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Abstract: Kiln drying of wood is a very important step in the production of higher value
products. The aim of this work was to propose a drying schedule for conventional kiln drying
of guajará wood (Micropholisvenulosa) based on the drying tax test at 100°C with small
samples. The evaluation of the methodology was the secondary aim of the study. The utilized
equations resulted in the following information for drying schedule development: initial dry
bulb temperature of 49°C (322°F), final dry bulb temperature of 74°C (347°F) and potential
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Engenheiro Florestal, M.Sc., Professor Assistente do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira,
Universidade Federal do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, Espírito Santo, <djeison.batista@ufes.br>.
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Engenheiro Florestal, D.Sc., Professor Adjunto do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, <rklitzke@ufpr.br>.
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Engenheiro Florestal, D.Sc., Professor Adjunto do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, <mprocha@ufpr.br>.
of drying equal to 1.7. The drying tax test showed that guajará is a low drying species, in
which should be taken proper precautions on the kiln run in order to produce higher added
value products. The methodology utilized was proper for the generation of reliable parameters
for the development of a drying schedule for a species of unknown behavior in drying.
Although, previous knowledgment of wood properties (anatomical and physical) supplanted
the value of drying potential (1.7) generated by the mathematical equation in the development
of the drying schedule.
Keywords: drying tax test; tropical wood; wood flooring.
1 INTRODUÇÃO
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Ciência da Madeira (Braz. J. Wood Sci.), Pelotas/RS, v. 03, n. 01, Maio de 2012
Batista et al.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
2000 m m
15 0 mm
CORPO DE UI
30 mm PROVA
UI
50 m m
25 0 mm
50 mm
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(MU − MS)
UI = x 100 (Equação 1)
MS
Em que UI = umidade inicial (%); UM = massa úmida (g); MS = massa seca (g).
Os corpos de provado ensaio de taxa de secagem foram inicialmente selados nos topos
com acetato de polivinila e tiveram a massa inicial determinada em balança digital (0,01 g).
Com paquímetro digital (0,01 mm de precisão) mediu-se a espessura, a largura e o
comprimento dos corpos de prova, para determinação da área, que foi utilizada nas Equações
4, 5 e 6. Em seguida, os corpos de prova foram levados à estufa (pré-aquecida), sem
circulação de ar, à temperatura constante de 100 °C.
Durante o ensaio de taxa de secagem acompanhou-se o número de rachaduras de topo
(análise visual) e a perda de massa, em balança digital (0,01 g de precisão), em intervalos de
três em três horas. O tempo médio de ensaio foi de 120 horas.
A perda de umidade neste ensaio foi acompanhada com base na Equação 2
(BRANDÃO, 1989).
MA(UI + 100)
UA = [ ] − 100 (Equação 2)
MI
Em que: UA = teor de umidade do corpo de prova em um instante qualquer (%) ; MA =
massa do corpo de prova nesse mesmo instante (g); UI = umidade inicial do corpo de prova
(%); MI = massa inicial do corpo de prova (g).
(100 x MI)
ME % = (Equação 3)
(100 + UI)
1 + X%
M % = MSE( ) (Equação 4)
100
Em que: ME0% = massa estimada a 0% de umidade(g); MX% = massa a X% de umidade (g).
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(MV − M % )
TS % = (Equação 5)
(T % x A)
(MV − M % )
TS % = (Equação 6)
(T % x A)
(M % − M %)
TS % % = (Equação 7)
(T % % x A)
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A umidade inicial média obtida pelos corpos de prova do ensaio de taxa de secagem foi
de 55%. Andrade et al. (2001) estudaram o comportamento da taxa de secagem de treze
espécies e obtiveram umidade inicial média dos corpos de prova variando de 48,3%
(Eucalyptus tereticornis) a 162,7% (Pinus caribaea). A umidade inicial tem particular
influência na taxa de secagem capilar (verde a 30% de umidade), uma vez que quanto maior a
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umidade inicial, maior a massa de água retirada. No entanto, deve-se ressaltar que a água
capilar é aquela retirada com mais facilidade da madeira (SKAAR, 1972), demandando menor
tempo para sua secagem.
De acordo com a umidade inicial média dos corpos de prova a madeira encontrava-se
verde, o que validou a metodologia utilizada.
Na Tabela 1 são apresentadas as médias de taxa de secagem obtidas no ensaio a 100°C.
As médias de taxa de secagem foram comparadas com as obtidas por Batista (2009)
para as espécies Eucalyptus saligna, Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii, porque as
espécies de eucalipto são classificadas como de difícil secagem. Constatou-se que as médias
de taxa de secagem do guajará foram inferiores àquelas obtidas para as espécies de eucalipto,
portanto, espera-se que o guajará também seja uma espécie de secagem lenta.
As médias de taxa de secagem do guajará também foram comparadas àquelas obtidas
por Andrade et al. (2001) e constatou-se que foram inferiores às treze espécies estudadas
pelos autores. Quanto à taxa de secagem, o guajará se assemelhou mais a espécie itaúba
(Mezilaurus itauba), que apresentou taxas de secagem capilar, de verde a 5%, e de 30 a 5%
respectivamente iguais a 0,0085 g/cm².h, 0,0171 g/cm².h e 0,0049 g/cm².h. Assim, a espécie
itaúba foi considerada um bom comparativo, por apresentar densidade básica média de 0,69
g/cm³ (ANDRADE et al., 2001), próxima à média de 0,66 g/cm³ do guajará, e por serem
ambas espécies nativas da Região Amazônica (IPT, 2010b), portanto, classificadas
genericamente como madeiras “tropicais”.
O tempo médio de secagem desde a condição verde até 30% de umidade foi de 17,4h e
foram constatadas 2,5 rachaduras de topo, em média, ao longo de todo o ensaio de taxa de
secagem. Essas informações, aliadas às médias de taxa de secagem, resultaram nos
parâmetros para o desenvolvimento do programa de secagem para a madeira de guajará, a
saber: temperatura inicial de bulbo seco= 49°C; temperatura final de bulbo seco= 74°C;
potencial de secagem= 1,7.
A partir dessas informações foi elaborado um programa de secagem do tipo umidade-
temperatura para tábuas de até 28 mm, levando-se em consideração, também, o potencial de
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secagem, visando à produção de produtos de maior valor agregado. Para tábuas de dimensões
superiores, o programa de secagem deve ser modificado para condições mais amenas, de
acordo com a necessidade.
Chimelo et al. (1990) prepararam um programa de secagem para a espécie grumixava
(Micropholis gardnerianum), pertencente ao mesmo gênero do guajará, e utilizaram
temperatura inicial de bulbo seco (acima do PSF) de 50°C e temperatura final de bulbo seco
(a 10% de umidade) igual a 70°C. O potencial de secagem médio utilizado na fase
higroscópica de secagem foi de 2,5. Portanto, as temperaturas inicial e final de bulbo seco
geradas pelas equações encontram-se próximas às utilizadas por Chimelo et al. (1990),porém,
o potencial de secagem obtido foi abaixo do sugerido por estes autores. Esta comparação
entre espécies do mesmo gênero, no entanto, apenas norteia o técnico na elaboração de
programas de secagem para espécies pouco conhecidas, porque mesmo pertencendo ao
mesmo gênero, duas espécies podem ter comportamentos de secagem distintos. Esta teoria já
foi elucidada para espécies de Eucalyptus spp. (BATISTA, 2009), porém, necessitaria de
posterior elucidação para espécies nativas tropicais.
Na Tabela 2, a seguir, encontra-se o programa de secagem proposto para madeira de
guajará de até 28 mm, a partir da condição verde de umidade inicial e um teor de umidade
final desejado de 7%.
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4 CONCLUSÕES
5 REFERÊNCIAS
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