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PROFESSORES: jeferson schoenstatt e larissa monteiro
Apresentação
Aproveitem esse material que foi feito com muito carinho e dedicação por nós,
professores Jeferson e Larissa. Bons estudos e estaremos aqui à disposição de
vocês!
Sumário
2. Pré-Socráticos
3. Sócrates e os Sofistas
4. Platão e Aristóteles
5. Helenismo
6. Filosofia Medieval
7. As Origens da Modernidade
8. O Aprofundamento da Modernidade
9. Racionalismo e Empirismo
10. Contratualistas
12. Iluminismo
13. Positivismo
14. Liberalismo
15. Marxismo
16. Existencialismo
E a partir dos mitos, vinha o senso comum, como forma de pensamento não
racional, que era passado de geração em geração, com um teor mais cultural de se
explicar ou contar algo.
Mas, com o passar do tempo, esses recursos não estavam mais sustentando como
respostas das inúmeras perguntas que o ser humano fazia. E assim, foram
aparecendo alguns pensadores que começaram a fazer indagações e
questionamentos com o objetivo de buscar respostas mais racionais sobre a origem
das coisas e do mundo: os Pré-Socráticos, que serão vistos no próximo tópico.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
Paul Veyne. O Império Romano In: Philippe Ariès e Georges Duby. História da vida
privada: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 p.
201 (com adaptações).
GABARITO
1. B
2. B
2. Pré-Socráticos
Escola Jônica:
Acreditava que o infinito era a substância primordial de todas as coisas, e por ter
uma matéria ilimitada, isso poderia possibilitar a transformação de qualquer corpo,
como a sua construção ou destruição.
● Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.)
Anaxímenes já dizia que era o ar que provia a origem de tudo, pois, habitava tudo
que cercava os seres vivos e era indispensável para a vida humana.
Escola Itálica:
Pitágoras, além de filósofo era matemático, e por tal influência, sua arché era os
números, dado que a natureza poderia ser decifrada por números, trazendo ordem e
harmonia, como por exemplo a música.
Escola Eleata:
Escola Pluralista:
Foi o primeiro a formular a teoria dos quatro elementos primordiais - ar, água, terra e
fogo - que juntos formariam um elo de equilíbrio, baseado em uma relação de amor
e ódio.
Foram os responsáveis pelo princípio de que a natureza era composta por átomos,
que seriam elementos microscópicos, infinitos e indivisíveis que constituem os seres
e os objetos.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
1.(ENEM 2016) Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a
mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo —
terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo —, se
alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza
própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e
diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se
umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar
da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas
não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem,
através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra,
retomando sempre a mesma coisa.
C) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade
como o bem maior.
GABARITO
1. A
2. C
3. Sócrates e os Sofistas
Sócrates foi um filósofo que vivia em Atenas. Nasceu em 470 a.C. e morreu em 399
a.C., oriundo de uma família humilde, sua mãe era parteira e seu pai era artesão, e
foi mestre de Platão e Xenofonte.
Diferente dos pré-socráticos, como citado anteriormente, começou a focar mais nas
questões acerca do ser humano. Ele traz uma necessidade de uma filosofia mais
antropológica, ou seja, o centro das suas reflexões era as relações humanas, se
dedicando a essência humana.
Método Socrático
Sócrates vivia no meio dos jovens, conversando e indagando as pessoas para testar
o seu conhecimento e perceber até que ponto aquele indivíduo tinha consciência da
sua ignorância. A partir disso, ele criou o método socrático.
Sócrates utilizava muito da dúvida e da ironia para compor esse método, e também,
prezava pela oralidade, não deixando nada registrado.
Sofistas
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
A) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os
princípios éticos da sua filosofia.
B) Ao proceder em suas investigações, Sócrates partia sempre de sua “dúvida
metódica”.
C) Sócrates sempre buscava pessoas em praça pública para dialogar e questionar.
D) A célebre frase de Sócrates, que caracterizava parte de seu método é: “só sei
que nada sei”, por isso questionava as ideias de seus interlocutores.
E) Para fazer com que os seus interlocutores enxergassem a verdade por si
próprios, Sócrates praticava o método “maiêutico” (assinalado por ele), ou “parto
das ideias”, no qual ele demonstrava os erros e opiniões comuns entre os homens.
2. (UEM) Sócrates foi um dos mais importantes filósofos da antiguidade. Para ele, a
filosofia não era um simples conjunto de teorias, mas uma maneira de viver. Sobre o
pensamento e a vida de Sócrates, assinale o que for incorreto.
3. (Colégio Pedro II) Pode-se dizer que o conjunto das idéias sofistas (tal como
apresentado por Platão) se opõe ao propósito teórico dos pré-socráticos no tocante
a que:
A) Sócrates, para não ser condenado à morte, admitiu, diante dos seus juízes, que
não gostava de debater.
B) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a sonegação.
C) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a
necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo
caminho para a sabedoria.
D) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus
ensinamentos.
E) Discípulo de Aristóteles, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de
seus diálogos, o seu mestre.
A) Racionalismo.
B) Ceticismo filosófico.
C) Relativismo.
D) Naturalismo.
E) Cientificismo.
7. (CONUPE) Na Grécia antiga, principalmente na cidade de Atenas no século V
a.C., desenvolveu-se uma corrente de pensadores conhecidos como Sofistas. Tidos
como “sábios”, eram pagos para ensinar os jovens principalmente a arte da
argumentação. Abaixo, CONSIDERE as afirmações sobre a importância que esta
(arte) tinha em seu pensamento.
I – Os sofistas não acreditavam na verdade absoluta, para eles o importante era
conseguir convencer os outros de suas ideias.
II – Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única maneira de se
chegar ao conhecimento da verdade absoluta.
III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se chegar à
melhor solução em cada caso.
A) Apenas a I é falsa.
B) Apenas a III é verdadeira.
C) Apenas a II é falsa.
D) Apenas a II é verdadeira.
E) Apenas a I é verdadeira.
A) A verdade das coisas é obtida na vida cotidiana dos homens e, portanto, pode
ser múltipla e inacabada.
B) O conhecimento verdadeiro só pode ser resultado de um diálogo contínuo do
homem com os outros e consigo mesmo.
C) A ciência (epistéme) é acessível a todos os homens, contanto que estejam
dispostos a renunciar ao mundo das sensações.
D) O confronto de opiniões na política democrática afasta a possibilidade de se
alcançar a sabedoria.
E) O autoconhecimento é a condição primária de todos os outros conhecimentos
verdadeiros.
10. (UNCISAL 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por
interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de
determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o
interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância.
Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a
acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar
certos valores religiosos.
Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma
pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia
GABARITO
1. A e B
2. D
3. D
4. B
5. C
6. C
7. E
8. A
9. B
10. D
4. Platão e Aristóteles
Para Platão, existem dois mundos: mundo material e mundo das ideias. O mundo
material também é chamado de mundo sensível, já que é o mundo dos sentidos e
das ilusões, que estão sempre nos enganando. Para ele, o mundo material seria
uma cópia imperfeita do mundo das ideias.
Já o mundo das ideias, por outro lado, é o mundo inteligível, perfeito, onde
entendemos que as coisas são verdadeiras e puras em sua essência.
Mito da Caverna
Platão conta no mito que alguns homens estavam acorrentados, presos dentro de
uma caverna, e só conseguiam olhar para o fundo da caverna e para as sombras
que eram projetadas ali.
Um dia, um homem é solto. Ao investigar uma luz que saía por uma brecha,
descobriu que havia uma saída; e conseguiu sair. Depois de quase ser cegado pelo
sol, o homem percebeu que fora da caverna, as coisas eram reais e verdadeiras, e
que na verdade, as sombras não eram reais, já que se tratavam apenas de ilusões e
distorções da realidade.
Por conta da situação confortável onde viviam seus companheiros de caverna, ele
foi morto, já que preferiram não acreditar e se manterem apegados às sombras.
Esse homem é Sócrates, sendo uma das homenagens mais lindas de Platão para o
seu mestre: aquele homem que saiu da caverna, questionou todos, não aceitou as
verdades pré-estabelecidas e decidiu questionar, abrir os olhos e se esclarecer.
Aristóteles
Nós podemos conhecer o mundo através dos sentidos, mas também a partir da
razão. A razão pensa o mundo e pode acessar a essência dos seres, mas ela
precisa utilizar seus sentidos, já que é através dele que captamos atributos e
qualidades dos seres do nosso mundo.
Aristóteles também vai falar que todo ser é formado por matéria e forma, podendo
sempre se utilizar de movimentos que fazem se transformar em outro ser (ato e
potência).
Segundo Aristóteles, todo ato e potência vieram do que ele chamou de Primeiro
Motor Imóvel, sendo o ponto de partida do universo, que deu origem a todas as
coisas, sendo o responsável por todas as relações de causa e efeito.
Uma das teorias mais famosas de Aristóteles é a Teoria das Quatro Causas, que
são as perguntas que nos ajudam a ter uma noção do objeto material que
pretendemos conhecer.
Materiais Complementares:
- A República, de Platão -
http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf
- Ética a Nicômaco, de Aristóteles -
https://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2014/12/%C3%89tica-a-Nic%C3
%B4maco.pdf
- Escola de Atenas, de Rafael Sanzio -
https://i.ytimg.com/vi/gBtmYf4bWoA/maxresdefault.jpg
Lista de Exercícios:
2. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos
por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal
fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura,
grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar,
ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele é de qual das ciências ou
faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à
arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra.
Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as
ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão
deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior
apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como
a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e
o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras,
de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. ln: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991
{adaptado).
B) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
D) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
E) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.
3. (Unespar 2015) Um dos textos mais importantes da história da filosofia que trata
do tema da moral e da ética é a Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Nesta obra, o
pensador analisa a natureza e o caráter das ações humanas e, ao final, sugere que
há um bem supremo, que é a finalidade última das ações humanas. Este bem
supremo é:
A) A virtude;
B) A justiça;
C) A felicidade;
D) A liberdade;
4. (ENEM 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos:
“Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro
ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é,
pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário
que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito
objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural,
1972
GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. D
5. D
5. Helenismo
Nós teremos o surgimento de quatro escolas filosóficas que vão tentar desenvolver
a paz de espírito, mostrando que ela não é um lugar ou alguém que você encontra,
nem mesmo uma paz de espírito exterior, mas uma paz interior, que está dentro de
nós.
Cinismo:
Criado por Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.), o cinismo vai ser inspirado da
palavra “cyno”, que significa cão, em grego. Diógenes se inspirou no afeto e na
autenticidade canina, tendo em vista que os cães expressam amor, independente
de cor ou poder aquisitivo.
Epicurismo:
Epicuro (341 - 271 a.C.) diz que os seres humanos são animais e é normal que
sempre busquem a fuga das dores e a presença do prazer, mas devemos tomar
muito cuidado, pois a busca dos prazeres não deve ser feita de uma forma imediata
e exagerada, tendo em vista que pode nos fazer mal.
Para Epicuro, por exemplo, uma ótima forma de aproveitar os prazeres cotidianos é
ter uma qualidade de alimentação. Comer bem não significa comer muito, mas ter
qualidade no momento que você está desfrutando do alimento.
Bem como ter bons amigos não significa ter muitos. Ou seja, para Epicuro, a
temperança é algo que nos vai trazer a paz de espírito.
Estoicismo:
Embora tenha surgido na Grécia, o estoicismo foi até o Império Romano, com Marco
Aurélio (121 - 180), conhecido como imperador filósofo. Sêneca (4 a.C. - 65) e
Zenão (489 - 430 a.C) também figuraram entre os grandes nomes desta linhagem.
Os estóicos dizem que a busca pela ataraxia vai ser feita através da apatia, sendo
esta a supressão dos sentimentos destrutivos. Para os estóicos, portanto, o
estoicismo será chamado de “filosofia da coragem”, já que a coragem se faz
extremamente necessária no ato de ignorar sentimentos negativos (como a raiva, o
ódio e a culpa) e que nos corroem por dentro.
Ainda, segundo os estóicos, devemos aceitar o que não podemos mudar, tendo a
coragem de fazer um domínio próprio, suportando as adversidades e mantendo a
paz de espírito.
Ceticismo Pirrônico:
Pirro de Élis (365 - 270 a.C.), grande companheiro de Alexandre, o Grande, ao
viajar para o oriente e ter contato com os iogues tibetanos, percebeu que diante de
todos os problemas cotidianos, os iogues mantinham a paz de espírito em um
estado inabalável.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
A) Helenismo.
B) Pan-Macedonismo.
C) Estoicismo.
D) Cosmopolitismo Clássico.
E) Epicurismo.
GABARITO
1. A
2. B
3. A
4. A
5. C
6. C
7. A
8. A
9. A
10. A
6. Filosofia Medieval
Apostólica:
Nos séculos I e II, foi desenvolvida esta vertente que consistia na forte defesa e
propagação dos ensinamentos cristãos, em espaços que eram considerados
pagãos.
Esses ensinamentos eram baseados nas epístolas dos apóstolos, e um dos nomes
mais conhecidos era Paulo de Tarso, o apóstolo, que tinha vários escritos que
poderiam ser encontrados no Novo Testamento da Bíblia.
Apologética:
Já pelo século III e IV, a filosofia medieval passa por um processo que estava
relacionada a apologias. Eles utilizavam desse recurso para defender fortemente a
fé cristã, a ponto de negar totalmente o paganismo.
Os nomes que mais se destacavam eram Justino Mártir (100 d.C.- 165 d.C.) e
Tertuliano (160 d.C.- 220 d.C.).
Patrística:
Formada pelos primeiros padres da filosofia cristã, iniciou sua escola com base nas
primeiras cartas divulgadas de Pedro e Paulo - cartas que eram o princípio da
religião cristã - fundou as primeiras regras da Igreja como instituição, além do
evangelho cristão.
Teve como principal filósofo Santo Agostinho de Hipona, mais conhecido como
Santo Agostinho.
Santo Agostinho
Agostinho de Hipona (354 d.C. - 430 d.C) era filho de comerciantes, tinha estudado
filosofia e retórica, e diferente dos outros clérigos, se converteu tardiamente ao
cristianismo (aproximadamente 30 anos), tornando-se assim sacerdote.
Inspirado pelas teorias platônicas, ele reinterpretou a Teoria das Ideias dentro dos
seus estudos que conciliavam fé e razão. Acreditava que o reino dos céus era o que
Platão chamava de Mundo Inteligível, ou seja, era o reino perfeito, o real, o famoso
“paraíso” que a Igreja tanto pregava para seus fiéis. Já o reino dos homens, na
teoria platônica o Mundo Sensível, mesmo que seja a imagem e semelhança de
Deus, era onde habitava o pecado, a imperfeição e as falhas.
Fé e razão podem estar unidas, desde que a fé prevaleça a razão. “É preciso crer
para poder compreender.”
Ele também formulou outras produções filosóficas como o conceito de vida, que
consistia em ser uma noção de dádiva divina; teve também os estudos sobre o
conceito de verdade (o ser humano se empenha para buscar o conhecimento da
verdade, além de trabalhar com questões que o homem não consegue resolver,
como por exemplo, a morte) e o problema do mal (o mal é a ausência de Deus,
quanto mais o indivíduo se afasta de Deus, mais ele fica perto do mal; e justamente
por ele ter a oportunidade de escolher se quer ficar perto ou não de Deus, ele tem o
direito do livre arbítrio).
Escolástica:
Filosofia desenvolvida pelos teóricos das primeiras escolas e universidades cristãs,
tinham o objetivo de impulsionar as formações em massa de futuros padres, para
proporcionar pesquisas intelectuais e científicas em prol da Igreja, já que ela tinha
bastante força na Europa.
O filósofo que mais se destacou nessa escola foi São Tomás de Aquino.
Tomás de Aquino (1226 - 1275) sempre teve uma educação dominicana, já então se
preparando para a formação do sacerdócio. Foi aluno do filósofo e professor
religioso Alberto Magno, que reconheceu a sua capacidade intelectual e sendo
importante em sua formação intelectual cristã.
Ele defendia também a atuação das ciências inserida em uma formação intelectual
contra as heresias da Igreja, conciliando a fé e a razão.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
1. (UFF 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi
a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por
meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião.
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há
duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da
revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender
como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de
verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus
meios naturais.
d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer
d’Ele.
(PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia
medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.)
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de
Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao
pensamento de Platão.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças:
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já
que é apenas a forma do corpo.
3. (ENEM 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles
que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e
nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos
séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo
movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara,
como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes
não existia?”
AGOSTINHO. Confissões, São Paulo: Abril Cultural, 1984.
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
a) A felicidade é o fim último do homem; e a virtude, o meio para o homem alcançar
a felicidade. Além disso, a felicidade suprema pode ser alcançada nesta vida.
c) Virtude é uma questão de dever e, dessa forma, não possui relação com
felicidade, visto que o cumprimento do dever é penoso para o homem, e a felicidade
é um sentimento de contentamento pleno.
7. (ENEM 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver
algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio,
que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria
ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o
homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém,
agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade
dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um
dirigente para o fim.
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás
de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
8. (UFU 09/2002) A Patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, poderia ser
definida como
D) criação de uma escola filosófica, que visava combater os ataques dos pagãos,
rompendo com o dualismo grego.
a) Teoria da Predestinação.
10.(ENEM 2012)
TEXTO I
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas,
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a
impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991
(adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a
origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes,
filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que
GABARITO
1. C
2. D
3. D
4. D
5. B
6. B
7. C
8. A
9. E
10. D
7. As Origens da Modernidade
No âmbito da filosofia, há filósofos que devem ser citados, pois foram importantes
nessa passagem de fase, o Giordano Bruno, Erasmo de Roterdão e Thomas
More.
Giordano Bruno
Nascido na Itália, em 1548 e morreu em 1600. Ele era filósofo, matemático e
teólogo. Entrou na vocação religiosa muito cedo, tornando-se sacerdote aos 24
anos.
Por ter exposto ideias diferentes do que dizia a Igreja, acabou sendo acusado de
heresia, tendo que deixar a Itália. Logo mais, ele abandona o sacerdócio. Nos anos
seguintes, acabou sendo queimado vivo pela Inquisição.
Giordano fora muito influenciado por Nicolau Copérnico (1473 - 1543), pela sua
Teoria Heliocêntrica, durante o século XVI na Inglaterra. Sua filosofia era baseada
em uma reinterpretação do neoplatonismo e em Nicolau Cusa (1401 - 1464).
Ele afirmava que a realidade natural e o meio espiritual eram a mesma coisa,
porque Deus habitava em tudo e em todos, fazendo com que a sua dimensão fosse
questionada, já que não poderia ser algo determinado e limitado, trazendo assim a
conclusão de que Deus e o universo eram infinitos. Além disso, Bruno também
questionava a divindade de Jesus Cristo e a virgindade de Maria, deixando a Igreja
mais contrariada com as suas ideias.
Erasmo de Roterdã
Escreveu a famosa obra, Elogio da Loucura, publicada em 1511, que fora dedicada
a seu a amigo, Thomas More (1478 - 1535). A obra contém um tom satírico, sobre
os séculos XV e XVI, criticando as instituições religiosas, os costumes, crenças e
comportamentos que a sociedade, não só daquela época, mas de um modo
atemporal, reproduzem por serem passados de geração em geração.
Thomas More
More (1478 - 1535) foi um filósofo, diplomata e estadista inglês, além de ter sido
chanceler no reinado de Henrique VIII. Era muito amigo íntimo de Erasmo de
Roterdã.
Em 1516 publicou a sua obra mais simbólica, A Utopia, fazendo críticas a sociedade
inglesa da sua época, criando uma “utopia” de uma sociedade inglesa perfeita, sem
desigualdades e mazelas sociais, que habitava em uma ilha, porém, inalcançável já
que tudo fazia parte de uma idealização. Além disso, foi contra a Reforma
Protestante, defendendo os preceitos da Igreja.
Materiais complementares:
- A invenção da prensa dos tipos móveis, por Gutenberg por volta de 1430,
tornando-se um marco inicial para as imprensas,o que auxiliou na disseminação das
publicações, atingindo o máximo de pessoas possíveis,para modificar e moldar um
novo pensamento moderno;
- Um dos primeiros a revolucionar a ciência com uma nova teoria foi Nicolau
Copérnico (1473 - 1543), com a teoria heliocêntrica;
- Esse período trouxe a constante busca do conhecimento racional e científico,
aprofundando nas pesquisas científicas como Galileu Galilei e Johannes Kepler;
- Galileu Galilei (1564 - 1642): foi um marco nas áreas da física e matemática,
desenvolvendo o movimento dos corpos e a descobertas dos satélites e planetas,
além de ser responsável pela a criação do método científico;
- Johannes Kepler (1571 - 1630): foi um dos responsáveis pela revolução científica,
formulando as “Leis de Kepler” que descrevem o movimento dos astros celestes de
acordo com a teoria heliocêntrica;
- Logo mais, surgem as teorias contratualistas, com Thomas Hobbes (1588 - 1679),
John Locke (1632 - 1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778);
- Montesquieu (1689 - 1755): sua filosofia era voltada para a moral, os costumes e
a política. Por ser totalmente contrário ao absolutismo, era a favor de um Estado
liberal que tivesse um sistema de leis cujo haveria uma separação dos poderes do
poder público (executivo, legislativo e judiciário), para que não acontecesse abusos
de autoridade.
- Outros nomes que são importantes a serem citados são Voltaire e Alexis de
Tocqueville, que foram considerados defensores do Princípio da Liberdade
Humana, sendo responsáveis pela fundação do pensamento liberal no final da era
moderna;
- Voltaire (1694 - 1778): Junto com John Locke, começaram suas análises acerca
da liberdade individual;
- Denis Diderot (1713 - 1784) e Jean le Rond D'Alembert (1717 - 1783) foram os
criadores da enciclopédia, onde reuniram todos os saberes que existia no mundo,
deixando acessível e atingível a todos, com o intuito de promover uma evolução
moral e intelectual da sociedade através do conhecimento;
Materiais Complementares:
- “O Príncipe” de Maquiavel -
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/principe.pdf
- Frase do Galileu: “ Eppur si muove” -
http://revistagiz.sinprosp.org.br/?p=6817
- Introdução ao pensamento de Hegel -
https://youtu.be/tN58Q6gYw1s
Lista de Exercícios
2. (…) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma
estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a
chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que
circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em
redor do Sol. (…) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se
quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas
duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns
homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar
alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus
ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.
Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que
embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve
fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral,
experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os
mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira
ciência se não passa por demonstrações matemáticas.
Entre o como se vive e o como se deveria viver há tamanha diferença que aquele
que despreza o que se faz pelo que se deveria fazer aprende antes a trabalhar em
prol da sua ruína do que da sua conservação. Na verdade, quem num mundo cheio
de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade caminha
inevitavelmente para a própria perdição. Daí se infere que um príncipe desejoso de
conservar-se no poder tem de aprender os meios de não ser bom e fazer uso ou
não deles, conforme as necessidades.
Maquiavel, Nicolau. O Príncipe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. cap. XV.
Maquiavel afirma que o Príncipe deve governar usando como parâmetro o modo
como o homem constrói a sua vida (como se faz) e não como ele deveria fazer.
Conhecendo o homem como ele é na vida cotidiana, o Príncipe deve
c) tomar como princípio para suas ações a força física e a coerção em todas as
situações.
4. (ENEM 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira
que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o
mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três
poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os
crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da
liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os
referidos poderes concomitantemente.
5. (ENEM 2013) Nasce aqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou
temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas
porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando
haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira
geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e
enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os
bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas
quando ele chega, revoltam-se.
A) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
C) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
D) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos
naturais.
E) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.
6. (ENEM 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer;
mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente
o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o
que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não
teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
E) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
7. (ENEM 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que
acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita
em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem
diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não
ignorar inteiramente o nosso livre arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte
decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a
outra metade.
D) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc., Great Books 44,
1990.
GABARITO
1. A
2. D
3. D
4. D
5. C
6. B
7. C
8. E
9. D
9. Racionalismo e Empirismo
Como fora estudados nos módulos anteriores, a Idade Moderna chegou para
remodelar todos os âmbitos políticos, filosóficos, artísticos e sociais para uma nova
formação de pensamentos e ações voltadas para o lado racional e humano das
pessoas.
A partir disso, será visto adiante as duas teorias do conhecimento que foram
desenvolvidas nesse período, o Racionalismo e o Empirismo.
Racionalismo
Foi uma corrente filosófica do século XVII, que ocorreu durante a era renascentista
na Europa. O racionalismo era um método para alcançar o conhecimento
verdadeiro, com o objetivo de teorizar o entendimento humano. Também era
fortemente influenciado pelas ideias platônicas.
Eles admitiam que as ideias eram inatas, ou seja, a capacidade racional surge
desde o nascimento do indivíduo, sendo descobertas pelo homem ao longo da vida
para usufruírem da melhor forma do uso da razão. Um princípio importante era o da
causalidade (causa e efeito). Tinha como principais filósofos o Baruch de Spinoza,
Gottfried Wilhelm Leibniz e René Descartes.
Descartes quando fala sua famosa frase “Penso, logo existo”, mostra por meio dela
que a dúvida era um meio do indivíduo questionar suas objeções, e se ele
questiona, ele atende o ato de pensar. Se este ser pensa, logo, ele existe.
Em 1637 publica a sua obra chamada de “Discurso do Método”, que propõe a busca
da verdade, utilizando o método da dúvida, e assim, seguindo um método pela
razão para alcançar a verdade absoluta.
Empirismo
Sendo outra corrente filosófica moderna, entre meados dos séculos XV ao XVIII, a
qual dizia que o conhecimento era originado através da experiências e dos sentidos.
Com influências aristotélicas, que acreditava que o conhecimento se dava por meio
dos sentidos, da observação do mundo e das coisas.
Como principais filósofos empiristas se tem: Francis Bacon, John Locke e David
Hume.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
C) a própria existência do sujeito que pensa é considerada uma verdade óbvia
para o filósofo, sobre a qual não é necessário refletir ou questionar.
D) Descartes consegue demonstrar com isso que o mundo exterior não existe,
apenas o eu pensante.
A) O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar que seja empregado para
dominar a natureza.
4. (ENEM 2013)
TEXTO I
TEXTO II
D) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
c) A verdade reside no ato de julgar, porque é isento de qualquer valor cognitivo.
[...]
A infeliz situação em que se encontra a ciência humana transparece até nas
manifestações do vulgo. Afirma-se corretamente que o verdadeiro saber é o saber
pelas causas. E, não indevidamente, estabelecem-se quatro coisas: a matéria, a
forma, a causa eficiente, a causa final. Destas, a causa final longe está de fazer
avançar as ciências, pois na verdade as corrompe; mas pode ser de interesse para
as ações humanas.⠀⠀⠀⠀
(BACON, F. Novo Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da
natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 72; 99-100.)⠀⠀⠀⠀
b) As conclusões acerca dos fatos obtidas pelo sujeito do conhecimento realizam-
se sem auxílio da experiência, recorrendo apenas aos raciocínios abstratos a priori.
c) O postulado que afirma a inexistência de conhecimento para além daquele que
possa vir a resultar do hábito funda-se na ideia metafísica de relação causal como
conexão necessária entre os fatos.
e) Pelo raciocínio o sujeito é induzido a inferir as relações de causa e efeito entre
percepções e impressões acerca da regularidade de fenômenos semelhantes que
se repetem na sucessão do tempo.
c) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau de ser.
d) as percepções dos sentidos nos enganam, por isso as ideias daí decorrentes são
falsas.
B) Leonardo da Vinci, que imprimiu base científica à sua arte, considerava o
artista um homem livre, e a pintura, uma arte nobre.
GABARITO
1. A
2. D
3. D
4. B
5. B
6. C
7. A
8. D
9. A
10. B
11. B
10. Contratualistas
Os filósofos contratualistas acreditavam que o ser humano tinha uma forma de vida
anterior da que conhecemos hoje em sociedade: o estado de natureza. Para eles, a
sociedade civil não surgiu de uma forma espontânea.
Desta forma, Hobbes vai propor o Leviatã, sendo conhecido biblicamente como o
único rei que dobra os orgulhosos, um mal necessário que concentra poderes e
coloca ordem e harmonia na sociedade.
Para Hobbes, o homem, no estado de natureza, vive em uma liberdade total, não
medindo esforços para fazer mal a outro ser, sempre pensando em si. Assim,
Hobbes conclui que o homem é o lobo do homem, onde há uma guerra contra
todos, e o estado autoritário é a única forma de concentrar poderes para garantir
ordem e segurança.
Locke afirma que o homem é propriedade de si mesmo, logo ninguém tem o direito
de violar a vida ou a liberdade alheia. Até mesmo quando o Estado surge, sua
missão é garantir, no mínimo, os direitos naturais do ser humano.
Locke também acredita que trabalho é toda modificação no estado natural das
coisas, concluindo, assim, que a justificativa da propriedade privada é o mérito do
esforço dentro do trabalho, mas nunca esquecendo que a propriedade privada deve
ser usada de uma maneira positiva.
A perfectibilidade, entendida como a busca pela perfeição, fez com que o ser
humano sempre acrescentasse graus maiores de ambição, cercando propriedades
e escravizando outros humanos. O homem se vira contra o homem, e assim surge
um estado de guerra. Assim, Rousseau afirma a frase conhecida como o Mito do
Bom Selvagem: “o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”.
Materiais complementares:
- Filósofos Contratualistas -
https://www.youtube.com/watch?v=szTlYwSLVjU&feature=youtu.be
- Mapa Mental Contratualistas -
https://2.bp.blogspot.com/-DGHDi0SMNhE/WiQv4ZlRnaI/AAAAAAAAFOY
- Mito do Bom Selvagem -
https://www.todoestudo.com.br/historia/o-mito-do-bom-selvagem
Lista de Exercícios
(ENEM 2016) "A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que
ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da
vida humana."
RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012.
4. A crença hobbesiana na essência bárbara e egoísta humana, justifica as
motivações do estabelecimento de infrações cotidianas ao próximo em nome das
próprias vontades.
5. O homem pré-axial, assim como os lobos, estabelecia amizade e confiança ao
relacionar-se em alcateias sociais, obtendo ambições na busca de alimentos.
GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. E
6. E
7. E
8. C
11. Immanuel Kant
Immanuel Kant faz parte do iluminismo alemão, traduzido como esclarecimento, que
significa o momento de emancipação da razão no século 18.
Em sua pequena, mas profunda obra, Kant vai dizer que o esclarecimento é a saída
do homem da menoridade pela qual é o próprio culpado, sendo esta a incapacidade
de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia.
Desta forma, Kant vai chamar a união destas duas formas de conhecimento de
movimento complementar do conhecimento, se tornando a base do método
científico.
Kant acreditava que temos alguns freios morais que nos impedem muitas vezes de
agir instintivamente, sendo denominados de leis morais internas. Através delas,
temos a base de alguns valores, que mais tarde chamaremos de imperativos éticos.
Os imperativos éticos, para Kant, devem ser universais, sendo ações pautadas no
ser humano, valorizando a dignidade da pessoa humana como um valor em si
mesmo, sendo, assim, uma ética deontológica (baseada nos deveres).
Imperativos Éticos
Categórico
“Aja de tal maneira que tua vontade possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo,
como um legislador universal através de suas máximas”
Universal
“Age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua
vontade, em uma lei universal da natureza”
Prático
“Aja de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de
qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como
meio”
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
2. (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos
objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que
ampliasse nosso conhecimento malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos,
pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica,
admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.
a) A mente humana é como uma “tabula rasa”, uma folha em branco que recebe
todos os seus conteúdos da experiência.
b) Os conhecimentos são revelados por Deus para os homens.
c) Todos os conhecimentos são inatos, não dependendo da experiência.
d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
e) Para Kant, o centro do processo de conhecimento é o sujeito, não o objeto.
4. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe
emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente
a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta
maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando
julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo,
embora saiba que tal nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
b) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na
terra.
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma
universal.
d) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar
os meios.
e) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas
envolvidas.
GABARITO
1. A
2. A
3. E
4. C
5. B
12. Iluminismo
A ideia de progresso era muito clara para os iluministas, que sempre buscavam a
evolução para a humanidade. A maior parte dos filósofos iluministas tinha uma
ligação muito forte com a classe burguesa - que sempre se sentia oprimida pelo rei
-, de tal maneira que vamos considerar o iluminismo como um movimento político.
Assim, os burgueses se tornarão a oposição às monarquias absolutistas da europa,
com influência em vários movimentos que viriam a seguir, como a Revolução
Francesa, a Independência dos Estados Unidos e até a Inconfidência Mineira.
Locke afirma que o homem é propriedade de si mesmo, logo ninguém tem o direito
de violar a vida ou a liberdade alheia. Até mesmo quando o Estado surge, sua
missão é garantir, no mínimo, os direitos naturais do ser humano.
Locke também acredita que trabalho é toda modificação no estado natural das
coisas, concluindo, assim, que a justificativa da propriedade privada é o mérito do
esforço dentro do trabalho, mas nunca esquecendo que a propriedade privada deve
ser usada de uma maneira positiva.
Montesquieu (1689-1755)
Montesquieu vai estabelecer críticas ao rei absolutista, afirmando que seu poder
centralizado, militar e legislativo tinha o poder de controlar as pessoas.
Assim, Montesquieu acreditava que a divisão do poder em três partes era o caminho
mais viável para a formação de um novo processo político e para a descentralização
do poder do rei. A divisão seria em: executivo, legislativo e judiciário.
Para Rousseau, a soberania não deve ser daquele que possui uma propriedade
privada ou tem poder aquisitivo, já que a propriedade privada é a causa de vários
problemas sociais que temos hoje.
O modelo a ser seguido seria da soberania popular, onde o poder passa do rei
absolutista para o povo. Na democracia direta, o povo decide o futuro da sociedade
com poder ativo de participação, de modo que o absolutismo perde suas forças e
não impõe leis para ninguém.
Voltaire (1694-1778)
Voltaire é defensor de uma monarquia esclarecida, onde o rei governa com ideais
iluministas. Os déspotas esclarecidos são justamente os reis que pautaram seu
governo nos ideais iluministas, não por espontânea vontade, mas por pressão
popular.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
a) Despotismo Esclarecido.
b) Socialismo Utópico.
c) Socialismo Científico.
d) Liberalismo.
e) Parlamentarismo Monárquico.
5. (UFF 2010) O escritor e filósofo francês Voltaire, que viveu no século XVIII, é
considerado um dos grandes pensadores do Iluminismo ou Século das Luzes. Ele
afirma o seguinte sobre a importância de manter acesa a chama da razão:
“Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, ainda renascem algumas
cabeças da hidra do fanatismo. Parece que seu veneno é menos mortífero e que
suas goelas são menos devoradoras. Mas o monstro ainda subsiste e todo aquele
que buscar a verdade arriscar-se-á a ser perseguido. Deve-se permanecer ocioso
nas trevas? Ou deve-se acender um archote onde a inveja e a calúnia reacenderão
suas tochas? No que me tange, acredito que a verdade não deve mais se esconder
diante dos monstros e que não devemos abster-nos do alimento com medo de
sermos envenenados”.
a) Aquele que se pauta pela razão e pela verdade não é um sábio, pois corre um
risco desnecessário.
b) A razão é impotente diante do fanatismo, pois esse sempre se impõe sobre os
seres humanos.
c) Aquele que se orienta pela razão e pela verdade deve munir-se da coragem para
enfrentar o obscurantismo e o fanatismo.
d) O fanatismo e o obscurantismo são coisas do passado e por isso a razão não
precisa mais estar alerta.
e) A razão envenena o espírito humano com o fanatismo.
GABARITO
1. A
2. A
3. C
4. D
5. C
13. Positivismo
Auguste Comte, filósofo francês do século XIX, foi o responsável pela fundação do
positivismo. A filosofia positivista também é enxergada como uma evolução do
iluminismo, já que a confiança na razão se torna um dos principais pilares na busca
do entendimento da sociedade.
Para Comte, a história humana possui três momentos, denominados “lei dos três
estados”. São eles:
1. Teleológico
O estado teleológico seria a antiguidade, de tal forma que as pessoas explicavam
tudo (universo, cosmos e existência) através da religião. Sendo assim:
Animismo: todos os seres da natureza possuem alma;
Politeísmo: a crença em vários deuses;
Monoteísmo: a crença no único Deus.
2. Metafísico
O segundo estado se daria após o iluminismo e a Revolução Francesa, que é o
metafísico. Depois destes eventos, os homens estariam mais evoluídos, de modo
com que eles começassem a questionar, explicando o mundo pela filosofia e pela
racionalidade, não mais pela religião.
3. Positivo
Por fim, a partir do século XIX, os homens estariam avançando para a etapa
perfeita, onde o positivismo seria um caminho natural para a sociedade, progredindo
e aprimorando sua história, não havendo explicações religiosas ou filosóficas, mas
apenas científicas.
A filosofia positivista de Comte está presente no Brasil de tal forma que a frase da
bandeira da república é o lema positivista. O amor fundamenta a ordem entre os
homens, e só a ordem que a sociologia tem o papel fundamental, vai levar a
humanidade ao progresso.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito
humano desenvolvem-se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da
história: a positiva, a teológica e a metafísica.
b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro
plano no estado teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma
etapa posterior ao estado positivo.
c) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em
que a observação prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de
leis imutáveis nos fenômenos observáveis.
d) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois
somente o estado metafísico procura soluções absolutas e universais para os
problemas do homem.
A característica do Estado positivo que lhe permite garantir não só a ordem, como
também o desejado progresso das nações, é ser
A) espaço coletivo, onde as carências e desejos da população se realizam por meio
das leis.
B) produto científico da física social, transcendendo e transformando as exigências
da realidade.
C) elemento unificador, organizando e reprimindo, se necessário, as ações dos
membros da comunidade.
D) programa necessário, tal como a Revolução Francesa, devendo portanto se
manter aberto a novas insurreições.
E) agente repressor, tendo um papel importante a cada revolução, por impor pelo
menos um curto período de ordem.
4. (UEG 2013) A sociologia nasce no séc. XIX após as revoluções burguesas sob o
signo do positivismo elaborado por Auguste Comte. As características do
pensamento comtiano são:
a) a sociedade é regida por leis sociais tal como a natureza é regida por leis
naturais; as ciências humanas devem utilizar os mesmos métodos das ciências
naturais e a ciência deve ser neutra.
b) a sociedade humana atravessa três estágios sucessivos de evolução: o
metafísico, o empírico e o teológico, no qual predomina a religião positivista.
c) a sociologia como ciência da sociedade, ao contrário das ciências naturais, não
pode ser neutra porque tanto o sujeito quanto o objeto são sociais e estão
envolvidos reciprocamente.
d) o processo de evolução social ocorre por meio da unidade entre ordem e
progresso, o que necessariamente levaria a uma sociedade comunista.
5. (UFU 2013) Na parte mais tardia de sua carreira, Comte elaborou planos
ambiciosos para a reconstrução da sociedade francesa em particular, e para as
sociedades humanas em geral, baseado no seu ponto de vista sociológico. Ele
propôs o estabelecimento de uma “religião da humanidade”, que abandonaria a fé e
o dogma em favor de um fundamento científico. A sociologia estaria no centro dessa
nova religião.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 28
Com base nessa assertiva, Comte aponta para o papel da Sociologia como ciência
fundamental para a compreensão
GABARITO
1. C
2. B
3. C
4. A
5. C
14. Liberalismo
A barganha, segundo Adam, vai trazer o fim da autossuficiência das famílias. Antes
da economia de mercado (economia sendo controlada por agentes econômicos de
iniciativa privada), cada família produzia seus próprios alimentos e suas
necessidades. Só que com a barganha e com o processo de negociação, as
pessoas perceberam que poderiam se especializar e fazer muito bem uma única
coisa, desde que se dedicassem a isso. Desta maneira, as pessoas oferecem no
mercado algo que elas fazem muito bem por algo que elas não têm.
Adam afirma que existe uma mão invisível que move o mercado. A economia é
regida por leis naturais, sem a necessidade do Estado. Ela possui a ideia de oferta e
procura, onde o mercado se move de acordo com a oferta de produtos e a demanda
de consumo.
Assim, Adam diz que “é rica aquela nação que produz”, porque existe uma divisão
do trabalho e da manufatura, onde o mercado se regula sozinho e o Estado cuida
apenas das funções essenciais, deixando a riqueza nas mãos do povo.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
a) contrapõe lucro à renda, pois geram racionalidades e modos de vida distintos.
b) mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação medieval.
c) defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do campo.
d) critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos cavalheiros com a
ostentação de riquezas.
e) expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século XVIII.
O trecho acima pode ser considerado uma síntese dos valores constitutivos da
ideologia política intitulada:
GABARITO
1. A
2. D
3. D
4. D
5. C
15. Marxismo
Karl Marx foi um alemão do século XIX, que viveu durante a formação da sociedade
industrial na Europa. Ao olhar para a organização social que estava acontecendo,
Marx sabia que se essa ordem social continuasse, a dignidade do ser humano seria
anulada por conta de interesses.
Karl Marx concorda com Adam Smith sobre a barganha, já que as famílias deixaram
a autossuficiência de lado e buscaram a especialização, mas Marx vai além diz que
a especialização começa a definir os traços da pessoa: como ela se veste, onde
mora e como se comporta em sociedade, formando classes sociais e se aliando
com as pessoas que possuem os mesmos interesses.
O principal conflito, para Marx, vai ser de duas classes sociais: proletariados e
burgueses. Os burgueses vão ter o capital, fazendo girar o mundo material com
fábricas, indústrias e dinheiro. Já os proletariados não possuem nada, apenas
vendem sua força de produção e seu suor por uma parte mínima, quase invisível, do
lucro do burguês.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
1. (UEM – Inverno 2008) Em termos sociológicos, assinale o que não for correto
sobre o conceito de classes sociais.
GABARITO
1. C
2. B
3. B
4. D
5. B
16. Existencialismo
O existencialismo foi uma corrente filosófica que surgiu efetivamente no século XX,
na Europa, tendo os primeiros estudos com os dois precursores, Soren Kierkegaard
e Friedrich Nietzsche, que começaram a formular suas ideias existenciais antes
mesmo de ter o existencialismo em voga, levando a filosofia para novos rumos de
pesquisa e descoberta.
Considerado como pai do existencialismo, ele trouxe o ser humano como centro da
reflexão filosófica, surgindo como base para os conflitos entre questões morais e
éticas, compreendendo o cristianismo e trazendo forma a um existencialismo
cristão. Ele acreditava que para se ter um elo com Deus, era por meio de uma livre
escolha pessoal, já que essa relação era bastante íntima e particular e não por meio
de imposições de instituições.
Ele acreditava que era preciso ter a consciência da sua existência para ter uma
possibilidade de se fazer algo ou alguma coisa. E por causa disso, o ser humano
que tem uma existência autêntica reconhece a possibilidade e se reconhece no
mundo.
Outro assunto que Heidegger refletia era sobre a morte, como compreender que a
morte gera um sentimento de angústia já que o indivíduo percebe que a vida tem a
sua finitude, tem o seu limite e a partir disso, esse ser ter a capacidade de explorar
melhor a sua existência até que se tenha um fim de sua duração de vida.
O conceito importante que ele trata é sobre a liberdade. O ser humano está
condenado à sua liberdade, independente da situação que o indivíduo se encontra,
ele é essencialmente livre, pois tem o direito de escolha. Entretanto, quando Sartre
afirma que o “ser humano está condenado a sua liberdade” ele traz um paradoxo, já
que condenação e liberdade são conceitos opostos. Mas, o que ele quis dizer é que
o indivíduo é o único responsável por si mesmo, e por isso, ele encontra-se
abandonado no mundo, e, justamente por isso, ele é condicionado a uma sensação
de angústia. Logo, é comum o indivíduo criar crenças religiosas para ter algum tipo
de conforto.
Além disso, Sartre traz a sua famosa frase “A existência precede a essência”, que
diz que só é possível, compreender a condição humana através de suas ações e
comportamentos, e é através delas que se forma a natureza humana do ser.
O objetivo era sair da particularidade para entender que todo ser existente
compreendia o mundo, se isentando da subjetividade do indivíduo e da metafísica.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
1. (ENEM 2016)
2. (Unespar 2016)
“A existência precede a essência” é uma inversão feita por Sartre de uma hierarquia
milenar de valores defendida pela filosofia tradicional. Marque a alternativa que
melhor explica o sentido desta inversão.
F. W. Nietzsche. Crepúsculo dos ídolos. Ed. Hemus, 1976, p. 49-53 (com adaptações)
Do ponto de vista nietzschiano, a relação entre domesticação e vontade de potência
estabelece que a ação de domesticar é
A a própria negação total da noção de vontade de potência e, por isso, seu caráter
moral é apenas negativo.
B a imposição de uma vontade de potência sobre outra, e seu caráter moral pode
ser negativo ou positivo, conforme o modo como a ação é realizada.
D a negação total da noção de vontade de potência, e seu caráter moral pode ser
negativo ou positivo, conforme o modo como a ação é realizada.
GABARITO
1. A
2. A
3. C
4. A
14. Escola de Frankfurt
Por ter origem judia, muitos estudiosos e adeptos a essa corrente se encontraram
em ilegalidade, logo, tiveram que se exilar para os Estados Unidos e Inglaterra. A
Escola de Frankfurt faz uma releitura de três áreas: o antipositivismo (sociologia),
psicanálise (Freud) e o existencialismo (filosofia). Outra característica
importante é a forte crítica ao marxismo ortodoxo, trazendo uma ressignificação dos
elementos marxistas para criticar a realidade europeia.
A partir disso, eles desenvolveram a Teoria Crítica da Sociedade, que visava não
permitir o consumo excessivo, criticando o comportamento alienado da sociedade
consumista, e que oferecia uma proposta política de reorganização social para
superar a crise da razão. Era vista também como uma filosofia de comunicação e da
arte como um todo, transformando a realidade.
Outro conceito essencial que foi elaborado, a Indústria Cultural, foi um sistema
político e econômico, que promovia e gerava a necessidade de consumir no
indivíduo, transformando-se em um comportamento alienado para que se tenha um
controle social, sendo uma forma de manipular a massa. Por ter forte influência dos
primeiros passos da Segunda Guerra Mundial, a indústria cultural se utilizou
bastante das propagandas e publicidades como meio propagar e consolidar a sua
cultura de informação, massificando a massa e trazendo uma sensação de
liberdade para o indivíduo que ingressasse nesse ciclo consumista. É por meio
dessas estratégias que o capitalismo consegue se firmar no meio social, trazendo a
necessidade viciosa de que consumo gera felicidade.
Materiais Complementares:
Lista de Exercícios
d) conquista da humanidade.
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São Paulo, Editora Brasiliense, 1987, p. 33. Texto
adaptado.
a) A indústria cultural excita nossos desejos com nomes e imagens cheios de brilho
a fim de que possamos, por contraste, criticar nosso cinzento cotidiano.
e) A indústria cultural procura evitar que a arte séria seja absorvida pela arte leve.
5. A cultura feita em série, industrialmente, para o grande número, passa a ser vista
não como instrumento de crítica e de conhecimento, mas como produto trocável por
dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa.”
COELHO, 1980, p. 26.
c) Esse tipo de cultura sempre existiu nas sociedades, independentemente da sua
forma de produção.
e) Sua produção é uma responsabilidade das mesmas pessoas que a consomem.
As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte apelo à
cultura de massa. A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural
e da relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alternativa correta.
a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta
relaciona-se ao fato de que a música se tornou um produto de consumo, encobrindo
seu poder crítico.
7. "A indústria cultural, com suas vantagens e desvantagens, pode ser caracterizada
pela transformação da cultura em mercadoria, com produção em série e de baixo
custo, para que todos possam ter acesso. É uma indústria como qualquer outra, que
deseja o lucro e que trabalha para conquistar o seu cliente, vendendo imagens,
seduzindo o seu público a ter necessidades que antes não tinham”.
b) A indústria Cultural é responsável por criar no indivíduo necessidades que ele
não tinha e transformar a cultura em mercadoria.
c) A Indústria Cultural não influência nas necessidades do indivíduo com a sua
produção em série e de baixo custo.
d) A indústria cultural faz com que o indivíduo reflita sobre o que necessita, não
desejando lucro.
GABARITO
1. E
2. B
3. D
4. D
5. B
6. A
7. B
18. Filosofia Contemporânea
Macrofísica do poder: quando o poder que era exercido em grande escala, e que
tinha um único governante que possuía tal autoridade para exercer as atividades.
Ele também vai trazer uma nova interpretação para o conceito de “família”,
baseadas nas mudanças sociais que estavam ocorrendo na época, além de fazer
uma intensa crítica ao consumismo e as suas consequências que teve na
sociedade, e acarretou em indivíduos mais fragilizados e individualizados.
Materiais complementares:
Lista de Exercícios
1. (ENEM 2010) A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos
primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das
conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades
incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que
agonizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins
Fontes. 1999
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao
poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das
leis na organização das sociedades modernas é
C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma
nação.
D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países
inimigos.
Disponível em:
<https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/zygmunt-bauman-o-pensamento-do
-sociologo-damodernidade-liquida.htm>. Acesso em: 8 abr.2017.
A) “efemeridades”.
B) “pós-modernos”.
C) “hipermodernos”.
A) Os filósofos, a partir do século XVIII, passam a considerar que os humanos não
diferem da natureza.
B) Para muitos historiadores, o ponto de ação que demarca a instituição da cultura é
o trabalho do homem. Mas assim como os filósofos (e antropólogos) incluem as
categorias: pensamento, linguagem e ação voluntária.
D) A diferença entre homem e natureza, que dá origem à cultura, surge com a lei da
proibição do incesto, lei existente entre os animais.
E) Os seres humanos dão sentido à sexualidade: ela não é apenas a satisfação
imediata de uma necessidade biológica.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.
a) declínio cultural.
C) A partir de uma ação reflexiva sobre seus valores estéticos e físicos.
GABARITO
1. E
2. D
3. E
4. E
5. E