era bem
metódico. Ao reclamar MarTn Seligman, ouviu dela:
"Papai, eu quero falar com você."
"Sim, Nikki?"
"Papai, você se lembra de quando eu ainda não Tnha 5 anos? De quando eu Tnha 3
até quando fiz 5, eu era uma chorona. Eu chorava todo dia. No dia do meu
aniversário de 5 anos, decidi que não ia chorar mais. Foi a coisa mais dihcil que eu já
fiz. Mas se eu posso parar de chorar, você pode parar de ser tão rabugento".

Ao ouvir aquele desabafo de sua filha pequena, ele pensou:

"Quanto à minha própria vida, Nikki acertou em cheio. Eu era um rabugento mal-
humorado. Tinha passado cinquenta anos suportando um constante mau tempo na
alma e, nos úlTmos dez anos, Tnha sido uma nuvem cinzenta em uma família
radiante e cheia de sol. E toda e qualquer boa sorte que eu Tnha, provavelmente,
não foi devido ao meu mau humor, mas apesar dele. Naquele momento, resolvi
mudar.” (trecho extraído de seu relato no livro Felicidade Autên6ca)

Bom, nessa época ele Tnha acabado de ser eleito o Presidente da APA – Americam
Psychological AssociaTon - Sociedade Americana de Psicologia – e poderia sim
mudar o mundo procurando uma psicologia que pudesse mudar a ele próprio
também. E nesse diálogo inocente foi onde tudo começou... Na época MarTn estava
em busca de uma espinha dorsal para o seu mandato e a encontrou no
desenvolvimento dos estudos da Psicologia PosiTva. É claro que ele não estava
sozinho, como não está, nessa jornada de embasar a Psicologia PosiTva. Temos
ainda a Ellen Langer, que trouxe para a Psicologia PosiTva conceitos de mindfulness
e autocontrole; com quem Tal fez a sua dissertação. E temos também Philip Stone,
com quem Tal Ben-Shahar estudou durante 6 anos, quem apresentou para Tal a
Psicologia PosiTva. E assim viram que eles não eram os únicos a pensar diferente...
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A vida é feita de momentos, e são estes que fazem a história mudar. Foi para
Seligman, um momento eureka ouvir e refleTr sobre o que sua pequena filha lhe
mostrava: um homem pode deixar de ser pessimista e rabugento? Vamos
pesquisar se pode, e foi o que ele fez.

Conduziu uma imensa pesquisa que está em seu Livro, AuthenTc Happiness
(Felicidade AutênTca – Editora ObjeTva). Nesse livro ele mostra a pesquisa feita
somente com pessoas felizes durante o período em que foi Presidente da APA. A
pesquisa foi muito efeTva em mostrar as vantagens em ser uma pessoa oTmista.

Viu-se que as pessoas mais felizes têm:
²  Mais longevidade (vivem em média 8 anos a mais que os menos
afortunados, os pessimistas),
²  Uma saúde acima da média.
²  Têm mais sucesso no trabalho e
²  Se mantém em relacionamentos estáveis.
²  PraTcam mais exercício hsico
²  São mais criaTvas.

Seligman, depois de muito pesquisar, conseguiu ver que podemos optar por ser
mais felizes! Nem todo mundo nasce oTmista como ele observou em seus
achados. Mas há como mudar. E foi assim, que ele desenvolveu seus achados
que se tornaram a Psicologia PosiTva. E graças a sua filha de 5 anos, pode
atentamente observar uma críTca e com ela descobrir um vasto universo que
hoje falamos muito: como se tornar mais feliz!
A Psicologia Tradicional está calcada em ver o passado e as nossas patologias, e
sem desmerecer este valor, podemos e devemos seguir os passos de Seligman.
Ao ver que também podemos seguir pessoas mais felizes e com elas aprender
novos caminhos a trilhar nesta vida. Este livro se dedica em grande parte a
ensinar você a trilhar este caminho, de focar no que funciona, ver o belo, fazer
preditores do oTmismo, e assim se tornar mais feliz e a quem esTver com você!
Você irá aprender a potencializar as qualidades que cada ser humano tem,
aumentar a resiliência daqueles que você cuida e a melhorar a saúde em geral de
todos aqueles que você passar os ensinamentos que vai aprender a parTr de
agora. 6
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A Ciência da Felicidade

Um primeiro aspecto a destacar é que a Psicologia PosiTva funciona! Funciona e atrai
muitos alunos, empresas, enfim todos que querem aprender sobre a felicidade!
Um dos moTvos da sua popularidade é que a Psicologia PosiTva promete e cumpre,
por ser uma teoria com forte sustentação, bem analisada e cienTficamente
comprovada.
Uma grande vantagem é que ela traz para o coTdiano os seus estudos, que não ficam
concentrados na academia em textos que não são lidos. Sabemos que dos arTgos
cien[ficos produzidos apenas sete pessoas os lêem, e com uma boa dose de humor,
incluindo a própria mãe. A Psicologia PosiTva (PP) faz a conexão entre o rigor
cien[fico e acadêmico com a práTca do dia-a-dia.
A PP faz parte da vida atual de cada um, é acessível, transforma pessoas. É uma
ciência que pode ser aplicada na vida pessoal, com amigos, nas empresas, em nossa
comunidade.

PP é sobre focar no que funciona!

Sabemos que a psicologia Tnha três missões até a Segunda Guerra Mundial: curar as
doenças mentais, tornar a vida das pessoas mais agradável e culTvar talentos
superiores. Infelizmente as duas úlTmas missões foram esquecidas, e somente no final
do século XX começaram a ser retomadas. O fato é que precisamos focar no que
funciona e não mais no que não funciona ou que está errado. E nesse caso, a PP foi
além desta questão.
O enfoque agora é:
²  O que é bom em sua vida?
²  No que você é bom?
²  O que funciona na sua vida?

É importante ressaltar que a PP não ignora o que não funciona, a questão é que ela
prioriza o que vai bem na vida, nas relações, na pessoa. Busca ver onde pode haver
mais alegria, amor e felicidade. Pode ser no nível pessoal, nas empresas, nas
comunidades e também no país.

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Daí surge uma questão:
Como podemos fazer as pessoas focarem no que funciona?

Geralmente, a maioria das pessoas pergunta:
Por que essas pessoas falham?
Por que se drogam?
Por que desistem do trabalho?

E por aí formulam muitas perguntas sobre o que não funciona!
Qual a pergunta mais comum entre psiquiatras e psicólogos quando recebem seus
pacientes em seus consultórios? Geralmente é: qual é o seu problema?

Mas com o enfoque da Psicologia PosiTva já mudamos. As perguntas agora são: em
que posso ajudar? O que você deseja mudar?
A Psicologia PosiTva provoca essa mudança de olhar, simplesmente ao mudar as
perguntas, que agora focam os recursos, o que há de bom, o que sugere o poder
das perguntas.

O poder das perguntas

As perguntas direcionaram nosso olhar para um determinado foco, e assim
deixamos de enxergar as demais informações disponíveis.
Assim é a vida! Muitas vezes, deixamos passar baTdo coisas que são mais
importantes do que os problemas que estamos vivendo. E de repente, a solução
está em outro ponto que não estamos dando atenção. Ficamos tão focados
quesTonando o problema que não quesTonamos a solução.
A Psicologia PosiTva vem ensinar este modo de olhar para aquilo que funciona e
descobrir qualidades, habilidades, e saídas que se ficarmos presos às patologias não
vamos encontrar saída.

As perguntas têm o poder de criar novas realidades! Nos ajudam a focar naquilo
que realmente é importante - lembrando que conseguimos ver apenas uma
pequena parte da realidade.
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Aquilo que focamos é o que vemos e assim perdemos muito daquilo que não está
sob o nosso enfoque, mesmo que esteja embaixo do nosso nariz. É preciso
entender que a nossa experiência no mundo é influenciada pelo nosso foco, por
aquilo que olhamos e desTnamos nossa atenção.

Focar no PosiCvo

Você já ouviu falar de Marva Collins?
Marva é uma norte americana nascida em 1936, negra, que viveu em um momento
da história dos EUA de muito racismo. Seu pai acreditava muito nela, e disse que
ela poderia ser uma óTma secretária (que era a melhor opção para uma mulher
negra naquela época). Ela realmente se tornou uma excelente secretária, mas após
alguns anos trabalhando ela decidiu que queria dar aula, decidiu que queria ser
professora...
Ela começou a estudar à noite para se preparar e gradualmente conseguiu sua
formação para ser professora, se casou e mudou para Chicago com seu marido,
para uma região onde havia muita criminalidade, crianças se envolvendo com
roubos, drogas, gangues, engravidando cedo, etc.
A esperança dos professores era manter essas crianças na escola a maior parte do
tempo possível, para que elas Tvessem menos acesso àquilo que acontecia nas ruas
de Chicago, protegendo-as.

Marva Collins chegou a estas escolas dizendo que as coisas poderiam ser
diferentes... e desde o primeiro dia de aula ela dizia às crianças que acreditava
nelas, e que elas deveriam acreditar em si mesmas. Ao longo das aulas ela
conTnuava repeTndo isso:

Eu acredito em você!
Eu sei que você pode fazer!
Eu espero muito de você!
Tome responsabilidade pela sua vida!
Pare de culpar seus pais, professores, o governo... eu sei que você pode!!!

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E milagres começaram a acontecer! Com o tempo, essas crianças que eram

consideradas "incapazes de aprender" começaram a ler, recitar poemas, crianças

com 10 anos fazendo cálculos matemáTcos.

E ela começou a fazer sucesso!
Desencantada com o ensino público, ela saiu do sistema de governo e abriu sua
própria escola, em sua própria casa: com 8 alunos (3 deles eram seus filhos). Para
isso, resgatou o seu fundo de pensão e transformou o segundo andar da sua casa em
uma escola. Inicialmente ela pegava os alunos que as escolas desisTam, aqueles
considerados incapazes pelo sistema escolar oficial. Ela era sua úlTma tentaTva antes
de ir para as ruas.
Sua escola foi crescendo e ela alugou um espaço muito simples, desapropriado, mas
ela era movida pela sua crença de melhorar essas crianças! Todos os seus alunos se
formaram no ensino fundamental e foram para o ensino médio. Acreditem, todos se
formaram!! Foram pra faculdade, se formaram!

Em 1979, um produtor na CBS, fez um vídeo sobre ela, que assim se tornou famosa
de um dia para o outro. Ela foi convidada para ser secretária de educação pelo
presidente Ronald Reagan, mas não aceitou, pois acreditava que o seu chamado era
dar aulas. Foi convidada novamente pelo presidente seguinte, George Bush pai, e
novamente ela negou. Anos depois invesTdores deram a ela U$1.000.000,00 e ela
montou várias escolas, onde professores também iam aprender com ela!

Qual era o segredo de Marva Collins?
Por que as crianças com ela aprendiam e Cnham êxito na vida?

O seu perfil era de levantar altas expectaTvas: “Eu acredito em você! Eu espero
muito de você!” Mas um detalhe importante e fundamental: sua posiTvidade era
real (pé no chão), ela não falava como Polyana, ela realmente enxergava e destacava
o que cada um Tnha de bom e parTr daí ela cuidava dessa semente. Sua ação
educaTva era pautada no real. Ela jamais falaria com uma criança que escreve mal
que ela seria um autor famoso. Ela olhava para algo que realmente exisTa! E invesTa
naquilo. Ela idenTficava a semente e cuidava dela.

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Sua mensagem? É preciso focar naquilo que realmente existe! Não adianta só falar

que a pessoa é bacana, inteligente etc. Isso cria uma falsa autoesTma. É preciso olhar

para aquilo que de fato a pessoa traz de bom, e em cima daquilo elogiar, esperar,

acreditar! Ela convidava cada um a tomar a responsabilidade pela sua vida, a
entender que ninguém vai tomar a responsabilidade pela sua vida. Ela era dura, mas
respeitosa, colocava limites e fazia a coisa certa sem medo de desagradar.

Conhecer as próprias forças e nela focar! Enxergar a sua semente é o desafio!

A transformação posiCva

Por que a PP é tão importante?
É uma ferramenta que pode estar presente na terapia, coaching, empresas etc. É
importante adicioná-la às práTcas tradicionais. Psicologia tradicional e Psicologia
PosiTva. Como já vimos a PP não ignora as limitações humanas, os sofrimentos, as
patologias, sem ela estamos impondo limites no nosso bem-estar, resiliência, etc.

Por que? Porque é bom se senTr bem! Por que não?

Hoje em dia, existe uma crença errônea de que sucesso traz felicidade, mas na
verdade não é bem assim.
Daniel Gilbert mostra em mostra em seu livro “O que nos faz felizes”, alguns dados
relevantes. Ele fez uma pesquisa com alguns professores chamada "previsão afeTva",
para os quais ele perguntou:

O quão feliz você ficará se aTngir o patamar mais alto da sua carreira?

As respostas ouvidas foram:
Muito feliz!
Extremamente feliz!
Realizado!

E fez mais uma pergunta:
E se você não aTngir o patamar mais alto da sua carreira?
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E as respostas foram:


Devastados!

Muito tristes!
DesmoTvados!

ConTnuando a sua pesquisa ele percebeu que tanto as pessoas que Tnham
conquistado o patamar X, quanto as que haviam falhado; aTngiram níveis iguais de
bem-estar após 3 a 6 meses, ao que apresentavam antes de conquistar ou falhar. Se
eram felizes antes, eram felizes depois. Se eram triste antes, ficavam tristes depois
mesmo tendo conquistado X.

Ele concluiu que: Sucessos e fracassos levam a mudanças temporárias em nossos
níveis de bem-estar! É como se houvesse uma base line (linha de base, base inicial)
de bem-estar.

O sucesso não causa felicidade, e sim um aumento temporário de bem-estar.
O que a Psicologia PosiTva sugere é inverter a relação

SUCESSO ð FELICIDADE
Para
FELICIDADE ð SUCESSO

A maioria dos pais acredita que se seus filhos Tverem sucesso serão felizes. E então,
pressionam para que eles sejam os melhores, o que é ruim. Mas o que as pesquisas
têm mostrado é que não existe uma correlação entre sucesso e felicidade, no caso de
que o sucesso leva à felicidade.
A PP foca em aumentar a linha de base da felicidade, percebendo que a relação entre
os dois, é que a felicidade causa o sucesso.

As pessoas que experimentam emoções posiTvas são mais criaCvas, são mais
generosas, tem energia, moCvação, são mais produCvas, seus relacionamentos são
melhores, tem um melhor sistema imunológico (csico e psicológico), tem
resiliência e consequentemente mais SUCESSO. É isso: FELICIDADE traz SUCESSO.
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A pergunta “Você é feliz?” é muito complexa, assim, a resposta também será

complexa.

A pergunta deve ser: “Você se sente mais feliz? O que posso fazer para ser mais feliz?

A trajetória da sua vida tende a aumentar a felicidade? Faço cada vez mais coisas que
me dão prazer, que são significantes?” É importante idenTficar esses aspectos e
situações de felicidade, mesmo com os altos e baixos naturais da vida.

Quais são as pequenas mudanças que posso fazer na minha vida para me tornar
mais feliz?
Se tornar mais feliz é uma jornada na vida, e o sucesso é um resultado natural desta
trajetória. Emoções posiTvas levam a transformação!!! Lembrando que Informação é
diferente de transformação

A proposta é TRANS-FORMAÇÃO!

Mudar a forma: TRANS-FORMA-AÇÃO;
É diferente de ter apenas INFORMAÇÃO;
Na INFORMAÇÃO você coloca algo para dentro;
Na TRANSFORMAÇÃO, ao colocar algo novo você muda a forma.

A transformação afeta o modo como vemos, percebemos e experimentamos o
mundo!

Informação não é o suficiente!
Não se quisermos um mundo melhor e mais feliz!


"O que está errado não são as grandes descobertas da ciência –
informação é sempre melhor que a ignorância,
não importa qual a informação e qual ignorância.
O que está errado é a crença por trás da informação,
a crença de que a informação mudará o mundo. Não mudará”.
Archibald MaCleish

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Precisamos mudar da informação para a transformação


Segundo Barbara Fredrickson,


"Através de experiências de emoções posi6vas, as pessoas se transformam,
se tornando pessoas mais cria6vas, sábias, resilientes, sociáveis e saudáveis.”

Mas o que vem a ser Resiliência?

Resiliência é ter um sistema imunológico psicológico forte!
E o que isso significa? Que não se fica doente? Não! Significa que se fica doente com
menos frequência, e quando fica melhora mais rápido!
E culTvar emoções posiTvas causa resiliência.

Vejamos a equação abaixo:

- +
___________ 0 ____________>

Todos nós temos senTmentos neutros (0). Mas temos também emoções posiTvas
(+): felicidade, amor, diversão, saTsfação, esperança, etc. Também temos emoções
negaTvas (-): raiva, medo, decepção, ódio, inveja, etc. E qual o interesse da Psicologia
PosiTva?

A PP, foca no posiTvo fazendo pesquisas sobre o bem-estar, saTsfação no trabalho,
no que está bom! Ela não se restringe ao posiTvo em termos de importância. Mas o
que acontece quando culTvamos emoções posiTvas? Nos tornamos mais resilientes
e lidamos melhor com o negaTvo quando ele aparece!

CulCvar o posiCvo nos ajuda a lidar com emoções negaCvas, é prevenCvo pois o
sistema imunológico psicológico está mais forte.



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A transformação posiCva


Barbara Fredrickson, vencedora do primeiro Prêmio Templeton de 100 mil dólares

por pesquisas em Psicologia PosiTva, diz que pensar ou ser posiTvo faz com que

possamos ver os problemas de longe, ampliar as fronteiras. Isso acontece porque a
tendência das emoções negaTvas é de constringir a consciência.
Existem razões evolucionárias para emoções negaTvas, mas também para as
posiTvas! Emoções posiTvas resultam em melhores soluções dos problemas, pois
aumentam a criaTvidade.
Veja a equação que ela montou para nos provar esta regra:
RaTo = numerador
denominador

Para aumentar a relação posiTva (RaTo) podemos aumentar o número de
experiências posiTvas em nossas vidas, ou podemos reduzir as experiências
negaTvas.
Este é o livro “PosiTvidade”, onde a autora fala sobre 3 maneiras como conseguir
mudar sua vida e torna-la mais posiTva. Mas aqui vai nossa explicação sobre esta
radiação posiTva que Barbara Fredrickson fala em seu livro.

1.Para aumentar a frequência posiCva, podemos destacar duas maneiras, como
reduzir a ansiedade (denominador), seja através da terapia, do uso de
medicamento, reduzindo sua exposição a situações consideradas intoxicantes
(noTciários, jornais, mídia negaTva). Não é viver como Polyana, alheia, mas apenas
dosar a frequência e a quanTdade desse Tpo de informação, que não seja a toda
hora. Pode-se também reduzir o cinismo, evitando relações superficiais, e o convívio
com pessoas cínicas e negaTvas.

2.Outra maneira para aumentar a posiCvidade (numerador) é usar propulsores
posiCvos, ou seja, realizar aTvidades diverTdas e prazerosas. Como por exemplo,
passar mais tempo com quem se ama, ler um bom livro, assisTr filmes, brincar, ter
um hobby, conviver com pessoas engraçadas, assisTr uma comédia, escutar música.
Tantas opções!

Isso tudo porque temos comprovação cien[fica que o humor é capaz de aumentar
nossa imunidade, e ainda nos deixa mais felizes! 15
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FAÇA UMA LISTA!
- O que eu gosto de fazer?

- O que me dá prazer?

- O que me saNsfaz?

- Com quem eu gosto de estar e conversar?

São coisas simples e pequenas que podemos fazer... Não precisamos “virar a vida de
cabeça para baixo” fazer uma Trans-formação, a Trans-formação acontece mudando
pequenas coisas. Um pequeno aumento da frequência posiTva em sua vida pode
fazer uma mudança enorme.

3.Uma outra sugestão da mesma autora é realização da Meditação amorosa/
generosa durante 20 minutos diários. Veja: Feche os olhos e pense no amor que
sente por X (ex.: pais, filhos, marido), uma vez que experimento este amor, eu penso
sobre outra pessoa, e expando este amor para outros...

Oxitocina! Importan[ssima para fazer meu coração bater mais feliz, evitar doenças e
trans-formar o humor.

Propulsores da felicidade são o combuskvel que nos sustenta!

Não se trata de florescer, prosperar o tempo todo, pois coisas dihceis acontecem
(como a morte de alguém querido). Neste momento é importante chorar, sofrer,
experimentar a dor. Mas na maioria do tempo, estamos bem (ok), e neste estado
podemos mudar de gelo para água.

E os Facilitadores da PosiTvidade?
São eles que nos permitem experimentar as coisas posiTvas na vida. Tais como:
- Dormir bem, pois se eu não durmo bem fica muito dihcil apreciar as coisas que
normalmente aprecio;
- PraTcar exercício hsico de forma regular, é um agente muito poderoso;
- Introduzir rituais, hábitos;
- Dançar...
Encontre a sua forma de facilitar a posiCvidade em sua vida!
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A essa altura imagino que você deve estar se perguntando ou exclamando: “Eu não
tenho tempo pra isso!”

O tempo é um dos itens mais importantes, e o que mais tem faltado em nossa

cultura. O senTmento de não ter tempo é muito ruim, pois fica muito dihcil de

aproveitar as pequenas coisas que se gosta, como ficar com filhos, namorar, quando
temos a sensação de que deveríamos estar em outro lugar, fazendo outra coisa. Slow
down! Lembra-se? É hora de desacelerar!
Fazer menos, do que mais! Pois queremos ser felizes!

Menos pode ser mais em termos da moeda que realmente importa: FELICIDADE!

Na atualidade estão crescendo os movimentos slow (Slow food, Slow ci6es) que
defendem o desacelerar, pois na vida existem coisas mais importantes.

E se eu não tenho tempo? Como uma mãe que tem que trabalhar dois turnos para
colocar comida na mesa?
Existem possibilidades: Pesquisas revelaram que pequenas mudanças podem fazer
uma mudança significaTva. Esta mãe solteira não tem que introduzir uma hora por
dia de meditação, ou 20 minutos escutando música. Se ela introduzir uma hora ou
duas por semana, fazendo o que ela gosta, o que é significaTvo e prazeroso para ela,
isso pode fazer toda diferença que impacta no resto de sua vida!
Não é tudo ou nada! Fazer pequenas mudanças já está bom!

“POSITIVIDADE NÃO É SENTIDA
- SE VOCÊ NÃO A REGISTRA NO SEU CORAÇÃO, OU NO SEU CORPO - É VAZIA...
PARA REALMENTE SE BENEFICIAR DA POSITIVIDADE
- SEJA COM UM SORRISO, UM TOQUE, UM ABRAÇO –
VOCÊ PRECISA SE ACALMAR E INTROJETAR O QUE AQUILO SIGNIFICA...
SENTIR NO CORAÇÃO”. (BARBARA FREDRICKSON)


É a chamada “PosiTvidade Sincera” (Hear„elt PosiTvity), que é senTda no coração. A
ideia de senTr a posiTvidade no coração, é crucial, pois eu posso fazer tudo certo em
minha vida, mas se eu não experimentar de verdade estas coisas que estou fazendo,
a vida fica sem senTdo. 17
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Eu posso ouvir a minha música favorita, mas se enquanto a ouço estou pensando em
mil coisas que tenho que fazer e não experimento em meu coração, nas minhas

vísceras, no meu corpo, aquele impulso de bem-estar, então não tem o mesmo

efeito nem significado. Não "soma" à minha frequência posiTva! É preciso viver a

experiência estando inteiro, e não ligado no automáTco.

SenTr no coração é experimentar a emoção de verdade, estando imerso no presente,
é experimentar de fato a emoção enquanto se faz aquela aTvidade prazerosa.

O que precisamos fazer é começar a pensar ou ver nossa vida de uma forma
diferente. Ver como apreciadores, verdadeiros degustadores e experts.

O que um apreciador de vinhos faz? Roda a taça, sente o cheiro, prova, sente,
aprecia. Ele não vira a taça de uma vez! Ele toma seu tempo, apreciando, senTndo ,
cheirando, absorvendo e assim devemos levar a nossa vida! Como apreciadores da
vida!

Parar, senTr, respirar, aproveitar, experimentar. Porque quando fazemos isso, não o
tempo todo, mas alguma parte do tempo, nós abrimos para experiências posiTvas,
nos abrimos para senTr no coração emoções posiTvas. Nos abrimos para
TRANSFORMAÇÃO! Mudando o modo como experimentamos a vida, para níveis
maiores de criaTvidade, maior resiliência, saúde mental e emocional, e criando a
moeda final, que é a FELICIDADE.





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Apreciando apreciar

A PP não é uma abordagem que pretende curar, e sim mudar o foco de nosso campo.

A PP nasceu oficialmente em 1998, mas psicólogos e filósofos já falavam sobre ela,

como Abraham Maslow e Aristóteles. A PP não é nova, o que ela faz é juntar
pensadores, praTcantes, pesquisadores de áreas diferentes e cria uma força
unificada para reforçar pesquisas e práTcas nesta área.

A PP é FOCADA!
Focada naquilo que funciona..
UM FOCO POSITIVO CRIA UMA REALIDADE POSITIVA!

Appreciate (apreciar)- dois significados em Inglês:
1) ser grato,
2) aumentar/crescer em termos de valor
Existe uma conexão entre estes dois significados, quando pensamos em termos de
valores (material ou não).

“WHEN I APPRECIATE THE GOOD, THE GOOD APPRECIATES”
"Quando aprecio o bom em minha vida, o bom aumenta"

E vice-versa, quando não aprecio o bom em minha vida ele deprecia, diminui. Se eu
"tomo como garanTdo" o parceiro maravilhoso que tenho, meus amigos
maravilhosos, a comida que tenho na mesa, eu não aprecio, são como as crianças no
ônibus da figura que mostrei antes (não percebemos ou não damos valor à sua
existência). Se eu tomo isso como garanTdo, o bom em minha vida irá decrescer, seja
em minha relação, no meu nível de felicidade, sucesso, etc.

Quando aprecio o bom em minha vida ele aumenta. Muito dessa apreciação não é
conTngente àquilo que está fora da minha vida, tem muito mais a ver com a forma
que levo, que penso em minha vida.

Quando aprendo a apreciar minha vida, estou me transformando, aumentando meu
nível de felicidade e aTngindo o meu nível óTmo de prosperidade e florescimento.
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FELICIDADE DEPENDE MUITO MAIS DO NOSSO "ESTADO DE ESPÍRITO" DO QUE DO
NOSSO STATUS OU CONTA BANCÁRIA.


E isso tem relação direta com aquilo que focamos e escolhemos focar.


Ralf Waldo Emerson destaca que: "Para mentes diferentes, um mesmo mundo é um
inferno e um paraíso”.

Dessa forma, duas pessoas podem experimentar exatamente a mesma coisa, chegar
em 8º lugar, quando na verdade esperavam Trar o 3º. Para uma delas a situação é
uma perda, uma decepção, ou uma vitória, um sucesso. Ou um desastre, uma
catástrofe, e para outro uma oportunidade para aprender, uma experiência de
crescimento, um degrau.
Nós podemos experimentar o mesmo mundo objeCvo, mas se nossa interpretação
subjeCva desta experiência é diferente, então a nossa experiência também é
diferente.
Nós não percebemos o quão importante é o nosso papel em criar realidades, somos
co-criadores de nossa realidade.

Conta uma história que um trabalhador, que todos os dias na hora do almoço abria
seu sanduíche de pasta de amendoim e reclamava. Até que um dia, cansado de suas
reclamações, um colega o diz: “Sam, se você odeia tanto este sanduíche, porque você
não diz para sua esposa que você não gosta, para fazer algo diferente?”. Para a
surpresa Sam diz: “Como assim esposa? Sou eu que faço meus próprios sanduíches!”

Frequentemente, nós fazemos nossos próprios sanduíches. Mas nós não
percebemos, nós reclamamos sobre a vida, e como ela é horrível, não reconhecendo
que somos CO-CRIADORES de nossas vidas. Não reconhecemos que muito do que
experimentamos é de nossa criação. Porque pensamos que nossa felicidade está lá
fora. Se as coisas vão bem, é porque aconteceram da forma certa, se as coisas não
vão bem, se não estou feliz é porque as coisas não saíram como deviam, como eu
esperava, quando na verdade somos co-criadores da nossa realidade e a maior parte
destas criações somos nós que fazemos! Ressaltamos a maior parte, pois as
circunstâncias externas fazem diferença nos extremos.
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Nós co-criamos nossa realidade dependendo daquilo que escolhemos focar.
Depende muito mais de como interpretamos as circunstâncias, e isso é parte da

TRANSFORMAÇÃO, muito mais do que da INFORMAÇÃO.


Nesse senTdo destacamos dois Tpos de pessoas, dois arquéTpos:

"The fault finder" – Buscador de faltas - é aquele que procura sempre o erro, o
ruim, o defeito. Faz "limão da limonada", sempre procura pelo problema, e sempre
acha! Sempre encontra moTvos para reclamar. Encontrará defeito até no paraíso!
Encontram defeito em tudo que vivem, e experimentam e começam a acreditar que
o problema está lá fora, vivem o "desamparo aprendido", porque eles tentam de
tudo, mudam de emprego, de parceiros e conTnua tudo ruim! Aprendem que o
mundo é um lugar ruim e negaTvo, e não entendem que são eles "que estão fazendo
seus próprios sanduíches de pasta de amendoim".

"The benefit finder" – buscador de coisas boas - é aquele que acha a luz na
escuridão, "faz limonada do limão", olha para o lado bom da vida, "Uma marca
invariável de sabedoria é ver o milagre naquilo que é comum", nós podemos
apreciar, aprender a apreciar o posiTvo que existe em cada pessoa, em cada
experiência, existem tesouros da felicidade em nossa volta e em cada um de nós..


NORMALMENTE NÓS "TOMAMOS COMO GARANTIDO” OS TESOUROS DA
FELICIDADE EM NOSSAS VIDAS

Quando agimos assim esses tesouros passam despercebidos.


Se as estrelas somente brilhassem uma vez a cada 1000 anos, como olharíamos
para esta beleza e as admiraríamos? Mas porque elas brilham noite após noite, nós
não as valorizamos, e assim fazemos com várias coisas maravilhosas que temos em
nossas vidas...procure admirar mais das coisas corriqueiras de nosso dia a dia...


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O benefit- finder (buscador de bene_cios) é capaz de encontrar estes pequenos
milagres da vida, e apreciá-los. Não é que este Tpo de pessoa ignora os defeitos e

problemas, pois se só olhar para o posiTvo, será uma felicidade dissociada. O que

não é saudável!


Temos que ter um equilíbrio. Mas o que acontece, hoje, é que frequentemente o
mundo está desequilibrado mais para o lado negaTvo. Todo mundo só lasTma. E
quando vejo alguém lasTmar eu começo minha ladainha: “já pensou em morar
naqueles países da África, sem água, com calor, mosquitos, doenças, ou no Oriente
Médio no meio daquelas guerras, sem comida, sem casa , perdendo seus entes
queridos?” E as pessoas começam a pensar e sorriem.
Pense agora, o que acontece com uma semente se eu não molho e cuido? Ela seca e
morre. E se eu cuido dela, aguando e iluminando, me torno um co-criador de uma
realidade mais posiTva. Regue mais a sua vida com amor!

EM CADA MOMENTO DE NOSSAS VIDAS NÓS TEMOS UMA ESCOLHA!

Em quase todos os momentos de nossas vidas nós temos escolhas. Mesmo que você
esteja em um momento ruim que não foi escolha sua, passando por uma crise
financeira, ou a perda de um parente querido, um divórcio, uma doença... escolha
para olhar para o lado bom. Faça uma escolha onde possa aprender com a
experiência, ao invés de uma escolha de reclamar e olhar para o negaTvo. Existem
momentos que são importantes para olharmos o que não está funcionando. Onde
este olhar é exatamente o que vai nos ajudar a buscar saídas! Porém, quantas vezes
em nossas vidas nós gastamos nosso tempo reclamando dos "nossos próprios
sanduíches de pasta de amendoim" quando não gostamos deles?

Na verdade se trata de INTERPRETAÇÃO
COMO EU ESCOLHO INTERPRETAR A SITUAÇÃO?

"Nunca desperdice uma boa crise!”Anne Harbison.

Isso é ser um "benefit- finder" ( buscador de benehcos), todos nós passamos por
crises em nossas vidas, e algumas pessoas são capazes de crescer a parTr disso,
outras não. 22
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Nos traumas, algumas pessoas experimentam ESTRESSE PÓS TRAUMAÁTICO, outras
experimentam CRESCIMENTO PÓS TRAUMÁTICO. Frequentemente temos uma

escolha em termos de qual caminho vamos pegar.


NÓS SEMPRE PODEMOS APRENDER E CRESCER EM NOSSAS "PROVAÇÕES"!

Não é fácil, é preciso se dar permissão para ser humano, para enfrentar a
experiência, e ao mesmo tempo, acabar crescendo e aprendendo a parTr disso. Não
existe outro caminho para crescer: "Aprenda a falhar, ou falhe para aprender".

Pensando sobre isso, nós não acreditamos que tudo acontece para o nosso bem. AS
COISAS NÃO NECESSARIAMENTE ACONTECEM SEMPRE PARA O BEM, SIMPLESMENTE
ACONTECEM, PARA O BEM OU PARA O MAL. ALGUMAS PESSOAS SÃO CAPAZES DE
TRAZER O MELHOR DAQUILO QUE ACONTECE.
Posso pensar: é para o meu bem que perdi alguém especial? Não acredito que seja
possível pensar assim e acreditar nisso. Mas a natureza, por um sorteio aleatório, vai
pegando ora um, ora outro nesta jornada.
Mais uma vez que acontece, a pergunta é: O QUE POSSO FAZER COM ISSO?

Porque uma vez que a situação aconteceu, não tem como mudar, não tem como
voltar no tempo. O QUE EU VOU FAZER COM O QUE ACONTECEU É POR MINHA
CONTA, NISSO EU TENHO ESCOLHA. Eu tenho esta escolha a cada momento da
minha vida. Como eu interpreto uma situação, quando ela acontece e um ano
depois. Ou a cada momento tenho uma escolha para interpretar, e esta
interpretação faz toda diferença.

Isso não significa que um "benefit-finder" (buscador de benehcios) nunca passa por
uma dor, agonia, decepção, tristeza, ansiedade. Claro que não! Passa como qualquer
ser humano, mas o que é diferente é sua forma de reagir e agir frente as dificuldades
que a vida coloca. Busca focar no que funciona.
Uma coisa que ajuda muito, especialmente se é uma coisa que não acontece
naturalmente para você, é escrever um diário, escrever sobre aquelas experiências,
e através delas aprender a se tornar mais posiTvo mais "benefit-finder", é uma
habilidade que podemos aprender! Quando fazemos esta escrita, além de por para
fora nossa dor, podemos até encontrar um novo foco, uma nova visão do que
23
passamos de ruim.
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King e Miner realizaram um estudo, este sobre os benehcios percebidos no Trauma.
Solicitou às pessoas que Tnham passado por um trauma, que escrevessem sobre os

benehcios percebidos por terem passado por aquele trauma. As pessoas que

escreveram e relataram sua vivência, eram mais susce[veis a passar pelo trauma,

superá-lo, e se tornarem mais felizes. Ter um humor mais posiTvo, mais do que
predisposto a senTr emoções negaTvas ajuda muito. É o mudar do Stress pós
traumáTco para o crescimento pós traumáTco. Uma das formas de fazer essa
mudança é dar um passo à frente e procurar um benehcio por ter passado por
aquilo.

NOSSA SAÚDE PSICOLÓGICA E FÍSICA SÃO AJUDADAS, QUANDO FOCAMOS NO QUE
FUNCIONA.

OCmismo

Pessoas mais oTmistas, na média vivem 8 anos a mais que as não oTmistas. Olhar
para o lado bom da vida nos leva à felicidade e mais anos de vida!
E a pergunta não é: sou oTmista ou não? Sou feliz ou não? É tudo ou nada, 1 ou 0... a
pergunta é: COMO POSSO SER MAIS OTIMISTA, OU MAIS FELIZ E IR EM BUSCA
DISSO? E ao fazer isso estamos aumentando nosso bem-estar hsico, psicológico e
nossa longevidade. Melhoramos a qualidade e quanTdade!

Quantos benehcios da posiTvidade e oTmismo em nossas vidas...
Felicidade
Bem-estar psicológico
Saúde Física
Longevidade

Querendo ou não, parte disso é genéTca, mas GRANDE PARTE DISSO SÃO AS
ESCOLHAS QUE FAZEMOS!
Então, como podemos culTvar mais dessa disposição pela busca da posiTvidade?
- Aprendendo a ser gratos;
- CulTvando hábitos de graTdão.
Existem tesouros da felicidade por todo lado, e dentro de nós, mas frequentemente
falhamos em focar e perceber esses tesouros, e pagamos um preço por isso. 24
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Quando aprendemos a apreciar e dar "graças" àquilo que nos faz bem? Quando nos
são Tradas ou quando há ameaça de serem reTradas de nossas vidas. Quando

perdemos ou estamos prestes a perder o que amamos e nos faz bem.

Irvin Yalom fez uma pesquisa com doentes terminais e ele percebeu, que era muito

comum as pessoas dizerem que pela primeira vez na vida estavam se senTndo vivos:
“Porque pela primeira vez na minha vida eu passo um tempo verdadeiro com minha
família e realmente aprecio isso!” “Pela primeira vez eu saboreio cada pedacinho da
minha alimentação, eu realmente aprecio minha vida!” São coisas que eles sempre
Tveram na vida, mas pela primeira vez eles APRECIAM tudo isso.
A maioria das pessoas passa pela vida, não apreciando as pequenas coisas que
existem em sua volta, e dentro delas. E se não apreciamos o bom e nossas vidas ele
diminui.
É PRECISO ESPERAR ALGO EXTERNO E EXTRAORDINÁRIO ACONTECER ANTES DE
APRENDERMOS A APRECIAR AQUILO QUE NOS É COMUM, E TÃO BOM?
NÃO, SE APRENDERMOS O HÁBITO DA GRATIDÃO!

A importância da GRATIDÃO

Em um Estudo sobre graTdão, feito por Emmons & McCullough, eles selecionaram
uma amostra de pessoas e as dividiram e 4 grupos:

Grupo 1 - GRATIDÃO - todas as noites escreviam em um diário 5 coisas que eram
gratas, grandes coisas ou pequenas.
Grupo 2 - CHATEAÇÕES - escreviam todas as noites 5 coisas negaCvas de suas vidas.
Grupo 3 - SUPERIORIDADE - escreviam todas as noites 5 coisas nas quais eram
melhores que outros na vida, superiores.
Grupo 4 - GRUPO CONTROLE - escreviam sobre 5 coisas que aconteceram com eles
durante o dia.

Em seis meses de estudos as variáveis que eles buscavam eram:
Quão felizes eles eram?
Quão oTmistas eles eram?
Quão generosos, benevolentes e genTs eles eram com outras pessoas?
Quão bem sucedidos eles eram?
Quão saudáveis eles eram? Como estavam seus sistemas imunológicos? 25
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O que descobriram foi:


O pior resultado destas variáveis foi o grupo das chateações.

O melhor grupo EM TODAS AS VARIÁVEIS FOI O GRUPO DA GRATIDÃO.


GRATIDÃO AUMENTA O OTIMISMO, A FELICIDADE, O SUCESSO, A GENEROSIDADE E
A SAÚDE FÍSICA.

Uma pequena intervenção como essa pode trazer grandes benehcios! Pois nos leva a
focar no bom, e quanto mais focamos mais temos!
E isso nos traz de fato mudanças psicológicas, pois ao praTcar a graTdão, praTcar
escrever as coisas pelas quais somos gratos e praTcar buscar mais coisas posiTvas,
mudamos de fato o cérebro e suas circuitarias... nos tornamos "benefit-finders", nos
tornamos cada vez melhor em focar e ver as coisas posiTvas da vida!

A chave deste exercício é de manter "frescas" as coisas que trazem graTdão... e fica
cada vez mais fácil quanto mais treinamos agradecer!

²  Pode ser feito diariamente, por semana...
²  Introduzir variedades - ex. ao falar do filho, um dia do seu sorriso, do denTnho
novo que nasceu, do caminhar, etc.
²  Podemos ensinar nossos filhos a fazerem seu diário de graTdão, falando na mesa
do jantar, ou na hora da oração ao deitar ou mesmo desenhando ou escrevendo.
²  Este hábito nos faz procurar por aquilo que vou escrever, nos tornando um
"buscador" de coisas posiTvas. Assim como uma pessoa negaTva procura por
defeitos no paraíso, me transformo em uma pessoa que procura coisas boas em
qualquer situação. NÓS PODEMOS SEMPRE ACHAR COISAS PARA SERMOS
GRATOS, MESMO EM TEMPOS DIFÍCEIS.
²  Focar naquilo que escrevo, prestando atenção, senTndo de fato aquela emoção,
colocando atenção focada naquilo. É bom senT-la no coração e se colocar na
intenção de experimentar aquilo de fato!
²  Visualizar aquilo que estou escrevendo.

Fazer o DIÁRIO DA GRATIDÃO é uma óTma forma de alimentar o que temos de bom
na nossa vida e no nosso dia-a-dia. Ao escrever 5 coisas pelas quais somos gratos é
uma forma de visualizar aquilo. 26
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Não existe o ditado "Quem procura acha!". Pois bem, se você procurar o bom de sua

vida, apreciar, se senTr grato, você também aumentará o bom em sua vida.


Nos relacionamentos, é importante apreciar, dizer ao outro frequentemente o que

você admira na nele, o que vê de bom nele. O relacionamento é muito importante
para os dois para tomar como garanTdo aquilo de bom que ele tem! Com as crianças
é a mesma coisa, é importante culTvar o hábito da graTdão focando naquilo
funciona!

Helen Keller (1880-1968), escritora e aTvista social norte-americana, surda e cega
desde os 19 meses, tornou-se famosa por sua luta pelo bem-estar de pessoas
portadoras de deficiência. No arTgo “Três dias para ver” (3 Days to See) ela escreveu:

"Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada
digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tato encontro centenas de objetos
que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca
lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os
galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza
despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso
suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.
Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que veem: usem seus olhos como
se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sen6dos. Ouça a
música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra,
como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã
perdessem o tato. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se
amanhã não mais sen6ssem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sen6dos,
gozem de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela..."

Existem tantos prazeres, belezas, tesouros e milagres a cada dia de nossas vidas. À
nossa volta e dentro de nós... e frequentemente falhamos em não apreciá-los...
A cada momento da minha vida eu posso fazer a escolha de abrir os meus senTdos
(meus olhos, tato, ouvidos, olfato, paladar) ou fechá-los e tomar tudo algo garanTdo,
e as consequências desta escolha são imensas... Em termos da minha felicidade,
relacionamentos, oTmismo, saúde hsica, em termos do meu sucesso... Porque
quando eu aprecio o bom, o bom aumenta!
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Permissão para ser humano

Vamos agora iniciar um novo tema, sobre a aceitação, que consiste na: Permissão

para ser humano!


Falamos até o momento de diversos exemplos para aumentar a posiTvidade e
diminuir a negaTvidade, e uma das formas mais importantes de reduzir a
negaCvidade, e permiCr a felicidade em nossas vidas é nos dar a permissão para
sermos humanos.

Somos humanos, por isso, podemos e devemos senTr todo Tpo de emoção.
Podemos ter dia de tristeza, de mau humor, de cansaço...O que não podemos é ficar
fingindo sermos perfeitos, alegres e felizes! Isto só nos faz ficar mais magoados,
rabugentos e o que é pior, fecha o ducto que passa a alegria. As emoções ficam
represadas dentro de nós, e adoecemos de verdade.

Existem dois Tpos de pessoas que não experimentam emoções negaTvas e dolorosas
como: raiva, dor, inveja, ódio. Sabe quais são?
1) os psicopatas;
2) e os mortos!

SenTr tudo isso é um sinal de que você não é psicopata e que esta vivo! Que bom!
O problema é que na nossa cultura atual, se eu me sinto triste, imediatamente
penso, "deve estar acontecendo alguma coisa comigo", "tem algo de errado comigo",
quando na verdade tem algo errado comigo quando não experimento este Tpo de
emoção. Isto acontece quando não me dou permissão para ser humano. Triste dizer
isso.

“Porque quando não permito estas emoções negaNvas fluírem por mim, também
não permito as posiNvas fluírem em mim. É como se emoções negaNvas e posiNvas
fluíssem pelo mesmo ducto, se eu bloqueio e restrinjo as emoções negaNvas, eu
bloqueio também as prazerosas... e consequentemente não completo meu
potencial de bem-estar e felicidade.” Tal Ben-Shahar

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Precisamos de um lugar, um espaço em nossas vidas onde nos damos permissão
para sermos humanos, e uma aceitação incondicional para isso.


Emoções negaCvas são parte da natureza humana assim como a lei da gravidade é

parte da natureza csica!

Temos que aceitar! Quando rejeitamos isso, pagamos um preço.

PermiTr as emoções fluírem por nós mesmos, nos dar permissão para sermos
humanos, é um fundamento de uma vida feliz. Porque se não permiTrmos, as
emoções negaTvas se intensificam, e pior ainda, as emoções posiTvas ficam
bloqueadas, não nos abrimos a elas.

PP não se trata de se senTr feliz o tempo todo, se trata de buscar uma vida completa,
real, significaTva. E na vida real existe infelicidade, tristeza. Na vida real existe
ansiedade, inveja, raiva. Na vida real existe alegria, saTsfação, felicidade e amor. A
PP trata de focar também as emoções posiTvas. Não podemos excluir nenhuma
delas, não é possível, e se tentamos nos machucamos, e machucamos aqueles ao
nosso lado.

Aceitação ACva

Quando falamos de permissão para ser humano, não falamos de resignação,
renúncia.
Não quer dizer: "Sim, estou triste, vou ficar em frente à TV curTndo minha tristeza,
não tem nada o que eu possa fazer!”

Permissão para ser humano é relaTva à ACEITAÇÃO ATIVA, que é justamente:

Aceitar as emoções e escolher a ação mais apropriada para aquilo.
Separando emoções de comportamentos.

Separar emoções de comportamentos em termos de:
- Moralidade
- Coragem 29
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Não existe nada imoral em senTr inveja, não é errado. Não é errado senTr raiva,
ódio, medo. Pode exisTr algo de errado se eu me comportar de acordo com estas

emoções? Claro que não, são senTmentos verdadeiros, fazem parte do que sinto

agora. Sou humano e posso senTr coisas.


Comportamentos podem ser morais ou imorais... Emoções não!

Não existe boa ou má emoção. A emoção, apenas existe! Como a lei da gravidade.
Precisamos aceitá-las!

Isso acontece também com a coragem. Não há nada de errado em experimentar
MEDO, não há nada de errado experimentar ansiedade. É normal.

CORAGEM não significa ausência de medo...é ter medo e seguir em frente mesmo
assim.

No livro “Between parent and child”, Haim Gino• faz uma disTnção muito clara,
entre emoções e comportamentos. Dizendo que em termos de emoção, não existe
bom ou mal, tudo que precisamos fazer é espelhá-las para as crianças.

Precisamos espelhar as emoções das crianças.

Preste atenção - espelhar e não negar as emoções. É preciso validá-las, isso pode
ajudar imediatamente. É como dar a elas a permissão para serem humanas, para que
elas possam aprender a fazer isso na vida. E assim, elas vão aprender a terem um
espaço de aceitação incondicional.

Negar as emoções da criança, não importa o que seja,
impede o desenvolvimento da saúde emocional dela.
Precisamos dar limites claros aos comportamentos, não às emoções.

Aceitar e expressar nossas emoções permite um processo de cura natural!
ACEITAÇAO ATIVA!!!

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Nossa natureza


A Permissão para ser humano se aplica para a nossa "natureza universal e

parCcular”.

Brian Li•le, em seu Free Traits Study, relata sobre a primeira e segunda natureza. Ele
diz que cada pessoa nasce com uma certa personalidade, que é pré-determinada,
genéTca. Por exemplo, algumas pessoas são mais inclinadas a serem pessimistas,
outras oTmistas, outras mais conscientes, calmas, etc. Brian diz que devemos ter
consciência de nossa personalidade, e devemos procurar agir de acordo com ela.
MAS podemos TAMBÉM agir fora da nossa primeira natureza.

TODOS TEMOS NOSSA PRÓPRIA NATUREZA/TEMPERAMENTO (PRIMEIRA NATUREZA)
NÓS PODEMOS AGIR FORA DE NOSSA NATUREZA (SEGUNDA NATUREZA)

Brian fez um trabalho com introverTdos e extroverTdos:
IntroverCdos são normalmente kmidos e reservados
ExtroverCdos tendem ser mais sociáveis e aCrados

Todos nós temos uma zona de conforto. Quando vamos acima dela, experimentamos
ansiedade, se ficamos abaixo dela, experimentamos tédio.

IntroverTdos quando estão acima desta zona, tendem a ser mais ansiosos. O que eles
precisam para diminuir o nível de ansiedade? Paz, ficar quieto, por exemplo. Os
extroverTdos, quando estão abaixo, tendem a senTr tédio. Eles precisam de mais
ação. O que fazem para diminuir o tédio? Encontram pessoas, vão a festas, etc.

E não há nada de errado entre um e outro. Eles são apenas diferentes! Não tem um
melhor ou pior. É natural, é parte de quem somos, apenas precisamos reconhecer e
entender que isso faz parte de nossa natureza. E nos dar permissão para sermos
humanos!

E o ponto principal, é que isso não significa que não posso me comportar de uma
forma diferente, que, por exemplo, um introverTdo nunca poderá ser um
palestrante... ele pode aprender a usar sua SEGUNDA NATUREZA (Agindo fora de seu
temperamento... da sua natureza original)
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Podemos fazer isto muito bem!

IntroverCdos podem agir como extroverCdos (natureza secundária) e vice-versa

É um ponto posiTvo que podemos agir "contra" nossa natureza. Que bom que um

extroverTdo pode saber se comportar em um funeral.

Só existe um porém! Nós normalmente pagamos um preço por agir contra nossa
natureza...
E às vezes esse preço pode ser alto!
Para que esse preço não seja alto, PRECISAMOS TER "NICHOS RESTAURADORES" -
um lugar para recuperar, onde agimos de acordo com nossa natureza primária!

Os nichos restauradores vão ser muito parTculares para cada um. Para um
extroverTdo pode ser sair, encontrar os amigos. Para um introverTdo, ficar quieTnho
no seu quarto.

Nós de fato entramos em um "nicho restauraTvo" quando nos damos permissão
para sermos humanos. PRECISAMOS DE UMA ZONA DE CONFORTO ONDE PODEMOS
SER 100% NÓS MESMOS!

Trata-se de quanCficar seu limite, pois QUANTIDADE AFETA QUALIDADE!

E para cada pessoa essa quanTdade é diferente. Para cada pessoa as aTvidades que
trazem prazer e significado são diferentes. Precisamos nos estudar! Precisamos nos
conhecer!

ME CONHECER - IdenTficar as áreas importantes da minha vida. Entender minhas
necessidades únicas e desejos. Conhecer o que é a minha humanidade parTcular.

ME ESTUDAR - não existem fórmulas para isso. Apenas se pergunte: “Quando foi o
período mais feliz de sua vida? O que posso aprender com isso? Quando fui infeliz?
O que posso aprender com aquela experiência? Quando me sinto prosperando,
florescendo? Quando me sinto na minha melhor performance?”

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SER EU MESMO - Aprender a dizer não! Se não aprendemos a dizer não para pessoas
e oportunidades, pode não sobrar tempo para as aTvidades prazerosas e

significaTvas na vida. Vamos pagar um preço por isso! Pois vivemos uma vida que

não está boa pra gente. Lembra meu caso...


DIZER SIM PARA OS OUTROS, ÀS VEZES PODE SIGNIFICAR
DIZER NAO PARA SI MESMO.

Quando me conheço e me estudo, minha meta é ser fiel ao máximo à minha própria
natureza. Minha natureza como ser humano, e minha natureza parTcular. Assim,
posso entender minhas necessidades, meus desejos e respeitá-los!

Mudanças duradouras

A mudança não é fácil, pelo contrário, muitas vezes é muito dihcil!
A boa nokcia é que mudar pode ser diccil, mas é possível.

Temos muitos exemplos de pessoas que mudam suas vidas após a terapia, após ler
um livro, assisTr uma palestra, etc.
E porque existem tantos exemplos de mudanças, a questão não é se é possível
mudar ou não, mas sim, como é possível mudar.

Daniel Goleman chama a atenção para as dificuldades da mudança destacando que:
“Apesar dos estudos observarem que mudanças reais podem se resultar de treinos, a
maioria das vezes, esta mudança não permanece sustentada, o que normalmente é
chamado de efeito "lua de mel". Considerando que só na América do Norte, foram
gastos mais de 60 bilhões de dólares em treinamento.”

Hoje em dia, mais dinheiro é gasto com palestras, workshops, cursos, livros, e a
maioria deles leva a este efeito lua de mel, onde se experimenta um pico de
mudança, depois volta-se ao que era antes.



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A psicologia tradicional, geralmente pergunta:
"Por que a maioria das mudanças são temporárias?" "Por que os esforços para

mudar normalmente falham?”

Já a Psicologia PosiTva pergunta:

"O que aquelas pessoas que experimentam uma mudança duradoura fazem?”

Porque nem todo mundo falha, tem pessoas que conseguem mudar e de fato
permanecer com esta mudança.

A PP percebeu que existem três Tpos de respostas aos cursos, por exemplo como
este:

1)  Pessoas que não experimentam nenhuma mudança
2)  Pessoas que experimentam o "efeito lua de mel", melhoram, tem um pico de
mudança, se sentem bem, mais fortes, mas depois voltam aos seus níveis
anteriores de bem-estar
3)  Pessoas que experimentam um pico de bem-estar, mudança e depois diminuem
um pouco este nível mas não voltam ao seu nível anterior. Permanece a um
nível acima de bem-estar, com uma mudança mais permanente

É este terceiro grupo que interessa à PP em seus estudos, para que possamos
aprender com eles e aplicar a outras pessoas, assim como os psicólogos aprendem
com as crianças mais resilientes, mesmo que eles sejam a maioria, aprendem com
eles e aplicam o que aprendem (metas, oTmismo, foco nas forças) nos outros.

O que podemos aprender com aqueles que permanecem na mudança:
A principal caracterísTca que diferencia-os, é que estas pessoas se engajam
em mudanças de comportamento.


PARA TERMOS MUDANÇAS DURADOURAS E EFETIVAS DEVEMOS INTRODUZIR
MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO.


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Por que isso é tão importante?


Por causa da relação entre ATtudes e Comportamentos.



Todos nós sabemos que nossas aTtudes afetam nossos comportamentos. O que isso
quer dizer? Se eu Tver uma aTtude posiTva para com a matemáTca, eu vou tender a
estudar mais matemáTca. Se eu tenho uma aTtude mais negaTva em escrever, vou
invesTr menos meu tempo e energia para escrever.
Mas o que os psicólogos tem percebido é que esta relação é recíproca, ou seja, os
nossos comportamentos também afetam nossas aTtudes!

Nós nos senTmos desconfortáveis quando não existe coerência, ou quando há
inconsistência, incongruência entre nossos comportamentos e aTtudes. Nós
gostamos que eles fiquem pareados!

Quando existe uma incoerência nós senTmos uma dissonância cogniCva, senTmos
algo na garganta, nas vísceras, e imediatamente procuramos reequilibrar este
desequilíbrio, mudando nossos comportamentos, ou nossas aTtudes.

Quando vou a um bom curso, palestra ou workshop, o que vivencio é uma mudança
de aTtude. Mas se experimento a mudança de aTtude e não mudo o
comportamento, exisTrá uma dissonância entre os dois. E não gostamos dessa
dissonância, então aos poucos, vamos voltando as anTgas aTtudes para poder nos
equilibrar novamente.

Se meu comportamento é assim durante muito tempo, é rígido, uma mudança de
aTtude não é suficiente, pois a aTtude irá voltar para como antes era.

Relembrando a frase de John Dryden: "Primeiro fazemos nossos hábitos, e aí nossos
hábitos nos fazem". Se eu tenho um certo hábito, não importa quão intensamente
eu vivencio um seminário, vou voltar rapidamente ao que era antes, porque meus
hábitos me fazem. E é assim que as pessoas do grupo três, ao repeTrem mais vezes
os novos aprendizados, mudam seus hábitos.

SEM MUDANÇA NOS COMPORTAMENTOS, MINHAS ATITUDES IRÃO VOLTAR PARA
COMO ESTAVAM ANTES DO CURSO. 35
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Podemos escolher aTvamente mudar!
O estudo “Facial feedback hypothesis” (Hipóstese do Feedback Facial) de Paul


Ekman mostra que se eu sorrio, um sorriso real, espontâneo, químicas associadas ao

bom humor são liberadas em meu organismo. Porque meu comportamento externo
afeta meu humor interno.

Na mesma linha de pensamento Thich Nhat Hanh afirma que "às vezes alegria é a
fonte do seu sorriso, mas às vezes seu sorriso pode ser a fonte de sua alegria".

E isso não é apenas relacionado com o rosto, e expressões faciais, mas também com
nossa expressão corporal. Temos também o estudo “Body Feedback
hypothesis” (Hipótese do Feedback Corporal) de John Cacioppo, que fala sobre como
nossa postura comunica o nosso humor. Através dela podemos comunicar tristeza,
insegurança para os outros, e para mim mesmo.

Como uso meu corpo, minha postura, como eu me comporto afeta a minha aTtude,
e afeta o que eu penso em relação a mim mesmo. Portanto, se eu quero assisTr uma
palestra, workshop ou ler um livro e realmente MUDAR, mudar de forma duradoura,
devo mudar meus hábitos, mudar meu comportamento!

"Aqueles os quais as ações excedem a sabedoria, a sua sabedoria será duradoura,
mas aqueles os quais a sabedoria excede suas ações, sua sabedoria não irá durar"
Chapter of the Fathers

David Myers aconselha que “Finja até que você consiga”. Por exemplo, fingir, mesmo
estando triste, estar bem e ir a uma festa, considerando que isso poderá lhe fazer
bem. É mudar o comportamento, mesmo que seu humor não combine com aquele
comportamento, pois a mudança do comportamento afetará a aTtude, e através
disso afetará o humor.
Aqui é muito importante que façamos a disTnção entre emoções e comportamentos,
pois eu não posso fingir, ignorar ou suprimir minhas emoções, preciso me dar
permissão para ser humano. Sim, entendido!
Mas podemos "fingir", "falsear" nossos comportamentos, é importante que
possamos nos dar permissão para experimentar nossas reais emoções. Mas
possamos aprender a fazer mesmo que fingindo coisas inovadoras. 36
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Frequentemente, tudo que temos que fazer é dar aquele passo a frente.



Às vezes, ao invés de pensar e analisar, tudo que precisamos fazer é agir!

(introduzir as mudanças, mudar os comportamentos)


Outro ponto importante que foi percebido nas pessoas que conseguem ter
mudanças permanentes é que elas conseguem mudar de autodisciplina para
rituais. A maioria das pessoas deseja para si autodisciplina. O problema é que temos
muito pouca autodisciplina, porém a boa no[cia é que o montante que temos de
autodisciplina é suficiente! Não precisamos de mais para ter mais sucesso e ser mais
feliz. O que temos é suficiente.

Por que quase ninguém cumpre todas suas metas de ano novo, enquanto 100% de
vocês que estão lendo este livro, escovaram os dentes de manhã?

Nos rituais, não precisamos focar nem usar nossa energia.
As resoluções de final de ano dependem de autodisciplina, enquanto escovar os
dentes é parte de um ritual.
Frequentemente, autodisciplina não é suficiente para promover mudanças,
rituais são necessários!
Os rituais acontecem naturalmente, não precisam de autodisciplina! Apenas
fazemos, pois é um hábito!

PARA NOS TORNARMOS MAIS FELIZES, PRECISAMOS DE CRIAR RITUAIS, CULTIVAR
HÁBITOS.

As pessoas que Tveram mudanças duradouras, estabeleceram rituais logo após
estudarem sobre isso. Eles não esperaram passar um tempo após o aprendizado,
agiram! Logo que aprenderam algo novo já fizeram alguma coisa com o novo. Agiram
diferente, introduziram um novo hábito.

O que é valor para você? (O que realmente importa?)
Quais são as mudanças que você gostaria de ter em relação a isso?
Você pode fazer uma lista de coisas que precisa fazer, são importantes e você
valoriza muito pra sua saúde, sua paz mental, seus valores como família, trabalho,
espiritualidade... 37
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Rituais



Por que inserir rituais na roTna do dia-a-dia?

Porque rituais aumentam a produCvidade e a criaCvidade. As pessoas

frequentemente pensam que estabelecer rituais pode diminuir a criaTvidade, a
espontaneidade. E o que acontece é justamente o contrário. Existem estudos que
mostram que escritores, quando estabelecem rituais para escrever conseguem criar
mais naquele tempo que estão ali dispostos a escrever.

A QUANTIDADE DE RITUAIS QUE DEVEMOS INTRODUZIR DEPENDE DE NOSSAS
NECESSIDADES ÚNICAS, MAS SE QUEREMOS ESTABELECR MUDANÇAS EM NOSSAS
VIDAS PRECISAMOS DOS RITUAIS.

Leva tempo, pelo menos 30 dias para um ritual virar hábito, por isso devemos
introduzi-los aos poucos, um ou dois de cada vez...

É quando você vai senTr que virou hábito. Precisamos ir devagar para trans-formar
novos hábitos. Daí surgem as MUDANÇAS GRADUAIS!

"Mudanças graduais são melhores do que a falha por ambição...
o sucesso se retroalimenta" Jim Loehr & Tony Schwartz

A melhor maneira de termos mudanças graduais em nossas vidas, é mudando nossos
comportamentos, e para mudar o comportamento precisamos mudar os nossos
hábitos através de novos rituais... imediatamente!

Para termos mudanças duradouras precisamos agir imediatamente, e estabelecer
rituais que irão possibilitar o nosso comportamento crescer, criar raízes.

MUDANÇAS REAIS ACONTECEM QUANDO VOCE SEGUE AS SUAS IDEIAS E INSIGHTS,
MUDANÇA DE ATITUDE COM UMA MUDANÇA COMPORTAMENTAL!


A Psicologia PosiTva PODE TRANFORMAR SUA VIDA POSITIVAMENTE!

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