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Capítulo 3: Posicionamento e oclusão dentária

I: Fatores e forças que determinam a posição dentária


• 1) Vestibulo-lingual
• 2) Interproximal
• 3) Oclusal

II: Alinhamento dentário intra-arcada


• 1) Plano de oclusão
• 2) Angulação dentária mesio-distal
◦ Curva de Spee
• 3) Angulação dentária vestibulo-lingual
◦ Curva de Wilson
• 4) Superfície oclusal e vertente de cúspide

III: Alinhamento dentário entre-arcadas


• 1) Comprimento e largura da arcada
• 2) Relação oclusal normal dos dentes posteriores
◦ Cúspides funcionais / cúspides não funcionais
• 3) Relação de contacto oclusal V-L
◦ Linha vestibuloclusal (VL)
◦ Linha linguoclusal (LO)
◦ Linha da fossa central (FC)
◦ Áreas de contacto proximal
• 4) Relação contacto oclusal M-D
◦ Contacto dos cúspides funcionais na área da fossa central
◦ Contacto dos cúspides funcionais em área da CM
• 5) Relação oclusal comum dos dentes posteriores
◦ Classes I, II e III de Angle
• 6) Relação oclusal comum dos dentes anteriores
◦ Guia anterior
• 7) Contactos oclusais durante o movimento mandibular
◦ Movimento mandibular protrusivo (protrusão): guia anterior e fenómeno de
Christensen
◦ Movimento mandibular latero-retrusivo (lateralidade): guia canina e função de
grupo

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I: Fatores e forças que determinam a posição dentária
• Vestibulo-lingual,
• Interproximal,
• Oclusal.

1.1) Vestibulo-lingual
• Quando erupcionam, os dentes são levados para posições em que forças opostas se
encontram em equilíbrio.
◦ Musculatura circundante: lábios e bochechas /língua.
• Posição ou Espaço neutro – posição dentária em que as forças VL e LV estão em equilíbrio
→ posição de estabilidade dentária.

Ex: deglutição atipica


• Língua projetada para a frente, entre dentes.
• Força da lingua não igualada pela força de lábios e bochechas = vestibularização dentária.
• Se, corrige o padrão de deglutição: as forças musculares dos lábios e bochechas podem
mover os dentes para lingual até que atinjam uma posição mais normal, em equilíbrio com
as forças da língua.

• Posição de repouso
• EQULIBRIO
• Forças intra-orais
• Forças extra-orais

Ex: hábitos de pressão anormal


• Mordida constante de um cachimbo.
◦ Pode alterar a posição de um dente.
• Bucal de um instrumento musical de sopro.
◦ Pode gerar forças sobre as faces linguais, resultando em projeção dentária.
→ Quando se detectam posições dentárias anormais é fundamental questionar sobre
este tipo de hábitos – sucesso do tratamento.

1.2) Interproximal
Ex: cárie interproximal; extração
• O contacto proximal entre dentes adjacentes ajuda a manter o alinhamento.
• Durante a mastigação há movimentos vestibulo-linguais e verticais → desgaste da áreas de
contacto (interproximais) →deslocamento mesial.
◦ Resposta funcional do osso alveolar e fibras gengivais.

1.3) Oclusal
Ex: perda de parte da face oclusal (cárie); extração
• O contacto oclusal ajuda a estabilizar o alinhamento dentário – impede a extrusão dentária.
• Sempre que a boca fecha e há contacto dentário.
◦ Padrão de contacto oclusal reforça e mantém a posição de cada dente.

II: Alinhamento dentário intra-arcada


• Plano de oclusão,
• Angulação dentária mesio-distal → Curva de Spee,

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• Angulação dentária vestibulo-lingual → Curva de Wilson,
• Superfície oclusal e vertente de cúspide.

2.1) Plano de oclusão


• Plano estabelecido se:
◦ Linha que passa nas cúspides vestibulares e bordos incisais dos dentes inferiores
passasse a um plano incluindo também as cúspides linguais e ainda as cúspides linguais
e vestibulares do lado oposto.

• Plano cuja curvatura permite a utilização máxima dos contactos dos dentes durante a função.
◦ A maior parte dos movimentos mandibulares é determinada pelas duas ATM’s, cujos
movimentos funcionais simultâneos são frequentemente distintos e complexos – centros
de rotação deslocam-se.
◦ Um plano oclusal plano não permitiria contacto funcional simultâneo em mais do que
uma área da arcada.
◦ A curvatura do plano oclusal resulta do facto dos dentes serem posicionados na arcada
com diferentes graus de inclinação.

2.2) Angulação dentária mesio-distal


• Angulação do eixo axial (longo eixo dentário) com o osso alveolar.
• Diferente no maxilar superior e no maxilar inferior.

a) Na arcada inferior
• Todos os dentes se inclinam mesialmente,
• 2º e 3º molares mais inclinados do que os PM.

b) Na arcada superior
• Os dentes anteriores inclinam-se mesialmente,
• A maior parte dos dentes posteriores inclinam-se distalmente.

c) Curva de Spee
• Curvatura das arcadas dentários descrita pela primeira vez por Von Spee em 1890.

• Linha curva no sentido antero-posterior que passa na ponta de cúspides vestibulares dos
dentes posteriores e cúspide dos caninos.
• Côncava, no maxilar inferior.
• Convexa, no maxilar superior.
• Combinam quando as arcadas dentárias são colocadas em oclusão.

2.3) Angulação dentária vestibulo-lingual


a) Na arcada superior
• Geralmente os dentes posteriores têm ligeira inclinação vestibular.

b) Na arcada inferior
• Os dentes posteriores têm ligeira inclinação lingual.

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c) Curva de Wilson
• Curvatura das arcadas dentários, em vista frontal, descrita pela primeira vez por Wilson G.
H em 1911.

• Plano curvo que acompanha o plano de oclusão e passa pelas cúspides vestibulares e
linguais dos dentes posteriores direito e esquerdo.
• Quanto mais acentuada a curva de Wilson, mais inclinado para a lingual estará o plano
oclusal dos molares inferiores, estando as cúspides vestibulares dos molares mais altas em
relação às cúspides linguais.
• Côncava na arcada inferior.
◦ Dentes posteriores têm uma inclinação ligeiramente lingual.
• Convexa na arcada superior.
◦ Os dentes posteriores no arco superior têm uma inclinação ligeiramente vestibular.
• Combinam quando as arcadas dentárias são colocadas em oclusão.

2.4) Superfície oclusal


• Constituída por cúspides, sulcos e reentrâncias - durante a função, estes elementos permitem
a divisão do alimento e a mistura com a saliva.

• Mesa oclusal:
◦ Área do dente entre as pontas da cúspide vestibular e lingual dos dentes posteriores.
◦ Área sobre a qual são aplicada as principais forças da mastigação.
◦ Posicionada sobre o longo eixo da raiz dentária.

• Aspeto externo: área oclusal fora das cúspides.


• Os aspetos internos e externos dos dentes são constituídos por vertentes – estendem-se a
partir das pontas das cúspides até às áreas da fossa central ou até à altura do contorno das
superfícies lingual e vestibular do dente.

• Vertente interna / vertente externa – são identificadas pela descrição da cúspide da qual
fazem parte.

2.5) Vertente de cúspide


• As vertentes de cúspide também são identificadas em relação à superfície em direção à qual
se dirigem (mesial ou distal).
• Vertente mesial / vertente distal.
• Superfícies com inclinação mesial: vertente mesial.
• Superfícies com inclinação distal: vertente distal.

III: Alinhamento dentário entre-arcadas


• Comprimento e largura da arcada,
• Relação oclusal normal dos dentes posteriores,
◦ Cúspides funcionais / cúspides não funcionais.
• Relação de contacto oclusal V-L,
◦ Linha vestibuloclusal (VL), linha linguoclusal (LO), linha da fossa central (FC) e áreas

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de contacto proximal.
• Relação contacto oclusal M-D,
◦ Contacto dos cúspides funcionais na área da fossa central,
◦ Contacto dos cúspides funcionais em área da CM.
• Relação oclusal comum dos dentes posteriores: classes I, II e III de Angle.
• Relação oclusal comum dos dentes anteriores: guia anterior.
• Contactos oclusais durante o movimento mandibular,
◦ Movimento mandibular protrusivo (protrusão),
▪ Guia anterior e fenómeno de Christensen.
◦ Movimento mandibular latero-retrusivo (lateralidade),
▪ Guia canina e função de grupo.

3.1) Comprimento e largura da arcada


a) Comprimento da arcada
• Distância de uma linha estendida a partir da face distal do 3° molar e que corre mesialmente,
por todas as áreas de contacto de toda a arcada, e termina na face distal do 3° molar do lado
oposto.

b) Largura da arcada
• Distância de uma linha estendida da face vestibular do 1° molar até à face vestibular do 1°
molar contra-lateral.
• A largura da arcada superior e maior do que a inferior.

3.2) Relação oclusal normal dos dentes posteriores


• Cúspides vestibulares mandibulares ocluem ao longo das áreas das fossas centrais dos
dentes maxilares.
• Cúspides palatinas maxilares ocluem ao longo das áreas das fossas centrais dos dentes
mandibulares.

a) Proteção aos tecidos moles


• As cúspides vestibulares maxilares evitam que a mucosa da bochecha a dos lábios penetre
entre as faces oclusais durante a função.
• As cúspides linguais mandibulares ajudam a manter o contacto da língua com as faces
linguais, não penetrando entre as faces oclusais.

b) Relação oclusal anormal dos dentes posteriores


• Ex: mordida cruzada.
• As cúspides vestibulares maxilares a as cúspides linguais mandibulares ocluem ao longo das
áreas das fossas centrais opostas.

c) Cúspides funcionais
• Cúspides funcionais (de suporte, cêntricas ou de trabalho):
◦ Cúspides vestibulares inferiores,
◦ Cúspides palatinas superiores.
• Responsáveis pela manutenção da distância entre a maxila e mandíbula – DVO.
• Papel importante na mastigação – o contacto ocorre nos aspetos internos e externos das
cúspides.
• Amplas e arredondadas.

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• Em vista oclusal: as suas pontas localizam-se aproximadamente a 1/3 da largura total V-L do
dente.

d) Dimensão Vertical da Oclusão (DVO)


• Distância entre dois pontos distintos, na maxila e na mandíbula, localizados na linha média
(ex: gnation e espinha nasal anterior) quando os dentes estão em intercuspidação.

e) Dimensão Vertical de Repouso (DVR)


• Distância entre os mesmos dois pontos quando a mandíbula se encontra na posição
fisiológica de repouso.

f) Cúspides não-funcionais
• Cúspides não-funcionais (guia, não-cêntrica, de não-trabalho):
◦ Cúspides vestibulares superiores,
◦ Cúspides linguais inferiores.
• Relativamente pontiagudas.
• Em vista oclusal: as suas pontas localizam-se em cerca de 1/6 da largura total V-L do dente.
• Pequena área que pode ter significado funcional – na vertente interna destas cúspides,
próxima da fossa central (contacta uma pequena porção do aspeto funcional externo da
cúspide funcional oposta) – cúspides cortantes.

g) Cúspides funcionais / Cúspides não-funcionais


• Há uma área em cada cúspides de trabalho que pode funcionar contra a vertente interna da
cúspide de não-trabalho – aspeto funcional externo (AFE).

h) Papel principal das cúspides não-funcionais


1. Minimizar lesão nos tecidos moles et manter o bolo alimentar na mesa oclusal (mastigação).
2. Proporcionar estabilidade à mandíbula de foram que, quando as dentes estão em oclusão,
resulte uma relação oclusal definida e próxima – Intercuspidação.

• Quando a mandíbula se movimenta lateralmente a partir da intercuspidação → estas


cúspides contactam e guiam.
• Quando a mandíbula fecha → estas cúspides terminam os contactos de guia → informação
ao sistema neuromuscular (controlo da força da mastigação).

3.3) Relação de contacto oclusal V-L


Características das arcadas dentárias
• 1) Linha vestibuloclusal (VO) – linha imaginária traçada através de todas as pontas
das cúspides vestibulares dos dentes posteriores mandibulares.
◦ Revela a forma geral da arcada.
◦ Representa a transição entre os aspetos interno e externo das cúspides vestibulares
mandibulares.
• 2) Linha linguoclusal (LO) - linha imaginária traçada através de todas as pontas das
cúspides linguais dos dentes posteriores maxilares.
◦ Revela a forma geral da arcada.
◦ Representa a transição entre os aspetos interno e externo das cúspides palatinas
maxilares.
• 3) Linha da fossa central (FC) - linha imaginária traçada através das fossas centrais
dos dentes posteriores maxilares e mandibulares.

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◦ Revela a forma geral da arcada.

• As áreas de contacto proximal estão localizadas ligeiramente para vestibular da linha FC.
→ Área de ameia vestibular menos.
→ Área de ameia lingual maior.
• Durante a função: a ameia age como a principal área de escape para o alimento mastigado
→ língua → mesa oclusal.

3.4) Relação contacto oclusal M-D


• Os contactos oclusais ocorrem quando as cúspides funcionais contactam a linha FC
oposta.
• Estas cúspides contactam numa de duas áreas:
1. Área da fossa central,
2. Áreas da crista marginal ou áreas de ameias

Contactos das cúspides funcionais na área da fossa central


• Há contacto de duas superfícies curvas, deixando áreas livres de contacto – áreas de escape
do alimento que está a ser asmagado.
• Conforme a mandíbula alterna durante a mastigação, contacta diferentes áreas, cría
diferentes áreas de escape.

Contactos das cúspides funcionais em áreas da CM


• Cristas marginais – áreas ligeiramente elevadas e convexas nos bordos mesial e distal das
superfícies oclusais ; unem-se com superfície interproximal do dente.
• Cúspide (convexa) contacta superfície plana e penetra facilmente na alimento, criando áreas
de escape em todas as direções.
• Conforme a mandíbula se move, a área de contacto muda, aumentando a eficácia da
mastigação.

• Relacionamento normal entre-arcada, lateralmente:


◦ Cada dente oclui com dois dentes apostos exceções:
▪ Incisivos centrais inferiores,
▪ Terceiros molars superiores.

• Relação 1 dente para 2 dentes:


◦ Correspondente na arcada aposta + um dente adjacente.
◦ Ajuda a distribuir as forças oclusais pelos vários dentes.

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◦ Ajuda a manter a integridade da arcada (es: perda dentária), devido à manutenção dos
contactos oclusais nos dentes remanescentes.

• Numa relação normal os dentes inferiores posicionam-se ligeiramente para lingual dos
seus antagonistas.

3.5) Relação oclusal comum dos dentes posteriores


a) Classe I de Angle
• Características:
1. Cúspide mesio-vestibular do 1° molar inferior oclui na área da ameia entre o 2°
premolar e o 1° molar superiores.
2. Cúspide mesio-vestibular do 1° molar superior está alinhada com o sulco
vestibular do 1° molar inferior.
3. Cúspide mesio-palatina do 1° molar superior está situada na área da fossa central do
1° molar inferior.

• Cada dente inferior oclui com o seu antagonista e com o dente mesial adjacente.
• Contacto molares – cúspide/fossa ; cúspide/crista marginal.
• Contacto oclusal na área das cristas marginais:
◦ Cúspide / 2 cristas marginais adjacentes (2 contactos).
◦ Cúspide / 1 crista marginal.

b) Classe II de Angle (de 1 PM)


• Características:
1. Cúspide mesio-vestibular do 1° molar inferior oclui na área central do 1° molar
superior.
2. Cúspide mesio-vestibular do 1° molar inferior está alinhada com o sulco vestibular
do 1° molar superior.
3. Cúspide disto-lingual do 1° molar superior oclui na área da fossa central do 1° molar
inferior.

• O 1° molar permanente mandibular localiza-se para distal em relação à Classe I.

c) Classe III de Angle (de 1 PM)


• Características:
◦ Cúspide disto-vestibular do 1° molar inferior está situada na área da ameia entre o 2°
premolar e 1° molar superiores.
◦ Cúspide mesio-vestibular do 1° molar superior está situada na área da ameia entre o 1° e
2° molares inferiores.
◦ Cúspide mesio-palatina do 1° molar superior oclui na fossa mesial do 2° molar inferior.

• O 1° molar permanente mandibular localiza-se para mesial em relação à Classe I.

d) Resumo das Classes de Angle


• Classe I: Cúspide MV do 1° M superior oclui no sulco vestibular do 1° M inferior
(oclusão normal).
• Classe II: Sulco vestibular do 1° M inferior está em posição distal em relação à cúspide
MV do 1° M superior.
• Classe III: Sulco vestibular do 1° M inferior está em posição mesial em relação à

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cúspide MV do 1° M superior.

3.6) Relação oclusal comum dos dentes anteriores


• Dentes anteriores superiores posicionam-se para vestibular dos dentes inferiores.
• Todos os dentes anteriores superiores têm inclinação vestivular (12-28°).
• Bordos incisivos dos incisivos mandibulares contactam as superfícies palatinas dos incisivos
superiores (fossa palatina, 3-5 mm).
• Pouco mais de metade das coroas dos dentes antero-inferiores é visível pelo lado vestibular.

• A inclinação vestibular dos dentes anteriores é indicativa de uma função diferente en


relação aos dentes posteriores.
• Principais funções dos dentes posteriores:
◦ Ajudar a dividir o alimento, de forme efectiva, durante a mastigação.
◦ Manter a DVO.
• Os dentes posteriores são alinhados de modo a que as fortes forças verticais de fecho
possam ser aplicadas neles, sem o efeito adverso sobre os dentes e estruturas de suporte.

• A inclinação vestibular dos dentes anteriores superiores, e a forma como ocultem não
favorece a resistência a forças oclusais fortes → deslocamento vestibular.
• Numa oclusão normal: na intercuspidação, os contactos sobre os dentes anteriores são
mais leves do que sobre os posteriores.
• Principal função dos dentes anteriores: guiar a mandíbula através dos vários movimentos
– Guia anterior.

a) Guia Anterior
• Executa um papel muito importante no funcionamento do SE.

• Sobremordida incisiva vertical (overbite) – 3-5 mm.


◦ É a distância vertical pela qual os dentes anteriores superiores sobrepõem os dentes
anteriores inferiores.
◦ Medido em intercuspidação: bordo incisal do IC superior – bordo incisal do IC
inferior.

• Sobremordida incisiva horizontal (overjet) – 2 mm.


◦ É a distância horizontal pela qual os dentes anteriores superiores sobrepõem os dentes
anteriores inferiores.
◦ Medido em intercuspidação: bordo incisal do IC superior – face V do IC inferior.

b) Outras funções dos dentes anteriores


• Corte dos alimentos,
• Fala,

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• Suporte dos lábios,
• Estética.

c) Contactos oclusais anormais de dentes anteriores


Classe II / Divisão 1
• Os incisivos superiores estão projetados ou com inclinação normal (com overjet
aumentado).

Classe II / Divisão 2
• Os incisivos superiores têm uma inclinação para lingual (com overjet diminuído).

Classe III – topo-a-topo


• Os incisivos inferiores estão avançados e os seus bordos incisivos contactam com os bordos
incisivos dos incisivos superiores .
• Em casos extremos o avanço é tal que não há contactos (inversão).

Classe III - Mordida aberta


• Com os dentes posteriores em intercuspidação, os dentes anteriores opostos não se
sobrepõem nem contactam.

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3.7) Contactos oclusais durante o movimento mandibular
• O sistema estomatognático é extremamente dinâmico:
◦ ATM e musculatura permitem à mandíbula mover-se em 3 planos:
1. Sagital,
2. Horizontal,
3. Frontal.

• A partir da posição de intercuspidação, a mandíbula pode realizar movimentos


mantendo sempre contactos dentários – movimentos excêntricos.
• Os movimentos excêntricos básicos são:
1. Protrusão,
2. Lateralidade,
3. Retrusão.

a) Protrusão
• Mandíbula move-se para a frente a partir da posição de intercuspidação.
• Qualquer área de um dente que contacta o dente oposto, neste movimento, é um contacto
protrusivo.
• Numa relação oclusal normal – contactos progressivos predominantes ocorrem sobre
os dentes anteriores.
• Bordos incisivos e faces V dis I inf → área das fossas palatinas e bordos incisivos dos I sup.
→ Vertentes dos dentes anteriores – vertentes guia.

• Nos dentes posteriores podem encontrar-se contactos protrusivos – cúspides vestibulares


inferiores passam anterioremente através das superfícies oclusais dos dentes superiores
(indesejáveis): vertentes M dentes inf → vertentes D dentes sup.
• Fenómeno de Christensen – oclusão normal:
◦ Todos os dentes posteriores estão separados no movimento protrusivo, limitando-se a
haver contacto de dentes anteriores – guia anterior.

b) Lateralidade
• Dentes posteriores inferiores movem-se lateral ou medialmente em relação aos seus
antagonistas, a partir da posição de intercuspidação.
• Quando a mandíbula se move lateralmente para a esquerda:
◦ Dentes posteriores inferiores esquerdos movem-se lateralmente.
◦ Dentes posteriores inferiores direitos movem-se medialmente.

• Numa oclusão ideal – Guia canina (função canina):


◦ Os caninos superiores e inferiores contactam durante os movimentos de lateralidade:
▪ Face V e cúspide canino inf → fossa palatina e cúspide canino sup →Vertentes –
guia.

• Movimento lateral esquerdo – contactos de trabalho:


◦ Vertentes internas cúsp V sup → vertentes externas cúsp V inf.
◦ Vertentes externas cúsp P sup → vertentes internas cúsp L inf (interferência em trabalho
– indesejáveis).

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• Movimento lateral esquerdo – contactos de não-trabalho (balanceio):
◦ Na oclusão normal não há contactos no labo balanceio.

• Interferência em balanceio (indesejáveis):


◦ Por vezes observam-se contactos no lado do não-trabalho:
▪ Vertentes internas cúsp P sup → vertentes internas cúsp V inf.

• Pode haver – Função de grupo posterior


◦ Os dentes posteriores superiores e inferiores contactam durante os movimentos de
lateralidade:
▪ Vertentes internas cúsp V sup → vertentes externas cúsp V inf.

• Pode haver – Função de grupo anterior


◦ Os dentes anteriores superiores e inferiores (canino inclusive) contactam durante a
lateralidade:
▪ Face V e cúspide canino inf → fossa palatina e cúspide canino sup.
▪ Bordos incisivos inf → bordos incisivos sup.

c) Retrusão
• Mandíbula move-se para trás a partir da posicão de intercuspidação.
• É um movimento de dimenções muito reduzidas (1-2 mm).
• Cúspides vestibulares inferiores movem-se distalmente através da superfície oclusal dos
dentes superiores.
• Contactos retrusivos:
◦ Vertentes D dentes inferiores → vertentes M dentes superiores.

d) Resumo dos contactos oclusais ideais


Protrusão
1. Guia anterior
2. Fenómeno de Christensen (separação de todos os dentes posteriores)
Ausência do fenómeno de Christensen = Interferência no protrusão.

Lateralidade
1. Guia canina (lado de trabalho)
2. Ausência de contactos dentários no lado de não-trabalho.
Contacto dentário no lado de não-trabalho = Interferência em balanceio.

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