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º 1
Hipótese n.º 2
Amália e Bento celebram em Outubro de 2015 casamento civil. Ambos se conheciam desde ao
ano de 2005. Bento sofria de problemas de saúde, fora-lhe diagnosticado uma doença mental
que por vezes o levava à perda de consciência, mas no dia do casamento sentiu-se sempre
bem. Dois anos depois de o casamento ter sido celebrado, Amália descobre que Bento é irmão
da sua mãe. Cada vez mais desconfortável com a existência deste vínculo de parentesco, a
Amália procura-o hoje a si para tentar “desfazer” o vínculo matrimonial.
Bento está devastado com as intenções de Amália, tanto mais que o médico lhe diz agora que
está de boa saúde.
Imagine agora que Amália casou com Xavier no ano de 2005, numa igreja do concelho de
Coimbra, porém não houve lugar à transcrição do mesmo para o registo civil, motivo pelo qual
Amália conseguiu casar-se com Bento, mantendo a sua primeira união em segredo.
Hipótese n.º 3
Ana, de 14 anos e Bruno, dois anos mais velho, fugiram do bairro onde moravam nos arredores
de Lisboa e conseguiram casar numa conservatória do Porto sem que o conservador se tenha
apercebido da idade dos jovens. Os pais de Ana, confrontados com o sucedido e tendo
vergonha dos que os vizinhos poderiam dizer, preferem que esta continue casada. Os pais de
Bruno querem que o casamento seja anulado. A ação judicial foi hoje intentada, data em que
faltam três meses para que Ana atinja a maioridade. Quid iuris?
Hipótese n.º 4
Cristina e Daniel namoram desde Janeiro de 2012. Daniel, fascinado, propõe-lhe casamento,
mas Cristina recusa. Enraivecido, Daniel ameaça Cristina de que, caso ela não aceda à sua
proposta, ele, como médico cardiologista, deixaria de tratar uma tia-avó de Cristina, sua
doente desde há longos anos. O pai e o irmão de Cristina são médicos altamente
especializados em cardiologia, e que só não tratam da velha tia uma vez que esta sempre se
recusou a tal, por afirmar que "santos da casa não fazem milagres".
Assustada com a ameaça, Cristina casa com Daniel em Setembro de 2012. Daniel provinha de
uma família de epilépticos, mas conseguiu esconder esse facto de Cristina. Esta vem a saber,
em 3 de Outubro de 2012, pela sua sogra, que a epilepsia era uma doença hereditária na sua
família. Ao mesmo tempo, a tia-avó de Cristina zanga-se com Daniel e passa a tratar-se com
um sobrinho-neto, irmão de Cristina, das suas palpitações cardíacas, coisa de pouca
importância que toda a família conhecia. Aliviada com esse facto, Cristina procura-o hoje, a si,
para se "desfazer do casamento”.
Hipótese n.º 5
António emigrou para o Canadá e, 11 anos depois, não havendo notícias dele, Ilda obteve uma
decisão judicial declarando a morte presumida de António.
Ilda não suspeitava de que, na data da celebração do casamento, João sofria de anomalia
psíquica. Só depois esta veio a perceber o problema de João, estabelecendo-se então, sem
margem para dúvidas, que a demência existia desde 2000.
Em Setembro de 2011, veio a saber-se que António estava vivo e trabalhava no estrangeiro.
Em 5 de Agosto de 2012, Ilda propôs contra João uma acção a pedir a anulação do casamento,
baseando-se na demência deste. João pretende evitar esta anulação.
Quid iuris?
Hipótese n.º 6
Em Junho de 2009, André conheceu Bruna no Hotel em que passava férias. Apesar da ligeira
diferença de idades (André tinha 65 anos e Bruna tinha 18 anos), foi amor à primeira vista. O
pai de Bruna opôs-se ao casamento por André “ser um velho”, embora a mãe de Bruna lhe
tenha dado todo o seu apoio. A mãe de Bruna tinha conhecimento de que esta era uma
rapariga com “olho para o negócio”. Na verdade Bruna apenas pretende casar com André uma
vez que este ganhou um avultado prémio no casino hotel onde passavam férias.
d) André doa a Bruna a sua colecção de moedas, bem que será comum;
d) Caberá a Bruna decidir sobre questões relativas à educação das filhas do casal, enquanto
André se ocupará, em exclusivo, da edução dos filhos.
Em Setembro de 2012 Bruna descobre que André utilizou todo o dinheiro ganho no casino
para pagar antigas dívidas, vivendo atualmente da sua modesta reforma. Desolada, Bruna
pondera pedir anulação do casamento.
Quid iuris?
Hipótese n.º7
Alberto e Berta casam civilmente em Março de 2000, tendo celebrado uma convenção
antenupcial em que:
1. O imóvel sito em Coimbra, levado por Berta para o casamento, será um bem comum;
2. O dinheiro depositado na conta na Suíça que Alberto leva para o casamento será bem
próprio dele até terem um filho em comum, altura em que passará a ser bem comum;
3. Tendo em vista o futuro casamento, Alberto doa a Berta a sua coleção de moedas,
bem que será comum;
4. Berta confere a Alberto mandato para administrar os seus bens próprios até ela
perfazer os 21 anos de idade;
Em Janeiro de 2010, aproveitando uma ausência de Alberto no estrangeiro, Berta resolve fazer
obras de beneficiação no seu apartamento de Lisboa, que fora, desde o casamento a casa de
morada de família. Todas as obras foram orçadas em 50 000 euros, valor que se encontra
ainda em dívida.
Por não condizer com a nova decoração, Berta aproveitou para trocar a mobília do séc. XVIII
que Alberto adquiriu por morte de sua mãe, substituindo-a por mobiliário moderno. A mobília
antiga foi vendida a um antiquário, por bom preço.
Alberto regressa a casa e ficou inconformado com as decisões tomadas por Berta.
Quid iuris?