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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃO CARLOS

Disciplina: 7500005 - História da Química

Elucidação da estrutura do DNA

Prof. Dr. Hamilton Brandão Varela de Albuquerque

Leonardo Henrique Semensato, 9784206

Fernando Henrique Rincão, 11272888

São Carlos

2020
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1. Genética e hereditariedade antes do DNA 3

2. Descoberta do DNA, sua relação com a genética e elucidação de sua estrutura 6

2.1 Friedrich Miescher 6

2.3 Oswald Avery 9

2.4 Erwin Chargaff 11

2.5 Rosalind Franklin 13

2.6 James Watson e Francis Crick 15

3. Tecnologias relacionados ao DNA 18

3.1 DNA Recombinante 18

3.2 Teste de paternidade e PCR 18

3.3 Células-Tronco 21

4. Referências Bibliográficas 22
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1.Genética e hereditariedade antes do DNA

A descoberta do ácido desoxirribonucleico foi precedida pelas noções de


hereditariedade e genética. A hereditariedade surge na Antiga Grécia, com Hipócrates e sua
hipótese da chamada pangênese.
Para Hipócrates, o organismo produziria pequenas partículas que carregam
informações de todos os pedaços do corpo, e estas eram transmitidas na hora da reprodução,
mas apenas pelo homem. Aristóteles também possuía uma ideia sobre a hereditariedade, na
qual ela era transmitido pelo sêmen (que era considerado o sangue purificado do homem) e o
sangue da menstruação.
As ideias de Hipócrates e Aristóteles não eram capazes, por exemplo, e explicar a
existência de doenças que afetam os avós e os netos, mas “pulam” os pais.​[1]
Posteriormente, surge a noção de genética através dos resultados obtidos em 1856
pelo cientista Gregor Mendel, um grande entusiasta da botânica. Para seu experimento,
Mendel escolheu 34 variedades da ervilha ​Pisum sativum seguindo o conselho de outros
biólogos que apontavam a planta como excelente objeto de estudo dado suas características
facilmente distinguíveis, como flores grandes, cor e textura das ervilhas, cor das vagens e, o
que viria a ser o mais importante, a possibilidade dessa espécie em se autofecundar.
Ao cruzar duas linhagens puras, uma com ervilhas amarelas e uma com ervilhas
verdes, Mendel percebeu que todos os descendentes de primeira geração deste cruzamento
apresentavam ervilhas amarelas, enquanto que os descendentes de segunda geração deste
cruzamento apresentavam uma proporção 3:1 de amarelas para verdes.
Mendel então deduziu que as características hereditárias eram condicionados por
pares hereditário, que mais tarde viriam a ser nomeados de “genes”.​[1]
Posteriormente, Darwin publica seu livro intitulado “A Origem das Espécies” (Figura
1) em 1859 onde é apresentada uma longa discussão sobre o termo “seleção natural”, uma
teoria que liga diretamente a sobrevivência de uma espécie à sua capacidade de adaptação ao
meio.
Para Darwin, desde o comportamento dos cucos europeus em depositar seus ovos em
ninhos alheios até o formato hexagonal dos favos de mel seriam características hereditárias
que foram “selecionadas” pela natureza em algum momento, de modo que hoje em dia, todas
as espécies de abelhas produzem favos de mel no mesmo formato hexagonal. Para a seleção
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natural, o importante não é necessariamente a longevidade da espécie, e sim sua capacidade


em produzir descendentes e, de alguma maneira, passar adiante essas características
hereditárias.​[2]
É importante ressaltar, entrementes, que capacidade de adaptação ao meio não
necessariamente está ligado a ser o indivíduo mais forte. Em uma espécie que enfrenta
escassez de alimentos, os indivíduos mais ágeis e pequenos podem ter mais facilidade em
encontrar comida, garantindo sua sobrevivência, do que os indivíduos maiores e mais lentos,
de modo que estes teriam maior sucesso em passar adiante suas características hereditárias.
Não necessariamente os indivíduos menos capacitados seriam extintos, apenas apresentariam
menor predominância após algumas gerações.
Darwin propunha também que não apenas características físicas eram hereditárias,
bem como características comportamentais. Essa ideia foi usada, mais tarde, para a teorização
da etologia, por Konrad Lorenz e Niko Tinbergen, na década de 1930, que defendiam a
existência de aspectos comportamentais hereditários desencadeados automaticamente por
estímulos do ambiente. Com isto em mente, estes pesquisadores estudaram o comportamento
de aves aquáticas, os anatídeos, para reconstruir seu parentesco e seu desenvolvimento
filogenético, fomentando toda uma área de análise evolucionária comportamental.
Entrementes, é essencial apontar, também, as ideias de Darwin acerca do
comportamento humano embora, diferente do que se alega comumente, Darwin não encara
este tema de uma perspectiva reducionista.
Em seu livro “The descent of man”, publicado em 1871, Darwin diz “​Um macaco
antropoide, se pudesse julgar a si mesmo com imparcialidade, admitiria que [...], embora
capaz de usar pedras para brigar ou para quebrar nozes, estaria totalmente sem condições
de ter a ideia de transformar uma pedra para fazer dela uma ferramenta [...]. Também
reconheceria que não lhe está dado seguir um raciocínio metafísico até o fim, ou de resolver
um problema de matemática, ou de refletir a respeito de Deus, ou de admirar uma paisagem
grandiosa”.​ [2]

Os conceitos cunhados por Darwin acerca da evolução das espécies serviu de fomento
para as ideias de Francis Galton, fundador do termo ​eugenia​, que significa “bem nascido”. A
ideia Galtoniana seria a de desenvolver métodos matemáticos e biológicos para selecionar os
seres humanos com as melhores características e estimular sua reprodução, bem como
5

encontrar os indivíduos com características consideradas “degenerativas” e evitar que se


reproduzam.
Galton, entretanto, acreditava que a transmissão de progenitores à prole não se
limitava a características físicas ou mesmo comportamentais, mas englobava também
habilidades e talentos intelectuais.
Figura 1​ - “A Origem das Espécies”, edição em inglês .

Fonte: [3]
Era essencial para o desenvolvimento da ciência eugenista a resposta de algumas
perguntas. Primeiro, era preciso descobrir o que causa as variações intra-específicas das
espécies, pois caso essas variações tivessem origem no ambiente, como afirmavam Lamarck
e Galton, uma boa alimentação, boa higiene, educação e melhora nas condições de vida
seriam suficiente para apresentarem uma melhora significativa geral nas características
humanas.
Em segundo lugar, era necessário definir como as informações passavam dos
progenitores à prole e, para isso, Galton acreditava que a pangênese Darwiniana estava
correta. Segundo a pangênese, as informações eram passadas de pais para filhos através de
pequenas partículas vindas de todos os lugares do corpo, chamadas de ​gêmulas​.
Durante a segunda metade do século XX, serão realizados diversos testes muito
importantes que comprovarão, em partes, a existência das gêmulas propostas pela ideia da
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pangênese, ou a prova de que a teoria Lamarckiana/Galtoniana sobre transmissão de


habilidades/talentos intelectuais era falsa.
2.Descoberta do DNA, sua relação com a genética e elucidação de sua estrutura

2.1 Friedrich Miescher

Em vários trabalhos geralmente atribui-se somente a Watson e Crick em 1953 a


descoberta do DNA e elucidação de sua estrutura tridimensional. Entretanto, um dos
primeiros nomes importantes para uma descrição inicial do ácido desoxirribonucleico é o do
suíço Friedrich Miescher (1844 - 1895), ainda no século XIX. A segunda metade deste século
foi importante para diversos avanços científicos na área da bioquímica, além de diversos
ensaios iniciais sobre hereditariedade e genética.​[4]
Friedrich Miescher começou estudos iniciais no laboratório do então renomado
bioquímico Felix Hoppe-Seyler. Seu objetivo era “determinar a composição química das
células”, e para isto, utilizou linfócitos (um tipo de leucócito, que atua na defesa imediata do
organismo, como por exemplo contra vírus e células cancerígenas)​[5] como fonte de estudos
pois essas células eram consideradas até então “as células mais simples e independentes”​[4]​.
Miescher tentou então isolar estas células dos gânglios linfáticos, porém não
conseguiu obter quantidade suficiente para proceder às análises devido à dificuldade em
purificar os linfócitos. Após essa tentativa falha, Miescher seguiu o conselho de
Hoppe-Seyler e começou a estudar leucócitos (glóbulos brancos), obtendo material para
análise de curativos cirúrgicos em clínicas da cidade de Tübingen. A ideia se mostrou efetiva,
permitindo que Miescher purificasse quantidades suficientes de leucócitos para análises.​[4]
Após a obtenção e purificação dos leucócitos, Miescher focou seu estudo em diversas
proteínas, pois, na época, estas macromoléculas eram bem conhecidas em desempenhar
diversas funções celulares importantes. Ele ainda constatou que lipídios e proteínas eram os
principais componentes do citoplasma.​[4]
Durante essas análises, que buscavam principalmente obter novas informações sobre
proteínas, Miescher encontrou uma substância que se precipitava em meio ácido e que
voltava a ser solúvel em meio alcalino. De acordo com o conhecimento prévio, Miescher
concluiu que esta substância não era referente ao citoplasma, mas sim ao núcleo. Miescher
decidiu então estudar mais a fundo o núcleo, visto que este era uma organela pouco analisada
na época.​[4]
7

Trabalhando em métodos para a separação do núcleo do citoplasma, Miescher


percebeu que essa nova substância “enigmática” compartilhava algumas propriedades
químicas com proteínas, porém não era uma proteína. Devido à sua presença no núcleo,
Miescher denominou esta substância como “nucleína” (​nuclein)​ .​[4]
O método de Miescher para separar o material do núcleo do citoplasma era o seguinte:
lavar os leucócitos com álcool “morno” para remoção de lipídios, seguido da digestão com a
enzima pepsina (obtida previamente de estômago de porcos) por 18-24h a 37-45ºC. Era feita
então a filtração e lavagem do material para remoção de pequenos traços de proteína. Uma
extração utilizando solução alcalina era realizada, seguida da precipitação da nucleína com
solução de ácido acético ou ácido clorídrico.​[4]
Através deste método, Miescher ainda mostrou que o material presente no núcleo não
era composto nem de proteínas nem de lipídios. Ele ainda realizou análises para detecção de
elementos presentes no material, e observou que, diferente das proteínas, a nucleína não
possuía enxofre mas possuía grandes quantidades de fósforo, sendo este último fato
inesperado.​[4]
Miescher realizou então as mesmas análises em células de outros tecidos, obtendo os
mesmo resultados. Ele não estudou qual era a real função da nucleína nas células, entretanto
assumiu que esta desempenhava algum tipo de papel central nas células, e acreditava que um
aumento momentâneo na quantidade de substâncias presentes no núcleo celular estava
relacionado com a divisão/multiplicação celular.​[4]
Os resultados obtidos por Miescher entretanto, não foram inicialmente aceitos nem
por Felix Hoppe-Seyler. Apenas após um ano de repetições dos experimentos de Miescher
Hoppe-Seyler se convenceu, e assim como Miescher, ele concluiu que a nucleína era uma
substância diferente de todas aquelas já isoladas anteriormente de organismos vivos, além de
descartar a possibilidade de que esta nova substância fosse apenas um metabólito.​[4]
Anos depois, após se tornar professor de fisiologia na Universidade de Basiléia, na
Suíça, Miescher fez novos estudos que levaram à descobertas importantes. Ele foi capaz de
isolar e purificar grandes quantidades de nucleína de esperma de salmão (Figura 2), criando
um protocolo para esta obtenção. Miescher ainda foi capaz de determinar a porcentagem de
fósforo (expressa como P​2​O​5​) na nucleína obtida do esperma de salmão, obtendo 22,5% como
resultado (muito próximo de 22,9%, valor conhecido atualmente), além de mencionar que
8

esta substância apresentava alta massa molecular, postulando inclusive algumas fórmulas
moleculares tais como C​22​H​32​N​6​P​2​O​16​ e C​29​H​49​N​9​P​3​O​22​.​[4]
Figura 2​- Tubo de ensaio contendo nucleína isolada de esperma de salmão, por Friedrich Miescher.

Fonte: [4]
Em 1889, Richard Altmann renomeia o termo “nucleína” para “ácido nucleico” após
identificar caráter ácido nesta substância, sendo este último termo o amplamente aceito e
utilizado desde então.​[6]
2.2 Albrecht Kossel, Phoebus Levene e George Beadle

Alguns outros pesquisadores fizeram descobertas importantes sobre ácido nucleicos.


Um dos nomes foi o do bioquímico alemão Albrecht Kossel (1853 - 1927), que isolou e
caracterizou as cinco bases nitrogenadas (entre 1895 e 1901): adenina, timina, citosina,
guanina e inclusive uracil (esta última presente apenas no RNA). Em 1910, Kossel foi
laureado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina, devido às suas pesquisas relacionadas à
biologia celular, a composição química do núcleo celular, além de isolar e caracterizar os
ácido nucleicos.​[7],[4]
O químico orgânico americano Phoebus Levene (1869 - 1940) foi o primeiro a
identificar que um único nucleotídeo era composto de de três componentes: grupo fosfato,
carboidrato e uma base nitrogenada, além de identificar o anel da ribose do RNA e da
desoxirribose do DNA. Levene ainda formulou a “teoria do tetranucleotídeo”, que enuncia
9

que o DNA é uma série de quatro unidades de nucleotídeos, cada um contendo as quatro
bases nitrogenadas numa sequência fixa. Esta teoria é incorreta, e foi apenas dispensada após
o trabalho de Erwin Chargaff no final dos anos 40 e início dos anos 50.​[8]
George Beadle (1903 - 1989) foi um geneticista americano laureado pelo Nobel de
Fisiologia ou Medicina em 1958. Beadle e colabores foram responsáveis por propor a
hipótese de “um gene-uma enzima”, que é a ideia de que cada gene é responsável pela
produção de uma enzima específica que afeta o processo metabólico do organismo. Hoje, esta
ideia foi ampliada para “um gene-um polipeptídeo”, visto que os genes não são responsáveis
apenas pela produção de enzimas, mas sim de polipeptídeos no geral.​[9],[10]
2.3 Oswald Avery

Na década de 1940 a ciência já havia avançado suficientemente para explicar a alguns


fatos sobre hereditariedade e genética: os genes já eram considerados as unidades essenciais
de hereditariedade, e a eles já se relacionava a geração de enzimas fundamentais para
atividades metabólicas. Entretanto, ainda não se relacionava a hereditariedade (ou os próprios
genes) à ácidos nucleicos (alguns cientistas da época consideravam que a hereditariedade e a
informação genética estavam ligados às proteínas). Isto mudou apenas em 1944 com o artigo
publicado por Oswald Avery (1877 - 1955) e colaboradores​[11]​, mostrando que o ácido
desoxirribonucleico (​deoxyribonucleic acid,​ DNA) era a base química do material genético,
sendo um componente químico onipresente em todos os seres vivos.​[12]
Anos antes, em 1928, num experimento realizado por Frederick Griffith, com o
objetivo de estudar uma possível vacina para a pneumonia​[12]​, foram utilizadas duas cepas de
Streptococcus pneumoniae (bactéria causadora da pneumonia): a cepa S, virulenta, que
levava os ratos à morte, e a cepa R, avirulenta, que não adoecia os ratos, deixando-os vivos.
A sigla S foi dada devido ao termo ​smooth (“suave”), devido à aparência da colônia, que
possuía bordas arredondadas devido a uma capa de polissacarídeo que protegia as bactérias
do sistema imunológico dos ratos; a sigla R vem de ​rough (“rugosa”) devido à aparência
rugosa das colônias, que não possuíam esta capa protetora e estavam sujeitas ao sistema
imunológico dos ratos, sendo, portanto, avirulentas.​[13]
Conforme observado na Figura 3, a cepa S ativa era a única capaz de matar os ratos,
enquanto que a cepa R e a cepa S desativada por calor não eram capazes do mesmo.
10

Figura 3 ​- Experimento realizado por Griffith, em 1928.

Fonte [13].
Entretanto, o que chamou a atenção de Griffith (e de outros pesquisadores da época)
foi que ao injetar a cepa R (avirulenta) e a cepa S (virulenta) desativada, os ratos eram
mortos. Griffith propôs então que a cepa R havia se “transformado” na cepa S através de um
“princípio transformador”, porém não descreveu este princípio, até porque não era o objetivo
inicial de sua pesquisa.
No artigo original, submetido em 1943 e publicado em 1944, demoniado “​Studies on
the chemical nature of the substance inducing transformation of Pneumococcal types”​ [11]​
​ ,
Avery e seus colaboradores deixam claro que seus objetivos eram de realizar uma análise
mais detalhada no fenômeno que ocorreu nas bactérias observado por Griffith, com maior
interesse em extrair e isolar o princípio ativo que promoveu a transformação (princípio
transformador) e identificar sua identidade química.
Experimentalmente, Avery e seus colabores inicialmente mataram bactérias (cepa S,
virulenta), extraíram componentes salinos, hidrolisaram polissacarídeos com o auxílio de
enzimas e precipitaram proteínas utilizando clorofórmio. Por fim, o “princípio
transformador” foi isolado por precipitação em etanol e analisado com relação às proporções
de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. Esta análise mostrou que este
“princípio” tinha proporções idênticas a de ácidos nucleicos.
Para confirmar que o “princípio transformador” era realmente DNA, e não RNA ou
proteínas, Avery e seus colaboradores ainda realizaram o seguinte ensaio bioquímico: cepas S
11

foram mortas com calor, sendo polissacarídeos e lipídeos eliminados do meio em seguida.
Em frascos distintos, foram adicionadas diferentes enzimas: no primeiro frasco, adicionaram
proteases (enzimas que clivam proteínas); no segundo, RNAses (enzimas que clivam RNA);
no terceiro, DNAses (enzimas que clivam DNA). Em seguida, adicionaram as soluções dos
três frascos em diferentes culturas de células da cepa R (avirulenta). O resultado foi que
apenas na cultura na qual foi adicionada a solução contendo DNAses não foi observada
transformação das bactérias R (avirulentas) em S (virulentas). Portanto, a conclusão foi que
DNAses inibem a transformação pois clivam o “princípio transformador”, que com este
ensaio, mostrava-se ser o DNA, estando portanto ligado à hereditariedade.
A Figura 4 abaixo mostra sucintamente o ensaio bioquímico realizado por Avery e
seus colaboradores.
Figura 4​ - Esquema do experimento realizado por Avery e colaboradores.

Fonte: [14].
Hoje em dia sabemos que o que ocorreu com as bactérias é chamado de
transformação, fenômeno que ocorre quando alguns tipos de bactérias obtém trechos de DNA
de outras bactérias, tendo sua constituição genética alterada.
2.4 Erwin Chargaff

Erwin Chargaff (1905-2002) era austríaco, porém se mudou para os Estados Unidos
em 1935 devido ao regime nazista. Nos EUA, publicou seu maior número de artigos que
tiveram grande importância na história da elucidação da estrutura do DNA.​[15]
12

Após ler a publicação de Avery e seus colabores em 1944, que concluía que os genes,
unidades de hereditariedade, eram compostos de DNA, Chargaff ficou impactado, chegando a
dizer que Avery tinha descoberto um novo idioma, e que ele, Chargaff, iria abdicar de seu
trabalho atual para entender melhor os textos neste novo idioma.​[15]
A crença inicial de Chargaff era de que se o DNA de diferentes espécies exibiam
atividades biológicas distintas, deveria haver também uma diferença em sua composição
química. Sua preocupação inicial era analisar as porções contendo bases nitrogenadas (Figura
5’) e o anel de 5 membros da desoxirribose de diferentes espécies.​[15]
Ao longo de dois anos, Chargaff desenvolveu um método para analisar pequenas
quantias de DNA. Este método era composto de três passos: 1) separação do DNA em
componentes individuais através de cromatografia em papel; 2) os componentes individuais
eram convertidos em sais de mercúrio; 3) purinas e pirimidinas (Figura 5) eram devidamente
identificadas através de seus espectros de absorção na região do ultravioleta.​[15]
Figura 5​ - Estrutura química de um nucleotídeo.

Fonte: [16].
Após anos de pesquisa utilizando novos métodos para extração e análise do DNA
(como exemplo, utilizando hidrólise com ácido fórmico) de diferentes espécies, Chargaff
publica seu trabalho mais reconhecido, um artigo de revisão, em 1950​[17]​. Neste artigo,
Chargaff cita duas conclusões importantes, que hoje são denominadas “Regras de Chargaff”.
Estas regras podem ser enunciadas como:
13

I) As proporções das bases nitrogenadas (A, T, C, G) variam entre espécies, porém é


constante dentro da mesma espécie;
II) Em qualquer espécie, todo DNA terá a mesma proporção entre adenina e timina
(%A = %T) e entre citosina e guanina (%C = %G).
A tabela da Figura 6 abaixo foi retirada do artigo de revisão de Chargaff de 1950​[17]​.
Esta tabela mostra as proporções (mols de bases nitrogenadas por mols de fósforo) das bases
nitrogenadas do DNA em células humanas do timo (​thymus​) e do baço (​spleen​).
Figura 6​ - Composição do DNA de diferentes células humanas.

Fonte: [17].
Nesta tabela, é possível observar que as regras I e II são obedecidas: as proporções das
bases nitrogenadas é constante (os poucos desvios observados são aleatórios) e há
equivalência nas proporções nos pares adenina/timina e citosina/guanina.
Curiosamente, Chargaff não deu um motivo para que as proporções de adenina/timina
e citosina/guanina. Ou seja, não foi Chargaff que explicou que as bases eram complementares
ou que interagiam por meio de ligações de hidrogênio, sendo este fator essencial para a
elucidação da estrutura tridimensional do DNA anos mais tarde.
Chargaff ainda observou que, na presença de ribose não havia presença da base
timina, mas sim da base uracila. Esta é uma distinção importante entre as moléculas de DNA
(desoxirribose, presença de timina) e do RNA (ribose, presença de uracila).​[17]
2.5 Rosalind Franklin

Rosalind Franklin (1920 - 1958) obteve seu PhD em Cambridge em 1945. No período
entre 1946 e 1949, ela trabalhou intensamente em técnicas de difração de raios X em cristais
imperfeitos. Alguns de seus artigos são citados até hoje pois revolucionaram a forma como
químicos e físicos visualizam a microestrutura de compostos de carbono tais como carvão e
grafite. Entre 1951 e 1953, ela trabalhou com o DNA, obtendo a famosa Fotografia 51
14

(Figura 7), que foi determinante para elucidação da estrutura tridimensional do DNA.​[18]
Figura 7​ - Fotografia 51, obtida por Rosalind Franklin e Raymond Gosling em maio de 1952.

Fonte: [19].
Inicialmente, Franklin observou duas formas distintas de DNA podiam existir,
denominadas por ela de “A” e “B” (Figura 8). A forma A é mais seca e obtida
preferencialmente com 75% de umidade relativa, e cátions (como Na​+​) são responsáveis por
estabilizar os íons fosfatos ionizados. A forma B é a forma que ocorre ​in vivo​, é uma forma
menos ordenada e totalmente hidratada, produzida preferencialmente com 90% de umidade
relativa. A forma B, por ser mais hidratada, é mais estável e assume a forma de hélice, de
menor energia, e por isso é encontrada ​in vivo,​ o que tornava a forma B muito mais difícil de
ser observada através de difração de raios X, porém muito mais interessante de ser
estudada.​[18]
Figura 8​ - Formas do DNA-A e DNA-B.

Fonte: [20].
15

Franklin controlou a umidade para obtenção da forma B borbulhando H2 através de


uma solução salina, sendo este processo relativamente perigoso. Após a obtenção da forma B
(registrada na Fotografia 51, Figura 7), Franklin calculou parâmetros importantes do DNA,
tais como tamanho da célula unitária, densidade e quantidade de água. Com estes parâmetros,
Franklin conseguiu propor uma estrutura de dupla hélice e calculou precisamente o seu
diâmetro, o tamanho e número de bases de cada volta helicoidal e o incremento na hélice por
par de base​[20],[18]​. Alguns manuscritos de Rosalind Franklin mostram que, antes mesmo de
Watson e Crick, ela já estava ciente de que as regras de Chargaff deveriam ser obedecidas e
de que as cadeias da dupla hélice deveriam ser antiparalelas.
Muitos ainda apontam o trabalho de Rosalind Franklin como subestimado e sem o
devido reconhecimento da academia científica ainda nos dias de hoje, visto que, sem o
trabalho realizado por ela, Watson e Crick não conseguiram propor uma estrutura coerente ao
DNA (ou mesmo que ela, por si só, poderia descrever por completo sua estrutura caso seus
dados não fossem fornecidos a Watson e Crick). Franklin faleceu devido a um câncer em
1958 aos 37 anos e o Nobel laureado à Watson e Crick não foi compartilhado com ela.​[18]
2.6 James Watson e Francis Crick

James Dewey Watson (1928) e Francis Harry Compton Crick (1916 - 2004),
americano e britânico, respectivamente, são hoje os considerados responsáveis por elucidar a
estrutura tridimensional do DNA. Eles acumularam evidências importantes, principalmente
dos dados obtidos por Erwin Chargaff e Rosalind Franklin para propor uma estrutura
adequada e coerente.​[20]
Em 1953, eles postularam o modelo da dupla hélice, que consiste em duas hélices de
DNA enroladas em torno de um único eixo longitudinal. Os grupos fosfato e desoxirribose,
hidrofílicos, se situam no lado de fora, permitindo interações importantes com a água do
meio. No interior da hélice, as bases pirimídicas (citosina, timina) e púricas (adenina,
guanina), hidrofóbicas, estão planares e próximas umas das outras, formando um
empilhamento que está praticamente perpendicular ao eixo longitudinal (Figura 9). Vale
ressaltar que, como na época não existiam computadores capazes de gerar imagens
tridimensionais, a estrutura inicial foi feita utilizando modelos moleculares de bola e palito.​[20]
16

Figura 9​ -Modelo de Watson e Crick para o DNA.

Fonte: [20].
Outro fator crucial para obter este modelo foi a interpretação realizada por Watson e
Crick dos resultados obtidos por Chargaff anos antes: a regra II de Chargaff citada
anteriormente foi interpretada de tal forma que os pares A/T e C/G se pareassem através de
ligações de hidrogênio (Figura 10), explicando assim suas proporções iguais.
Figura 10 ​- Ligações de hidrogênio responsáveis pelo pareamento das bases nitrogenadas.

Fonte: [20].
17

Conforme ilustrado na imagem, formam-se duas ligações de hidrogênio entre adenina


e timina, e três entre guanina e citosina.
A complementaridade entre as bases nitrogenadas gera dois tipos de cavidades, uma
maior e outra menor, conforme observado na Figura 9. Watson e Crick ainda determinaram o
número de bases por volta da hélice (10,5 bases ou 35 Å) e que as duas fitas de DNA se
dispunham de forma antiparalela.​[20]
O modelo proposto ainda tinha vantagens por ser termodinamicamente estável: as
interações de hidrogênio entre as bases complementares, interações hidrofóbicas devido ao
empilhamento entre as bases, além da exposição dos grupos hidrofílicos fosfato e
desoxirribose à água auxiliam na estabilidade do DNA.​[20]
Outro fator importante é que o modelo proposto sugeria como era possível replicar a
informação genética, mesmo sem dados confirmatórios. Watson e Crick previam que poderia
haver uma separação das cadeias, e cada cadeia pré-existente poderia funcionar como um
molde para direcionar a síntese de uma nova cadeia complementar, sendo este processo
guiado pela complementaridade entre as bases. Estas suposições foram confirmadas
experimentalmente anos depois, tornando o trabalho de Watson e Crick ainda mais
prestigiado.​[20]
Vale ressaltar que em 1952, Alfred Hershey e Martha Chase que confirmaram a ideia
de Oswald Avery de que o DNA é o material genético. O experimento realizado consistiu em
estudar a infecção de bacteriófagos (vírus compostos apenas de proteínas e DNA). Um grupo
de vírus havia sido marcado com enxofre-35 (radioativo), e em outra, fósforo-32 (radioativo).
Após a infecção e separação do vírus e da bactéria, os pesquisadores observaram que apenas
fósforo-35 estava presente. Com isto, sabendo que proteínas não apresentam nenhum
elemento contendo fósforo, concluiu-se que o DNA era o material genético.​[21]
A descoberta do DNA como material genético e elucidação de sua estrutura foi, sem
dúvidas, um marco importante na história da ciência no século XX, que revolucionou
diversas áreas, principalmente a química e a biologia. A melhor compreensão do DNA se
mostra importante ainda hoje devido às aplicações tecnológicas que são oriundas de sua
descoberta e elucidação de sua estrutura, como por exemplo testes de paternidade precisos e a
tecnologia do DNA recombinante, além de agregar muito conhecimento básico sobre como
nossa informação é passada de geração em geração. A dupla hélice do DNA é uma ilustração
18

amplamente conhecida, e está presente até mesmo em diversas referências da cultura pop de
diferentes culturas.
3. Tecnologias relacionados ao DNA

Várias tecnologias foram desenvolvidas após a descoberta do DNA, como por


exemplo:
3.1 DNA Recombinante

Como citado anteriormente, em 1944, o pesquisador Oswald Avery, durante suas


pesquisas sobre a cadeia molecular do ácido desoxirribonucléico, descobriu que o DNA era o
componente cromossômico responsável por transmitir informações genéticas. Já, em 1961, os
pesquisadores François Jacob e Jacques Monod descobriram que o DNA era o principal
responsável pela síntese de proteínas.
Em 1972, o pesquisador Paul Berg realizou a primeira ligação de duas cadeias
genéticas com sucesso, ele ligou uma cadeia de DNA do fago lambda junto ao operon da
galactose de ​Escherichia coli, e​ posteriormente inserindo-os no DNA do vírus SV40.
Por fim, em 1978, os pesquisadores Werner Arber, Daniel Nathans e Hamilton Smith
conseguiram isolar as enzimas de restrição, que são capazes de cortar a molécula de DNA
controladamente, criando parcelas da molécula com pontas adesivas que podem ser ligadas a
outras parcelas de DNA também cortadas pela mesma enzima. Juntamente com a enzima
ligase, estas enzimas de restrição foram a base inicial da técnica de DNA recombinante.​[20]
Essa tecnologia pode ser utilizada para produzir diversos compostos em laboratório,
como insulina, interferons, albumina (uma proteína do sangue), hormônios de crescimento e
até mesmo vacinas para doenças como a vacina da malária e da hepatite B.
Essa técnica é bastante utilizada para a produção de vacinas que envolvem alto risco
biológico.​[20]
3.2 Teste de paternidade e PCR

O teste de paternidade consiste em uma análise molecular do DNA de dois indivíduos


para identificar se existe vínculo biológico ou não, podendo ser utilizado como prova legal
em casos de herança, direitos paternos ou mesmo circunstâncias que exijam confirmação de
parentesco.
Ao nascer, uma criança herda 50% do DNA do pai e 50% do DNA da mãe, de forma
aleatória, o que significa que dos 46 alelos existentes no DNA do pai/mãe, a criança herdará
19

23 alelos de cada, aleatoriamente (Cada cromossomo possui 2 alelos, e a transmissão


aleatória se dará entre esses 2, visto que cada par de alelos possui uma função diferente no
corpo humano).
Antes da noção de DNA, a aferição da paternidade podia ser realizada por outros
métodos menos acurados, como a cor dos olhos ou a análise do tipo sanguíneo.
Um marcador genético é qualquer variação na estrutura do DNA que seja capaz de
diferenciar um indivíduo de todos os outros, sendo um aspecto muito importante desde à
identificação de doenças genéticas até mesmo à ciência forense para identificação de
suspeitos.
Caso haja uma frequência de mutações no material genético de uma população
superior a 1%, este passa a ser reconhecido como um polimorfismo genético, dentre os quais
alguns podem ser utilizados como marcadores genéticos, e os STR (​short tandem repeat​), ou
microssatélites, são os mais utilizados em testes de paternidade.
Os STR formados por pequenos filamentos (de 1 a 8 nucleotídeos) repetidos
sequencialmente, e estes marcadores apresentam alta variabilidade, de modo que a
comparação em ​loci da pessoa analisada com os pais tende a ser um processo altamente
discriminatório.
O procedimento consiste em, após coletado o material biológico, deve-se extrair o
DNA das células e quantificá-lo para saber se há material genético suficiente. Após extração,
inicia-se o processo conhecido como PCR (​polymerase chain reaction)​ , que está ilustrado na
FIgura 11 abaixo:
20

Figura 11​ - Esquema seguido no método PCR.

Fonte: [22].
O processo da PCR é dividido em: Passo 1, inicialização, no qual as polimerases de
DNA são ativas além de ocorrer a desnaturação do DNA original por meio da quebra das
ligações de hidrogênio entre as bases para obtenção de duas fitas de DNA simples, sendo
estes efeitos causados pelo aumento da temperatura para cerca de 95ºC; Passo 2, no qual a
temperatura é reduzida (~68ºC) para que os iniciadores (​primers​) possam se anelar às fitas
moldes obtidas no Passo 1. Os indicadores são sequências pequenas de DNA de cadeia
simples, que se complementam apenas à extremidade 3’ (terminação hidroxil) das fitas
molde; Passo 3: com a devida complementaridade dos iniciadores, as DNA polimerases
sintetizam uma nova cadeia de DNA através da adição de desoxirribonucleotídeos fosfatados
(dNTPs) livres, adicionados previamente. Com as novas cadeias sintetizadas, o processo pode
ser refeito, o que torna o processo cíclico.​[20],[22]
Para o teste de paternidade, o resultado é representado por bandas referentes aos dois
alelos daquele ​locus,​ onde um dos alelos deve ser semelhante ao da mãe e o outro ao do pai
biológico. Feito isso, são utilizados cálculos estatísticos para verificar a probabilidade de
compatibilidade biológica.
Vale ressaltar que o método PCR é amplamente utilizado em outras áreas, como
detecção de cânceres e tumores, detecção de infecções por vírus pela detecção do DNA viral,
21

clonagem e aplicações diversas na área forense, como identificação do DNA por análise de
fios de cabelo ou até mesmo impressões digitais.​[20],[22]
O resultado da PCR é analisado através de eletroforese em gel de poliacrilamida ou de
agarose, no qual é também adicionado um padrão de peso molecular pré-estabelecido.
O método PCR foi desenvolvido em 1983 por Kary Mullis e Michael Smith,
vencedores do prêmio Nobel de Químico de 1993.​[22]
Uma variação da PCR é a RT-PCR (​reverse transcription polymerase chain reaction​),
que transcreve o RNA para DNA (denominado DNA complementar, ou ainda cDNA) através
da enzima transcriptase reversa, seguido da amplificação pelos 3 passos descritos para o
método PCR padrão.
3.3 Células-Tronco

As células-tronco são células capazes de se transformar em outras células que


constituem o organismo, ou mesmo de se auto-replicarem para formação de novas células
tronco, conforme ilustrado na Figura 12 abaixo:
Figura 12 ​- Ilustração do potencial das células tronco.

Fonte: [23].
Existem três tipos de células-tronco inicialmente, que são denominadas de
totipotentes, pluripotentes e multipotentes. As células-tronco multipotentes possuem a menor
versatilidade de transformação dentre as células-tronco, e são principalmente encontradas na
medula óssea de adultos, onde elas trabalham para a manutenção e renovação dos nossos
órgãos mesmo na fase adulta.
22

Já as células-tronco pluripotentes têm um versatilidade de transformação


intermediária, sendo capazes de se transformar em qualquer célula que constitua o folheto
embrionário, ou seja, o ectoderma, o mesoderma e o endoderma.
Por fim, existem as células-tronco totipotentes, que são capazes de se transformar em
qualquer célula imaginável, o que inclui tecidos ​extraembrionários,​ como a placenta.
Entrementes, em 2007, pesquisadores descobriram que determinados vírus são
capazes de reprogramar células comuns para que estas voltem a ser células-tronco. Esse
procedimento consiste na inserção de um vírus de 4 genes que reprograma o DNA da célula
alvo, transformando-a numa célula tronco pluripotente, ou conhecida também como
células-tronco de pluripotência induzida​ ou iPS (​induced pluripotent stem cells).[23]

4.Referências Bibliográficas

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Acesso em 10 abr. 2020.
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23

[6] RICHARD ALTMANN. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:


Wikimedia Foundation, 2016. Disponível em:
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em: 3 abr. 2020.
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[9] GEORGE BEADLE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
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