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MEC – SETEC
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO
GROSSO – CAMPUS CUIABÁ
DEPARTAMENTO DA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO
Cuiabá – MT
Outubro 2020
REPRESENTAÇÃO DE ESTAÇÃO DIDÁTICA EM UM AMBIENTE DE
SIMULAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM SISTEMA DE CONTROLE
EMULADO
Cuiabá – MT
Outubro 2020
Dados internacionais de catalogação na fonte
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
In view of security and economy benefits, a continuous search for the possibility that
industrial commissioning is possible in a totally virtual environment develops. For this,
the possibility of integration between an emulated control system and a simulation
environment is important. The procedure for integration between the systems was
developed, using the Arena simulation computational tool and the programmable logic
controller (PLC) MicroLogix 1200 emulated, both from Rockwell Automation, for this
purpose, the Open Platform Communications (OPC) communication interface is used.
It was also developed, using Arena, the representation of a didactic station of the
Modular Production System (MPS) of the manufacturer Festo, which physically
simulates an industrial plant separating parts. It denotes the possibility of representing
the didactic station in a virtual simulation environment, validating the integration
between the emulated control system and the simulation environment, and making
everything possible in the home regime, as it is a fully computational commissioning.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 53
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55
APÊNDICES.............................................................................................................. 58
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Historicamente, relata Marson (2014) que, o processo fabril é base para
aceleração e crescimento econômico de diversos setores, exercendo a partir da
industrialização um impacto dinâmico e transformador, incorporando novos processos
produtivos.
Os grandes avanços industriais podem ser marcados na história pelas grandes
conquistas de cada época. Para Marson (2014), na primeira revolução industrial, um
dos avanços mais significativos foi indústria mecânica, capaz de criar máquinas de
grande porte que poderiam produzir outras máquinas.
O período considerado a segunda revolução industrial, entre meados dos
séculos - XIX e XX, trouxe avanços importantes para a indústria por meio da
informática, para Branco (2020), período impulsionado pelo aprimoramento de
produtos e a comercialização de invenções que ainda são populares de certo modo.
Já no contexto da terceira revolução industrial, a partir de meados do século
XX, surgem os controladores lógicos programáveis, e que Baptista (2011) descreve
como “um computador projetado para trabalhar no ambiente industrial”.
O ambiente industrial exige um dinamismo cada vez maior ao longo dos anos,
Slota e Malopolski (2007) discutem que sistemas de manufatura que sejam realmente
flexíveis, são meios de alcançar uma produção, tempo e custos eficientes.
Slota e Malopolski (2007) apresentaram algumas problemáticas que esse
dinamismo pode trazer, como a necessidade de trocar recursos da linha de produção
e com isso, máquinas podem ficar temporariamente indisponíveis, podem falhar
devido a mudanças, e testes com os meios físicos instalados podem ameaçar a
segurança de colaboradores. Todas essas situações afetam a eficiência da produção,
o que favorece o uso de técnicas para analisar o sistema, sem que o mesmo seja
alterado.
O uso de simulação computacional é cada vez mais frequente, mas foram
necessários quase 40 anos, como destaca Baptista (2011), para que essa integração
fosse possível, principalmente devido aos altos custos que essa tecnologia
demandava em seus períodos iniciais.
O desenvolvimento de mecanismos que possibilitem a integração entre
sistemas de controle e modelos de simulação para Bastos et. al. (2010), é uma procura
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de empresas e pesquisadores.
1.2. Objetivos
Baseando-se neste cenário, este trabalho tem por objetivo geral denotar um
método de integração entre um controlador lógico programável, nesse caso, o
MicroLogix 1200 emulado, sendo este o sistema de controle, e a ferramenta
computacional Arena, sendo o ambiente de simulação, por meio do protocolo
desenvolvido para possibilitar a integração.
E os objetivos específicos são:
Realizar uma revisão bibliográfica sobre simulação, emulação, CLPs e a
interface OPC;
Desenvolver a representação de uma estação didática de manufatura da
Festo, que simula fisicamente uma planta industrial separadora, no
ambiente de simulação computacional, e validar a integração e o modelo
no ambiente de simulação, fazendo uso dos relatórios emitidos pelo
Arena.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.2. Controladores
Como cita Da Silva (2007), Controladores Lógicos Programáveis (CLP) são
equipamentos eletrônico-digitais compatíveis a aplicações industriais. São evoluções
dos antigos painéis elétricos, possibilitando o dinamismo na mudança da lógica do
processo que depende do dispositivo, algo antes impossível, pois os painéis eram
fixos.
Ainda segundo Da Silva (2007), os CLPs só se tornaram possíveis com o
advento dos circuitos integrados (CIs). A partir dessa evolução, no ano de 1968, a
divisão de hidramáticos da General Motors desenvolveu o primeiro CLP. Apresenta-
se na Tabela 1 uma relação do avanço dessa tecnologia.
3ª Geração Os CLPs passam a ter uma entrada de programação que era feita
através de um teclado, ou programador portátil, conectado ao
mesmo.
Após doze anos de fundação, segundo Mahnke, Leitner e Damm (2009), a OPC
Fundation possuía mais de 450 membros, com mais de 1500 produtos diferentes
baseados em OPC listados e mais de 2500 fornecedores. Todos eles capazes de
trocar dados simples ou complexos, alarmes e eventos entre si.
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3. MATERIAIS
Onde:
1. Planta, é o componente que representa o chão de fábrica do processo
daquela estação;
2. Painel de controle, é uma plataforma de interação homem máquina, para
realizar comandos locais;
3. Gabinete móvel;
4. Controlador, é o CLP instalado na estação para desenvolvimento de
programas.
A estação escolhida para a simulação foi a Sorting, que representa um
processo de separação de peças ou produtos, de acordo com suas características.
Peças que são divididas em três tipos: metálicas, vermelhas e pretas. É importante
ressaltar que a fim de simplificar a transposição, não foram considerados todos os
componentes dessa estação para a representação do sistema que foi simulado, pois
desejava-se realizar apenas o processo de separação, sem envolver etapas
anteriores. Sendo assim, os componentes representados foram:
Sensor indutivo, responsável por detectar se a peça é metálica;
Sensor óptico difuso, um responsável por detectar se há uma peça em
determinada posição da esteira, outro por verificar se a peça é ou não, preta;
Módulo atuador de parada, um pistão eletro pneumático responsável por
parar a peça em determinada posição;
Esteira transportadora;
Módulo desviador; uma alavanca comandada por atuador linear eletro
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4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Todo fluxo inicia-se com o módulo Create e encerra-se com o módulo Dispose,
o módulo Create é responsável pela criação das entidades que circularão pelo
processo, e Dispose é responsável por retirá-las do fluxo. Não necessariamente existe
apenas um de cada para o fluxo, mas é necessário que todo fluxo finde em um
Dispose. Estes são módulos do painel Basic Process.
Outros módulos do painel Basic Process utilizados foram: Process, principal
método de processamento na simulação, com opções de captura (seize) e liberação
(release); Decide, responsável por processar tomadas de decisão; Assign,
responsável por atribuir características às entidades, ou valores a variáveis; e Record,
recurso de coleta de dados durante o fluxo.
Os módulos do painel Advanced Process utilizados foram: Hold, que mantem a
entidade em uma fila, aguardando por um sinal ou uma condição; e Signal,
responsável por enviar um sinal a um módulo Hold, com propósito de mover uma
entidade antes parada na fila.
Segue-se então, nas Figuras 7 a 25, o desenvolvimento da representação da
estação didática no Arena.
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O módulo Create com o nome “Pecas” (o Arena não aceita símbolos como “ç”
ou acentos) que pode ser visto na Figura 7, cria vários exemplares da entidade Peca.
Para configurar um módulo no Arena, pode-se dar dois clicks sobre ele, a configuração
escolhida para o módulo Create Pecas foi: Entity type: Pecas, isso determina o nome
do tipo da entidade que circulará no processo; Time between arrives: type - constant,
value – 1, units – seconds; Entities per arrival – 1, Max arrivals – infinite, first creation
– 0.0. Deste modo, o modelo representa que a cada 1 segundo uma peça será
depositada na entrada da esteira, a primeira peça é depositada no tempo 0,0s da
simulação e serão criadas peças infinitamente enquanto a simulação rodar.
O módulo Hold “Fila para ocupar espaco na barreira” representa o espaço que
a peça ocupa na esteira, enquanto o pistão bloquear o caminho da peça. Na estação
real, a fila que poderia se formar teria tamanho finito entre duas a três peças, no
modelo simulado essa fila tem tamanho indeterminado, sendo limitada apenas pela
versão utilizada do software Arena, pois se trata da versão livre, para estudantes, que
impede que o processo como um todo tenha mais que 150 entidades circulando
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simultaneamente. A configuração desse módulo foi: Type – Wait for a Signal; Wait for
Value – 1; Limit – 1; Queue Type – Queue; Queue Name – Espaco da peca na
barreira.queue. Assim, o módulo irá manter a entidade peça em sua própria fila, até
que receba um sinal igual a 1 de um módulo Signal, quando esse sinal ocorrer, apenas
uma entidade será movida da fila para o fluxo. Isso representa o fato de a esteira
suportar apenas uma peça por vez.
O módulo Decide: “Diferentes Pecas” fará com que a entidade peça até então
não caracterizada, seja direcionada para um caminho que definirá dentro da
simulação qual a sua característica. As chances de que uma peça seja preta,
vermelha, ou metálica são de 33% para cada. Isso ocorre através da configuração:
Type – N-ways by condition; Percenteges: 33. É necessário criar três caminhos de
33%. No Arena isso faz com que a entidade seja necessariamente direcionada a um
desses caminhos, isso representa a aleatoriedade na entrada das peças, tendo
chances iguais de ocorrência para cada um dos três tipos.
Na Figura 10, é mostrado como adicionar caminhos por condições em um
módulo Decide, através da configuração feita no módulo “Diferentes Pecas”.
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Para o código atribuído a New Value, foi utilizada a relação que a peça tem com
os sensores que ela aciona na estação real, e feita a conversão dessa relação em
código binário, para hexa decimal, como demonstrado na tabela 2.
1 1 0 X 6
1 1 1 X 7
O segundo processo nos blocos Assign que podem ser vistos na Figura 7 é a
mudança dos valores das variáveis que correspondem a leitura dos sensores. Para
representar os sensores de identificação das peças, na simulação, foram criadas três
variáveis de saída no Arena: SensorPres, sensor ótico difuso responsável pela leitura
de presença, se há uma peça no espaço logo atrás da barreira; SensorCor, sensor
ótico difuso responsável pela leitura de cor da peça, sendo acionado quando a peça
não é preta; e SensorMag, sensor indutivo que identifica se a peça é metálica.
Portanto cada módulo Assign define essas variáveis de acordo com o que é
apresentado na tabela 2.
É apresentado na Figura 12 o processo de criação de variáveis diretamente do
módulo Assign, e seus respectivos valores.
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Foram configurados um módulo Record para cada tipo de peça, com o Type –
Count, com Value – 1. Deste modo, cada entidade que passa pelo módulo conta uma
unidade, e no relatório pós simulação, essa contagem ficará registrada em “EntrPecas
pretas” como pode ser visto na Figura 14, o exemplo para as peças pretas.
Nesse caso, a variável não é declarada ao dar seu nome dentro do módulo,
diferente do que ocorre com variáveis criadas no módulo Assign. Portanto é
necessário navegar pelo painel Basic Process, selecionar a tabela Variable, inserir
uma nova linha, com um duplo click na área indicada, e então renomear a variável
criada automaticamente, para “Barreira”, como visto na Figura 17. Os outros itens
disponíveis para configuração não foram utilizados nesse momento.
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Após passar pelo módulo “Barreira pistao”, a entidade peça entra no módulo
Process “Passagem da peca”, que simula o tempo que a peça leva para percorrer o
espaço na esteira necessário para que não seja mais bloqueada pela barreira. É,
portanto, um processo de atraso, com o mesmo tempo e configuração de “Ocupacao
do espaço criado”, 500ms.
“LimpaSensPeca” é um módulo Assign, que altera as variáveis de sensor para
0, considerando que a peça saiu de seus alcances de leitura, e sua configuração é
apresentada na Figura 18.
Ainda na Figura 15, são apresentados dois módulos que não são parte do fluxo
que representa a esteira, são eles o módulo Create “Set” e Assign “Set sensor rampa”.
O primeiro, cria uma entidade genérica no tempo 0,0s que ao passar pelo segundo,
muda a variável de saída SensorRamp para o valor 1, definindo assim seu estado
normal. A configuração desses dois módulos é apresentada na Figura 22.
Figura 22 — Configuração dos módulos Create "Set" e Assign "Set sensor rampa".
Fonte: Próprio autor, 2020.
Essa variável foi criada para representar o sensor retro reflexivo, que indica que
uma peça desceu por uma das rampas. O valor 1 é escrito pois o funcionamento do
sensor é um sinal normalmente alto, indo para sinal baixo quando uma peça passa
por ele. A entidade genérica gerada nesse ponto é então movida para o módulo
Dispose 2.
Pode ser visto na Figura 25 o processo de descida das peças pelas suas
respectivas rampas.
É importante ressaltar que as variáveis criadas no Arena são do tipo real, o que
faz com que ocupem o espaço de 16 bits, mesmo que o dado a ser trocado seja do
tipo booleano. Isso limita a programação no âmbito da atribuição de variáveis, pois um
dado de sinal binário acaba por ocupar um espaço hexa decimal, com endereçamento
fixo. Algo que não seria um problema ao utilizar o software RSLogix 5000 Enterprise
Series, como demonstram Bastos et al. (2010), pois com ele é possível criar variáveis
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parada é recuado por 500ms, para que a peça passe. A programação em Ladder deste
procedimento pode ser verificado na Figura 28.
Figura 28 — Linhas Ladder que tratam do tempo de análise e liberação das peças.
Fonte: Próprio autor, 2020.
tanto o RSLinx Classic Gateway quanto o RSLogix Emulate500 abertos durante todo
o procedimento, já que o primeiro é o software responsável pela comunicação entre
computador e CLP, e o segundo, é o próprio CLP, mas emulado.
Para deixar o CLP no modo Run, ou seja, iniciar seus ciclos de varredura, o
procedimento pode ser visto na Figura 34, basta um click na seta ao lado de Remote
Prog e então selecionar Run, uma janela que questiona se quer entrar neste modo
surge, então, basta confirmar.
A próxima etapa realizada foi criar o tópico OPC, onde o CLP lê e escreve os
dados compartilhados.
Para isso, no RSLinx Classic Gateway, seleciona-se DDE/OPC Configure
Topic, que leva a janela de configuração de tópicos. Seleciona-se New para criar um
tópico e surgirá a opção de nomeá-lo, optou-se por dar o nome de Sorting, tal como a
estação simulada. Do lado direito dessa janela, deve-se selecionar através da árvore
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Workstation o controlador MicroLogix 1200, com ele marcado selecionar Done abrirá
uma caixa de diálogo perguntando se é desejado atualizar o tópico, portanto
seleciona-se Sim. Como pode ser visto na Figura 35.
Com o tópico criado, deve-se configurar o servidor OPC com o qual esse tópico
trocará dados, assim como posteriormente o Arena. Essa configuração foi realizada
no software FactoryTalk Administration Console.
Ao abri-lo, uma caixa de diálogo aparece, questionando qual o diretório
desejado, utiliza-se a opção Network, pois nela é possível se comunicar com o Arena.
Em Network (This Computer) usar o botão direito do mouse apresenta a opção New
Aplication, essa aplicação será utilizada na integração, por isso deu-se o nome de
Integração. Como demonstrado na Figura 36.
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Ao permitir o uso das variáveis como I/O Ports, elas ficam disponíveis em
Communications Connect I/O. Abrindo uma aba na região inferior do Arena, então
realiza-se o processo de conexão. Em Connection seleciona-se a conexão que foi
criada anteriormente, não tendo alterado o nome, que foi o caso, chama-se
Connection 1. Em Connected To, para cada uma das variáveis, seleciona-se o espaço
vazio, depois o menu através do botão “…”. Isso leva à janela Tag Browser, onde
navegou-se até o endereço no CLP correspondente a variável selecionada, fazendo
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5. RESULTADOS OBTIDOS
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
BASTOS, Patrick Júnior Teixeira; JÚNIOR, Érico Carvalho; CARDOSO, Leonardo das
Dores; RANGEL, João José de Assis; TAVARES, Leonardo Oliveira. Simulação a
eventos discretos para comissionamento de sistemas de controle. Anais do XVII
Simpósio de Engenharia de Produção, SIMPEP, Bauru/SP, 16p., 2010.
DOS SANTOS, Mauricio Pereira; Introdução à Simulação Discreta. Disponível em: <
http://www.mpsantos.com.br/simul.pdf >. Acesso em 18 Oct. 2020.
LEWIS, R. W.; Programming industrial control systems using IEC1131-3. London: The
Institution of Eletrical Engineers, 1995. 281p.
POLA, Daniel Felix Santa Rosa. Modular Production System MPS Sistema Modular
de Produção. Festo Brasil Ltda. São Paulo. Maio. 2015.p.5.
PRADO, Darci Santos do. Usando ARENA em simulação. 5ª Edição. Nova Lima:
FALCONI Editora, 2014. — (Série Pesquisa Operacional, vol. 3). 388p.: il.
APÊNDICES
A – Modelo criado no Arena na íntegra.
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