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Primeiro Reinado
O Primeiro Reinado foi a fase inicial do período monárquico do Brasil após a independência. Esse pe-
ríodo se inicia com a declaração da independência por Dom Pedro I e se finda em 1831, com a abdi-
cação do imperador.
Quando Dom Pedro I declarou a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, movido por in-
tensa pressão das elites portuguesas e brasileiras, o exército português, ainda fiel à lógica colonial,
resistiu o quanto pôde, procurando resguardar os privilégios dados aos lusitanos em terras brasilei-
ras.
A vitória das forças leais ao Imperador Pedro I contra essa resistência dão ao monarca um aumento
considerável de prestígio e poder.
Uma das primeiras iniciativas do imperador brasileiro foi criar e promulgar uma nova Constituição
para o país para, ao mesmo tempo, aumentar e consolidar seu poder político e frear iniciativas revolu-
cionárias que já estavam acontecendo no Brasil.
A Assembléia Constituinte formada em 1823 foi a primeira tentativa, invalidada pela falta de acordo e
pela incompatibilidade entre os deputados e a vontade do Imperador. Numa nova tentativa, a Consti-
tuição é promulgada em 1824, a primeira do Brasil independente.
Essa Constituição, entre outras medidas, dava ao Imperador o poder de dissolver a Câmara e os con-
selhos provinciais, manobrando por tanto o legislativo, além de eliminar cargos quando necessário,
instituir ministros e senadores com poderes vitalícios e indicar presidentes de comarcas. Essas medi-
das deixavam a maior parte do poder de decisão nas mãos do imperador e evidenciavam um caráter
despótico e autoritário de um governo que prometeu ser liberal.
Essa guinada autoritária do governo gerou novas revoltas e insuflou antigas, dando mais instabilidade
ainda ao país recém independente. Uma dessas revoltas foi a Confederação do Equador. Liderados
por Frei Caneca, os pernambucanos revoltosos contra o governo foram reprimidos pelos militares,
não sem antes mostrar sua insatisfação com os rumos do país.
Em 1825 o Brasil foi derrotado na guerra da Cisplatina, que transformou essa antiga parte da colônia
no independente Uruguai em 1828. Essa guerra causa danos ao país, tanto políticos quanto econômi-
cos. Com problemas com importações, baixa arrecadação de impostos, dificuldade na cobrança dos
mesmos por causa da extensão do território e a produção agrícola em baixa, causada por uma crise
internacional, a economia brasileira tem uma queda acentuada.
Quando, em 1826, Dom João VI morre, surge um grande embate quanto a sucessão do trono portu-
guês. Diante de reivindicações de brasileiros e portugueses, Dom Pedro abdica em favor da filha, D.
Maria da Glória. No entanto, seu irmão, D. Miguel, dá um golpe de Estado e usurpa o poder da irmã.
O Imperador brasileiro então envia tropas brasileiras para solucionar o embate e restituir o poder à
filha. Esse fato, irrita os brasileiros, uma vez que o Imperador está novamente priorizando os assun-
tos de Portugal em detrimento do Brasil. Essa “reaproximação’ entre Portugal e Brasil incomoda e
gera temor de uma nova época de dependência. Com isso, o Imperador perde popularidade.
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PRIMEIRO REINADO
A tudo isso se soma o assassinato de Líbero Badaró, jornalista conhecido e desafeto do imperador.
Naturalmente, as suspeitas pelo atentado sofrido pelo jornalista recaem no governante luso-brasileiro.
Esse episódio faz a aprovação do Imperador cair ainda mais junto da população. Um momento deli-
cado acontece quando o Imperador, em viagem a Minas Gerais, é hostilizado pelos mineiros por
conta desse assassinato. Portugueses no Rio de Janeiro imediatamente respondem aos mineiros, se
mobilizando em favor do imperador. As ruas do Rio de Janeiro testemunham momentos e atos de de-
sordem e agitação pública.
Nesse momento, duas das mais importantes categorias de sustentação do regime também retiram
seu apoio. A Nobreza e o Exército abandonam o Imperador e tornam a situação política insustentável.
D Pedro I não encontra solução. Abdica em favor do filho, Pedro de Alcântara, então com 5 anos em
7 de abril de 1831.
Principais Acontecimentos
A primeira constituição do Brasil foi elaborada em 1823, mas como ela limitava os poderes do impera-
dor, D. Pedro I mandou fazer uma nova constituição, a qual foi outorgada em 1824. Nesta, o centrali-
zador e autoritário imperador detinha os poderes legislativo, executivo e judiciário nas suas mãos.
Em 1824, declara guerra ao governo a Confederação do Equador, movimento formado por algumas
províncias do Nordeste, que estavam descontentes com a instabilidade política do país. O objetivo
era alcançar a autonomia, se separando do Brasil, mas as províncias fracassaram nessa tentativa.
A Guerra da Cisplatina, em 1825, é outro acontecimento que marcou esse período e consolidou o de-
sagrado ao imperador. Nesta guerra, o Uruguai se torna independente do Brasil.
Para além de ter sido vencido, aumenta a precariedade de grande parte da população brasileira de-
corrente da perda do território, dos gastos financeiros com o conflito, bem como do elevado número
de mortos.
O Brasil comercializava produtos cujo preço e exportação estavam a cair, tais como algodão, açúcar
e tabaco.
Os gastos com os conflitos, especialmente com a Guerra da Cisplatina, são tão elevados que, em
conjunto com outros fatores, tal como a dificuldade em cobrar os impostos, propiciam a crise finan-
ceira.
O episódio conhecido como a Noite das Garrafadas, demonstra claramente o desafeto a D. Pedro I,
que nessa ocasião teve garrafas e cacos de vidro lançada o sobre si, num ato de protesto.
Vencido pelos protestos em consequência da sua perda de popularidade, D. Pedro I abdica do trono
em favor do seu herdeiro – D. Pedro II, que na altura não podia governar pois se tratava de uma cri-
ança com apenas 5 anos de idade. A solução era formar uma Regência até que D. Pedro II atingisse
a maioridade. O período que intermeia o Primeiro e o Segundo Reinado – governo de D. Pedro II, é
chamado Período Regencial.
Renúncia de D. Pedro I
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PRIMEIRO REINADO
quim do Amor Divino, também conhecido como frei Caneca. Eles veiculavam suas críticas ao impera-
dor em jornais que circulavam em Pernambuco, chamados Sentinela da Liberdade (Cipriano Barata)
e Tífis Pernambucano (frei Caneca).
Além da Confederação do Equador, outra revolta eclodiu na Cisplatina, província ao sul que havia
sido integrada por D. João VI ao invadir a região e derrotar José Artigas na década de 1810. A revolta
na Cisplatina declarava a separação dessa região do Brasil e sua anexação às Províncias Unidas do
Rio da Prata (atual Argentina). Isso deu início, em 1825, a um conflito conhecido como Guerra da Cis-
platina.
A Guerra da Cisplatina foi, portanto, um conflito travado entre o Império brasileiro contra o governo de
Buenos Aires pelo controle da Cisplatina. Essa guerra estendeu-se de maneira desgastante durante
três anos e, por mediação da Inglaterra, um acordo de paz foi assinado em 1828 entre os dois gover-
nos. Ambos os países abriram mão da Banda Oriental, e foi concedida a independência para a região
sob o nome de República Oriental do Uruguai.
Esse acordo foi visto como uma derrota, pois o Brasil não conseguiu retomar o controle sobre a Cis-
platina. Além disso, o envolvimento do Brasil nessa guerra prejudicou enormemente a economia, e a
soma dos fatores (autoritarismo político, derrota na guerra e crise econômica) resultou no enfraqueci-
mento da posição de D. Pedro I.
D. Pedro I procurou reforçar sua posição alinhando-se cada vez mais ao lado do “Partido Português”,
isto é, portugueses que haviam sido contrários à independência e que agora defendiam a manuten-
ção de D. Pedro I no poder. Isso agravou o quadro de insatisfação política, e os desentendimentos
entre o “Partido Português” e o “Partido Brasileiro” intensificaram-se, o que levou D. Pedro I a abdicar
do trono do Brasil em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho, Pedro de Alcântara.
A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho deu início a um período da história
brasileira conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de Alcântara tinha apenas cinco anos e,
portanto, não tinha idade legal para assumir o trono brasileiro.
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