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A fraude contra credores tem o objetivo de prejudicar o credor e fazer com que
ele perca a garantia geral que deveria ser encontrada nos bens do devedor. Sua
exigência é agir com má-fé e pretender causar danos aos credores. Não se exige a
intenção deliberada de causar prejuízo, mas sabe que o dano já está sendo causado. A
fraude contra credores é caracterizada em dois casos: o devedor, em estado de
insolvência, aliena bens ou cancela dívidas ou torna-se insolvente.
A declaração da fraude contra credor é feita por meio da ação Pauliana ou da
ação revocatória, e seu efeito é declarar a nulidade da fraude. Observe que este é o
motivo da anulabilidade do ato, não de nulidade. A anulação que ocorre através da ação
pauliana tem por efeito a reintegração do patrimônio do devedor ou a anulação da
garantia especial concedida, de forma a restabelecer o seu caráter de garantia genérica.
Ao contrário da fraude contra credores, a fraude à execução é realizada durante
o processo de condenação ou execução. Nenhuma ação é necessária para anular a
execução enganosa. O negócio jurídico executado de forma fraudulenta tem pleno efeito
entre o alienante e o adquirente, o que difere da fraude contra o credor, mas não pode
ser oposto contra o exequente.
A diferença básica entre a fraude de execução e a fraude contra credores é:
fraude contra credores pressupõe um devedor em estado de insolvência, acontece antes
do ingresso em juízo pelo credor para cobrar seus créditos e gera anulação do ato de
disposição praticado pelo devedor. Já a fraude de execução não depende,
necessariamente, do estado de insolvência do devedor e acontece no curso de ação
judicial contra o alienante, gerando ineficácia da alienação. Antes da citação, não há
possibilidade de configuração da fraude à execução, diferentemente da fraude contra
credores.
3. Caio, menor com doze anos de idade, está sem receber a pensão
alimentícia de seu pai, Carlos, há cinco anos, apesar de decisão judicial
transitada em julgado. Jorge, representado por sua mãe, Fátima, promove
ação de execução de alimentos, no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil
reais), pelos alimentos pretéritos, devidamente corrigidos. Para pagamento
da dívida, fora determinada penhora do imóvel em que Carlos e Carmem,
sua atual companheira, residem. O imóvel, avaliado em R$ 300.000,00
(trezentos mil reais), é o único do casal e foi adquirido onerosamente por
ambos após a constituição de união estável. Considerando que a penhora
recaiu apenas sobre a parte que cabe a Carlos, responda
fundamentadamente: Há fundamento para penhora do bem descrito?
Em geral, o bem de família não pode ser penhorado, conforme art. 1º da Lei nº
8.009/90:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é
impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial,
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas
hipóteses previstas nesta lei.