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Hipótese n.

º 1

Ana e Bernardo conheceram-se em Sintra numa conferência. Após um mês de namoro,


Bernardo pediu Ana em casamento e esta aceitou. Combinaram que o casamento seria
celebrado daí a seis meses e, porque Ana se encontra atarefada com o seu primeiro emprego,
seria Bernardo a tratar de tudo. Os pais de Bernardo encomendaram o copo de água, no valor
de 4000 euros. Bernardo comprou uma viagem para o futuro casal gozar a lua-de-mel no valor
de 2000 euros e entregou a Ana um anel de noivado no valor de 1000 euros. Na véspera do
casamento, Bernardo descobriu que Ana mantinha um relacionamento amoroso com o seu
colega de trabalho, Carlos, e cancelou o casamento. Deprimido com a situação, Bernardo
convida o seu melhor amigo, Dário, para o acompanhar ao México, destino reservado para a
lua-de-mel do casal. Quid iuris?

Hipótese n.º 2

Amália e Bento celebram em Outubro de 2015 casamento civil. Ambos se conheciam desde ao
ano de 2005. Bento sofria de problemas de saúde, fora-lhe diagnosticado uma doença mental
que por vezes o levava à perda de consciência, mas no dia do casamento sentiu-se sempre
bem. Dois anos depois de o casamento ter sido celebrado, Amália descobre que Bento é irmão
da sua mãe. Cada vez mais desconfortável com a existência deste vínculo de parentesco, a
Amália procura-o hoje a si para tentar “desfazer” o vínculo matrimonial.

Bento está devastado com as intenções de Amália, tanto mais que o médico lhe diz agora que
está de boa saúde.

Imagine agora que Amália casou com Xavier no ano de 2005, numa igreja do concelho de
Coimbra, porém não houve lugar à transcrição do mesmo para o registo civil, motivo pelo qual
Amália conseguiu casar-se com Bento, mantendo a sua primeira união em segredo.

Hipótese n.º 3

Ana, de 14 anos e Bruno, dois anos mais velho, fugiram do bairro onde moravam nos arredores
de Lisboa e conseguiram casar numa conservatória do Porto sem que o conservador se tenha
apercebido da idade dos jovens. Os pais de Ana, confrontados com o sucedido e tendo
vergonha dos que os vizinhos poderiam dizer, preferem que esta continue casada. Os pais de
Bruno querem que o casamento seja anulado. A ação judicial foi hoje intentada, data em que
faltam três meses para que Ana atinja a maioridade. Quid iuris?

Hipótese n.º 4

Cristina e Daniel namoram desde Janeiro de 2012. Daniel, fascinado, propõe-lhe casamento,
mas Cristina recusa. Enraivecido, Daniel ameaça Cristina de que, caso ela não aceda à sua
proposta, ele, como médico cardiologista, deixaria de tratar uma tia-avó de Cristina, sua
doente desde há longos anos. O pai e o irmão de Cristina são médicos altamente
especializados em cardiologia, e que só não tratam da velha tia uma vez que esta sempre se
recusou a tal, por afirmar que "santos da casa não fazem milagres".

Assustada com a ameaça, Cristina casa com Daniel em Setembro de 2012. Daniel provinha de
uma família de epilépticos, mas conseguiu esconder esse facto de Cristina. Esta vem a saber,
em 3 de Outubro de 2012, pela sua sogra, que a epilepsia era uma doença hereditária na sua
família. Ao mesmo tempo, a tia-avó de Cristina zanga-se com Daniel e passa a tratar-se com
um sobrinho-neto, irmão de Cristina, das suas palpitações cardíacas, coisa de pouca
importância que toda a família conhecia. Aliviada com esse facto, Cristina procura-o hoje, a si,
para se "desfazer do casamento”.

Hipótese n.º 5

António emigrou para o Canadá e, 11 anos depois, não havendo notícias dele, Ilda obteve uma
decisão judicial declarando a morte presumida de António.

Um ano depois, Ilda casou com João, a 15 de Agosto de 2010.

Ilda não suspeitava de que, na data da celebração do casamento, João sofria de anomalia
psíquica. Só depois esta veio a perceber o problema de João, estabelecendo-se então, sem
margem para dúvidas, que a demência existia desde 2000.

Em Setembro de 2011, veio a saber-se que António estava vivo e trabalhava no estrangeiro.

Em Janeiro de 2012, João veio a dar-se como curado da sua doença.

Em 5 de Agosto de 2012, Ilda propôs contra João uma acção a pedir a anulação do casamento,
baseando-se na demência deste. João pretende evitar esta anulação.

Quid iuris?

Hipótese n.º 6

Em Junho de 2009, André conheceu Bruna no Hotel em que passava férias. Apesar da ligeira
diferença de idades (André tinha 65 anos e Bruna tinha 18 anos), foi amor à primeira vista. O
pai de Bruna opôs-se ao casamento por André “ser um velho”, embora a mãe de Bruna lhe
tenha dado todo o seu apoio. A mãe de Bruna tinha conhecimento de que esta era uma
rapariga com “olho para o negócio”. Na verdade Bruna apenas pretende casar com André uma
vez que este ganhou um avultado prémio no casino hotel onde passavam férias.

André e Bruna casaram-se em Setembro do mesmo ano. Em Agosto de 2009 André e


Bruna celebraram, por escritura pública, o seguinte acordo:

a) É escolhido o regime da comunhão de adquiridos, mas serão bens próprios as


indemnizações devidas após o matrimónio;

d) André doa a Bruna a sua colecção de moedas, bem que será comum;

d) As pensões de André serão um bem comum;


c) André não ficará obrigado a observar o dever de fidelidade;

d) Caberá a Bruna decidir sobre questões relativas à educação das filhas do casal, enquanto
André se ocupará, em exclusivo, da edução dos filhos.

Em Setembro de 2012 Bruna descobre que André utilizou todo o dinheiro ganho no casino
para pagar antigas dívidas, vivendo atualmente da sua modesta reforma. Desolada, Bruna
pondera pedir anulação do casamento.

Quid iuris?

Hipótese n.º7

Alberto e Berta casam civilmente em Março de 2000, tendo celebrado uma convenção
antenupcial em que:

1. O imóvel sito em Coimbra, levado por Berta para o casamento, será um bem comum;

2. O dinheiro depositado na conta na Suíça que Alberto leva para o casamento será bem
próprio dele até terem um filho em comum, altura em que passará a ser bem comum;

3. Tendo em vista o futuro casamento, Alberto doa a Berta a sua coleção de moedas,
bem que será comum;

4. Berta confere a Alberto mandato para administrar os seus bens próprios até ela
perfazer os 21 anos de idade;

5. Em caso de separação, nenhum dos cônjuges deverá alimentos ao outro.

Em Janeiro de 2010, aproveitando uma ausência de Alberto no estrangeiro, Berta resolve fazer
obras de beneficiação no seu apartamento de Lisboa, que fora, desde o casamento a casa de
morada de família. Todas as obras foram orçadas em 50 000 euros, valor que se encontra
ainda em dívida.

Por não condizer com a nova decoração, Berta aproveitou para trocar a mobília do séc. XVIII
que Alberto adquiriu por morte de sua mãe, substituindo-a por mobiliário moderno. A mobília
antiga foi vendida a um antiquário, por bom preço.

Alberto regressa a casa e ficou inconformado com as decisões tomadas por Berta.

Quid iuris?

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