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 Para Barth, o conceito de “sociedade complexa”, cultura e sociedade podem parecer

um pouco antiquadas, pois deixam de lado questões importantes.


 Segundo ele, os conceitos de cultura e sociedade estão marcados pelos questionáveis
pressupostos do holismo e da integração: celebram a conexão entre instituições
discrepantes, a adequação dos costumes a um dado lugar e estilo de vida e o
compartilhamento de premissas, valores e experiências dentro da comunidade
 Critica o funcionalismo e o estruturalismo
 O uso do termo de cultura, para ele, parece tornar-se ainda mais equivocado por
incorrer na profunda imprecisão de referir-se simultaneamente a (uma soma total de)
padrões observáveis e as bases ideais desses padrões, abrindo as portas para a
recorrente falácia de construir de maneira equivocada a descrição como explicação.
 A nossa avaliação de cultura toma um sentido ambivalente: por um lado vemos como
algo imensamente intricado, com uma enorme quantidade de detalhes que o
etnógrafo competente demonstrar ter aprendido; por outro há um ideal de ousadia
para abstrair e revelar a essência subjacente a eles.
 Barth trabalha substantivamente, explorando o grau e os tipos de conexão verificados
nos domínios da cultura em varias condições de sociedade.
 Bali como “sociedade verdadeiramente complexa” – segundo ele, a teoria e os
conceitos antropológicos devem ser testados na analise da vida tal como ela ocorre
em determinado lugar do mundo.
 Devemos tentar olhar para o nosso objeto de estudo sem que a nossa visão seja
excessivamente determinada pelas concepções antropológicas herdadas.
 Bali: diversidade desconexa (ao menos aparentemente) mistura do novo com o velho,
formando um cenário cultural sincrético
 Somos treinados a suprimir os sinais de incoerência e de multiculturalismo
encontrados, tomando como aspectos não-essenciais decorrentes da modernização.
 Não há cultura que n]ao seja um conglomerado de resultante de acréscimos
diversificados.
 Somos condicionados a rejeitar a abordagem estilo “colcha de retalhos” dos fenomes
de difusão e crescimento cultural, nós ainda insistimos obientemente em encarar tais
evidencias como ameaça aos nosso objeto e a nossa premissa.
 Em vez de tentarmos fazer que as nossas teorias deem conta do que efetivamente
encontramos, somos levados a escolher um padrão claro e delimitado em meio a esse
cenário confuso e aplicar nossa engenhosidade para salvar o holismo. (funcionalista)
 Reafirmam a cultura como uma coerência logica generalizada, sem explorar a extensão
e a natureza dessa coerência.
 Segundo o autor, o que de fato precisamos é encontrar os modelos mais adequados
aos fenômenos com que nos deparamos e trabalhar no sentido de teorizar sobre a
esfera a qual se pretende fazer referencia por meio de palavras como cultura e
sociedade.
 Para isto, acredito que o primeiro passo é fazer afirmativas positivas e falsificáveis
sobre os fenômenos observados, isto é, precisamos ousar.
 Ingredientes para produzir essas afirmativas ousadas podem ser encontradas nas
convergência de diversas tradições intelectuais contemporâneas que consideram as
realidades das pessoas como sendo culturalmente construídas.
 A realidade todas as pessoas é composta de construções culturais, sustentadas de
modo eficaz tanto pelo mutuo consentimento quanto por causas matérias inevitáveis.
 Em consentimento esta incrusado as representações coletivas: a linguagem. As
categorias, os símbolos.
 O que os antropólogos chamam de cultura de fato torna-se fundamental para
entender a humanidade e os mundos habitados pelos seres humanos.
 Não afirmo e digo que o que deve ser feito não siga um padrão algum, apenas que
devemos esperar uma multiciplidade de padrões parciais, que interferem uns sobre os
outros, e se estabelecem em diferentes graus nas diferentes localidades e nos
diferentes campos. E que demos duvidar de toda a afirmação de coerência, salvo
quando tiver sido devidamente demonstrada.
 Uma abordagem honesta que respeite o que se pode constatar do que acontece entre
as pessoas no norte de Bali sugere que nenhum truque invocando estruturas
profundas ou alguma interpretação fácil pode reduzir esses fenômenos a uma
“Cultura” homogeneizada e unitária por meio da destilação e generalização de
quaisquer regularidades que se consiga reconhecer nas expressões institucionalizadas.
 As pessoas participam de universos de discursos múltiplos, mais ou menos
discrepantes, constroem mundos diferentes, parciais e simultâneos, nos quais se
movimentam. A construção cultural que fazem da realidade não surge de uma única
fonte e não é monolítica.
 Nossa tarefa mais geral como antropólogos que pretendem estudar as sociedades
complexas deve ser explorar a interdependência dos elementos em tais
conglomerados.
 A investigação das correntes de tradições culturais, sem ter expectiva que elas
possuam características homologas e dinâmicas. Elas podem ser constituídas e
reproduzir-se de diferentes maneiras. O principal critério é que cada tradição mostre
um certo grau de coerência ao longo do tempo, e possa ser reconhecida nos vários
contextos em que coexiste com outras em diferentes comunidades e regiões.
 Todas elas tem uma dimensão histórica
 Todas essas correntes afluem juntas para o que hoje é a complexa cultura e sociedade
de bali
 Dessa maneira, para Barth, não é suficiente somente descrever como se passou essa
historia e mostrar o fato de certos impulsos terem se aderido uns aos outros. Espera-
se que sejamos capazes de desmontar a matriz da cultura e da sociedade e mostrar
porque ela é coerente.
 Representados em sua totalidade,, e aplicados simultanemante como se fosse um
conjunto unitário de princípios universais, eles oferecem opções em excesso, e
tornam-se indeterminados em termos de realidade que podem gerar.
 Para Barth, a visão que predefine e limita nossa visão, é uma formulação inadequada.
Pois, nos restringe a busca de premissas e princípios lógicos subjacentes aos padrões
que descobrimos,
 Dessa maneira, ele propõe que que procuremos nossos insights em um campo mais
amplo aberto aos processos socais. Abstrair os princípios gerais não é a melhor
maneira de explicar as formas de cultura. É melhor nos perguntarmos de que os
padrões específicos que observamos são evidencias.
 Devemos nos perguntar que tipo de consistência encontramos em cada padrão
especifico, e por que essa forma se desenvolveu justamente ai. A ausência da ordem
não requer explicação.
 Devemos abordar diversas correntes que indentificamos, tomando cada uma como um
universo de discurso, e caracterizar seus padrões mais destacados; mostrar como ela
se produz e reproduz, e como mantem suas fronteiras; ao fazê-lo o que permite que
haja coerência, deixando em aberto, para ser solucionado de maneira empírica, como
e em que grau os seus conteúdos ideativos chegam a formar um sistema logico
fechado como tradição de conhecimento.
 Devemos também identificar os processos sociais pelos quais essas correntes se
misturam
 Pode ser que cada corrente siga uma dinâmica básica diferente
 Assim, se vivemos em um mundo em que a realidade é culturalmente construída,
temos que tentar mostrar como se geram socialmente as formas de cultura.
 Devemos explorar essas questões em busca dos insights que elas podem produzir: que
diferença faz, que marcas deixa no produto cultural.
 Se aplicadas de modo sistemático, essas questões nos oferecem um método para
descobrir e mapear as formas significativas de coerência na cultura. Através da
identificação de processos sociais pela observação empírica de suas consequências,
isto é, pela elaboração de modelos do seu modo de operar.
 Devemos ser capazes de identificar partes envolvidas nos discursos que se dao.

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