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Acadêmica: Sandra Regina P. S.

Oliveira
Professora: Cejane Pacini

RESTAURO – Viollet Le-Duc

O autor inicia o livro, fazendo considerações acerca do conceito da


palavra Restauro, e o referencia dizendo que tanto a palavra, como a coisa são
conceitos modernos e que restaurar um edifício não não significa apenas
conservar, reparar ou refazer a obra, mas restitui-la a “um estado de inteireza
que pode jamais ter existido em um dado momento”. Complementa afirmando
que em nenhum outro momento da civilização o conceito de restauro foi
entendido e interpretado da maneira que se entedia naquele momento.
Ele segue fazendo um parâmetro de como as culturas antigas se
comportavam acerca da temática restauração, e é nesse momento que Le-Duc,
deixa sua visão de restauração, ao citar que, os gregos “longe de restaurar, ou
seja, de reproduzir exatamente as formas dos edifícios que tinham sofrido
degradações”, imprimiam a marca de sua época nos trabalhos a maneira que
julgassem necessários e oportuno.
Mais adiante, aborda sobre a reação dos arquitetos e o desenvolvimento
da arquitetura, quando comparada às outras artes. Cita ainda sobre criticidade
e capacidade de análise de Vitet, em 1830 foi nomeado Inspetor Geral dos
Monumentos Franceses e, no ano seguinte, endereçou ao Ministro do Interior
um relatório sobre as inspeções feitas por ele das províncias do Norte,
considerado uma obra prima nesse gênero de estudos. Le-Duc acreditava que
se esse espécime de trabalho, aplicada aos monumentos medievais, poderia
gerar resultados muito positivos. Na sua visão, Vitet foi o primeiro a se
preocupar com o restauro criterioso dos monumentos antigos e a formular
ideias práticas sobre o assunto, além de fazer intervir a crítica neste tipo de
trabalho. Ao longo cita alguns livro e obras escritas por Vitet.
O autor evidencia que, os restauros realizados anteriormente não eram
outra coisa senão substituições ou composições fantasiosas, mas que tinham a
pretensão de reproduzir formas antigas. Afirma que, durante trinta anos a
construção sofreu todas as mutilações possíveis e foi necessário detê-los para
retornar ao programa de restauro fixado pela Comissão dos Monumentos
Históricos.
Programa esse, defensor da premissa de que, cada edifício ou parte
deste, deveria ser restaurado no estilo que lhe é próprio, não só como
aparência, mas também em sua estrutura. Para tal, a necessidade de
conhecimento profundo da época, bem como o caráter de cada parte, antes de
qualquer trabalho de reparação, “compor uma espécie de dossiê apoiado em
documentos seguros, seja através de notas escritas, seja de levantamentos
gráficos”.
O autor aborda ainda, as dificuldades que se apresentam aos arquitetos
restauradores. Reforça a ideia de utilidade ao edifício, ou seja, o melhor meio
de conservação de um edifício é dar a ele uma destinação, desde que satisfaça
plenamente todas as necessidades que esta destinação impõe e sem que seja
necessárias mudanças.
Partindo para a finalização de suas considerações, atenta para a
responsabilidade do arquiteto no âmbito do restauro “O arquiteto só deve ficar
inteiramente satisfeito e colocar os operários na obra quando encontrar a
combinação que melhor e mais simplesmente se adeque. (...) Decidir uma
disposição a priori, sem tê-la confrontado com todas as informações
necessárias, significa cair no hipotético, e nada é mais perigoso que a
hipótese”.

Referências bibliográficas:
VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel; DOURADO, Odete (apres. e
trad.). Restauro. Salvador, 1996.
A LÂMPADA DA MEMÓRIA – John Ruskin

A obra, A Lâmpada da Memória, é iniciada a partir da visão da escritora


Maria Lucia Bressan Pinheiro, acerca da vida e iniciação de Ruskin, até chegar
na figura emblemática e excêntrica do autor ao longo da sua trajetória.
Ruskin viveu no auge da industrialização, o que o transformou num crítico
ferrenho, pois a considerava uma forma de escravidão e foi um dos maiores
críticos românticos de cunho socialista, e sua contribuição foi essencial para o
canteiro de reformas sociais e urbanísticas, bem como protetivas ao meio
ambiente.
Suas contribuições artísticas e crítico de artes só foram estabelecidas nos
anos de 1842, após sua graduação em Oxford e posterior as suas primeiras
publicações. Como denotado em suas várias publicações, Ruskin coloca-se
radicalmente contra a restauração, e aposta no cuidado e na manutenção
constante dos monumentos. Inspirado em suas ideias o arquiteto e designer
Willian Morris funda nos anos de 1877, A Sociedade para a Proteção dos
Edifícios Antigos.
O elemento chave abordado por Ruskin em a Lâmpada da Memória, e o
Tempo “E na longa duração, com a passagem do tempo, que a arquitetura vai
se impregnando da vida e dos valores humanos; daí a importância de construir
edifícios duráveis, e de preservar aqueles que chegaram até nos”. Que é a
idade de uma edificação e a sua história que mais atribui dignidade ao
monumento.
Ruskin divaga ainda, sobre o pitoresco. De acordo com sua visão, o
sublime se manifesta na arquitetura, com destaque para o tempo, afirma que a
beleza referente às marcas do tempo na arquitetura é um dos responsáveis
pela atribuição do conceito de pitoresco à edificação. Diante da diversidade
temas polêmicos enfocados por ele, destaque por sua recusa em receber
medalha de ouro, que lhe fora conferido pelo Instituto Real de Arquitetos
Ingleses, por sua atividade preservacionista, justificou em forma de denúncia,
atribuindo a restauração levada a cabo por arquitetos, como “destruição”.
O autor é um dos primeiros teóricos a constatar a importância da
preservação das residências, como o monumento mais próximo do homem, um
“monumento a sua vida e sua família”.
Ruskin, foi influencia direta para arquitetos brasileiros, dentre eles Lucio
Costa, também exemplificado no artigo, “O Aleijadinho e a Arquitetura
Tradicional de 1929, Vendo aquelas casas, aquelas igreja, de surpresa em
surpresa, a gente como que se encontra, fica contente, feliz, e se lembra de
coisas que a gente nunca soube, mas que estavam dentro de nós, não sei”.
Enfim, embora apresentando ideias puritanas em referencia a sua
época, continua sendo atual, especialmente por suas teorias de preservação e
conservação dos monumentos, desta feita, seus escritos, são sumariamente,
importantes e relevantes para as discussões no que tange a arquitetura e
patrimônio arquitetônico vigente.

Referências bibliográficas:
RUSKIN, John. A Lâmpada da Memória/ John Ruskin; tradução e
apresentação Maria Lucia Bressan Pinheiro; revisão Beatriz e Gladys Mugayar
Kühl. Cotia-SP: Ateliê
Editorial, 85p. 2008.

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