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É importante destacar que historicamente no Brasil o cuidado hospitalar seguiu o modelo

biomédico-hegemônico, como foi visto na introdução, centrado em procedimentos


tecnológicos que produziam uma atenção fragmentada e desarticulada e que se organizava em
função da demanda espontânea. Tal modelo provocou, ao longo de décadas, o
empobrecimento da dimensão cuidadora, gerando insatisfação dos usuários, ineficiência e
ineficácia dos serviços e baixo impacto na assistência (BRASIL, 2013).

Em contraposição a este modelo, a Política Nacional de Atenção Hospitalar se propõe a rever


este modelo biomédico-centrado, trazendo para a centralidade da atuação a preocupação com
a humanização, com a atenção qualificada e eficiente e enfatizando que a Atenção Hospitalar
deve se organizar de forma regionalizada, articulada e integrada com a RAS. A atenção deve
ser feita por equipe multiprofissional e o hospital deve concentrar sua assistência nas
atividades altamente especializadas, buscando o processo de desospitalização e a formação de
redes e associações de cuidados, garantindo a continuidade destes em outros pontos de
atenção das RAS.

é importante lembrar que há portarias do Ministério da Saúde que incluem, obrigatoriamente,


a(o) psicóloga(o) na equipe mínima, tais como a Portaria n.º 628 de 26/04/01, que trata de
serviços destinados à realização da Cirurgia Bariátrica. A Portaria n.º 400 de 16/11/2009, que
prevê a presença de uma(um) psicóloga(o) na equipe de saúde para Atenção aos Ostomizados.
A Portaria n.º 930 de 10/05/12, que recomenda que a equipe de saúde inclua uma(um)
psicóloga(o) na organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave ou
potencialmente grave. Outras, ainda, recomendam assistência psicológica nos serviços de
média e alta complexidade, o que inclui ambulatórios e hospitais e podem ser encontrados no
sítio virtual do Ministério da Saúde.

Pensar na promoção e recuperação da saúde da no âmbito do SUS requer da(o) psicóloga(o),


além de competência técnica, um compromisso ético e participação cidadã, com atenção
especial às lutas pela mudança das condições sociais da população brasileira, através de
participação política, para a garantia dos direitos da população, tendo como horizonte da
atuação a defesa do SUS.

Eixo 2- O hospital é um lugar de estranhamento radical. Corredores longos, macas circulando,


enfermarias geladas, equipamentos, uma atmosfera característica, a solidão disfarçada por
uma TV constantemente ligada, profissionais de saúde formando a equipe de cuidadores,
horários restritos, alimentação diferente e outros incômodos rotineiros próprios do lugar.
Encontramos a pessoa afetada pela fragilidade que emerge da doença, do mal-estar,
impactada pelas rupturas com o seu cotidiano. Muitos podem se sentir desamparados,
confusos com a situação, ansiosos, ameaçados em sua integridade. Alguns podem apresentar
reação emocional leve, outros mais severas que os deixam vulneráveis e precisando de
atenção psicológica
A experiência de adoecimento e hospitalização representam para a maioria das pessoas
enfermas um momento muito difícil pelas ameaças de perdas, como da autonomia, cujos
desejos são delegados a outros ou substituídos por procedimentos médicos necessários à
sobrevivência, à possibilidade de morte, entre tantos outros fatores. É neste cenário hospitalar
que muitas vezes o paciente encontra-se em situação de crise.

Durante a crise a pessoa perde momentaneamente sua capacidade de equilíbrio, desestabiliza-


se, há uma redução da capacidade de se encontrar soluções imediatas para o problema que
interfere na capacidade adaptativa da pessoa. Há um aumento do nível de tensão.

Cabe ao profissional de saúde, sobretudo à(ao) psicóloga(o) inserido no contexto hospitalar,


uma atenção ao que está acontecendo com o paciente e seus familiares na situação de perda
da saúde, identificando reações emocionais próprias do adoecimento, como inconformismo,
negação, passividade ou regressão, por exemplo.

A Psicologia no hospital objetiva dar voz à subjetividade, aproxima-se do paciente em


sofrimento, favorecendo a elaboração simbólica do adoecimento, a travessia do tratamento
necessário e trabalhando no sentido de validar sentimentos presentes entrando em contato
com as dificuldades do momento que pode parecer insuportável e infinito.

Processos de avaliação

Bariátrica

Mudança de sexo

Depressão materna pós-parto

Processos formativos

Formação de novas equipes

Implantação de novos serviços

Treinamentos

Promoção de manejo da ansiedade, medos e limitações

Processos Grupais

Atendimento em grupos terapêutico e/ou grupos de apoio, orientação ou acolhimento a


pacientes de uma mesma clínica e/ ou seus familiares e grupos de salas de espera.

No hospital, geralmente, os grupos são abertos e com duração de um encontro.


Cuidados paliativos e morte Quando se pensa em cuidados paliativos, logo vem a ideia
distorcida de morte iminente. É fato de que a doença crônica é incurável, mas cuidados
paliativos referem-se a cuidados ao longo do tratamento, desde o diagnóstico até a morte e
este percurso pode durar anos.

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