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Mapa e guia da Lezíria do Tejo

Cultura
Como chegar: Mapa e guia da Lezíria do Tejo

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Cultura
CP Alfa Pendular, Intercidades e Regional

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Leiria Pombal Coimbra Castelo


Branco
A13

PORTUGAL A23

Casais Algar A1
Monizes do Pena

Jazida de Vale
de Meios Arripiado

Chãos Parque Natural


das Serras de Aire N118
e Candeeiros

Alcobertas
Golegã
Reserva
Disjunção Colunar Natural do Paul
do Boquilobo
A15
Chamusca
Salinas
Porto das
Azinhaga Mulheres

Rio Maior

Patacão Ulme

Chouto

Santarém Alpiarça
A8

Albufeira
dos Patudos

Almeirim
Maçussa
Caneiras

Valada
RIO SORRAIA
Aveiras
de Cima Cartaxo Benfica
do Ribatejo
Mata
Nacional
das Virtudes
Palhota Escaroupim
Muge

Mouchão
das Garças

Azambuja
Porto
da Palha Glória
do Ribatejo
Ilha dos
Cavalos
Salvaterra de Magos

Açude
da Agolada

Coruche

A10
Benavente

Açude
do Monte
Samora da Barca
Correia

RIO TEJO

A1

Reserva Natural
RIO TEJO do Estuário
do Tejo

RIO TEJO

N118

Lisboa
A2

A12 A13 A10

Alcácer do Sal
Viva a cultura do Ribatejo
Guia de Turismo cultural

O Tejo molda-lhe as margens e a história foi-lhe 


moldando o caráter. Belo e bravo, desde há muito
que o Ribatejo sabe receber. A mesa é farta e deliciosa,
as terras são pitorescas, as festas aguerridas e a natureza
múltipla e diversa, como só o coração do país sabe ser.

Descubra o Ribatejo como quem sobe o rio,


ao sabor da corrente, enquanto desvenda os tesouros
da borda d’água. Admire as igrejas e surpreenda-se
com os palácios e solares. Deixe-se perder pelas
cidades, vilas e aldeias, cheias de histórias para contar
e que outrora foram palco de muita da nossa História.
Descanse nos jardins, passeie nos caminhos à beira-rio
e descubra as tradições ancestrais que os ribatejanos
ainda preservam.

Quando ouvir a concertina frenética do fandango


e vir bailar o barrete verde e vermelho do campino,
de passo ritmado e peito cheio de orgulho, entre na
dança. São tradições que fazemos questão de partilhar.
Por isso, prove o vinho, saboreie a gastronomia, assista
à festa brava e aproveite os dias longos para celebrar
esta região.

Venha e viva a festa.


Viva o Ribatejo.

Municípios Alpiarça Benavente Chamusca Golegã Salvaterra de Magos

A Casa dos Patudos fica na É aqui que se encontram algumas Pela lezíria e charneca A Feira do Cavalo, mais conhecida Outrora um Paço Real, em
memória de todos os que visitam das mais famosas coudelarias e chamusquense há toiros e por Feira da Golegã, é sem dúvida Salvaterra de Magos ainda se
Alpiarça. O seu interior, repleto ganadarias da região, e a Reserva cavalos que partilham o imenso o momento mais esperado do ano vivem algumas tradições da
de obras de arte, está à distância Natural do Estuário do Tejo está território com os seus habitantes. no município. nobreza portuguesa de outros
de uma visita. incluída no seu território. Uma relação ancestral que liga tempos, como a arte da falcoaria.
o homem à terra e ao gado, e Sempre por alturas do Dia de São
Aproveite ainda para conhecer Uma oportunidade única para que se preserva ainda hoje. Martinho, venha assistir ao mais Considerada Património Cultural
o Cavalo Sorraia ou praticar conhecer a sua fauna e flora, em belo espetáculo equestre que se Imaterial pela UNESCO, esta prática
desportos náuticos na albufeira perfeita harmonia com a cultura A Festa Brava é o orgulho dos realiza em Portugal, e aproveite encontrou no edifício da antiga
dos Patudos. do arroz carolino das lezírias chamusquenses, que fazem para ficar e viver uma das vilas Falcoaria Real o seu espaço de
ribatejanas. questão de a partilhar com mais pitorescas do Ribatejo. visita, preservação e pesquisa.
quem os visita.

Almeirim Azambuja Cartaxo Coruche Rio Maior Santarém

De Almeirim levamos sempre a Em tempos ponto de paragem Quando pensamos no Cartaxo, logo O montado de sobro é um dos As Salinas da Fonte da Bica são A maior cidade ribatejana é bem
recordação de como uma sopa de quem subia o rio, a vila o vinho vem à memória. Se o sabor tesouros de Coruche. O ecossistema o elemento mais emblemático de conhecida de todos pelo seu
basta para fazer uma grandiosa de Azambuja continua a não se esquece, a sensação de do montado é cuidadosamente Rio Maior e o sítio perfeito para vasto património arquitetónico
refeição. receber bem os seus visitantes. admirar as suas vinhas é ainda mais preservado, e ali há espaço e tempo começar a explorar o concelho. e religioso, sendo Santarém uma
Percorra o rio numa das marcante. para se encontrar com a natureza. das maiores representantes do
A sopa da pedra é o seu cartão pequenas embarcações turísticas, Parta depois à descoberta dos estilo Gótico em Portugal.
de visita mas há tanto para viver e à mesa saboreie os pratos Venha conhecer a beleza dos Descubra esta floresta única, parta à trilhos do Parque Natural das Serras
em Almeirim que este delicioso típicos à base de pão como o campos agrícolas do Cartaxo, onde aventura pelo rio Sorraia e descanse de Aire e Candeeiros e, à noite, É também o polo cultural da
prato é só o início. É a energia torricado, a lapardana oua manja, a vinha serpenteia como o Tejo e na tranquilidade da vila. faça a festa num dos muitos locais região e um excelente ponto
de que precisa para explorar sem esquecer os peixes de rio. a paisagem muda de cor a cada de diversão da cidade. de partida para iniciar a sua
este município. estação do ano. viagem pelo Ribatejo.
Com forças redobradas por uma
refeição deliciosa, agora está
pronto para conhecer todos os
recantos do concelho.

Ribatejo Viva a Festa


1. 1. Igreja de Nossa
Senhora da Graça
Santarém

Localizada em pleno centro histórico de


Santarém, a Igreja da Graça pertencia
ao conjunto do antigo Convento dos
Eremitas Calçados de Santo Agostinho. 

Conhecida pela sua rendilhada


rosácea, permite testemunhar a
evolução do estilo gótico no nosso
país. O navegador Pedro Álvares
Cabral, que descobriu a Terra de Vera
Cruz, encontra-se aqui sepultado.

2. Igreja de Santa Clara


Santarém

Edificada em 1259, é o maior exemplar


do gótico mendicante de Santarém, e
foi mandada construir sob o patrocínio
de D. Afonso III. Na primeira metade
do século xvii a igreja foi alvo de
profundas remodelações que lhe
alteraram a forma e a volumetria.

Um dos símbolos arquitetónicos mais


identificativos desta igreja é a belíssima
rosácea que ilumina o seu interior.

3. Fonte das Figueiras Catedral de Santarém


Santarém e Museu Diocesano
Santarém
A Fonte das Figueiras é um chafariz
gótico do século xiii-xiv, em forma de Datada de 1711, a Catedral de Santarém,
alpendre, que protege uma bica que antiga igreja jesuíta e seminário, é a mais
brota do próprio muro. jovem Sé portuguesa, um imponente
edifício que marca o rosto da cidade.
Uma interessante obra de arquitetura
civil do gótico trecentista de silhares Descubra a coleção de arte religiosa
de cantaria e alvenaria de calcário, é do Museu Diocesano, que inclui obras
valorizada pela presença das armas datadas do século xiii até aos dias de
reais e do concelho em brasões de hoje, e que permitem contar algumas
cadeado. Pensa-se que as armas do rei histórias da tradição oral de Santarém.
representadas reportam a D. Dinis.

Viva a História e o Património 2. Anta de Alcobertas


Rio Maior
A arte, a arquitetura e os mitos Na freguesia de Alcobertas a Igreja
de outros tempos de Santa Maria Madalena e o
megálito-capela adjacente são de
paragem obrigatória. O monumento
megalítico funerário, local de culto
Desde os tempos em que o Tejo é rio, que o já no período neolítico, continuou
a merecer a adoração dos homens
Ribatejo vem sendo habitado por diferentes povos. cristãos, que o adaptaram a capela.
Ali se estabeleceram devido à fertilidade dos solos, Em junho, aproveite para participar no
e ainda hoje encontramos vestígios da sua presença. Mercadinho Romano de Rio Maior,
uma forma original de dar a conhecer
o património romano e a sua marca
Habitada desde o Neolítico, esta região foi no território.
testemunha da presença judaica, muçulmana e,
mais tarde, foi palco da reconquista cristã. Santarém 3. Igreja de Nossa Mercado Municipal
tinha uma das maiores comunidades judaicas do país Senhora do Castelo Santarém
e ali foi construída a mais antiga sinagoga portuguesa. Coruche
Santarém de olhares românticos, habita
Onde em tempos de conflito entre na dualidade entre o seu património
Da presença muçulmana ficou-nos a construção muçulmanos e cristãos existia um castelo, histórico e a contemporaneidade. Aqui
de diques e a engenharia associada à secagem de na reconquista cristã ergueu-se esta tem a oportunidade única de apreciar a
ermida. Pensa-se que foi fundada por beleza da lezíria, ao mesmo tempo que
pântanos, bem como palavras de origem árabe como D. Afonso Henriques, e no interior descobre alguns dos mais emblemáticos
lezíria, valada ou mouchão. Na época medieval o encontra-se ainda um retrato do rei. edifícios góticos em Portugal. Não deixe
Ribatejo ganhou o rico património pelo qual hoje de passar pelo Mercado Municipal para
Em agosto, Coruche veste-se a rigor admirar os magníficos painéis de azulejos
é reconhecido: igrejas e capelas, conventos e para as festas em honra de Nossa da década de 30, que retratam cenas
santuários, ou a prática da falcoaria. Senhora do Castelo, com a tradicional agrícolas do Ribatejo e os monumentos
procissão, fogo-de-artifício e muita da cidade.
música.
O gótico e o manuelino são as correntes artísticas
com maior expressão no património ribatejano, que
conta também com belos exemplares de azulejaria, Igreja do Palácio de Centro de Interpretação
Manique do Intendente Urbi Scallabis
sobretudo no interior de igrejas. Azambuja Santarém

A pintura e a arte sacra são igualmente referências Imóvel de Interesse Público, é o único É um espaço museológico inserido
no Jardim das Portas do Sol onde
exemplar português de mecenato
obrigatórias numa viagem pelo Ribatejo. particular. Esta igreja-palácio foi mandada pode conhecer os diferentes períodos
construir pelo Intendente Diogo Inácio cronológicos da pré-história à época
contemporânea, num percurso interativo
Venha ver, conhecer e viver a nossa História. de Pina Manique, Senhor donatário de
Manique do Intendente. que recorre à tecnologia para descobrir
o valor do património arquitetónico,
Entre a estética barroca e o formalismo a riqueza da tumulária, a abundância
Neoclássico de finais do século xviii, da heráldica e a qualidade da azulejaria
o projeto do edifício ficou a cargo dos da cidade.
principais arquitetos e artistas nacionais
de então.

Touring Cultural Viva a Tradição Ribatejana 2 Ribatejo Viva a Festa 3


Casa dos Patudos
Alpiarça

A Casa dos Patudos foi mandada


construir por José Relvas, filho do
fotógrafo Carlos Relvas, para servir
de residência da família e ao mesmo
tempo albergar a sua extensa
coleção de arte. Para além de um
exímio colecionador, José Relvas foi
agricultor, músico, diplomata, estadista
e político, proclamando a República
a 5 de Outubro de 1910. Em 1960, a
casa foi aberta ao público enquanto
museu, e aqui encontra uma das mais
importantes coleções privadas de arte,
com obras de pintura, escultura e artes
decorativas de nomes consagrados
como Silva Porto, José Malhoa, Igreja Matriz
Columbano Bordalo Pinheiro, Soares
Chamusca
dos Reis ou Mercié.

Explore também o edifício da autoria É o templo mais antigo da Chamusca,


do arquiteto Raul Lino, de inspiração em estilo manuelino e erguido em honra
revivalista e nacionalista. José Relvas de São Brás, patrono da Chamusca, em
não hesitou em escolher Raul Lino, meados do século xvi.
não só pela qualidade dos seus
critérios e competências como também Foi mandada construir por D. João da
pela sua cultura europeia, sabendo que Silva, segundo donatário da Chamusca
da colaboração entre ambos resultaria e Ulme. Por alturas de maio, a vila da
um novo paradigma arquitetónico. De Chamusca enche-se de visitantes para
facto, a Casa dos Patudos assinala uma celebrar a Ascensão, altura ideal para
nova linguagem arquitetónica, e está ver uma celebração religiosa na Igreja
repleta de referências nacionais para Matriz da Chamusca.
descobrir a cada recanto.

Casa-Estúdio Carlos Relvas


Golegã

Filho de um abastado proprietário rural, forma a controlar a luz durante


Carlos Relvas foi lavrador, político, inventor, o processo de revelação fotográfica.
sportsman, criador de cavalos e cavaleiro, O edifício segue as tendências românticas
toureiro amador e até músico. Foi, da época, o que o torna uma visão
sobretudo, um grande fotógrafo, pioneiro majestosa e dissonante da paisagem
desta arte em Portugal e detentor de uma envolvente. No interior encontra algum
obra invulgar. A sua casa-estúdio, construída do extenso arquivo de Carlos Relvas,
de raiz para a prática da fotografia, é um incluindo retratos de todas as franjas
edifício único no mundo e feito à imagem da sociedade portuguesa do final
do seu criador: à frente do seu tempo. do século xix, monumentos, paisagens
Possui um complexo sistema de vidraças e até animais. Um trabalho fundamental
e cortinas movidas por cordas e roldanas, para conhecer um pouco melhor
que cobrem o piso superior da casa de o quotidiano do Ribatejo da época.

Igreja de Nossa Senhora Aldeia da Azinhaga


da Assunção de Marvila Golegã
Santarém
Visitar o Ribatejo à luz das obras de
O manuelino está bem presente em grandes escritores portugueses é uma
toda a igreja, em particular no portal das formas mais interessantes de conhecer
da fachada. Mas vale a pena entrar na a região. Visite a aldeia da Azinhaga,
Igreja de Nossa Senhora da Assunção terra natal de José Saramago e onde se
de Marvila para admirar as paredes encontra uma delegação da sua Fundação.
revestidas de azulejos datados de 1617, Siga os passos de Almeida Garrett em
1620, 1635 e 1639. “Viagens na Minha Terra”, ou descubra
os avieiros pela pena de Alves Redol.
O órgão de tubos é mais um dos Aproveite para visitar a Quinta Vale de
tesouros que encontra no interior. Lobos, onde viveu Alexandre Herculano,
e a aldeia de São João da Ribeira, Rio
Maior, primeira morada do poeta Ruy Belo.

Ermida de Nossa Falcoaria Real


Senhora do Pranto Salvaterra de Magos
Chamusca
A arte da falcoaria em Portugal
Quem vê a fachada singela não é Património Cultural Imaterial da
imagina que o interior desta ermida é UNESCO. Sob a designação “Falcoaria,
ornamentado com azulejaria dos séculos Um Património Humano Vivo”, Portugal
xvii e xviii. Reza a lenda que durante as juntou­‑se em 2016 a vários países
Invasões Francesas o povo se abrigou do mundo onde a prática havia sido
ali e os pescadores queimaram as suas já reconhecida pela UNESCO.
embarcações, impedindo as tropas de
passarem o rio. É uma das mais antigas relações
Uma das balas de canhão lançadas em entre o homem e a ave, preservada
retaliação contra as gentes da Chamusca e celebrada diariamente na Falcoaria
encontra-se exposta no seu interior. Real de Salvaterra de Magos. Um local
histórico imperdível, não apenas pelo
edifício de arquitetura pombalina datado
do século xviii, como pelo espaço
Igreja Matriz museológico e contacto próximo
com as aves de rapina.
de Samora Correia
Benavente Algumas das espécies que hoje
residem permanentemente na Falcoaria
Imóvel de interesse público, a Igreja Real são as mesmas que noutros tempos
Matriz de Samora Correia é consagrada foram utilizadas pela nobreza nas suas
a Nossa Senhora da Oliveira, padroeira caçadas reais. No percurso desta visita,
da freguesia. pode assistir a demonstrações de voo
de falcões.
Inaugurada em 1721 e construída no local
onde existia a primitiva igreja medieval,
o seu interior encontra-se revestido com
azulejos, destacando-se dois grandes
painéis dedicados a S. Tiago, datados
do século xviii.

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Viva as Festas e Romarias
O Povo Ribatejano e a sua fé

Por terras da borda d’água todos sabem bem


que o rio é tão generoso quanto agreste. Esta
dualidade está enraizada na população, e é um
dos motivos da sua religiosidade.

Agradece-se a riqueza das colheitas e roga-se


para que o Tejo não avance sobre elas. A fé
faz parte da cultura ribatejana e expressa-se
das mais variadas formas, dentro da diversidade
Romeiros
do seu povo. Viva connosco as procissões, as
romarias e as festas que compõem a tradição O maior símbolo do traje de romeiro
do Ribatejo. é composto pela Cruz dos Romeiros 
de São Martinho, uma cruz particular,
formada por cinco espigas de trigo,
as mesmas que encontramos no escudo
da Golegã. Os romeiros transportam um
vexilo com uma pintura de São Martinho
com o traje português de equitação,
dividindo o capote com o mendigo.
Os romeiros de São Martinho usam
uma meia capa com o tecido sem
remate, como se tivesse sido
cortado pela espada.

Cruzeiro Religioso e Cultural


do Tejo, Nossa Senhora dos
Avieiros e do Tejo
Rio Tejo

O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo é


uma procissão fluvial onde embarcações
típicas de rio transportam a imagem de
Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo
em peregrinação até às comunidades
ribeirinhas e aldeias avieiras situadas ao
longo do rio.

Num percurso de 12 etapas, que


geralmente acontece entre maio e junho,
a procissão é feita em honra dos santos
da devoção dos pescadores ribeirinhos,
evocando também as suas tradições e
costumes. Expoégua Feira de Todos os Santos
e Romaria a São Martinho Cartaxo
Os pescadores saem vestidos a rigor e Golegã
as típicas bateiras avieiras são enfeitadas Por ocasião do dia 1 de novembro, a
especialmente para esta procissão, única A Expoégua é um evento equino que se cidade do Cartaxo recebe a Feira de
no país. realiza em maio na Golegã, onde a égua Todos os Santos, uma das feiras
é rainha. Aqui se mostram as mães das tradicionais mais antigas do país. Os
Para além das procissões e cortejos, há melhores raças de cavalos, e é também frutos secos, os produtos da época,
uma série de atividades à sua espera, no âmbito desta feira que se realiza a o artesanato, a água-pé, os vinhos, a
como provas de perícia de campinos, Romaria a São Martinho. Trata-se de uma gastronomia e a animação atraem todos
tasquinhas e sabores regionais, música, procissão a cavalo, uma manifestação da os anos milhares de visitantes a esta
folclore e muita animação. fé ribatejana onde os romeiros seguem celebração, onde o folclore tem também
a cavalo e em charrete, trajados a rigor, um lugar de destaque.
num percurso pelos templos religiosos
da vila.
+info: visitribatejo.pt

Fandango Festas de Nossa Senhora


de Oliveira e de Nossa
“A dança é uma briga. Um duelo Senhora de Guadalupe
frenético em que dois competidores Benavente
se medem, a princípio receosos,
logo mais desenvoltados. Os sapatos São as festas tradicionais de Benavente,
de salto de prateleira, a que teve o e as suas particularidades começam logo
cuidado de tirar as esporas, exigem na procissão em honra destas santas.
resposta pronta às frases cantadas que Por ser uma celebração muito ligada à
atiram de jacto. O homem quer ganhar festa brava, há andores transportados
a sua vitória (…)”. Assim escreveu o por vacas, e os campinos têm o dever
poeta Augusto Barreiros sobre o e a honra de levar a santa. Estas festas,
fandango, a dança ribatejana por incluem sempre arraiais populares,
excelência, onde o campino descansa corridas de toiros, desfiles etnográficos,
do trabalho e exibe o seu sapateado festivais de folclore, entradas e largadas
frenético ao som da concertina. de toiros e picarias à vara larga.
Se viaja em setembro, não perca o
Festival Internacional de Folclore Feira do Cavalo Festas da Ascensão
Celestino Graça, um evento que
junta em Santarém grupos de danças
e Feira de São Martinho Chamusca
Golegã
tradicionais de todo o mundo, numa
celebração de diversidade e de cor. É a festa maior do concelho da
A Feira da Golegã realiza-se desde o Chamusca e uma oportunidade única
século xviii. É a mais importante e mais de ver a Igreja Matriz engalanada e
castiça feira do género em Portugal, onde toda a vila em festa.
se apresentam anualmente os melhores A Ascensão celebra-se em maio,
criadores de cavalos e os mais belos e os chamusquenses estendem a todos
exemplares de Puro-Sangue Lusitano. o convite para assistir aos espetáculos
musicais, apreciar a gastronomia e
Por dias de S. Martinho, na Golegã, o artesanato e admirar as entradas,
assiste-se a espetáculos equestres como largadas e picarias. A festa brava faz
ralies, raids, jogos equestres, campeonatos parte desta celebração, e aqui encontra
ou maratona de carruagens. Sem faltar, é oportunidade para admirar o toiro,
claro, a água-pé e as castanhas assadas. o cavalo e o campino.

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Equitação
Pode ser iniciante ou cavaleiro
experimentado. Um pouco
por toda a região, encontra
coudelarias e picadeiros com
ótimas condições para fazer o
seu batismo equestre ou treinar
com cavalos Puro-Sangue
Lusitano.

Núcleo Tauromáquico Demonstrações Equestres Provas de Perícia


Coruche
A tradição equestre portuguesa é uma É durante as provas de Condução de
Inaugurado em 2010, o Núcleo das melhores do mundo, e no Ribatejo Cabrestos e as de Perícia de Campinos
Tauromáquico de Coruche faz um não faltam eventos para comprovar que pode ver campinos de todas as
esboço da história da tauromaquia a qualidade dos nossos cavaleiros, com idades, desde os mais jovens aos mais
em Coruche. demonstrações de atrelagem, dressage, experientes, em plena ação.
equitação de trabalho, horseball e Esta prova consiste num percurso de
Localizado no espaço dos antigos saltos de obstáculos. obstáculos onde o campino, de vara
CTT, este núcleo recolhe histórias de na mão direita e jaqueta no braço
vida e artefactos, bem como livros, Um dos momentos altos dedicados ao esquerdo, exibe a sua perícia, sendo
imagens, cartazes e correspondência cavalo e ao cavaleiro é a consagrada distinguido pelo melhor tempo
que, juntos, traçam a história desta Feira do Cavalo da Golegã. na sua conclusão.
atividade no concelho.
Venha assistir à arte da campinagem!

Campino O Barrete Feira Nacional


de Agricultura Viva a Festa Brava
É o guardião do Ribatejo e da
tradição ribatejana. Pelos campos
O tradicional barrete de campino é
tipicamente produzido em fazenda
Santarém
e a Paixão Equestre
da lezíria conduz o gado, em especial
o toiro, com grande coragem e vaidade.
de lã, na cor verde com barra
vermelha na parte inferior, é longo e
É uma das feiras agrícolas
mais antigas do país e reúne A tradição e o orgulho
Se nos dias de festa mostra a sua
caído, e rematado com uma borla. anualmente em Santarém
as tradições e inovações do
das gentes ribatejanas
destreza nos jogos de cabrestos e O barrete também pode ser preto, setor agrícola. Uma verdadeira
é admirado e aplaudido nas feiras, em dias de trabalho, e colorido, montra do mercado, por aqui A tradição ribatejana não se explica, vive-se.
nos desfiles e na arena, é na planície verde ou vermelho, em dias de festa conhecem-se as novidades
ribatejana que mostra o seu heroísmo, ou de acordo com o tipo de traje. da agricultura e fecham-se À braveza do toiro, junta-se a bravura das gentes
liderando e conduzindo a manada por negócios, mas há tempo que ao longo do tempo foram colhendo os benefícios
vezes em situações extremas, como nas Hoje, o barrete verde com rebordo
cheias do Tejo, em que salva os animais encarnado está generalizado e é um
para conhecer o artesanato daquela terra imensa, mas resistindo também.
e provar a gastronomia da
de um destino trágico. símbolo, não apenas da região, mas região. O que vemos hoje como uma paisagem plena de beleza
de todo o país. natural foi muitas vezes agreste para quem dela vivia.
Na cabeça leva o emblemático barrete As atividades equestres
verde com barra encarnada. A camisa e a música também não
As cheias do Tejo, o trabalho no campo e a frugalidade
Festas do Foral, é branca e bem engomada. O colete e das comunidades avieiras são alguns exemplos dos rigores
faltam neste evento que
dos Toiros e do Fandango
Salvaterra de Magos
a faixa da cintura, encarnados também.
A calça azul com meias brancas até ao
traz profissionais agrícolas da vida ribatejana. Mas se há povo que sabe celebrar é
de todo o país e todos
joelho e o sapato preto com esporas. os que apreciam o melhor este. Uma certa teimosia e profundo amor à terra fazem
É em junho que a vila de Salvaterra A jaqueta vai no ombro esquerdo e, na do mundo rural. com que os ribatejanos sejam bravos defensores das
de Magos recebe as tradicionais Festas mão, está o pampilho.
do Foral, dos Toiros e do Fandango. suas tradições e que tenham gosto em partilhá-las
Para conhecer melhor o mais justo com quem os visita.
Concertos, largadas de toiros, sardinha representante da região, visite o Ribatejo
assada, artesanato, marchas populares, no Dia do Campino, a 1 de maio
folclore e dança, são elementos no Cartaxo, ou no último domingo Não há festa sem fandango, sem o toiro bravo,
obrigatórios nesta típica festa ribatejana de maio em Azambuja. sem o orgulho do campino e uma mesa bem
a que não vai querer faltar.
composta pela gastronomia e os vinhos da região.
E há sempre lugar para mais um.

Festa da Amizade
e da Sardinha Assada
Benavente

Começou por ser uma sardinhada


organizada por um grupo de amigos
para celebrar a amizade, mas cedo
se transformou numa das festas mais
populares de Benavente e do Ribatejo.

Por aqui passam num fim de semana


de junho milhares de pessoas que
vêm para assistir ao maior desfile de
campinos e cavaleiros, e admirar os
jogos de cabrestos de muitas casas
agrícolas da região.

Feira de Maio Ganadarias e Coudelarias


Azambuja
Assistir a um espetáculo de tauromaquia Aproveite para fazer o seu primeiro
A Azambuja vive cinco dias de festa ou visitar uma ganadaria fazem entender passeio a cavalo, de charrete para
durante a centenária Feira de Maio, que melhor por que razão os ribatejanos os mais cautelosos, a cavalo em passo
se realiza no último fim de semana do respeitam tanto o toiro de lide. Mas há lento para os iniciantes, e a galope para
mês e presta homenagem à figura do mais para viver na festa brava. os cavaleiros mais experientes.
campino. Aqui, a trilogia Cavalo, Toiro e
Campino assume a máxima importância, O cavalo tem também um papel Na Golegã vai descobrir a Rota do
nesta que é uma das maiores fundamental neste ritual ancestral, e pode Cavalo e do Ribatejo, um percurso de
celebrações à identidade tauromáquica acompanhar o seu treino e criação numa 62 km que lhe dá a conhecer a paisagem
da região. das coudelarias e centros equestres ribatejana como nunca a viu.
da região ou na Companhia das Lezírias, Peça mais informação num dos postos
Há vacadas, largadas de toiros, em Benavente. de turismo dos vários municípios.
gastronomia regional e muita música.

Touring Cultural Viva a Tradição Ribatejana 8 Ribatejo Viva a Festa 9


Viva a Cultura Avieira
As tradições e ofícios dos “nómadas do rio”
Foi assim que Alves Redol lhes chamou, por se
deslocarem do mar para o rio consoante as estações
do ano. Os avieiros eram os migrantes do Tejo. Durante
os meses de verão andavam à pesca da sardinha em
Vieira de Leiria e, no inverno, preferiam a segurança
das águas do Tejo, onde o sável era o seu sustento.

Este êxodo começou ainda no século xix, mas


intensificou-se no século xx e as comunidades avieiras
nem sempre eram bem recebidas pelas populações Passeios no Tejo Bordados da Glória Sapataria Artesanal Cestaria em Bunho
residentes. No entanto, o que a início começou por Salvaterra de Magos Almeirim Santarém
ser um movimento pendular transformou-se numa Conheça o Tejo e as suas margens numa
das embarcações turísticas. Os mouchões Os bordados a ponto de cruz da Glória Ainda há quem faça as tradicionais botas O bunho é uma planta que cresce nas
migração. Os avieiros foram-se fixando em aldeias do Tejo são muitas vezes utilizados como do Ribatejo são uma arte transmitida de ribatejanas de modo artesanal, em pele lezírias e que serve depois para trabalhos
à beira-rio, construindo com as suas mãos as típicas pasto para cavalos que, não raras vezes, geração em geração. Eram usados no de vitelo para garantir a longevidade de empalhar.
casas palafíticas e encontrando na frugalidade da podem ser avistados nestas ilhas. Faça vestuário, de onde nasce o típico traje e feitas à medida do pé, para que o Este vegetal é também usado para criar
um passeio de barco nas Valas Reais, Gloriano, mas também na decoração das conforto nunca acabe. diversos artigos de cestaria e mobiliário,
sua atividade um modo de vida muito seu. como o da Rota dos Mouchões, em casas, ou para assinalar um momento como o banco Tanho, um dos produtos
Azambuja. especial, como a chegada de um filho ou Há modelos e cores para todos os do artesanato típico ribatejano que pode
Algumas destas aldeias foram preservadas até hoje, Aproveite a calma viagem pelo rio
o início do namoro. gostos, e encontra até botas de montar conhecer melhor em Santarém.
e os típicos sapatos de forcado.
e podem ser visitadas. e leia Os Avieiros, de Alves Redol, um fiel Na Casa Museu da Glória do Ribatejo Passe também pelo Museu Rural e
retrato das comunidades ribeirinhas. encontra alguns dos mais bonitos Etnográfico de S. João da Ribeira, em
bordados da Glória e uma reprodução Rio Maior.
+info: visitribatejo.pt fiel das típicas habitações da aldeia.

Aldeia Avieira de Caneiras


Santarém

Esta aldeia tem mais de cem anos, mas


o seu núcleo original foi levado pelas
cheias de 1941. É ainda hoje habitada por
pescadores e agricultores, e ali pode
admirar-se a casa palafítica, a típica
habitação das comunidades avieiras do
Tejo.

Trata-se de uma casa construída em


madeira e assente em troncos de árvores,
de forma a proteger das constantes
cheias do rio. Caneiras é também um
local privilegiado para birdwatching.

Aldeias Avieiras da Palhota Olaria de Muge


e Valada do Ribatejo Salvaterra de Magos
Cartaxo
O trabalho em olaria na freguesia de
A Palhota é uma aldeia típica de Muge remonta aos tempos romanos.
pescadores avieiros com construções Preservada até hoje, esta atividade
palafíticas e barcos avieiros. continua a ser feita como antigamente:
O percurso pedestre Rota da Tapada as mãos do oleiro amassam e moldam
é uma excelente forma de conjugar o o barro, que em seguida é seco e
passeio pela natureza com a descoberta cozido num forno de lenha. O barro
da forma de vida dos pescadores do vidrado é o mais tradicional de Muge.
Tejo. Este trajeto passa também pela
aldeia de Valada do Ribatejo, aprecie a Pandulhos
fauna e flora da paisagem à beira-rio, e São pequenos objetos feitos em barro
fique a conhecer as gentes e costumes que se colocam nas pontas das redes de
destas populações ribeirinhas. pesca de forma a mantê-las estendidas.

Aldeia Avieira de Escaroupim Artes de pesca


Salvaterra de Magos
As artes de pesca usadas pelos
É uma típica aldeia piscatória fundada avieiros variam de acordo com
nos anos 30 por pescadores que vinham a sazonalidade e as espécies
no inverno da Praia da Vieira para o piscícolas. O sável e a lampreia
Tejo pescar o sável, regressando ao são as espécies mais procuradas
litoral no verão. Alguns foram ficando e e também as mais rentáveis. A
estabeleceram nas suas margens casas campanha da lampreia começa em
feitas de madeira, de cores garridas, e janeiro e termina em fins de abril,
assentes em estacas para resistirem às começando logo de seguida a
cheias. No Núcleo Museológico da época do sável. As principais artes
Casa Avieira pode ver como viviam os de pesca são a savara, para a
“nómadas do Tejo”, como lhes chamou pesca do sável, o sabogar, para
Alves Redol. a pesca da lampreia, saboga e
fataça, e o galricho, para a enguia.

Museu Escaroupim e o Rio Bateira Avieira Cortiça


Salvaterra de Magos Coruche
A Bateira Avieira é uma
O Museu “Escaroupim e o Rio” é um embarcação fluvial que era Um dos materiais mais sustentáveis do
tributo à memória das comunidades usada pelos avieiros na mundo, a cortiça é a casca do sobreiro.
ribeirinhas do Tejo, um local de encontro pesca no Tejo. Normalmente Uma matéria-prima natural e cheia
e preservação das suas tradições e o homem ocupava o lugar à de qualidades.
memórias. ré, onde lançava e recolhia
as artes. A mulher sentava-se Fique a saber tudo sobre a produção
Neste percurso expositivo vai ficar a na proa, cabendo-lhe a de cortiça no Observatório do Sobreiro
conhecer a importância do rio Tejo e tarefa de remar. e da Cortiça.
dos seus afluentes, enquanto elemento
de fixação humana, destacando as Pode conhecer as mais recentes
atividades socioeconómicas que aqui inovações feitas neste material único
foram exploradas e rentabilizadas pelas na Feira Internacional da Cortiça,
comunidades locais. em Coruche.

Touring Cultural Viva a Tradição Ribatejana 10 Ribatejo Viva a Festa 11


Viva o Sabor do Ribatejo Torricado

Da Lezíria e do Tejo para a Mesa O torricado é um dos pratos mais


tradicionais do Ribatejo, associado à
alimentação do campino no campo.
Trata-se de uma fatia grossa de pão
passado pelas brasas e barrado
Mergulhe o pão no azeite, deleite-se com com azeite e sal, que normalmente
o arroz carolino das lezírias ribatejanas, prove acompanha uma posta de bacalhau
os peixes do rio e a carne das nossas pastagens. assado. É uma iguaria tão importante
na região que em Samora Correia
No final, deixe-se tentar pela doçaria tradicional existe até a Confraria do Torricado.
e termine com uma fatia de melão maduro. Experimente-o num dos restaurantes
locais.

O Festival Nacional de Gastronomia, em Santarém,


é um dos eventos gastronómicos mais importantes Magusto
a nível nacional e uma oportunidade única para com Bacalhau Assado
encontrar todos estes sabores reunidos. Arroz Doce Barretes
É outro excelente prato de bacalhau
assado na brasa, acompanhado de O arroz doce é um dos doces nacionais Os barretes são um doce regional de
Da entrada à sobremesa, a gastronomia magusto, um preparado à base de mais populares, e o Ribatejo não é Salvaterra de Magos criados pelos
pão de trigo e de milho, que lembra exceção. Mas por aqui, em particular famosos “Parodiantes de Lisboa”, os
do Ribatejo é uma festa para os sentidos. as migas ou a açorda, mas com no concelho de Benavente, este doce irmãos José e Rui Andrade, naturais de
batata e couve portuguesa. é confecionado com o Arroz Carolino Salvaterra e que animaram durante anos
Quando o encontrar na ementa das Lezírias Ribetejanas IGP, o arroz que o país com o seu programa de rádio
não deixe de o provar. nasce nas margens do Tejo. humorístico.

Venha provar esta delícia. Trata-se de um pastel de laranja,


amêndoas, ovos e açúcar, semelhante
a uma queijada, e pode encontrá-lo na
Cabana dos Parodiantes, um espaço
emblemático da região.

Pampilhos Quadradinhos de Alpiarça


Os pampilhos são bolos regionais de Uma dose generosa de açúcar e ovos
Santarém, que se caraterizam pelo com uma raspa de limão tornam os
seu aspeto comprido e fino, e o sabor quadradinhos de Alpiarça, ou cortadinhos,
tradicionalmente português, conferido uma tentação irresistível da doçaria
pelo recheio de creme de ovo. tradicional ribatejana.
À receita acrescenta-se açúcar e canela
Estes bolos foram criados em para polvilhar no final.
homenagem aos campinos do
Ribatejo que usam uma vara comprida Uma delícia que merece ser provada.
para conduzir o gado, a que se dá
exatamente o nome de pampilho.

Sopa da Pedra Lapardana ou Miga Fervida Carne à Pinéu Enguias Manja Caralhotas de Almeirim
A sopa da pedra dispensa apresentações. A lapardana é um prato tradicional Este é um prato típico da Chamusca, Há muitas formas de preparar a enguia. É um prato típico da população do “Caralhotas” é a designação popular
Com um ingrediente secreto inusitado das gentes da zona do Bairro, do feito com pedaços de carne de Frita, de caldeirada, grelhada ou de Bairro, do concelho de Azambuja. para os borbotos das camisolas. Este
mas bem conhecido de todos, é a concelho de Azambuja. porco frita com tempero de chouriço, ensopado. Entre abril e maio, no Mês pão era feito com os restos da massa
imagem de marca de Almeirim. acompanhado de batata frita. da Enguia, em Salvaterra de Magos, A manja é feita à base de pão, que ficava no alguidar e que fazia
Em tempos usado como prato e na Quinzena da Enguia, em Benfica batata, alho e azeite. Habitualmente lembrar borbotos, daí a sua designação.
Quem por aqui passa, não passa sem a principal, hoje apresenta-se como O prato poderá ter tido origem nas do Ribatejo, pode prová-la de todas as é servido como acompanhamento
provar, e é tão rica que vale por uma acompanhamento, normalmente com matanças do porco, onde após a maneiras. de pratos de carne ou peixe, Hoje, as caralhotas são deliciosas bolas
refeição. Não deixe o Ribatejo sem bacalhau assado. A lapardana consiste confeção dos chouriços, as sobras normalmente bacalhau assado. de pão caseiro, cozidas em forno de
experimentar esta famosa sopa. no aproveitamento de pão duro, juntando eram aproveitadas para fritar. Já o nome Por esta altura, junta-se a fome à lenha, que dos “restos do alguidar”
couves esfarrapadas, feijão e azeite. deste apetitoso repasto poderá vir vontade de comer, e mesmo os mais só têm mesmo o nome.
dos habitantes da freguesia de Ulme, hesitantes não vão resistir aos deliciosos
apelidados de “pinéus”. pratos que este produto típico da
região proporciona. Experimente!

Touring Cultural Viva a Tradição Ribatejana 12 Ribatejo Viva a Festa 13


Viva o Vinho
As castas e os seus aromas
Acredita-se que o vinho chegou ao
nosso território em 2000 a.C., ainda Portugal
não era um país. A viticultura sempre fez parte
da identidade ribatejana com documentos que
confirmam a sua existência já nos tempos de
D. Afonso Henriques. Do Tejo desciam grandes
carregamentos de vinho com destino à exportação,
e era o vinho do Ribatejo que seguia a bordo
das naus na época dos Descobrimentos.

Durante muitos anos, a região era conhecida


pelas grandes quantidades produzidas, devido
sobretudo à fertilidade dos campos. Situação
que começou a mudar com a crescente
preocupação em criar vinhos de melhor
qualidade em detrimento da quantidade.

Hoje, através do trabalho desenvolvido pela


CVR Tejo – Comissão Vitivinícola Regional do Tejo,
com sede em Almeirim, os Vinhos do Tejo são
Denominação de Origem Controlada (DOC)
e o seu terroir é bem conhecido do paladar
de apreciadores e especialistas. Brancos frutados
Sabores do Ribatejo de aromas tropicais ou tintos jovens e aromáticos Museu Rural e do Vinho
estão à sua espera nas diversas quintas da região. Cartaxo
As publicações Guia de Restaurantes
Certificados da Lezíria do Tejo e Guia A Rota dos Vinhos do Tejo é uma excelente forma Museu dedicado às diferentes atividades
de Enoturismo do Tejo são o ponto de de conhecer o Ribatejo com um foco especial agrícolas ribatejanas, com destaque para
partida para uma saborosa viagem pelos
produtos da nossa terra e pelo engenho
na vinha e no vinho. a vinha e o vinho. As várias fases da
produção do vinho, da plantação do
e arte que dão fama à gastronomia do bacelo à vindima, passando pela pisa das
Ribatejo. Venha, estamos prontos para brindar uvas, são retratadas numa antiga adega
restaurada. Não se esqueça de ver a
Prove toiro bravo pela primeira vez, e celebrar a sua visita ao Ribatejo. taberna tradicional, reconstituída com
delicie-se com torricado de bacalhau, todos os seus elementos caraterísticos e
experimente as famosas caralhotas, um dos locais mais simbólicos do museu.
sinta-se reconfortado com a sopa da Muito perto, em Azambuja, pode visitar
pedra, aventure-se pela textura suave também o Museu Municipal Sebastião
das enguias fritas com arroz de feijão, Mateus Arenque.
surpreenda-se com o sabor exímio dos
peixes do rio, deixe-se ficar à mesa
com o cabrito serrano ou a tiborna
de bacalhau.
Vindimas Terroirs
A vindima é uma das festas mais queridas Campo
E porque uma refeição plena só pode
do Ribatejo e o culminar de um ano São as terras da Lezíria do Tejo.
ser acompanhada com um bom vinho,
de trabalho na vinha. É momento de As suas planícies sempre sujeitas
descubra os vinhos do Tejo e as suas
celebração e convívio e toda a ajuda é a inundações periódicas fazem
castas de excelência. Encontre-os nas
bem-vinda. Por isso, arregace as mangas com que os solos de aluvião
muitas quintas dedicadas ao enoturismo,
e junte-se à festa. Da videira ao copo, sejam extremamente férteis
faça as provas e leve consigo os vinhos
passe pelos lagares, pela azáfama na e favoráveis ao crescimento
de que mais gostar, para recordar em
adega e pela pisa das uvas. de castas brancas.
casa os grandes momentos passados
no Ribatejo.
No final terá à sua espera uma saborosa Bairro
refeição acompanhada pelo vinho do Os solos argilo-calcários
Encontre os dois guias num posto
Ribatejo. Haverá melhor recompensa? do Bairro, protegidos pelos
oficial de turismo da região ou consulte
e descarregue as versões eBook em: maciços de Porto de Mós,
visitribatejo.pt Candeeiros e Montejunto,
são ideais para castas tintas.

Charneca
Ciclo do Vinho Com solos arenosos e sendo
Azambuja uma zona muito seca e de
altas temperaturas, a Charneca
Com um conceito expositivo inovador, apresenta um rendimento
Aveiras de Cima criou a “Vila Museu do abaixo da média da região.
Vinho”, um museu vivo onde as adegas e No entanto, estas terras dão
as vinhas são os elementos da exposição. melhores condições para a
Através de um percurso que tem início maturação das uvas quer de
na Taberna e Centro de Interpretação, vinhos brancos quer de tintos.
seguindo depois para as adegas e a
vinha, vai poder conhecer todo o ciclo
do vinho, ao mesmo tempo que passeia
pelas ruas típicas desta vila ribatejana.
Anualmente e sempre em meados de
abril, Aveiras de Cima recebe também a
ÁVINHO - Festa do Vinho e das Adegas.

Salinas Quintas e Adegas


Rio Maior
Em muitas das adegas ribatejanas
Não deixe de visitar as Salinas da Fonte encontra o casamento perfeito entre
da Bica. Existem desde 1177 sobre uma tradição e modernidade.
mina de sal gema, que é atravessada por As quintas da região fizeram questão
uma corrente subterrânea de água doce de preservar os velhos lagares onde
que aqui se transforma em água salgada. ainda se pisa a uva, ao mesmo tempo
que modernizaram as suas adegas
Pode levar para casa este precioso de forma a superiorizar a qualidade
mineral na versão saco ou queijo de sal, dos seus vinhos a cada nova colheita.
o tempero essencial de qualquer prato Colheitas essas que são dadas à prova
Ribatejano. em combinação com os melhores
produtos gastronómicos da região.
E no final ainda pode levar para casa
os vinhos de que mais gostar.

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Turismo do Ribatejo Como chegar:
www.facebook.com/visitribatejo
www.visitribatejo.pt automóvel
consultar o mapa

comboio
com destino a Santarém
CP Alfa Pendular, Intercidades e Regional

autocarro
cofinanciado por: rede-expressos.pt

avião
aeroporto de Lisboa

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