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freemason.pt/a-aventalite/
07/05/2018
O tratamento da sua forma aguda é fácil e geralmente eficaz, se aplicado na fase inicial da
doença. Consiste numa severa e sonora censura, com solene declaração de que se não tem
paciência para aturar maneirices de armados em mete-nojo, acompanhada de expressa
chamada de atenção para a Igualdade que obrigatoriamente reina entre os maçons e uma
injeção de recordatória de que o exercício de ofícios em Grande Loja ou Grande Oriente
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ou funções em Altos Graus são meros serviços, tarefas, ofícios a serem desempenhados
com zelo e humildade e não honrarias ou reconhecimentos de inexistentes
superioridades.
Nos casos mais graves, pode ser necessário um reforço de tratamento com recurso a
expressões vernáculas, envios para determinados sítios não propriamente prestigiados e
solenes avisos de que, ou o afetado atina e deixa de se continuar a armar ao pingarelho, ou
é melhor continuar a enganar-se dando voltas ao bilhar grande, que junto dos seus iguais
(quer ele queira, quer não) não vai ter grande sorte.
Nas formas mais leves da afeção, e sobretudo quando o doente é de boa índole, o
tratamento mais suave chega para debelar a afeção, sem sequelas. Podem, no entanto,
ocasionalmente observar-se recaídas, em regra facilmente tratáveis com uma observação
chocarreira e bem-humorada, como, por exemplo, Lá estás tu outra vez a deixar o
aventaleco janota subir-te à cabeça. Deixa-o lá sossegadimho e não te estiques, que és
melhor que isso…
Nas formas mais severas, afeção prolongada ou doentes com obtusidade cerebral, é
indispensável o tratamento reforçado, repetido as vezes que forem necessários até o
doente ir ao sítio. No entanto, quer a índole mais difícil do doente, quer a maior
agressividade do tratamento podem dar origem a efeitos secundários ou sequelas
desagradáveis, designadamente amuos e afastamentos. Nas situações verdadeiramente
graves e reincidentes pode mesmo ser necessário aplicar quarentena.
Para além do tratamento dos casos concretos dos afetados pela doença, é importante que
se faça adequada prevenção, para evitar novas infeções, recidivas e recaídas.
Recomenda-se assim revisão das normas regulamentares e das práticas que não limitem o
uso dos aventais XPTO aos locais e ocasiões adequados. Designadamente, é de toda a
conveniência que se tenha presente que, na sua Loja, o obreiro é um elemento do Quadro
desta, absolutamente igual aos demais, nem mais, nem menos que qualquer dos outros e,
que, consequentemente, fique inquestionavelmente assente que nenhum obreiro, na sua
Loja, usa avental XPTO, antes devendo usar o avental do seu grau e, se for caso disso, a
insígnia da sua qualidade na Loja, sendo absolutamente indiferente posição ou ofício que
porventura tenha na Grande Loja, Grande Oriente ou nos Altos Graus. A Loja é
independente e livre e em nada inferior à Grande Loja ou Grande Oriente (pelo contrário,
é a Loja que, juntamente com as outras, determina a regulamentação essencial da Grande
Loja ou Grande Oriente e elege o seu responsável máximo). Esta regra deve ter como
única exceção – certamente ocasional – a situação em que o obreiro se apresente na Loja,
não na sua qualidade de obreiro dela, mas no efetivo exercício da sua função de Grande
Oficial ou em representação expressa do Grão-Mestre.
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Este princípio deve ser extensivo à visita a outras Lojas. Se o obreiro faz visita a título
pessoal, não faz sentido, e propicia a aventalite, que use outro avental que não o do seu
grau. Se a deslocação, porém, se fizer no exercício das suas funções de Grande Oficial ou
em representação do Grão-Mestre, então, e só então, justifica-se que use o seu avental
XPTO.
Claro que, em Assembleias de Grande Loja ou Grande Oriente, aí sim, está-se em pleno
espaço e tempo em que é justificado e adequado o uso de aventais XPTO. Aí e nessas
ocasiões, não há qualquer inconveniente. Trata-se de um uso moderado e adequado de
avental XPTO, que, por regra, não propicia nem aumenta o risco de contágio pela irritante
aventalite.
A bem da saúde dos maçons, exorto a que esta atividade de prevenção seja feita. É
saudável. é amiga do ambiente e, sobretudo, é… maçónica!
Rui Bandeira
Publicado no Blog “A partir pedra”
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