Introdução ................................................................................................................................... 3
Conclusão ................................................................................................................................. 34
ii
Introdução
Em muitos problemas, embora a derivada de uma função seja conhecida, torna-se necessário
determinar a própria função.
É o caso dos seguintes exemplos:
Um sociólogo que, conhecendo a taxa de crescimento da população, poderá usar tal
dado para prever futuras taxas de crescimento daquela população;
Um físico que, conhecendo a velocidade de um corpo, será capaz de determinar a
posição futura do corpo;
Um economista que, conhecendo a taxa de inflação, poderá fazer estimativas de
preço, no futuro.
Ao processo de determinação de uma função a partir de sua derivada, como veremos ao longo
deste trabalho, dá-se o nome de cálculo das primitivas ou integração.
O presente trabalho da cadeira de Matemática II, fala sobre “Cálculo Integral”, focando-se nos
seguintes pontos:
Função primitiva;
Integrais indefinidas;
Métodos de integração;
Integral definida; e,
Aplicação económica de integrais.
O mesmo foi orientado no ISGECOF no âmbito curricular de formação do Curso de
Licenciatura em Administração Pública, Comércio e Finanças 1º Ano, 2020, e tem como
objectivo geral compreender a aplicação do cálculo integral na resolução de problemas do
nosso dia-a-dia. Os objectivos específicos do trabalho são: Definir primitiva de uma função;
Identificar as propriedades da primitiva da soma e do produto por constante; transformar
integral com uma expressão complexa em uma expressão simples e fácil de integrar; utilizar
as técnicas de integração para resolução de exercícios e, mostrar a aplicação económica de
integrais definidas.
O trabalho foi compilado com recurso a uma pesquisa bibliográfica e em termos de estrutura,
o trabalho está organizado em uma capa e contracapa, um índice completo, esta introdução,
segue-se o desenvolvimento, conclusão e termina com uma referência bibliográfica.
3
1. CÁLCULO INTEGRAL
1.1. Função Primitiva
1.1.1. Definição
Uma função 𝐹(𝑥) para a qual 𝐹 ′ (𝑥) = 𝑓(𝑥) para todo 𝑥 pertencente ao domínio de 𝑓 é uma
primitiva (ou antiderivada ou ainda integral indefinida) de 𝑓. Assim, se a derivada é
representada por f(x), a sua primitiva F(x) deverá satisfazer F´(x) = f(x) para qualquer x onde f
esteja definida e seja contínua.
1 3
Exemplo: Mostre que F(x) = x 5 x 2 é uma primitiva de f(x) = x2 + 5
3
Solução: F(x) é uma primitiva de f(x) F ’ (x) = f(x). Assim, derivando F(x), temos:
F ’(x) = x2 + 5 = f(x)
1.1.2. Notação de integração
Costuma se escrever: f ( x) dx F ( x) C para exprimir o facto de toda primitiva de f(x) ser
da forma F(x) + C.
O símbolo chama-se sinal de integração e indica que queremos encontrar a forma mais
genérica (geral) da primitiva da função que o segue. Esse sinal de integração lembra um “S”
alongado, e foi assim escolhido porque uma integral é um limite de “SOMAS”.
Exemplo: para expressar o facto de toda primitiva de 3x2 ser da forma x3 + C, escrevemos:
3x dx x 3 C
2
4
f(x). Isto significa que, para cada valor de x, f(x) é o coeficiente angular da recta tangente ao
gráfico de F(x). Se G for outra primitiva de f, o coeficiente angular de sua recta tangente
também é f(x). Logo, o gráfico de G é “paralelo” ao gráfico de F e pode ser obtido
transladando-se verticalmente o gráfico de F. Assim, existe uma constante k, tal que G(x) =
F(x) + k. A figura a seguir ilustra esta situação para várias primitivas da função f(x) = 3x2.
y = x3 + k
Observação: o termo integral em termos de seu género é bivalente, ou seja, pode-se dizer o
integral ou, a integral.
Portanto, a integral do produto não é o produto das integrais, assim como a integral do
quociente também não é o quociente das integrais.
xn 1
x dx
3. n k (para n 1)
n 1
1
x dx dx ln | x | k (para x 0 )
-1
4.
x
xn 1
5. x dx n 1 k , se n -1 (resumindo as fórmulas (3) e (4))
n
ln | x | k , se n -1
5
6. dx x k (caso particular da fórmula (3))
u' 1
7. u
du ln | u | k (extensão da fórmula (4) u du ln u k )
e dx e x k ou e u du e u k
x
8.
e .x
e dx
.x
9.
k (consequência da fórmula (8))
ax
10. a x dx k (caso geral da fórmula (8))
ln a
11. e u u' du e u k (extensão da fórmula (8))
14. tg u du - ln | cos u | k
16. sec2 u du tg u k
1
20. 1 u 2
du arc tg u k
1 1 u
21. a 2
u 2
du arc tg k (extensão da fórmula (20))
a a
1
22. 1 u2
du arc sen u k
1 u
23. a2 u2
du arc sen
a
k (extensão da fórmula (22))
1
24. x a dx ln | x a | k
25. sec u du ln | sec u tg u | k
26. sec3 u du =
1
secu tg u ln | secu tg u | k
2
6
Essas regras de integração imediatas, muitas delas (até a fórmula 23), devem ser
memorizadas; elas servem de base para o cálculo de outros casos considerados complexos.
Exemplos:
a) 5 dx 5 1dx 5x k
1 3
1 1 3
x2 x2 2
b) x dx x dx
2
k k x2 k
1 3 3
1
2 2
x3 x3
c) [ x 2 e x ] dx x 2 dx e x dx k1 e x k 2 e x k
3 3
d)
x 2 1 2 1 1 2 1 x3 1
k 3e x 2 ln | x | x 3 k
x x
3e x dx 3 e dx 2 dx x dx 3e 2 ln | x |
x 2 x 2 2 3 6
Nota: pelo exemplo da alínea d), temos que ao invés de adicionarmos uma constante a cada
uma das 3 primitivas, basta adicionar apenas uma constante k ou C ao final do resultado
encontrado.
7
O objectivo desta técnica é transformar o integrando, que é uma função composta, em uma
função simples. Entretanto, a técnica só funciona se no integrando aparece uma função (u) e
sua derivada (c . u’), onde c *.
Passos do método/técnica
Passo 1: Introduz-se a letra u para substituir alguma expressão em x que seja escolhida para
simplificar a integral.
du
Passo 2: Reescreve-se a integral em termos de u. Para reescrever dx, calcule e resolve-se
dx
du
algebricamente como se o símbolo fosse um quociente, lembrando dos
dx
diferenciais.
Passo 3: Calcula-se a integral resultante e então substitui-se u por sua expressão em termos de
x na resposta.
Nota bem: Se o integrando é um produto ou quociente de dois termos e um termo é múltiplo
da derivada de uma expressão que aparece no outro, então esta expressão é
provavelmente uma boa escolha para u.
Exemplos:
1. Calcule: ( x 1) 5 dx
Solução:
du
Fazendo: u = x +1, temos: 1 du dx
dx
u6 u6 (𝑥+1)6
Logo, ( x 1) 5 dx u 5 du k k= + C.
6 6 6
8
x 1 1 1 x
2. x 2
9
dx = ... = ln( x 2 9) arc tg k
2 3 3
x 1 x 1 * 1 du 1 1 ** 1 1
Solução: u 2 9 2u
dx = dx + dx + dx du +
x 9
2
x 9
2
x 9
2
x
2
1
3
1 1
9 1 v2
3dv =
1 1 1 1 1 1 1 1 x
= dx + dv = ln | u | arc tg v k ln ( x 2 9) arc tg k
2 u 3 1 v 2
2 3 2 3 3
*
Fazendo: u x 2 9 du 2 x du x dx e * * v x dv 1 3dv dx
dx 2 3 dx 3
Por razões sintéticas não serão apresentados muitos exemplos, pois não se trata de um
compendio, mas sim um trabalho, que mercê uma brevidade.
Fazendo u = f(x) e v = g(x), teremos du = f ' (x) dx e dv = g ' (x) dx, o que nos permite
escrever a regra (1) na seguinte forma usual:
u dv u v - v du
Observação: a integração por partes exige do resolvedor a capacidade de separar a função
que se pretende integrar em duas e, escolher uma delas para derivar e a outra para integrar.
Assim, a função a integrar levará o sinal de integração e o símbolo de diferenciação (𝑑𝑥) e
ao se derivar a outra pretende-se encontrar (𝑑𝑢).
9
Suponha, agora, que se tenha que calcular ( x) ( x) dx . Se você perceber que,
multiplicando a derivada de uma das funções do integrando por uma primitiva da outra,
chega-se a uma função que possui primitiva imediata, então aplique a regra de integração por
partes.
Exemplo:
Calcule a integral: x cos x dx
Resolução:
No caso em que temos uma função polinomial dessa natureza a multiplicar por uma
trigonométrica ou exponencial é conveniente que a função a derivar 𝑢 seja a polinomial com
vista a reduzir a sua potência e a função a integrar seja a trigonométrica; desta maneira
simplifica-se a integral facilitando-a a resolvê-la.
Seja 𝑢 = 𝑥, e 𝑑𝑣 = 𝑐𝑜𝑠𝑥, ou mais simplesmente, 𝑣 = ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑥 𝑑𝑥, conforme o
comentário/observação acima. Com isso, temos: 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 e, 𝑣 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.
Assim, pela fórmula acima: ∫ 𝑢 ∙ 𝑑𝑣 = 𝑢 ∙ 𝑣 − ∫ 𝑣 ∙ 𝑑𝑢 .
∫ 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝑥𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝑥 − ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝑥 − (−𝑐𝑜𝑠𝑥) = 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑥 + C.
Observação:
Não existe uma receita para facilitar o cálculo através desses métodos ou outros, mas uma boa
dica é sempre chamar de dv a parte do integrando mais complicada que possa ser prontamente
integrada. Uma outra dica é, quando se tem uma função logarítmica ou trigonométrica inversa
é conveniente que sejam as mesmas as serem derivadas. Contudo, um bom domínio das regras
de derivação é um bom aliado para logo descobrir a expressão a escolher para derivar ou
integrar, consequentemente para substituir ou “repartir”. E isso, pode-se facilitar/aperfeiçoar
resolvendo muitos e diversos exercícios.
10
1.3.3.1. Substituição de Euler
ax 2 bx c a x t
ax 2 bx c ax 2 2 a xt t 2 ,
Donde x é definido como uma função racional de t:
t2 c
x
b 2 at
(dx é também uma função racional de t), por conseguinte,
t2 c
ax 2 bx c a x t a t ,
b 2t a
ax 2 bx c xt c ;
Então,
ax 2 bx c x 2t 2 2xt c c
(tomamos, para fixar ideias, o sinal mais antes da raiz), donde x é definido como uma função
racional de t:
2 ct b
x .
a t2
Rx,
ax 2 bx c dx reduz-se este ultimo ao integral duma função racional de t.
x2 1 x x2
Resolução:
2t 1 2t 2 2t 2
Seja 1 x x 2 x 2 t 2 2 xt 1 ; x ; dx dt
1 t2 1 t 2 2
t 2 t 1
1 x x xt 1
2
1 t 2
2t 2 t
1 1 x x 2
1 t 2
Substituindo as expressões assim obtidas no integral que desejamos calcular obtemos:
1 1 x x2 dx 2t
2
2
1 t 2t 2t 2 dt
2
t 1 t2
2 2 2
x2 1 x x2 1 t 2t 1 t t 11 t
2 2 2 2 2 2
t2 1 t
2 dt C 2t ln C=
1 t 2
1 t
2 1 x x2 1
ln
x 1 x x2 1
C =
x x 1 x x2 1
12
2 1 x x2 1
ln 2 x 2 1 x x 2 1 C
x
c) Terceira substituição de Euler
a x x x t
ax x x t 2
2
ax x t 2
X exprime-se, então, por uma função racional de t:
t 2
x
t2
Dado que dx e ax 2 bx c são igualmente funções racionais de t, o integral considerado,
reduz-se por consequência, ao duma função racional de t.
NB.: a mudança de variáveis indicada na terceira substituição pode ser aplicada não somente
quando a < 0, mas também quando a > 0, se somente o trinómio ax2 bx c tiver raízes
reais.
dx
Exemplo: Calcule o integral x 2 3x 4
Resolução:
x 4x 1 1 4t2
2
5t
4 t
1 t 1 t
2
13
x 1
dx
10t 1 t 2 dt 2 1 t
1
x4
x 2 3x 4
1 t 5t
2 2 1 t 2 dt ln 1 t C ln x 1
C
1
x4
x 4 x 1
ln C
x 4 x 1
racionais; pode ser expressa por meio de uma combinação finita de funções elementares
somente nos seguintes casos:
i. Quando p é um número inteiro.
m 1
ii. Quando é um número inteiro. Aqui se emprega a substituição a bx n z s ,
n
onde s é o denominador da fracção p.
m 1
iii. Quando p é um número inteiro. Neste caso emprega-se a substituição
n
ax n b z s
3
1 4 x
Exemplo: Achar x
dx I
Resolução:
1
1 3
1 x 4 1
1 x 1
1 3
3 4
x dx 1 dx x 2 1 x 4 dx
x2
1 1
1
1 1 1 m 1 2 2 2 . Logo tem lugar o 2º caso de
Onde temos m=− 2, n=4, p=3 e,
n 1 1
4 4
integrabilidade.
1
4 3
A substituição será 1 x z 3 , que nos dá: x z 3 1 dx 12z 2 z 3 1 dz . De forma
4
que
14
1
z3 z3 1
dx
3
1 13 2
1 x 4 dx 12 z 1
3
I x 2
12
12 z 6 z 3 dx z 7 3z 4 C
7
Onde z 3 1 4 x
1 1
2 sen(7 x)dx sen( x)
2
sen(7 x)d (7 x) senxdx
1 1 1
2 7 2
1 1
cos(7 x) cos x C
14 2
Exemplo 2: Achar a integral sen (3x)sen(4 x)dx
15
Resolução:
1 1
sen (3x)sen(4 x)dx 2 cos(7 x)dx 2 cos( x)dx
1 1 1
cos(7 x)d (7 x) cos xdx
2 7 2
sen7 x senx C
1 1
14 2
Exemplo 1:
sen
10
x cos3 xdx sen10 x 1 sen2 x d senx
sen10 xd senx sen12 xd senx
sen11 x sen13 x
C
11 13
Exemplo 2:
1 1 1 1 sen 2x x sen 2x
cos x dx cos 2x dx x . k k
2
2 2 2 2 2 2 4
Nota de revisão:
cos 2x = cos (x + x) = cos x . cos x - sen x . sen x = cos2 x - sen2 x = cos2 x - (1 - cos2 x) = 2
1 1
cos2 x - 1, logo cos 2x = 2 cos2 x - 1 cos2 x = cos 2 x
2 2
Exemplo 3:
x sen 2x x sen 2x
sen x dx (1 - cos 2 x) dx x - k k
2
2 4 2 4
16
Exemplo:
1 sen2 6 x 1 cos 6 x
dx sen2 6 x sen2 6 x cos2 6 x dx
1
8 4 2 8
1 1 cos12x
sen2 6 x cos 6 x dx
8 2
1 x sen12x 1
sen3 6 x C
8 2 24 18
d) Quando m=-u e n=-v são números inteiros, negativos e pares da mesma ordem, sendo
u+v≥2, teremos
1 tg x
u u v
1
1 2
v2 2
d tgx d tgx
2
1 2 1 tg 2 x 2
tg x tg u x
A estes casos se reduzem, em particular, as integrais:
x
d d x
dx 1 2 dx 2
senu x 2u 1 u x u x e cosv x v
sen cos sen x
2 2 2
Exemplo:
cos
dx
4
x
sec2 xd tgx 1 tg 2 x d tgx
1
tgx tg 3 x C
3
tg cot g
n n
xdx ou xdx
3º) Integrais do tipo , onde 𝒏 é um número inteiro e
positivo.
Essas integrais se calculam separando os factores tg 2 x, tg 2 x sec2 x 1, ou
Exemplo 1:
tg
4
xdx tg 2 x.tg 2 xdx tg 2 x sec2 1 dx
tg 2 x. sec2 xdx tg 2 xdx tg 2 xd tgx sec2 x 1 dx
17
tg 2 xd tgx sec2 xdx dx
tg 3 x
tgx x C
3
Exemplo 2:
tg x dx (sec2 x - 1) dx tg x x k
2
Nota de revisão:
sen2 x cos2 x sen2 x 1
sen2x+cos2x=1 e 1+tg2x = sec 2 x , pois: 1 2
2
sec2 x
cos x cos x cos2 x
4º) Integrais do tipo R senx, cos x dx , onde R é uma função racional
Esse tipo de integrais calcula-se aplicando a substituição
x
tg t ,
2
Donde
2t 1 t 2 2dt
senx , cos x , dx
1 t 2
1 t 2
1 t2
Mediante essa substituição as integrais da forma R senx, cos x dx se reduzem as integrais
dx
Exemplo: Achar 1 senx cos x
Resolução:
2dt
dx 1 t dt x
1 senx cos x 2t 1 t 2
1 t
ln 1 t ln 1 tg C
2
1
1 t 2
1 t 2
substituição tgx = t.
18
Nota: A ocorrência de raiz no integrando é algo muito desagradável. Se perceber uma
mudança de variável que a elimine, não ignore.
Segundo Boulos (1999, p.341) “um integrante que contenha uma das formas:
sendo a uma constante positiva e não tendo nenhum outro factor irracional, pode ser
transformado numa integral trigonométrica mais familiar, utilizando substituições
trigonométricas ou com o emprego de uma nova variável”.
Para os três casos acima, utilizamos as identidades trigonométricas:
Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável
de x para θ. A substituição deve ser apropriada e fica melhor observada no triângulo
rectângulo:
Temos que:
19
E pela identidade trigonométrica dada em (1), obtemos:
Justificando a substituição.
Caso II:
Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável
de x para θ. Observando o triângulo rectângulo:
Temos que:
Justificando a substituição.
Caso III:
Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável
de x para θ. Observando o triângulo rectângulo:
20
Temos que:
Justificando a substituição.
Com base nos resultados obtidos, podemos montar uma tabela resumo:
2 2 2 2
caso, cos 0 e:
Exemplos:
1. Calcule: 1 x 2 dx
1 1 1
1 x 2 dx = arc sen x x 1 - x 2 k = arc sen x x 1 - x 2 k
2 2 2
2. Calcule: r 2 x 2 dx
Solução:
Fazendo as mudanças:
x rsen
22
r cos dx r cos d
dx
d
Assim,
1 1
r 2 x 2 dx = r. cos .r cos d = r 2 . cos 2 d = r 2 . cos 2 d
2 2
=
1 1
r 2 . sen2 +k =
2 4
1 1 1 1
= r 2 . .2 sen cos + k = r 2 . .2 sen cos
+ k =
2 4 2 arc sen x 4 x r2 x2
r r r
1 x 1 x r x 2
+ k = r arc sen x x. r x
2 2 2 2
= r 2 arc sen . . + k
2 r 2 r r 2 r r2
r2 arc sen x x. r x
2 2
+k
r 2 x 2 dx =
2 r r2
a
Para b 2 x 2 a 2 dx faça a substituição x
b
tg
a
Para b 2 x 2 a 2 dx faça a substituição x
b
sec
23
“No caso mais geral as integrais Im, n de forma sen x cosn xdx I m ,n , onde m e n são
m
Resolução:
Vamos separar o integrando em dois factores, um dos quais saibamos integrar:
secnx=secn-2x.sec2x. Então escolhemos u= secn-2x e dv= sec2x
Logo,
u ´ n 2secn2 xtgx e v sec2 xdx tgx
sec
n
xdx secn 2 x tgx n 2 secn 2 x tgx tgxdx
secn 2 x tgx n 2 secn 2 x sec2 x 1dx
secn 2 x tgx n 2 secn x secn 2 x dx
secn 2 x tgx n 2 secn xdx n 2 secn 2 xdx
Passando a segunda parcela do segundo membro para o primeiro, podemos tirar o valor de
sec
n
xdx, para obter:
1 n2
sec xdx secn 2 xtgx secn 2 xdx . A este resultado chama-se fórmula de
n
n 1 n 1
redução ou de recorrência.
Resolução:
1 32
sec xdx sec3 2 xtgx
3 1
sec32 xdx
3
3 1
1 1
sec sec xtgx sec xdx
xdx
3
2 2
1 1
sec xtgx ln sec x tgx C
2 2
24
Existem mais fórmulas de redução:
x e x dx x n e x n x n 1e x dx
n
n 1
sen xdx n sen x cos x n sen
1 n 1 n2
n
xdx, n2
n 1
cos
n
xdx
1
n
cosn 1 x senx
n cosn 2 xdx, n2
A integral definida baseia-se numa relação tão importante entre derivadas e somas, que recebe
o nome de Teorema Fundamental do Cálculo.
b
f ( x) dx F(b) - F(a) .
a
Portanto:
A integral definida é igual à diferença entre os valores numéricos da integral indefinida,
obtidos para x = a e x = b, respectivamente.
É possível provar que toda função contínua em [a, b] é integrável em [a, b].
25
Temos então pelo TFC que, se f é contínua em [a, b] e F é uma primitiva de f em [a , b],
então:
b
f ( x) dx F(b) - F(a)
a
b
f ( x) dx [ F ( x)] ab F(b) - F(a)
a
Neste caso, a última expressão representa a definição da integral definida e, como vemos ela
contem limites 𝑎 e 𝑏. Assim, 𝑏 constitui o limite superior e, 𝑎 é o limite inferior da integral.
7
2
Exemplo: Calcule: x 2 dx = ... =
1 3
x3
Solução: F ( x) é uma primitiva de f(x) = x2 e f é contínua em [1 , 2]
3
2
x3 8 1 7
2
Assim, x dx = - =
2
1
3 1 3 3 3
Observação: a integral definida é dependente da integral indefinida, porém é necessário
prestar muita atenção aos limites. À mudança de colocação deles implica a mudança de sinal
do resultado da integral. Além, disso a integral definida geralmente é um número positivo
(pela figura acima nota-se que a integral representa área de uma região abaixo da função em
causa, porém delimitada por 𝑎 e 𝑏), caso encontrar-se um número negativo é necessário a
verificação dos cálculos e do problema em causa.
Exemplos:
1. Um fabricante calculou que o custo marginal de uma produção de q unidades é de 3q2 –
60q + 400 reais por unidade. O custo de produção das duas primeiras unidades foi de R$
900,00. Qual será o custo total de produção das cinco primeiras unidades?
Solução:
Vale lembrar que o custo marginal é a derivada da função custo total c(q). Logo,
26
c’(q) = 3q2 – 60q + 400
e, portanto, c(q) deve ser a primitiva
c (q) c' (q) dq (3q 2 60q 400) dq q 3 30q 2 400q k , para alguma constante k.
Solução: Seja C a função custo, então o custo marginal é a taxa de variação de C em relação a
x, isto é:
C ’ (x) = 30 – 0,02x
Logo
para algum k.
Solução:
R’ (x) = F(x).P(x) R’ (x) = [5000 + 60 x ] . [80 + 3 x ]
2
90x2 + k
3
Foi visto nas aplicações de derivadas que as derivadas da função custo total e da receita total
representam, respectivamente, as funções custo marginal (CMg) e receita marginal (RMg).
Conhecendo-se o custo marginal e a receita marginal, através da integração dessas funções,
podemos obter o custo total e a receita total, ou seja,
Como a integral indefinida contém uma constante arbitrária, no cálculo do custo total essa
constante pode ser calculada conhecendo-se o custo fixo de produção. No caso do cálculo da
receita total, como geralmente a receita total é zero quando o número de unidades produzidas
é zero, este resultado pode ser usado para calcular a constante de integração.
Exemplos ilustrativos:
28
1. Se a função receita marginal é dada por RMg(x) = 80 - x + x2. Determine a função receita
total e a função demanda.
Solução:
Função receita total:
x2 x3
R( x) RMg ( x) dx (80 x x 2 ) dx 80x k.
2 3
Como, para x = 0, R(0) = 0, então k = 0.
Portanto,
x2 x3
R( x) 80x .
2 3
Função demanda:
x2 x3
80 x 2
R ( x) 2 3 80 x x .
p
x x 2 3
6x 3 2x 2
C ( x) CMg ( x) dx (6 x 2 2 x 200) dx 200x k 2 x 3 x 2 200x k
3 2
C( x) 2x 3 x 2 200x k
3. A função custo marginal de determinado produto é dada por CMg(x) = 20 + 40x - 6x2. O
custo fixo é 60. Determine: a) a função custo total; b) a função custo médio; c) a função
custo variável.
Solução:
29
4. Para determinado produto, a função receita marginal é RMg(x) = 25 - 5x. Determine: (a) a
receita total; (b) a função demanda.
Solução:
5. Em certa indústria, para um nível de produção de x unidades sabe-se que o custo marginal
de produção de cada uma é CMg(x) = 3x2 - 12x + 36 reais. Calcule a função custo total
sabendo-se que o custo fixo é igual 50.
Solução:
6. Determine a função receita total se a função receita marginal é dada por RMg(x) = 0,75x2-
20x+10.
30
Solução:
31
1.5.3. Excedente do produtor
Seja y = f(x) a função de oferta, para determinados artigos, onde y é o preço unitário para x
unidades ofertadas. Considere o ponto de equilíbrio (xo, yo), sendo que os produtores que
ofertariam os artigos a um preço inferior a yo lucram. Esse ganho total dos produtores é
representado pela área colorida da Figura abaixo e é chamado de excedente do produtor
(EP).
0 0
5
EP x0 y 0 f ( x) dx 5 11 (2 x 1) dx 55 x 2 x
xo
x 5
x 0 55 30 25
x 5
x3 415 250
EC
xo
f ( x) dx x 0 y 0 (36 x ) dx 5 11 36x 55
5
2
55 83,33
0 0
3 x 0 3 3
33
Conclusão
De acordo com o que foi exposto no trabalho concluímos que integrar é uma técnica, assim
como derivar. Certas funções possuem integrais imediatas ou que podem ser calculadas
através de uma substituição simples da variável. Porém, há casos complexos cuja resolução
necessita da aplicação de técnicas de integração. Existem muitas técnicas de integração:
integração por substituição, integração por substituição trigonométrica, integração por
fórmulas de redução. Todas bem simples, é só ser mais esperto e aplicado. Para cada integral,
devemos identificar qual o melhor dos métodos a aplicar. Somente resolvendo diversos
exemplos para podermos nos familiarizar com cada um desses métodos.
argumento. A expressão da integral na variável original x pode ser obtida por meio do auxílio
de um triângulo rectângulo.
Resta-nos dizer que dos exercícios resolvidos relacionados com os temas tratados notamos
que para ter sucessos e resolver correctamente os exercícios sobre integrais por meio das
técnicas de integração descritas neste trabalho é indispensável conhecer as integrais imediatas,
a álgebra linear, a geometria plana e analítica e, a trigonometria.
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Referências bibliográficas
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Books. São Paulo.
Guidorizzi, H. L. (2006). Um Curso de Cálculo. Vol. 1 e 2. (5ª Ed.). Rio de Janeiro: LTC.
Piskounov, N.. (2000). Cálculo Diferencial e Integral. Volume 1. Editorial MIR. Porto.
Stewart, J. (2009). Cálculo. Vol. 2. (6ª Ed.). São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
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