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1) Uma taxonomia das dificuldades de aprendizagem é importante para que se possa trabalhar da

melhor forma possível com o paciente, tangendo devida e primeiramente o que o afeta e o desvia do
padrão para ter tais dificuldades, pois frequentemente será necessário um trabalho multidisciplinar
com profissionais de áreas correlatas (fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais etc.), para daí,
em seguida, de fato o psicopedagogo ser efetivo em ajudar o paciente a melhorar suas dificuldades e
mesmo saná-las, na melhor das hipóteses e com tudo sendo bem coordenado, entre a equipe
multidisciplinar e o próprio paciente; isso sem dizer que, o quanto antes se diagnostique com a
melhor precisão possível, o quanto mais jovem for o sujeito, mais chances de minimizar os danos e
de se obter sucesso.
2) As dificuldades de aprendizagem primárias são de causa não orgânica, isto é, a princípio o sujeito
se apresenta sem problemas congênitos, sem falhas de desenvolvimento visíveis, e não possui
desvios comportamentais visíveis, tudo indicando, superficialmente de que seria absolutamente
normal; porém, quando analisamos mais a fundo, e especialmente quando chega na fase de
letramento, são notáveis e patentes desvios de vários tipos, desde grandes dificuldades na
motricidade fina da mão para escrever, confusão da lateralidade de letras de formas semelhantes,
embaralhamento e pilhamento de letras sem muita ordem e organização, além de trocas e
interposições, essas costumando ser reflexos das trocas que já ocorrem na fala e que já não
deveriam se apresentar a essa idade escolar. As dificuldades de aprendizagem primárias são as mais
perceptíveis já na escola, por que se evidenciam prontamente no desempenho e consequente
fracasso escolar, logo mais detectáveis e mais tratáveis também, com o acompanhamento precoce.
Já as dificuldades de aprendizagem secundárias são decorrentes de problemas congênitos, orgânicos
físicos, biológicos, psicológicos e neurológicos, sendo consequência desses. Nesse caso, sem dúvida
é imprescindível a trabalho multidisciplinar intenso para que o psicopedagogo possa fazer o seu
trabalho da melhor forma possível, pois serão necessárias inúmeras adaptações e preparações
especiais para se poder lidar com o sujeito, seja um jeito especial de se comunicar com um autista,
um viés mais humano e empático com depressivos, modos alternativos de se comunicar com os que
sofreram danos neurológicos ou que têm doenças degenerativas, e assim por diante.
3) O psicopedagogo deve ser muito prudente ao analisar devidamente o sujeito e diagnosticar
devidamente a dificuldade de aprendizagem, especialmente ao perceber o que está ao seu alcance
direto, e o que é imprescindível um auxílio multidisciplinar imediato antes de fechar diagnóstico e
começar o tratamento. Por exemplo, é muito comum e popular taxar-se crianças mais ativas,
bagunceiras e animadas com TDAH, o que pode ser o caso, mas pode ser simplesmente a
personalidade ou a educação e disciplina trazida de casa, o que recorrer a psicólogos e mesmo
neurologistas pode ajudar a dar o diagnóstico devido e o tratamento precoce disso. Outro exemplo é
a dislexia, que de fato afeta boa parte da população, porém pode ser um ligeiro atraso no
desenvolvimento, falta de estimulação precoce ou transtornos psicológicos e sociais de todo tipo,
que inibe e perturba o sujeito de ter pleno foco, atenção e assimilação, enquanto o disléxico em si,
mesmo tendo supostamente todo o ambiente ideal, ainda assim apresenta as suas dificuldades
específicas e necessita de uma metodologia especial para tanger cada ponto de dificuldade de modo
assertivo.

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