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NOÇÕES DE TREFILAÇÃO

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DEFINIÇÃO

A trefilação pode ser definida como um processo por deformação


plástica no qual há um tracionamento da matéria-prima (como o
fio-máquina) através da ferramenta (fieira), ocasionando

uma redução de área na seção


Fieira (Seção)
transversal e aumento do comprimento

Barra
trefilada
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- O estudo da trefilação aumentou consideravelmente nos últimos

30 anos, um grande esforço tem sido feito para entender o

escoamento do material quando passa pela fieira, tendo como

pricipais objetivos:

- evitar a fratura do material durante o processo

- otimizar a geometria da fieira.


Fieira (Seção)

Barra
trefilada
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Parâmetros principais:

- Força de trefilação

- Lubrificação

- Temperatura

- Transferência de calor

- Curva de escoamento
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Independentemente do tipo de produto obtido, a
trefilação caracteriza-se sempre pelo tracionamento do
produto trefilado através de uma matriz (fieira) que lhe
confere a geometria e dimensões especificadas.
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Estearato de zinco

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MATRIZ (FIEIRA)

Figura 1 - Representação da trefilação de barras cilíndricas.


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REGIÕES DA MATRIZ

l Região de entrada (1);


l Região de trabalho(2);
l Região de calibração
(3);
l Região de saída (4).

Figura 2 - Representação das regiões de uma matriz de trefilação


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Regiões da fieira

l Região de entrada (1): a região de entrada


tem como objetivo o guiamento do material
(fio-máquina) a ser trefilado e também
facilitar o processo de lubrificação, para o
correto guiamento do material a fieira tem
um ângulo de entrada definido como sendo o
ângulo 2β, este ângulo é ligeiramente maior
que o ângulo da região de trabalho.

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Regiões da fieira

l Região de trabalho (2): a região de trabalho tem


como objetivo deformar plasticamente o material
que está sendo trefilado, esta deformação ocorre
pelo escoamento do material devido a limitação de
diâmetro dada pela ferramenta (fieira). Um fator
importante nesta região é o ângulo 2α, pois a força
para trefilação de um material está diretamente
correlacionado a este ângulo levando-se em conta
que os outros parâmetros do processo sejam
constantes, os ângulos mais comuns estão entre 5°
e 20° dependendo do tipo de material a ser trefilado.

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Regiões da fieira

l Região de calibração (3): esta região define


a geometria e as dimensões do material que
está sendo trefilado, esta região é paralela
em relação ao material que está sendo
trefilado, esta região é fundamental para
assegurar a estabilidade dimensional do
produto trefilado.

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Regiões da fieira

l Região de saída (4): após o material ser deformado


plasticamente há um retorno elástico pelo alivio das
tensões compressivas aplicadas nas regiões (2) e
(3), assim na região de saída o material sofre uma
recuperação elástica e há um leve aumento de
diâmetro. Nesta região há um ângulo de saída (2γ)
que é contrário aos ângulos das regiões de entrada
e de calibração facilitando assim a saída do
material.

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MATRIZ (FIEIRA)
l 1 - Zona plástica relativa ao
comportamento plástico do
material a conformar;
l 2 - Composição química,
propriedades mecânicas,
estrutura cristalina, textura,
microestrutura, tratamento
anterior, qualidade
superficial;
l 3 - Propriedades mecânicas,
superfície, qualidade
dimensional e geométrica
(retorno elástico);

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l 4 - Comportamento
elasto-plástico do
material e elástico da
ferramenta. Também
chamada de região de
trabalho (atrito,
lubrificação e
desgaste);
l 5 - Representação das
ferramentas de
conformação,
materiais, disposição e
movimento
relativo que,
interagindo com o
equipamento de
conformação, definirá a
qualidade dos
16produtos; 10/5/2011
MATRIZ (FIEIRA)

l 6 - Interação do material a conformar e o produto com o


ambiente, exemplificado pela oxidação nos processos à
quente;
l 7 - Representa o equipamento, sua potência para a execução
do processo, permissão para montagem e movimentação das
ferramentas e garantia de qualidade dos produtos com rigidez
adequada;
l 8 - Representa o ambiente que envolve o processo de
conformação, como também a organização da produção na
fábrica.

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VALORES SUGERIDOS
Tabela 1 - Valores indicados para 2α (em °).

Tabela 2 - Valores indicados para Hc (mm).

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MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES

Microestruturas de liga metálica recozida (a) e encruada (b).

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DEFORMAÇÃO À FRIO

Representação da trefilação de barras cilíndricas.


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DEFORMAÇÃO

l Deformação de engenharia:

l Razão de trefilação:

l Deformação verdadeira:

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Equação da Força de
Trefilação, segundo Siebel

F = Força
A = Área
Kfm = tensão de escoamento
φ = deformação -A força de trefilação é a que faz o material
μ = atrito atravessar a fieira.
α = ângulo da fieira - Quanto maior é a redução, maior a força
necessária.

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É interessante encontrar o ângulo de fieira que minimiza a força de
trefilação, denominado semi-ângulo ótimo (, o que permitirá reduzir os
gastos com energia, os valores das tensões envolvidas e o risco de
rompimentos da barra.

Para isso, deriva-se a Equação de Siebel em função do ângulo ótimo e


iguala-se a zero, o que indicará matematicamente o semi-ângulo de fieira
que minimiza a Força!

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TENSÃO EM TREFILAÇÃO

Def. Homogênea
Trab. redundante Atrito

Calibração

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ÂNGULO vs. ATRITO

Influência do ângulo de trabalho sobre a energia de atrito.


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Redução máxima

l A redução máxima fica limitada de tal


maneira que a tensão provocada pela força
(que faz com que o arame saia da fieira) não
seja maior que a tensão de escoamento kf
do material.
l Em conseqüência disso, se definiu um grau
de esforço , que não deve ultrapassar a
75%.

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h
Parâmetro ∆ ∆=
L
l O ângulo de trabalho na fieira provavelmente é o
parâmetro mais importante a ser controlado no
confecção de uma boa ferramenta de trefilação, o
efeito deste ângulo no fluxo de material trefilado não
pode ser apenas considerado a partir do nível de
redução do processo, desta forma foi introduzido o
parâmetro “∆”, que é definido pela razão entre o
diâmetro (h) e o tamanho do contato entre o metal
deformado e a ferramenta (L).

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Efeitos do parâmetro ∆ nas tensões
residuais

l A partir do parâmetro “∆” podemos estimar a


natureza das tensões residuais, pois as tensões
residuais dependem da forma da zona de
deformação. Com valores de “∆” iguais ou menores
que 1, um exemplo prático seria uma redução com
ângulo de ferramenta baixo, o padrão do fluxo do
material é praticamente uniforme assim observa-se
menores tensões residuais geradas no perfil
trefilado. E estas tensões residuais geradas no perfil
são diretamente ligadas ao parâmetro “∆” e sua
magnitude aumenta ou diminuiu de acordo com que
o ângulo de ferramenta varia

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ÂNGULO DE TRABALHO

Influência do ângulo de trabalho sobre o cisalhamento.


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TEMPERATURA

Isotermas na trefilação de uma barra cilíndrica.


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Trefilação Combinada

l Etapas:
– Fio-máquina
– Pré-endireitamento horizontal e vertical
– Jateamento
– Trefilação
– Corte
– Endireitamento e polimento final PTN
– Controle de qualidade
Pr é - e n d ir e it a me n t o T r e f il a ç ã o

F io - má q u in a Po l ime n t o e
Co r t e
e n d ir e it a me n t o
J a t e a me n t o

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32 10/5/2011
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34 10/5/2011
DEFEITOS

Defeito flecha (chevron) em produtos trefilados.


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Defeito flecha (chevron)

•Ação compressiva da fieira não


penetra até o centro da peça
devido a redução ser pequena e o
ângulo de trefilação ser
relativamente grande.

•Camadas mais internas da peça


não recebem compressão radial

•(deformação heterogênea) gera


tensões secundárias trativas no
núcleo da peça

•Solução é diminuir a relação D/L

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DEFEITOS

37 10/5/2011
DEFEITOS

38 10/5/2011
DEFEITOS

39 10/5/2011
DEFEITOS

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TIPOS DE TREFILADOS

Trefilação de tubos
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TIPOS DE TREFILADOS

Trefilação de fios com várias reduções em série.

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TIPOS DE TREFILADOS

Trefilação de tubos com plug flutuante.

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TIPOS DE TREFILADOS

Trefilação de tubos com plug com haste.

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LUBRIFICAÇÃO
l um baixo coeficiente de atrito;
l garantir a completa separação das superfícies;
l ser resistente ao calor;
l favorecer o bom acabamento superficial do produto;
l ser limpo;
l facilmente aplicável;
l resistir à pressão de deformação;
l ser facilmente removível;
l não deve causar problemas de saúde ou ambientais.

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Exercício

46 10/5/2011
Exercício

47 10/5/2011
Exercício

48 10/5/2011
Exercícios

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Exercício a ser resolvido

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BIBLIOGRAFIA
1 LANGE, K. Handbook of Metal Forming. Michigan:
Society of Manufacturing Engineers.

2 SCHAEFFER, L. Conformação Mecânica. Porto


Alegre: Imprensa Livre, 1999. 167p.

3 http://www.fem.unicamp.br/~sergio1/

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