Leonardo Garcia
Ighor Fernando Rocha Galvão
Roberval Rocha Coordenação e pesquisa de jurisprudência
Caderno de Treino
Magistratura estadual
JUIZ DE DIREITO
Edital Sistematizado com Questões e Jurisprudência
7a
edição
Revista, atualizada
e ampliada
2021
A tabela abaixo indica os concursos ocorridos nos últimos anos, por estado, e a respec-
Tabela 1
2020 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011
PR Cespe Cespe PUCPR UFPR UFPR PUCPR
SC Cespe FCC FCC TJ
RS Vunesp Faurgs Officium
ES Cespe
Consul-
Fundep Vunesp
MG plan
RJ Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp
SP Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp Vunesp
DF Cespe Cespe Cespe TJ TJ
GO FCC FCC
MS FCC Vunesp PUCPR
MT Vunesp FMP
AL FCC
BA Cespe Cespe
CE Cespe FCC Cespe
MA Cespe
PB Cespe Cespe
PE FCC FCC FCC
PI FCC Cespe
RN Cespe
SE FCC
AC Vunesp Cespe
AM Cespe FGV
AP FCC
PA Cespe Vunesp Cespe
RO Vunesp PUCPR
RR FCC
TO
ORGANIZADORA CONCURSOS
Cespe 20
Consulplan 1
Faurgs 1
FCC 14
FGV 1
FMP 1
Fundep 1
Officium 1
PUCPR 4
UFPR 2
Vunesp 19
Próprio TJ 3
TOTAL 68
3. DIREITO DO CONSUMIDOR
ASSUNTOS QUESTÕES %
1. Disposições Gerais 15 7,5%
2. Da Política Nacional de Relações de Consumo 1 0,5%
3. Dos Direitos Básicos do Consumidor 11 5,5%
4. Da Qualidade, da Prevenção e da Reparação dos Danos 68 33,8%
5. Das Práticas Comerciais 34 16,9%
6. Da Proteção Contratual 33 16,4%
7. Das Sanções Administrativas 6 3,0%
8. Das Infrações Penais 4 2,0%
9. Da Defesa do Consumidor em Juízo 21 10,4%
10. Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor 4 2,0%
11. Temas Esparsos 4 2,0%
TOTAL 201 100%
4. DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ASSUNTOS QUESTÕES %
1. Das Normas Processuais Civis 6 2,5%
2. Da Função Jurisdicional 19 7,9%
3. Dos Sujeitos do Processo 27 11,2%
4. Dos Atos Processuais 18 7,5%
5. Da Tutela Provisória 11 4,6%
6. Da Formação, da Suspensão e da Extinção do Processo 1 0,4%
7. Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença 84 34,9%
8. Do Processo de Execução 11 4,6%
9. Dos Processos nos Tribunais... 34 14,1%
10. Disposições Finais e Transitórias 1 0,4%
11. Leis Especiais 18 7,5%
12. Teoria e Princípios 11 4,6%
TOTAL 241 100%
5. DIREITO CONSTITUCIONAL
ASSUNTOS QUESTÕES %
1. Dos Princípios Fundamentais 2 0,7%
2. Dos Direitos e Garantias Fundamentais 24 8,2%
3. Da Organização do Estado 25 8,6%
4. Da Organização dos Poderes 67 23,0%
5. Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 5 1,7%
6. Da Tributação e do Orçamento 4 1,4%
7. Da Ordem Econômica e Financeira 20 6,9%
▂▃▄▅▆▇█
MUITO ALTO
1. DAS PESSOAS registro. Sendo unilateral a adoção, e sempre que se preserve o vínculo originário
com um dos genitores, deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou da
mãe natural pelo nome do pai ou da mãe adotivos.
1.1. Das Pessoas Naturais
CJF Civil 397. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está
sujeita a desconstituição por vício de vontade.
SÚMULAS
CJF Civil 530. A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da
Súmula 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano
STJ Criança e do Adolescente.
moral.
2) Dos Direitos da Personalidade
STJ Súmula 403. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. CJF Civil 4. O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação volun-
tária, desde que não seja permanente nem geral.
REPERCUSSÃO & REPETITIVOS CJF Civil 5. (1) As disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se inclusive às
situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade
STF Repercussão Geral 761. O transgênero tem direito fundamental subjetivo à para requerer as medidas nele estabelecidas; (2) As disposições do art. 20 do novo
alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos
exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação
poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via ad- que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser
ministrativa; essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12.
vedada a inclusão do termo “transgênero”; nas certidões do registro não constará CJF Civil 6. A expressão “exigência médica”, contida no art. 13, refere-se tanto ao
nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente.
inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judi-
CJF Civil 139. Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não
cial; efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar
especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito
de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos
de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.
para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes,
os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. RE 670422, 15.8.2018. CJF Civil 140. A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de
tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo
Civil, devendo ser interpretada com resultado extensivo.
ENUNCIADOS CJF
CJF Civil 274. Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaustiva
pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana,
1) Da Personalidade e da Capacidade contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana).
Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se
CJF Civil 1. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no
aplicar a técnica da ponderação.
que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.
CJF Civil 275. O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único, e 20,
Civil 2. Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 2º
CJF parágrafo único, do Código Civil também compreende o companheiro.
do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética
CJF Civil 276. O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por
humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio.
exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com
CJF Civil 3. A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente
18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.
situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações
CJF Civil 277. O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita
similares de proteção, previstas em legislação especial.
do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte,
CJF Civil 272. Não é admitida em nosso ordenamento jurídico a adoção por ato determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece
extrajudicial, sendo indispensável a atuação jurisdicional, inclusive para a adoção sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97
de maiores de dezoito anos. ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.
CJF Civil 273. Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se CJF Civil 278. A publicidade que venha a divulgar, sem autorização, qualidades
preserva o vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo
cancelamento do registro originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo capaz de identificá-la, constitui violação a direito da personalidade.
CJF Civil 279. A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses legal obrigatória. Art. 10, II, do Código Civil. A averbação de sentença proferida em
constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso ação negatória de filiação não consubstancia, em si, um direito subjetivo autôno-
à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta mo das partes litigantes, tampouco se confunde com o direito personalíssimo ali
a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes discutido. RMS 56.941, 3ª T, 27.5.2020, Inf. 672.
e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), STJ Adoção. Código Civil/1916. Registro civil de nascimento do adotado. Nomes
privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações. dos ascendentes dos pais adotivos. Inclusão. Impossibilidade. O registro civil de
CJF Civil 398. As medidas previstas no art. 12, parágrafo único, do Código Civil nascimento de pessoa adotada sob a égide do Código Civil/1916 não pode ser alterado
podem ser invocadas por qualquer uma das pessoas ali mencionadas de forma para a inclusão dos nomes dos ascendentes dos pais adotivos. REsp 1.232.387, 4ª
concorrente e autônoma. T, 28.2.2020, Inf. 666.
CJF Civil 399. Os poderes conferidos aos legitimados para a tutela “post mortem”
dos direitos da personalidade, nos termos dos arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo QUESTÕES DISCURSIVAS
único, do CC, não compreendem a faculdade de limitação voluntária.
CJF Civil 400. Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legitimidade, por 1. (Cespe/TJ/PR/Juiz/2019) João, divorciado, passou a conviver
direito próprio, aos parentes, cônjuge ou companheiro para a tutela contra a lesão em união estável com Larissa em 2010. João tem dois filhos,
perpetrada “post mortem”. maiores de idade, advindos de casamento anterior. No final do
CJF Civil 401. Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de direitos de uso ano de 2015, João e Larissa compareceram em cartório e firma-
de material biológico para fins de pesquisa científica, desde que a manifestação ram escritura pública de reconhecimento de união estável. No
de vontade tenha sido livre e esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, início do ano de 2015, João havia passado a apresentar sintomas
conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos similares aos apresentados por portadores do mal de Alzheimer.
fundamentais. Em julho de 2015, esses sintomas se agravaram: João começou a
CJF Civil 402. O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no consentimento não reconhecer pessoas da família, mostrando-se também confuso
informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a doação de quanto a datas e fatos recentes. Diante dessa situação, Larissa o
medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica levou para uma consulta médica no referido mês, ocasião em que
dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do ECA. foi constatada pelo médico a doença de Alzheimer em João. João
CJF Civil 403. O direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto era sócio majoritário da empresa X Ltda., constituída em 2005,
no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a e extraía dessa empresa sua fonte de sustento e de sua família.
tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em Em setembro de 2016, Larissa, valendo-se de uma procuração
razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: lavrada por escritura pública e sem prazo determinado outorgada
a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; a ela por João no início da convivência entre eles, promoveu, por
b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga instrumento público, a cessão gratuita das cotas sociais de João
respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. a Janete, irmã de Larissa. Em março de 2017, um outro médico
CJF Civil 404. A tutela da privacidade da pessoa humana compreende os controles atestou que, de fato, João apresentava mal de Alzheimer. Com
espacial, contextual e temporal dos próprios dados, sendo necessário seu expresso base nesse atestado, Larissa ajuizou, nesse mês, ação de interdição
consentimento para tratamento de informações que versem especialmente o estado e foi nomeada sua curadora provisória, em decisão liminar. No
de saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, decorrer do processo, foi produzida prova pericial para avaliar a
filosóficas e políticas. capacidade de João para praticar atos da vida civil e foi expedido
CJF Civil 405. As informações genéticas são parte da vida privada e não podem ser laudo pericial que constatou o estado físico-psíquico de João, de
utilizadas para fins diversos daqueles que motivaram seu armazenamento, registro fato acometido pelo mal de Alzheimer. Nesse mesmo processo, o
ou uso, salvo com autorização do titular. Ministério Público, em parecer, opinou pela intimação da reque-
CJF Civil 531. A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação rente para emendar a petição inicial, sugerindo que o pedido fosse
inclui o direito ao esquecimento. alterado de modo a contemplar forma mais branda de proteção
CJF Civil 532. É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos à pessoa de João, haja vista sua condição de saúde. Esse parecer
exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil. não foi acolhido pelo magistrado; em julho de 2017, foi proferida
CJF Civil 533. O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos
sentença que confirmou a decisão liminar e decretou a interdição.
concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato Tal decisão transitou em julgado no mesmo mês. Em agosto de
ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos 2017, os filhos de João tomaram conhecimento da referida cessão
cirúrgicos que não possam ser interrompidos. das cotas e ajuizaram uma ação anulatória com vistas a invalidar
todos os atos civis praticados por João a partir de 2015, quando
CJF Civil 576. O direito ao esquecimento pode ser assegurado por tutela judicial
inibitória.
os sintomas da doença foram percebidos, baseando o pedido na
alegação da incapacidade de João em virtude da doença. Ao longo
CJF Civil 613. A liberdade de expressão não goza de posição preferencial em relação
do processo, foi produzida prova suficiente para deixar inequívoca
aos direitos da personalidade no ordenamento jurídico brasileiro.
a incapacidade de João desde 2015; no entanto, o pedido dos
filhos de João foi julgado totalmente improcedente pelo juiz, que
3) Da Ausência
baseou sua sentença no entendimento do STJ de que a sentença de
CJF Civil 97. No que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que interdição tem natureza constitutiva e opera efeitos “ex nunc”. O
se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve magistrado entendeu que a incapacidade de João teve início com
o companheirismo, como por exemplo na hipótese de nomeação de curador dos o trânsito em julgado da sentença de interdição e que, por essa
bens do ausente (art. 25 do Código Civil). razão, João era juridicamente capaz tanto no momento do reconhe-
CJF Civil 614. Os efeitos patrimoniais da presunção de morte posterior à declaração cimento da união estável quanto da cessão das cotas. Considerando
da ausência são aplicáveis aos casos do art. 7º, de modo que, se o presumivelmente essa situação hipotética, redija um texto dissertativo atendendo ao
morto reaparecer nos dez anos seguintes à abertura da sucessão, receberá igual- que se pede nos itens “a” e “b” e respondendo ao questionamento
mente os bens existentes no estado em que se acharem. do item “c”: (a) Comente, de forma fundamentada, o parecer do
Ministério Público mencionado no texto, indicando os institutos
INFORMATIVOS protetivos existentes no ordenamento jurídico brasileiro, fazendo
a distinção entre esses institutos e citando a legislação aplicável e
STJ Ação negatória de filiação. Sentença de procedência transitada em julgado. as alterações que provocam no regime jurídico da capacidade civil.
Averbação. Direito subjetivo e personalíssimo. Não caracterização. Consequência (b) Explicite os efeitos jurídicos da sentença de interdição sobre a
capacidade civil de João, abordando também sua eficácia no plano venda depositado judicialmente até a conclusão da sucessão
temporal. (c) Considerando-se a prova produzida nos autos e a definitiva.
jurisprudência do STJ, a sentença proferida na ação anulatória b) para se imitirem na posse das casas, os filhos de Luciano pre-
está correta? Justifique sua resposta, observando a natureza diversa cisarão dar garantia da sua restituição, no equivalente aos seus
dos atos praticados (reconhecimento da união estável e escritura respectivos quinhões.
pública de cessão de cotas). c) os imóveis de Luciano não poderão ser alienados em nenhu-
ma hipótese, sendo passíveis, no entanto, de desapropriação.
QUESTÕES OBJETIVAS d) os filhos de Luciano serão obrigados a capitalizar todos os fru-
tos dos bens dele nos quais forem empossados, cabendo-lhes
prestar contas anualmente ao Ministério Público.
1. (Cespe/TJ/PR/Juiz/2019) Conforme os direitos da personali-
dade, a disposição do próprio corpo é e) uma vez empossados nos seus bens, os filhos de Luciano fica-
rão o representando ativa e passivamente, de modo que contra
a) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda eles correrão as ações pendentes e futuras movidas em face do
que implique em diminuição da integridade física. ausente.
b) proibida para fins de transplante, ainda que a disposição seja
parcial. 5. (Cespe/TJ/AM/Juiz/2016) Assinale a opção correta a respeito
c) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gra- da pessoa natural e da pessoa jurídica:
tuita. a) será tido como inexistente o ato praticado por pessoa absolu-
d) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos. tamente incapaz sem a devida representação legal.
b) pelo critério da idade, crianças são consideradas absolutamen-
2. (FCC/TJ/AL/Juiz/2019) Alessandra, atualmente com 17 anos te incapazes e adolescentes, relativamente incapazes.
de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma c) as fundações são entidades de direito privado e se caracteri-
permanente, de exprimir sua vontade. Para o Código Civil, ela zam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem fins
a) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da não econômicos.
vida civil, e permanecerá nessa condição mesmo depois de d) para se adquirir a capacidade civil plena, é necessário alcançar
completar 18 anos. a maioridade civil, mas é possível que, ainda que maior de
b) não é incapaz, absoluta ou relativamente, de exercer pessoal- dezoito anos, a pessoa natural seja incapaz de exercer pessoal-
mente os atos da vida civil. mente os atos da vida civil.
c) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os e) o reconhecimento da morte presumida, quando for extrema-
exercer, e permanecerá nessa condição mesmo depois de com- mente provável a morte de quem estava com a vida sob risco,
pletar 18 anos. independe da declaração da ausência.
d) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da
vida civil, mas deixará de sê-lo ao completar 18 anos. 6. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Acerca das pessoas naturais, assina-
e) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exer- le a opção correta:
cer, mas deixará de sê-lo ao completar 18 anos. a) a emancipação voluntária depende de decisão judicial e de
averbação no cartório do registro civil do lugar onde estiver
3. (Cespe/TJ/PA/Juiz/2019) De acordo com o Código Civil, registrada a pessoa emancipada.
devem ser averbados em registro público b) a comoriência é a presunção de simultaneidade de óbitos e o
I. os casamentos, as sentenças que declararem sua nulidade e as seu reconhecimento depende da demonstração de que os co-
sentenças que decretarem o divórcio. morientes faleceram nas mesmas condições de tempo e local,
não se podendo comprovar qual morte precedeu às demais.
II. os atos judiciais que declararem ou reconhecerem filiação.
c) o registro civil das pessoas naturais é obrigatório e tem natu-
III. os atos extrajudiciais que declararem ou reconhecerem filia-
reza constitutiva.
ção.
d) a legislação civil brasileira admite o reconhecimento de morte
IV. as emancipações por sentença do juiz.
sem a existência de cadáver e sem a necessidade de declaração
Estão certos apenas os itens de ausência.
a) I e II. e) os menores de dezesseis anos são absolutamente incapazes,
b) I e IV. de fato e de direito, e, mesmo que representados, não têm
c) II e III. legitimação para determinados atos.
d) I, III e IV
e) II, III e IV. 7. (Vunesp/TJ/SP/Juiz/2015) No que tange aos direitos da per-
sonalidade, assinale a alternativa correta:
4. (FCC/TJ/AL/Juiz/2019) Luciano, proprietário de duas casas, a) a transmissão da palavra de determinada pessoa poderá, sem-
desapareceu do seu domicílio sem deixar testamento, represen- pre e em qualquer circunstância, ser proibida a seu reque-
tante ou procurador para administrar-lhe os bens. À falta de rimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
notícia de Luciano, o Juiz, a requerimento do Ministério Público, atingir a honra ou se destinada a fins comerciais.
declarou sua ausência e nomeou-lhe curador, que arrecadou seus b) o pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se
bens. Decorrido um ano da arrecadação dos bens, deferiu-se, a dá ao nome.
pedido dos filhos de Luciano, seus únicos herdeiros, a abertura da c) a proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente
sucessão provisória. Nesse caso: às pessoas jurídicas.
a) os imóveis de Luciano deverão ser vendidos, independente- d) é garantia legal a irrestrita liberdade de disposição do próprio
mente do estado de conservação, permanecendo o produto da corpo.
8. (FCC/TJ/PI/Juiz/2015) Em se tratando de morto, para exigir CJF Civil 144. A relação das pessoas jurídicas de Direito Privado, constante do art.
que cesse a ameaça ou a lesão a direito da personalidade, e recla- 44, incs. I a V, do Código Civil, não é exaustiva.
mar perdas e danos: CJF Civil 145. O art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência.
a) terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os parentes afins CJF Civil 146. Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de
na linha reta e os parentes na linha colateral sem limitação de desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade
grau. social ou confusão patrimonial). (Este Enunciado não prejudica o enunciado n. 7).
b) não há legitimado, porque essa ação é personalíssima. CJF Civil 280. Por força do art. 44, § 2º, consideram-se aplicáveis às sociedades
c) somente o Ministério Público terá legitimação, porque a mor- reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às limitadas, os arts. 57 e 60, nos
te extingue os vínculos de afinidade e de parentesco. seguintes termos: a) Em havendo previsão contratual, é possível aos sócios deliberar
d) terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente a exclusão de sócio por justa causa, pela via extrajudicial, cabendo ao contrato dis-
em linha reta ou colateral até o quarto grau. ciplinar o procedimento de exclusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação
e) terão legitimação somente o cônjuge ou companheiro sobre- analógica do art. 1.085; b) As deliberações sociais poderão ser convocadas pela
iniciativa de sócios que representem 1/5 (um quinto) do capital social, na omissão
vivente e os parentes em linha reta.
do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese de criação, pelo contrato, de outros
órgãos de deliberação colegiada.
9. (FCC/TJ/SC/Juiz/2017) “De nossa parte, lembramos ainda a
já afirmada função identificadora do pseudônimo, relativamente CJF Civil 281. A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código
à esfera de ação em que é usado, o que, sem dúvida, é um traço Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.
distintivo do falso nome, que, evidentemente, embora, em certas CJF Civil 282. O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só,
circunstâncias, possa vir também a exercer papel semelhante, não não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica.
é usado com essa finalidade, senão com a de frustrar qualquer CJF Civil 283. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada
possibilidade de identificação” (R. Limongi França. Do Nome “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar
Civil das Pessoas Naturais. p. 542. 3. ed. São Paulo. Revista dos ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.
Tribunais, 1975). Essa afirmação é: CJF Civil 284. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins
a) compatível com o direito brasileiro, em virtude de omissão da não econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.
lei a respeito da proteção de pseudônimo, apenas aplicando- CJF Civil 285. A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode
-se analogicamente a regra pertinente aos apelidos públicos ser invocada pela pessoa jurídica em seu favor.
notórios.
CJF Civil 286. Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à
b) parcialmente compatível com o direito brasileiro, que confere pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas
proteção ao pseudônimo, em qualquer atividade. titulares de tais direitos.
c) incompatível com o direito brasileiro, que só confere proteção CJF Civil 406. A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de
ao pseudônimo em atividades artísticas ou intelectuais. sociedade quando presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver
d) compatível com o direito brasileiro, porque o pseudônimo prejuízo para os credores até o limite transferido entre as sociedades.
adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao CJF Comercial 9. Quando aplicado às relações jurídicas empresariais, o art. 50 do
nome. Código Civil não pode ser interpretado analogamente ao art. 28, § 5º, do CDC ou
e) parcialmente compatível com o direito brasileiro, que não ao art. 2º, § 2º, da CLT.
distingue a proteção do nome da proteção do pseudônimo.
2) Das Associações
1.2. Das Pessoas Jurídicas
CJF Civil 280. Por força do art. 44, § 2º, consideram-se aplicáveis às sociedades
reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às limitadas, os arts. 57 e 60, nos
SÚMULAS seguintes termos: a) Em havendo previsão contratual, é possível aos sócios deliberar
STJ Súmula 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. a exclusão de sócio por justa causa, pela via extrajudicial, cabendo ao contrato dis-
ciplinar o procedimento de exclusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação
STJ Súmula 525. A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
analógica do art. 1.085; b) As deliberações sociais poderão ser convocadas pela
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os iniciativa de sócios que representem 1/5 (um quinto) do capital social, na omissão
seus direitos institucionais.
do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese de criação, pelo contrato, de outros
órgãos de deliberação colegiada.
ENUNCIADOS CJF CJF Civil 407. A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido remanescente
da associação a instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou
1) Disposições Gerais semelhantes, em face da omissão do estatuto, possui caráter subsidiário, devendo
prevalecer a vontade dos associados, desde que seja contemplada entidade que
CJF Civil 7. Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando persiga fins não econômicos.
houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios
CJF Civil 534. As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que
que nela hajam incorrido.
não haja finalidade lucrativa.
CJF Civil 51. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – “disregard
CJF Civil 577. A possibilidade de instituição de categorias de associados com vanta-
doctrine” fica positivada no novo Código Civil, mantidos os parâmetros existentes
gens especiais admite a atribuição de pesos diferenciados ao direito de voto, desde
nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema.
que isso não acarrete a sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.
CJF Civil 141. A remissão do art. 41, parágrafo único, do CC às “pessoas jurídicas de
CJF Civil 615. As associações civis podem sofrer transformação, fusão, incorporação
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado”, diz respeito às
ou cisão.
fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional.
CJF Civil 142. Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem 3) Das Fundações
natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código Civil.
CJF Civil 8. A constituição de fundação para fins científicos, educacionais ou de
CJF Civil 143. A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não
afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, parágrafo único.
a possibilidade de reexame pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a CJF Civil 9. O art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir
lei e com seus estatutos. apenas as fundações de fins lucrativos.
CJF Civil 10. Em face do princípio da especialidade, o art. 66, § 1º, deve ser inter- dólar, deixa de pagar todos os seus fornecedores, apesar de terem
pretado em sintonia com os arts. 70 e 178 da LC n. 75/93. os sócios vultoso patrimônio; iii) pessoa jurídica encerra irregular-
CJF Civil 147. A expressão “por mais de um Estado”, contida no § 2º do art. 66, mente suas atividades. Considerando a teoria da desconsideração
não exclui o Distrito Federal e os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, da personalidade jurídica, assinale a alternativa correta.
prevista no art. 66 e seus parágrafos, ao MP local isto é, dos Estados, DF e Territórios a) Somente na hipótese “iii” é possível a desconsideração, tendo
onde situadas não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas pelo em vista que o encerramento irregular, por ser um ato que
MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou ofende a lei, gera a presunção de fraude, independentemente
empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da Constituição, da intenção de causar prejuízos aos credores.
da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade. b) Na hipótese “ii”, não existe possibilidade de desconsideração
da personalidade jurídica, em razão do acolhimento da Teoria
QUESTÕES DISCURSIVAS Maior pelo Código Civil, sendo possível a desconsideração
da personalidade jurídica na situação “i”, bem como na “iii”;
2. (Faurgs/TJ/RS/Juiz/2016) Discorra sobre o nascimento e nesta última, apenas se verificada a existência de confusão
sobre o procedimento para a extinção da personalidade da pessoa patrimonial ou desvio de finalidade.
jurídica de direito privado, abordando os seguintes aspectos: (i) c) O inadimplemento, por si, é causa para a desconsideração da
a constituição da pessoa jurídica e seus principais efeitos; (ii) a personalidade jurídica, independentemente da existência de
sequência de atos necessários para a extinção da personalidade da fraude, atos que configurem confusão patrimonial ou desvio
pessoa jurídica e seus principais efeitos. de finalidade, razão pela qual somente seria possível a descon-
sideração da personalidade jurídica na situação “ii”.
3. (Officium/TJ/RS/Juiz/2012) A “disregard doctrine” tem d) É possível a desconsideração da personalidade jurídica, em
assento no direito privado e foi desenvolvida com vistas a afastar todas as situações relatadas, tendo em vista o acolhimento da
os efeitos danosos da inadimplência obrigacional. Discorra sobre Teoria Menor pelo Código Civil.
o tema, em especial: (i) histórico; (ii) teoria maior; (iii) teoria e) Em nenhuma das hipóteses é possível a desconsideração da
menor e (iv) desconsideração inversa. personalidade jurídica, conforme decorre da Teoria Maior,
expressamente acolhida pelo Código Civil, tendo em vista
QUESTÕES OBJETIVAS que não se vislumbra prejuízos aos credores na hipótese “i” e
nas demais não existe intenção fraudulenta.
10. (Cespe/TJ/PA/Juiz/2019) No direito pátrio, as hipóteses de
12. (Vunesp/TJ/RS/Juiz/2018) A respeito do tema teoria da
desconsideração da personalidade jurídica abarcam duas teses ma-
desconsideração da personalidade jurídica, o Superior Tribunal
joritariamente aceitas pela doutrina e pela jurisprudência domi-
de Justiça em muitos de seus julgados faz menção à teoria maior e
nantes. Elas se diferenciam precipuamente quanto aos requisitos
à teoria menor da desconsideração. Com base nessa informação,
para que um órgão jurisdicional possa desconsiderar a personali- assinale a alternativa correta:
dade jurídica de uma sociedade personificada, de modo a atingir
o patrimônio dos seus sócios para o pagamento de uma obrigação a) para aplicação da teoria maior da desconsideração, regra apli-
inadimplida: a primeira considera necessário que tenha ocorrido cada excepcionalmente em nosso sistema jurídico, basta a
abuso de personalidade jurídica, caracterizado por desvio de fina- comprovação da prova da insolvência da pessoa jurídica, en-
lidade ou confusão patrimonial; a segunda teoria considera que, quanto para incidência da teoria menor da desconsideração é
para a desconsideração da personalidade, basta a apresentação de preciso apenas a demonstração de confusão patrimonial.
mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de b) considera-se correta a aplicação da teoria maior da desconsi-
suas obrigações, independentemente da existência de desvio de deração, regra excepcional em nosso sistema jurídico brasi-
finalidade ou de confusão patrimonial. Considerando o entendi- leiro, com a comprovação da prova da insolvência da pessoa
mento doutrinário majoritário e a jurisprudência dominante do jurídica juntamente com o desvio de finalidade ou confusão
STJ, assinale a opção que indica, respectivamente, a denominação patrimonial. A teoria menor, por consequência, regra geral
dada à segunda teoria de que trata o texto apresentado e o ramo em nosso sistema jurídico, considera-se correta sua aplicação
do direito ao qual ela se aplica no ordenamento jurídico brasileiro apenas diante da comprovação da insolvência da pessoa jurí-
excepcionalmente. dica.
c) para incidência da teoria maior da desconsideração, regra ge-
a) teoria menor da desconsideração – direito civil
ral do sistema jurídico brasileiro, exige-se para além da prova
b) teoria menor da desconsideração – direito ambiental da insolvência, ou a demonstração de desvio de finalidade ou
c) teoria maior objetiva da desconsideração – direito civil a demonstração de confusão patrimonial. Para caracterização
d) teoria maior subjetiva da desconsideração – direito do consu- da teoria menor, por sua vez, regra excepcional, basta a prova
midor de insolvência da pessoa jurídica.
e) teoria maior objetiva da desconsideração – direito do consu- d) caracteriza-se a teoria maior da desconsideração, regra geral
midor do sistema jurídico brasileiro, com a identificação apenas do
desvio de finalidade da pessoa jurídica, ao passo que a teoria
11. (Vunesp/TJ/MT/Juiz/2018) Suponha as seguintes situações menor da desconsideração concretiza-se com a comprovação
hipotéticas: i) o marido, tendo em vista seu desejo de futuramente somente da insolvência da pessoa jurídica.
se divorciar da esposa, pretendendo excluir alguns bens adqui- e) para devida incidência da aplicação da teoria maior da descon-
ridos durante o casamento (sob o regime da comunhão parcial) sideração, regra geral do sistema jurídico brasileiro, torna-se
da meação, integraliza-os, utilizando-se de procuração outorgada necessária a comprovação da insolvência da pessoa jurídica, a
por sua esposa e sem ciência desta, de parte de seu patrimônio em demonstração do desvio de finalidade e da demonstração de
pessoa jurídica da qual é detentor de 99% do capital social (o 1% confusão patrimonial. Para a correta aplicação da teoria me-
restante é detido por seu pai); ii) sociedade limitada que, sem frau- nor, por sua vez, regra excepcional em nosso sistema jurídico,
des e em razão de dificuldades financeiras decorrentes de alta do basta a comprovação da insolvência da pessoa jurídica.
e) a personalidade jurídica da sociedade se confunde com a per- Súmula 340. Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
STF
sonalidade jurídica dos sócios, por isso o sócio pode postular demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
em nome próprio direito de entidade. STF Súmula 477. As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira,
feitas pelos Estados, autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a
14. (Cespe/TJ/DFT/Juiz/2016) No que se refere às pessoas, União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
assinale a opção correta: STF Súmula 479. As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis
a) a declaração de ausência é a condição eficiente ao recebimen- de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
to da indenização do seguro de vida da pessoa desaparecida. STF Súmula 480. Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos
b) está consolidado o entendimento, na doutrina e na jurispru- artigos 4º, IV, e 186, da Constituição Federal de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.
dência, que a oposição de consciência ou de crença pode ser STF Súmula 650. Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam ter-
exercida por representante legal de adolescente para impedir ras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.
transfusão de sangue, ainda que urgente e necessária. STJ Súmula 496. Os registros de propriedade particular de imóveis situados em
c) dentre as pessoas jurídicas de direito público interno, estão terrenos de marinha não são oponíveis à União.
as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter STJ Súmula 619. A ocupação indevida de bem público configura mera detenção,
privado que se tenha dado estrutura de direito público. de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e
d) conforme entendimento prevalente do STJ, a dissolução da benfeitorias.
sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que,
isolada, baste à desconsideração da personalidade jurídica. 2) Cláusula de Inalienabilidade/Incomunicabilidade
e) a emancipação voluntária dos pais é ato revogável, com efeitos STF Súmula 49. A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos bens.
a partir do ato de revogação.
pacífica, mediante moradia com sua família, Judas ajuizou uma b) as energias que tenham valor econômico.
ação de usucapião. É correto afirmar que a usucapião c) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para
a) não poderá ser reconhecida, tendo em vista que não decorreu nele se reempregarem.
o prazo de 15 anos da usucapião extraordinária, quando então d) os direitos reais sobre objetos móveis e as ações corresponden-
poderá ser reconhecida. tes.
b) poderá ser reconhecida, independentemente da dimensão da
área ocupada, tendo em vista que se presume o justo título 3. DOS FATOS JURÍDICOS
e boa-fé, em razão da longevidade da posse e da sua função
social. 3.1. Do Negócio Jurídico
c) poderá ser reconhecida, desde que o imóvel tenha dimensão
inferior a 250 m2 e Judas não seja proprietário de outro imó- 3.1.1. Disposições Gerais, Da Representação
vel urbano ou rural.
d) somente poderá ser reconhecida a usucapião se houver a ENUNCIADOS CJF
citação de todos os confrontantes e ausência de oposição do
loteador e da Municipalidade. CJF Civil 289. O valor de 30 salários mínimos constante no art. 108 do Código Civil
e) não poderá ser reconhecida, pois os bens públicos são impres- brasileiro, em referência à forma pública ou particular dos negócios jurídicos que
critíveis. envolvam bens imóveis, é o atribuído pelas partes contratantes e não qualquer outro
valor arbitrado pela Administração Pública com finalidade tributária.
19. (Cespe/TJ/CE/Juiz/2018) Conforme classificação doutriná- CJF Civil 409. Os negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a
ria, a herança, antes da formalização da partilha, pode ser consi- boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas
derada um bem de indivisibilidade: habitualmente adotadas entre as partes.
a) convencional e uma universalidade de fato. CJF Civil 421. Os contratos coligados devem ser interpretados segundo os critérios
hermenêuticos do Código Civil, em especial os dos arts. 112 e 113, considerada a
b) convencional e uma universalidade de direito.
sua conexão funcional.
c) legal e uma universalidade de direito.
d) legal e uma universalidade de fato.
QUESTÕES OBJETIVAS
e) natural e uma universalidade de direito.
20. (Cespe/TJ/AM/Juiz/2016) A propósito dos bens e do domi- 23. (FCC/TJ/AL/Juiz/2019) De acordo com o Código Civil, o
cílio, assinale a opção correta com fundamento nos dispositivos negócio cujo objeto, ao tempo da celebração, é impossível
legais, na doutrina e no entendimento jurisprudencial pátrio: a) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibili-
a) possuem domicílio necessário ou legal o militar, o incapaz, dade relativa.
o servidor público, a pessoa jurídica de direito privado e o b) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes
preso. de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
b) pelo princípio da gravitação jurídica, a propriedade dos bens c) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde
acessórios segue a sorte do bem principal, podendo, entretan- que ela não tenha sido criada por nenhuma das partes.
to, haver disposição em contrário pela vontade da lei ou das d) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade
partes. absoluta.
c) o atributo da fungibilidade de um bem decorre exclusivamen- e) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de
te de sua natureza. impossibilidade relativa.
d) os rendimentos são considerados produto da coisa, já que sua
extração e sua utilização não diminuem a substância do bem 24. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Acerca da interpretação dos negó-
principal. cios jurídicos e do princípio da boa-fé objetiva, assinale a opção
e) ao possuidor de boa-fé faculta-se o exercício do direito de correta:
retenção para ver-se indenizado das benfeitorias úteis e vo- a) a boa-fé objetiva limita os direitos subjetivos e constitui fonte
luptuárias, quando estas não puderem ser levantadas sem de obrigação aos contratantes, de forma a estabelecer deveres
prejuízo ao bem principal. implícitos que não estão previstos expressamente no contrato.
b) os negócios jurídicos que estabeleçam benefício devem ter
21. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2015) Assinale a opção correta com interpretação ampla.
relação a bens: c) de acordo com o Código Civil de 2002, não é permitido que
a) o entendimento sumulado pelo STF é no sentido de que, o silêncio de um dos participantes seja interpretado como
em regra, o adquirente de imóvel responde pelas benfeitorias caracterizador de concordância com o negócio.
realizadas pelo locatário. d) a boa-fé objetiva importa para a interpretação dos contratos,
b) a lei veda a instituição de bem de família por um dos cônjuges mas não pode ser fundamento para relativização da força
sem a outorga do outro. obrigatória das avenças.
c) a proteção dos bens corpóreos e dos incorpóreos pode ser e) o negócio jurídico celebrado com reserva mental de um dos
realizada por meio de tutela possessória. contratantes, com ou sem conhecimento do outro, deve ser
d) a infungibilidade de um bem pode decorrer da manifestação considerado inexistente.
de vontade da parte.
e) os produtos são acessórios produzidos com periodicidade, e 25. (FCC/TJ/AP/Juiz/2014) Consideram-se negócios jurídicos:
sua retirada não prejudica a substância da coisa principal. a) quaisquer atos jurídicos válidos.
b) o contrato de locação e a notificação que o locador fizer ao
22. (Fundep/TJ/MG/Juiz/2014) Consideram-se bens imóveis locatário, para denunciar a locação prorrogada por prazo
para os efeitos legais: indeterminado.
a) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. c) a doação e o testamento.
pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testa- lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde
mento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quin- logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do
cas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que proveito do lesionador ou do complemento do preço.
lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele CJF Civil 410. A inexperiência a que se refere o art. 157 não deve necessariamente
próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando- significar imaturidade ou desconhecimento em relação à prática de negócios jurídicos
-o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte que lhe quisessem em geral, podendo ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule contratos
dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas costumeiramente, não tenha conhecimento específico sobre o negócio em causa.
pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse
o cachorro, de lhe dar sepultura decente, em terreno próprio, que 1.4) Da Fraude Contra Credores
cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria os ossos
CJF Civil 151. O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com garantia real (art.
do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma
158, § 1º) prescinde de prévio reconhecimento judicial da insuficiência da garantia.
urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado
da casa. (Assis, Machado de. Quincas Borba. p. 25. Saraiva, 2011). CJF Civil 292. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é deter-
As exigências feitas a Rubião consubstanciam: minada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu reconhecimento
por decisão judicial.
a) termo final.
b) condição resolutiva. 2) Da Invalidade
c) condição suspensiva.
CJF Civil 13. O aspecto objetivo da convenção requer a existência do suporte fático
d) termo inicial.
no negócio a converter-se.
e) encargo.
CJF Civil 152. Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante.
28. (FMP/TJ/MT/Juiz/2014) Assinale a alternativa incorreta: CJF Civil 153. Na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é nulo, mas
a) a condição é elemento acidental do negócio jurídico e, não o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros.
obstante isso, sendo suspensiva, invalidará o ato se for origi- CJF Civil 293. Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico dissi-
nariamente impossível, uma vez que o priva de todo o efeito. mulado não decorre tão-somente do afastamento do negócio jurídico simulado,
b) a condição resolutiva impossível reputa-se não escrita. mas do necessário preenchimento de todos os requisitos substanciais e formais
de validade daquele.
c) a letra do Código Civil em vigor leva à nulidade do negócio
jurídico que contiver previsão de condições ilícitas, sejam CJF Civil 294. Sendo a simulação uma causa de nulidade do negócio jurídico, pode
resolutivas ou suspensivas. ser alegada por uma das partes contra a outra.
d) a condição logicamente incompatível com o negócio jurídi- CJF Civil 536. Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais
co gera a nulidade da cláusula condicional, permanecendo capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição.
hígido o negócio, por ser elemento meramente acidental do CJF Civil 537. A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente,
negócio jurídico. negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados
e) a condição puramente potestativa é considerada ilícita. por interesses merecedores de tutela.