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NÚCLEO CENTRAL NÚCLEO ALDEOTA NÚCLEO SUL NÚCLEO EUSÉBIO NÚCLEO SOBRAL
(85) 3464.7788 (85) 3486.9000 (85) 3064.2850 (85) 3260.6164 (88) 3677.8000
III. Da leitura da obra, infere-se que em alguns contos, trazia embaixo do braço, e endireitou para a Maria com os
tal como ocorre em “As formigas”, há um vaivém punhos cerrados.
entre a representação do mundo real e a do –– Grandesíssima!...
ficcional, assim a autora vai construindo as suas
Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias.
narrativas, em que o fantástico e o sobrenatural
parecem dialogar com a materialidade.
3. Considerando as informações presentes no texto e no
conjunto da obra, analise as assertivas:
Está correto o que se diz em:
I. O narrador em terceira pessoa revela-se interventivo,
a) I, apenas.
orientando o leitor na condução da narrativa;
b) I e II, apenas.
II. O termo “saloia”, empregado para caracterizar
c) I, II e III. Maria da Hortaliça, evidencia a condição de uma
d) I e III, apenas. mulher dada aos sentimentos telúricos;
e) III, apenas. III. O narrador, embora não manifeste opiniões a
respeito das ações das personagens, apoia o
Texto II sentimento de Leonardo Pataca em relação a Maria
da Hortaliça.
Passemos por alto sobre os anos que decorreram desde o
nascimento e batizado do nosso memorando, e vamos Está correto o que se diz em:
encontrá-lo já na idade de sete anos. Digamos unicamente a) I, II e III.
que durante todo este tempo o menino não desmentiu aquilo b) I e II.
que anunciara desde que nasceu: atormentava a vizinhança c) I e III.
com um choro sempre em oitava alta; era colérico; tinha d) III, apenas.
ojeriza particular à madrinha, a quem não podia encarar, e e) II, apenas.
era estranhão até não poder mais.
Logo que pôde andar e falar tornou-se um flagelo; 4. Considera a análise dos termos destacados nos fragmentos e
quebrava e rasgava tudo que lhe vinha à mão. (…) Era, além assinale a alternativa que apresenta um comentário
de traquinas, guloso; quando não traquinava, comia. correto.
A Maria não lhe perdoava; trazia-lhe bem maltratada uma a) Em “Digamos unicamente que durante todo este
região do corpo; porém ele não se emendava, que era tempo o menino não desmentiu...”, o termo
“unicamente” denota uma circunstância de modo.
também teimoso, e as travessuras recomeçavam mal
b) Em “Digamos unicamente que durante todo este
acabava a dor das palmadas.
tempo o menino não desmentiu aquilo que
Assim chegou aos sete anos.
anunciara desde que nasceu”, o termo “durante” e a
Afinal de contas a Maria sempre era saloia, e o Leonardo locução “desde que” equivalem-se semanticamente.
começava a arrepender-se seriamente de tudo que tinha feito c) Em “a quem não podia encarar, e era estranhão
por ela e com ela. E tinha razão, porque, digamos depressa e até não poder mais”, a oração “a quem não podia
sem mais cerimônias, havia ele desde certo tempo encarar” desenvolve valor explicativo.
concebido fundadas suspeitas de que era atraiçoado. Havia d) Em “...porém ele não se emendava, que era
alguns meses atrás tinha notado que um certo sargento também teimoso”, a oração “que era também
passava-lhe muitas vezes pela porta, e enfiava olhares teimoso” denota valor de causa.
curiosos através das rótulas: uma ocasião, recolhendo-se, e) Em “...e as travessuras recomeçavam mal acabava a
parecera-lhe que o vira encostado à janela. Isto porém dor das palmadas”, o termo “mal” é um sinalizador
passou sem mais novidade. temporal com ideia de concomitância de ações.
Depois começou a estranhar que um certo colega seu o
procurasse em casa, para tratar de negócios do ofício, sempre 5. No trecho “Logo que pôde andar e falar tornou-se um
flagelo; quebrava e rasgava tudo que lhe vinha à mão”,
em horas desencontradas: porém isto também passou em
o termo “lhe” desenvolve o mesmo valor semântico e
breve. Finalmente aconteceu-lhe por três ou quatro vezes
sintático também observado em:
esbarrar-se junto de casa com o capitão do navio em que tinha
a) “A Maria não lhe perdoava”
vindo de Lisboa, e isto causou-lhe sérios cuidados. Um dia de b) “um certo sargento passava-lhe muitas vezes pela
manhã entrou sem ser esperado pela porta adentro; alguém que porta”
estava na sala abriu precipitadamente a janela, saltou por ela c) “uma ocasião, recolhendo-se, parecera-lhe que o
para a rua, e desapareceu. vira encostado à janela”
À vista disto nada havia a duvidar: o pobre homem d) “Finalmente aconteceu-lhe por três ou quatro vezes
perdeu, como se costuma dizer, as estribeiras; ficou cego de esbarrar-se junto de casa com o capitão do navio”
ciúme. Largou apressado sobre um banco uns autos que e) “...em que tinha vindo de Lisboa, e isto causou-lhe
sérios cuidados”
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Até que não suportei mais, e, atravessando o portão b) de uma visão subjetiva, pessoal, de um acontecimento
da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no do cotidiano imediato, muito embora vivenciado na
chão de areia. infância, que acaba dando margem à reflexão sobre
–– Olha só o que me aconteceu! – disse eu em uma questão capaz de interessar a todos.
55 fingidos espanto e tristeza. Agora não posso c) de um texto poético, mesmo que em prosa, em que
mastigar mais! A bala acabou! os acontecimentos vividos no passado ganham uma
–– Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela tonalidade lírica e, em lugar de serem
não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até explicitamente narrados, são dados a conhecer de
de noite a gente pode ir mastigando, mas para não modo alusivo e sugestivo.
d) da rememoração de um episódio ocorrido na
60 engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não
infância e que é narrado tal como foi vivido, sem
fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não
deixar transparecer as crenças e convicções do
perderá.
adulto que rememora.
Eu estava envergonhada diante da bondade de
e) de um texto alegórico, em que a história narrada oculta
minha irmã, envergonhada da mentira que pregara
um sentido que vai muito além dela, servindo apenas
65 dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.
como veículo da expressão de ideias abstratas que os
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre
acontecimentos permitem concretizar.
mim.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. 14. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado
Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 289-91. Jornal do Brasil, 06 de junho de 1970. chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem
sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava.
12. As expressões “reino de histórias de príncipes e fadas”,
Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava pra eu comprar:
“elixir do longo prazer e milagre” (7º parágrafo) são
com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
mobilizadas pela autora para
a) deixar entrever como a criança, a partir da descrição
O termo “se”, de “...em Recife falava-se pouco deles”,
do chiclete pela irmã com palavras que sugerem a
e de “...ou bombom se tratava” apresenta respectivamente
sua imperecibilidade, acabou por associá-lo ao
valor de
mundo do maravilhoso e da fantasia.
a) reciprocidade e reflexividade.
b) ilustrar o modo como, para uma criança pobre, uma
b) reflexividade e indeterminação.
coisa simples e barata como um chiclete pode ser
c) indeterminação e parte integrante do verbo.
tão difícil de obter que a sua compra é associada à
d) passividade e reciprocidade.
esfera do imaginário ou do miraculoso.
e) partícula expletiva e pronome integrante do verbo.
c) sugerir o caráter fictício do episódio, que, no entanto, é
narrado como se realmente tivesse acontecido,
15. Leia.
o que leva ao embaralhamento entre o que seria
próprio da ficção e o que pertenceria à realidade.
E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão
d) argumentar que, na infância, a imaginação sempre
inocente, tornando possível o mundo impossível
predomina sobre a realidade, o que faz com que a
do qual eu já começara a me dar conta.
criança vivencie situações concretas como se
estivesse no mundo da fantasia.
Com relação ao termo em negrito, assinale o comentário
e) enfatizar a desconfiança da criança em relação à
correto.
veracidade do que é dito pela irmã sobre o chiclete,
a) É um termo coesivo, introduzindo um segmento de
pois antes de experimentá-lo não lhe parecia crível
valor explicativo de valor adjetivo.
a existência de uma bala que não se acabava nunca.
b) É um morfema relacional com função de complemento
indireto, iniciando oração substantiva.
13. Ainda que se saiba da liberdade com que Clarice Lispector
c) É um pronome remissivo, desenvolvendo função
lidava com esse gênero, pode-se assegurar que “Medo da
completiva e introduzindo segmento oracional
eternidade” é uma crônica na medida em que se trata
adjetivo.
a) de uma dissertação filosófica sobre uma questão
d) É um termo circunstancial, denotando ideia de modo e
fundamental da vida humana, ainda que a escritora
introduzindo oração com valor adverbial.
acabe se valendo de sua experiência pessoal para
e) É um termo modalizador, influenciando na dinâmica
ilustrar a tese que se dispõe a defender.
da informação e apresentando valor causal.
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16. Atente para as afirmações a seguir. Com relação ao segmento, considere as assertivas:
I. Em “Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático I. O termo “quase”, de “Examinei-a, quase não podia
contato com a eternidade” (1º parágrafo), os adjetivos acreditar no milagre”, reforça a negativa do
empregados para qualificar esse contato visam advérbio, equivalendo à expressão temporal “na
estabelecer um contraste com os acontecimentos que eminência”;
serão efetivamente narrados, deixando entrever a II. O termo “que”, de “Eu que, como outras crianças”,
sugestão da autora de que esses fatos, aparentemente
apresenta valor de pronome remissivo, introduzindo
importantes, seriam na verdade banais e corriqueiros;
oração de valor explicativo;
II. Em “Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita”
III. A oração “só para fazê-la durar mais” apresenta
(15º parágrafo), a repetição do verbo “mastigar”, cujo
início ecoa ainda na conjunção “mas” que inicia a valor de finalidade, denotando também ideia
frase seguinte, busca sugerir no campo da própria subjacente de consequência;
expressão o que havia de repetitivo nessa atividade e o IV. A expressão “eis-me”, de “E eis-me com aquela
aborrecimento que já advinha do mascar da goma coisa cor-de-rosa,” apresenta valor de designação.
insossa;
III. Em “Olha só o que me aconteceu! – disse eu em Está correto o que se diz em:
fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar a) I, II e III.
mais! A bala acabou!” (18º parágrafo), o reiterado b) III e IV.
emprego do sinal de exclamação sugere o exagero c) I, II e IV.
próprio do fingimento. d) I, II, III e IV.
e) II, III e IV.
Está correto o que se afirma apenas em
a) I e II.
Texto VI
b) I e III.
c) I.
Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem
d) III.
e) II e III. móvel da eternidade (aión) movida segundo o número”
(Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível
17. Identifica-se relação de causa e consequência entre estes e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma
dois segmentos do texto: aparência mutável e perecível de uma essência imutável e
a) Eu estava envergonhada diante da bondade de minha imperecível – eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é
irmã / envergonhada da mentira que pregara dizendo a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera
que o chicle caíra da boca por acaso (20º parágrafo) intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em
b) Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado movimento, o tempo está em permanente alteridade.
chicles / Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos
comprar (2º parágrafo) fenômenos em ininterrupta mudança.
c) Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não
/ E aí mastiga a vida inteira (10º parágrafo)
passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión).
d) Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o
Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo
elixir do longo prazer / quase não podia acreditar no
perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera
milagre (7º parágrafo)
sombra da eternidade. Considerando que somente a região
e) O adocicado do chicle era bonzinho / não podia dizer
que era ótimo (12º parágrafo) imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos
dizer que o tempo platônico é uma ilusão. Ele é real apenas
18. Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o na medida em que participa do ser da eternidade.
reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena
DIVINO, Rafael. Sobre O tempo em Platão e Aristóteles,
pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo
de R. Brague.
prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no Disponível em: https://serurbano.wordpress.com/.
milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava Acesso em: 28 dez. 2015.
da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só
para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-
-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o
mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
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19. O confronto entre os dois textos permite concluir A tarde de inverno é perfeita. O tempo nublado
corretamente: acinzenta tudo. Mesmo os mais empedernidos
a) Ao partir da história pessoal de quem escreve, cultores da agitação, do barulho, das cores, hoje se
o Texto V chega a conclusões sobre a eternidade rendem a uma certa passividade e melancolia.
que não podem ser generalizadas; o Texto VI, 5 Os espíritos ensimesmados reinam; os ativos pagam
ao contrário, partindo das ideias genéricas de um tributo à reflexão. Sem o sol, que provoca a rudeza
filósofo antigo sobre esse mesmo tema, chega a dos contrastes, tudo é sutil, tudo é suave.
ilações que, de tão evidentes, não podem ter sua Tardes assim nos reconciliam com o efêmero.
verdade questionada. Longe das certezas substanciais, ficamos flutuando
b) Embora o tema da eternidade seja abordado de 10 entre as névoas da dúvida. A superficialidade, que
maneira muito diversa nos dois casos, tanto o Texto V aparentemente plenifica, dissolve-se; acabamos
como o Texto VI levam o leitor a concluir ancorados no porto das insatisfações. E, ao invés de
que a eternidade está além da capacidade nos perenizarmos como singularidade, desejamos
de compreensão humana, pois tudo o que subsumir na névoa...como a montanha e a tarde.
conhecemos ou somos capazes de imaginar está 15 A vida sempre para numa tarde assim.
fadado às mudanças operadas pelo tempo. É como se tudo congelasse. Moléculas, músculos,
c) A eternidade é um tema tão complexo que pode ser máquinas e espíritos interrompem seu furor produtivo e
discutido profundamente por um filósofo como se rendem, estáticos, à magia da tarde cinzenta.
Platão apenas na medida em que ele abstrai de todo Numa tarde assim, não há senão uma coisa a
a vida humana, não podendo ser concebido pela 20 fazer: contemplar. O espírito, carregando consigo
mente infantil, e é daí que advém o medo a que um corpo por vezes contrariado, aquieta-se e
alude Clarice Lispector. divaga; torna-se receptivo a tudo: aos mínimos sons,
d) Enquanto o Texto V sugere que a eternidade pode às réstias de luz que atravessam a névoa, ao lento e
existir mesmo nas coisas mais miúdas e pesado progresso que tudo conduz para o fim do
insignificantes, o Texto VI, baseado nas ideias de 25 dia, para o mergulho nas brumas da noite.
Platão, defende que a eternidade pode ser As narinas absorvem com prazer um odor que
encontrada nas coisas grandiosas e monumentais da parece carregado de umidade; a pele sente o toque
vida humana. enérgico do frio. O langor impõe-se e comanda esse
e) Se o tema da eternidade é tratado no primeiro texto estar-no-mundo como que suspenso por um tênue
a partir da rememoração de um episódio da 30 fio que nos liga, timidamente, à vida ativa.
infância, em que se pôde experimentar o medo da Nas tardes cinzentas, o coração balança entre a
ideia de eternidade, esse mesmo tema é abordado paz e a inquietação, porque a calma e o silêncio
no Texto VI do ponto de vista do pensamento de inquietam. O azáfama anestesia; o não fazer deixa o
um filósofo antigo, para quem o tempo é apenas espírito alerta — como um nervo exposto a
35 qualquer acontecer.
uma imagem imperfeita da eternidade.
Não há jamais nada de espetacular nas tardes
cinzentas, a não ser o espetáculo da própria tarde. E
20. Considerado o contexto, o segmento adequadamente
este é grandiosamente simples: ar friorento,
expresso em outras palavras está em:
claridade difusa que se perde no cinza,
a) em permanente alteridade (1º parágrafo) = em
40 contemplação, inatividade e o contraditório do
ininterrupta alternância.
espírito aguçado e acuado por esse acontecer
b) mera sombra da eternidade (2º parágrafo) = tênue
minimalista da vida.
reflexo do efêmero.
Na tarde fria e cinzenta, corpos se rendem ao
c) região imaterial das formas puras (2º parágrafo) =
aconchego de roupas macias ou de braços macios
lugar inacessível das figuras etéreas.
45 em abraços suaves. Somente olhares e corações
d) uma ordem mensurável (1º parágrafo) = uma
conservam o fogo das paixões. As vozes agudas e
estrutura passível de ser medida.
imperativas transformam-se em sons baixos, quase
e) a esfera tangível móbil (1º parágrafo) = o círculo
guturais, que muitas vezes convertem-se em
soante removível.
sussurros, como temendo quebrar a magia da tarde.
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50 Não nos iludamos com as aparências: não há 23. A sensação de prazer despertada por órgãos dos
necessariamente tristeza nas tardes cinzentas. sentidos e a reflexão feita a partir de sentimentos
Mas também não existe aquela alegria díspares, na tentativa de identificar a sensação exata que
inconsequente dos dias cálidos e dourados pelo sol. as tardes cinzentas são capazes de despertar nas pessoas,
Existe, sim, um equilíbrio perfeito, numa são abordagens evidenciadas, respectivamente, nos
55 equidistância entre o tédio e a euforia, fazendo-nos parágrafos
a) 2 e 1.
caminhar sobre um tênue fio distendido entre o
b) 5 e 3.
amargor e a satisfação, entre o entusiasmo e o tédio.
c) 6 e 1.
Tudo isso, porém, só se mostra aqui e ali,
d) 4 e 9.
em meio à bruma difusa, ao cinza que permeia tudo. e) 7 e 8.
60 Uma simples tarde cinzenta pode parar o mundo,
pode deter a vida. Somente por um instante. Mas 24. Leia o parágrafo.
talvez apenas nos corações sensíveis.
A tarde de inverno é perfeita. O tempo nublado
CARINO, J.
Disponível em: http://www.almacarioca.net/tarde-cinzenta-j-carino/
acinzenta tudo. Mesmo os mais empedernidos cultores
Acesso em: 23 ago. 2010. Adaptado. da agitação, do barulho, das cores, hoje se rendem a
uma certa passividade e melancolia. Os espíritos
21. Os conjuntos de expressões listados a seguir estabelecem
ensimesmados reinam; os ativos pagam tributo à
relações semânticas contrastantes, exceto:
reflexão. Sem o sol, que provoca a rudeza dos
a) “...rudeza dos contrastes,” (linhas 5-7) e “tudo é
contrastes, tudo é sutil, tudo é suave.
sutil, tudo é suave.” (linha 7)
b) “...certezas substanciais,” (linha 9) e “...névoas da
Com base na leitura do parágrafo, coloque (V) nas
dúvida.” (linha 10) afirmações verdadeiras e (F) nas falsas.
c) “...furor produtivo...” (linha 17) e “...magia da tarde ( ) Na construção “O tempo nublado acinzenta tudo”,
cinzenta.” (linha 18) observa-se uma semântica de causa e efeito.
d) “aquieta-se e divaga;” (linhas 21-22) e “torna-se ( ) O vocábulo “mesmo” do segmento “Mesmo os
receptivo a tudo:” (linha 23) mais empedernidos...” aponta para uma palavra
e) “O azáfama anestesia;” (linha 33) e “o não fazer denotativa de inclusão.
deixa o espírito alerta” (linhas 33-34) ( ) A construção “da agitação, do barulho, das cores”
constitui um processo gradativo, desenvolvendo
22. Com base na leitura do texto, considere as assertivas. paralelismo sintático.
I. O título do texto – “Tarde cinzenta” – encontra ( ) No segmento “sem o sol, que provoca a rudeza dos
correspondência semântica na seleção lexical contrastes, tudo é sutil, tudo é suave.”
identificada no primeiro parágrafo do texto através O termo “Sem” sinaliza para a ideia de privação e a
de expressões tais como: “nublado”, “passividade”, oração “que provoca a rudeza dos contrastes” indica
“melancolia” e “ensimesmados”; explicação.
II. O autor do texto, nos parágrafos 2, 3 e 4, utiliza as
expressões “tardes assim” e “tarde assim” como A sequência correta está indicada na alternativa:
recursos de textualidade entre os parágrafos, a) V – V – V – V
retomando o tema para promover a progressão do b) F – V – F – V
texto; c) V – V – V – F
III. A construção “os ativos pagam tributo à reflexão” d) V – F – V – V
(1º parágrafo) encontra correspondência semântica no e) F – V – V – V
segmento “O espírito, carregando consigo um corpo
por vezes contrariado, aquieta-se e divaga” 25. A locução conjuntiva que substitui a conjunção
(4º parágrafo). destacada na oração “porque a calma e o silêncio
inquietam.” (linhas 33-34), sem provocar alteração de
Está correto o que se diz em: sentido, é:
a) I e II, apenas. a) sempre que
b) II e III, apenas. b) por conseguinte
c) I, II e III. c) visto que
d) I e III, apenas. d) à medida que
e) III, apenas. e) não obstante
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26. Leia o sexto parágrafo do texto (linhas 37-43) d) Se observa uma clara adesão a um discurso
intimista e denotativo na descrição da cena.
Com base na leitura do parágrafo sugerido, considere as e) Fica claro, na descrição observada, o apelo ao
assertivas a respeitos dos termos: lúdico, baseado na metaforização da efemeridade
I. O emprego do termo “jamais” reforça o sentido de das coisas, destacadas como fugidias pelo autor.
negação estabelecido pelo termo “Não”, que inicia
o primeiro período do texto. 29. No penúltimo parágrafo do texto, observa-se que o autor
II. No segmento “a não ser o espetáculo da própria recorreu a um raciocínio baseado no método
tarde” apresenta ideia de ressalva em relação ao que a) Indutivo.
foi dito antes, indicando uma concessão. b) Dedutivo.
III. A palavra “minimalista” reitera a ideia representada c) Dialético.
pelo segmento “E este é grandiosamente simples”. d) Injuntivo.
e) Sofismo.
Está correto o que se diz em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.
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