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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4° VARA CÍVEL DE

ITAPERUNA/RJ

N° do processo ....

JOSÉ AFONSO, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da carteira de identidade n° ..., órgão
emissor, inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico ou e-mail, domiciliado e residente na
Rua ..., n° , Bairro, Cidade, UF, CEP..., neste ato representando do por seu advogado,
legalmente constituído para fins do artigo 77, V, CPC, sob o fundamento dos artigo 674 e
seguintes, propor:

EMBARGOS DE TERCEIRO

Pelo rito especial, em face de CARLOS BATISTA, nacionalidade, solteiro, contador, portador da
carteira de identidade n° ..., órgão emissor, inscrito no CPF sob o n° ..., endereço eletrônico ou
e-mail, domiciliado e residente na Rua Rio Branco, n° 600, Itaperuna – RJ, CEP..., pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

No dia 10 de janeiro de 2015, o Embargante assinou instrumento particular de


compromisso de compra e venda, sem a cláusula de arrependimento, junto a Lúcia Maria,
referente ao imóvel situado na Rua Central, n° 123, Bairro Funcionários, Mucurici – ES, CEP...,
pelo valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sendo o valor ajustado quitado por meio de
depósito bancário em uma única parcela.

Após residir por sete meses no imóvel, realizou o levantamento das certidões
necessárias á lavratura de escritura pública de compra e venda e respectivo registro, assim,
toma conhecimento sobre a penhora sobre o imóvel, determinada por esta vara, Embargado
visando receber o valor representado por cheque emitido e estando vencido a três meses após
a venda do imóvel. Demonstrado nos autos da execução do título extrajudicial n° 6002/2015.

A penhora ocorreu devido a razão de expresso requerimento formulado na inicial de


execução do Embargado, tendo ele desprezado a existência de outros imóveis livres e
desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde reside.
DOS FUNDAMENTOS

I - DA TUTELA PROVISÓRIA

O Embargante, como terceiro, é possuidor legitimo e proprietário do imóvel, conforme


o comprovados pelas provas anexas, apresentando cópia do instrumento particular de
compromisso de compra e venda, sem isenta a cláusula de arrependimento, e não obstante,
apresenta a cópia do depósito bancário com o valor do imóvel quitado, devidamente pagos a
Senhora Lúcia Maria, sendo comprovada a fumus boni iuris, e ainda o periculum in mora, caso
esta medida constritiva não seja suspensa.

Pelos fatos elencados demonstrados pelo Embargante, que seja determinada a suspensão
das medidas constritivas sobre o bem imóvel, vem como a manutenção de posso ao
Embargante, conforme determinação do Art. 678, CPC, in verbis:

Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado


o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas
constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos,
bem como a manutenção ou a reintegração provisória da
posse, se o embargante a houver requerido.

II – DO DIREITO

Tem-se que quando um procedimento judicial atinge uma relação jurídica de uma das
partes com terceiros que não participou deste feito, há permissão de terceiros intervirem no
processo, a fim de obter sentença que seja favorável aos seus interesses, ainda que
indiretamente.

Pelos moldes do artigo 674 do CPC, in verbis:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer


constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua
ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição
por meio de embargos de terceiro.

§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário,


inclusive fiduciário, ou possuidor.

Portanto, o Embargue, que não é parte do processo ao sofrer restrições sobre seu
bem, como o demonstrando no caso de penhora indevida de seu imóvel, requerer seu
desfazimento através do embargo de terceiro, podendo ser este proprietário o possuidor
como o retromencionado pelo dispositivo legal.
Através da Súmula 84 do STJ:

“É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados


em alegação de posse advinda do compromisso de compra e
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro”

Encontra-se respaldado o Embargante ao dispor sobre a admissibilidade a oposição de


embargos de terceiro fundado em alegação de posse advindo de compromisso de compra de
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.

O embargo de terceiro não desconstitui ou invalida a sentença proferida em processo


alheio, mas impede a eficácia da decisão venha ferir patrimônio alheio que não pode ser
responsabilizado, e ante o exposto, tratando de cheque emitido e vencido após três meses da
compra e venda do imóvel.

Conforme o entendimento doutrinário, temos que a apresentação de outros bens


livres, desembaraçados e suficientes à satisfação de credor a constrição recairá sobre esses
bens e não sobre de terceiros, devendo o embargo de terceiro ser julgado procedente:

A conclusão é que, sendo demonstrado em sede de embargos


de terceiro que existem outros bens do devedor livres,
desembaraçados e suficientes para a satisfação do credor, a
constrição judicial será realizada sobre eles, e nãosobre a
garantia real do terceiro. Nesse caso os embargos de terceiro
serão julgados procedentes, com a liberação da constrição
judicial. (NEVES, Daniel

Amorim Assumpção -Manual de Direito Processual Civil -


volume único- 9.ed.– Salvador- Ed. Jus Podvm, 2017- pg. 991 )

No mesmo sentido há entendimento Jurisprudencial do Egrégio Tribunal da 17° Câmara Cível


do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROMESSA DE COMPRA E


VENDA.EMBARGOS DE TERCEIRO. LIMINAR QUE
DEFERIU PEDIDO DEMANUTENÇÃO DE POSSE. PRESENÇA
DOS REQUISITOS DO ARTIGO 300E 678 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. DECISÃO AGRAVADAMANTIDA. A
decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio
ou aposse determinará a suspensão das medidas constritivas
sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a
manutenção ou a reintegração provisória daposse, se o
embargante a houver requerido, ex vi do artigo 678 do
Novo Código de Processo Civil. No caso, os documentos
comprovam o domínio e há probabilidade do direito
alegado quanto à posse sobre o bem imóvel,
preenchidos os requisitos do artigo 300 do Novo CPC, vai
mantida a decisão que deferiu a liminar de manutenção dos
embargantes sob a posse do imóvel até o julgamento da
presente demanda. AGRAVO DE
INSTRUMENTODESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de
Instrumento, Nº 70082494535, Décima Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires
,Julgado em: 22-11-2019)

DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

1) Seja concedida a Tutela Provisória de Urgência, para suspensão da penhora que


incide sobre o bem imóvel de Embargante, localizado na Rua Central, n° 123, Bairro
Funcionários, Mucurici – ES, CEP ...;

2) A citação do Embargado, para contestar os Embargos no prazo de 15 dias;

3) Sejam julgados procedentes e declarados por Sentença, a desconstituição da


penhora que incide sobre o bem imóvel de Embargante, localizado na Rua Central,
n° 123, Bairro Funcionários, Mucurici – ES, CEP;

4) A condenação do Embargado aos ônus sucumbenciais.

DAS PROVAS:

Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a


produção de prova documental e testemunhal, em consonância com o Artigo 677 do CPC

DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)

Nestes termos, pede o deferimento

___________, ___ de ________ de _______

Advogado...

OAB-UF n°

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