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SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

PROJETO DE
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E
ESPECIAIS
Série construção Civil

PROJETO DE
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E
ESPECIAIS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série construção civil

PROJETO DE
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS E
ESPECIAIS
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA
S491p
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Projeto de instalações elétricas e especiais / Departamento Nacional,
Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/ DN, 2013.
136 p.: il. - (Série Construção Civil)

ISBN 978-85-7519-684-7

1. Projetos. 2. Instalações elétricas. 3. Técnico edificações. I. Serviço


Nacional de Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III.
Departamento Regional da Bahia. IV. Projeto de instalações Elétricas e
Especiais. V. Série Construção Civil.

CDU 621.319

SENAI - DN Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Elétrons orbitando em volta do núcleo do átomo............................................................................20
Figura 2 -  Com cargas diferentes os átomos se atraem.......................................................................................21
Figura 3 -  Com cargas iguais os átomos se afastam.............................................................................................21
Figura 4 -  Bateria e gerador de fluxo de cargas......................................................................................................22
Figura 5 -  Um circuito em série....................................................................................................................................27
Figura 6 -  Circuito em paralelo.....................................................................................................................................28
Figura 7 -  Circuito misto..................................................................................................................................................29
Figura 8 -  Usina hidrelétrica de Itaipu........................................................................................................................34
Figura 9 -  Avanço do mar na foz do São Francisco...............................................................................................35
Figura 10 -  Parque eólico gerando energia limpa renovável............................................................................36
Figura 11 -  Linha de transmissão de energia..........................................................................................................37
Figura 12 -  Planta baixa de residência com projeto elétrico.............................................................................60
Figura 13 -  Representação de um corte de projeto elétrico..............................................................................61
Figura 14 -  Detalhe de um projeto elétrico.............................................................................................................62
Figura 15 -  Diagrama unifilar........................................................................................................................................63
Figura 16 -  Planta baixa...................................................................................................................................................68
Figura 17 -  Seção de um condutor.............................................................................................................................72
Figura 18 -  Distribuição dos disjuntores do quadro de distribuição..............................................................77
Figura 19 -  Esquema da formação do raio...............................................................................................................83
Figura 20 -  Esquema de um SPDA...............................................................................................................................84
Figura 21 -  Haste para aterramento...........................................................................................................................87
Figura 22 -  Haste e anel de fixação para o aterramento.....................................................................................89
Figura 23 -  Esquema TN- S.............................................................................................................................................89
Figura 24 -  Esquema TN – C...........................................................................................................................................90
Figura 25 -  Esquema TN – C – S....................................................................................................................................90
Figura 26 -  Esquema TT...................................................................................................................................................91
Figura 27 -  Esquema IT....................................................................................................................................................91
Figura 28 -  Caixa de inspeção para aterramento...................................................................................................92
Figura 29 -  Um esquema de curto-circuito..............................................................................................................94
Figura 30 -  Planta baixa de uma residência, instalação telefônica..................................................................99
Figura 32 -  Planta baixa com os pontos de sonorização.................................................................................. 100
Figura 31 -  Caixa de som para embutir no forro do teto................................................................................. 100
Figura 34 -  Planta baixa projeto de incêndio....................................................................................................... 101
Figura 33 -  Detector de fumaça................................................................................................................................ 101
Figura 35 -  Planta baixa de instalações de antena e tv a cabo...................................................................... 102
Figura 36 -  Câmera de proteção............................................................................................................................... 104
Figura 37 -  Projeto de instalação de câmeras...................................................................................................... 104
Figura 38 -  Disjuntores................................................................................................................................................. 108
Figura 39 -  Disjuntores montados num quadro.................................................................................................. 108
Figura 40 -  Disjuntor de chave antigo.................................................................................................................... 109
Figura 41 -  Interruptor simples................................................................................................................................. 109
Figura 42 -  Interruptor com dimmer....................................................................................................................... 110
Figura 43 -  Interruptor com tomada....................................................................................................................... 110
Figura 44 -  Fio rígido..................................................................................................................................................... 111
Figura 45 -  Cabo flexível.............................................................................................................................................. 111
Figura 46 -  Eletroduto rígido...................................................................................................................................... 112
Figura 47 -  Eletroduto flexível.................................................................................................................................... 112
Figura 48 -  Quadro geral com disjuntores............................................................................................................ 114
Figura 49 -  Quadro de disjuntor............................................................................................................................... 114
Figura 50 -  Caixa de passagem.................................................................................................................................. 115
Figura 51 -  Caixas elétricas 4x2” e 4x4”................................................................................................................... 116
Figura 52 -  Tomadas...................................................................................................................................................... 116

Quadro 1 - Simbologia para representação de projetos de elétrica................................................................60


Quadro 2 - Cores dos fios.................................................................................................................................................73
Quadro 3 - Dois e três condutores carregados........................................................................................................75
Quadro 4 - Circuito e seu respectivo disjuntor........................................................................................................76

Tabela 1 - Distribuição de carga....................................................................................................................................69


Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................15

2 Fundamentos de eletricidade....................................................................................................................................19
2.1 A descoberta da eletricidade...................................................................................................................20
2.2 Composição da matéria.............................................................................................................................20
2.3 Corrente elétrica...........................................................................................................................................22
2.4 Diferença de potencial ou tensão..........................................................................................................22
2.5 Potência...........................................................................................................................................................23
2.5.1 Fator de potência.......................................................................................................................24
2.6 Resistência elétrica......................................................................................................................................24
2.7 Lei de ohm......................................................................................................................................................26
2.8 Tipos de circuitos..........................................................................................................................................27

3 Noções de geração, transmissão e distribuição de energia............................................................................33


3.1 Geração de energia......................................................................................................................................34
3.2 Transmissão de energia..............................................................................................................................37
3.3 Distribuição de energia..............................................................................................................................38

4 Tipos de fontes de energia..........................................................................................................................................41

5 Noções de eficiência energética...............................................................................................................................47

6 Desenho de instalações elétricas..............................................................................................................................53


6.1 Simbologias....................................................................................................................................................54
6.2 Plantas..............................................................................................................................................................60
6.3 Cortes................................................................................................................................................................61
6.4 Detalhes...........................................................................................................................................................62
6.5 Diagramas.......................................................................................................................................................63
6.5.1 Diagrama unifilar.......................................................................................................................63
6.5.2 Diagrama multifilar...................................................................................................................63
6.6 Cabine de medidores..................................................................................................................................64

7 Noções de dimensionamento....................................................................................................................................67
7.1 Dimensionamento da carga.....................................................................................................................67
7.1.1 Tomadas........................................................................................................................................69
7.1.2 Circuitos.........................................................................................................................................70
7.2 Quadro de distribuição..............................................................................................................................70
7.3 Condutores.....................................................................................................................................................72
7.3.1 Seção mínima para condutores segundo a norma.......................................................73
7.3.2 Identificação dos condutores................................................................................................73
7.4 Disjuntores......................................................................................................................................................76
7.5 Caixas de passagem e de derivação......................................................................................................77
8 Proteção contra descargas atmosféricas - SPDA.................................................................................................81
8.1 Formação das nuvens de tempestades................................................................................................82
8.2 Surgimento do raio......................................................................................................................................82
8.3 Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).....................................................83

9 Aterramento.....................................................................................................................................................................87
9.1 Componentes do aterramento................................................................................................................88
9.2 Ligações de aterramento...........................................................................................................................92
9.3 Condutores de proteção............................................................................................................................93
9.4 Curto-circuito.................................................................................................................................................94

10 Reapresentação gráfica de instalações especiais.............................................................................................97


10.1 Instalações telefônicas.............................................................................................................................98
10.2 Sonorização.................................................................................................................................................99
10.3 Detecção de incêndio........................................................................................................................... 101
10.4 Sinal de tv, antena e cabo.................................................................................................................... 102
10.5 Sistema de controle patrimonial, circuito fechado de tv e alarme de segurança........... 103

11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios........ 107


11.1 Disjuntores................................................................................................................................................ 108
11.2 Interruptores............................................................................................................................................. 109
11.3 Condutores................................................................................................................................................ 110
11.4 Eletrodutos................................................................................................................................................ 111
11.5 Acessórios.................................................................................................................................................. 113
11.6 Quadro de distribuição......................................................................................................................... 114
11.7 Caixas de passagem............................................................................................................................... 115
11.8 Caixas 4x2” e 4x4”.................................................................................................................................... 115
11.9 Tomadas..................................................................................................................................................... 116

12 Normas e legislações aplicáveis........................................................................................................................... 119

13 Aplicativos computacionais para projetos de instalações elétricas e especiais prediais................ 123

Referências

Minicurrículo do Autor

Índice
Introdução

Bem-vindo ao universo das edificações! Estamos iniciando uma caminhada pelo processo
de formação técnica industrial na área da Construção Civil, estamos no módulo específico I,
do curso Técnico em Edificações, com a Unidade Curricular Projeto de Instalações Elétricas
e Especiais. Este livro tem como objetivo geral desenvolver competências para elaboração de
projeto de instalações elétricas e especiais em edificações de acordo com as normas técnicas
aplicáveis, levando em consideração princípios de construções sustentáveis, dentro dos limites
de sua responsabilidade técnica. Assim, as unidades curriculares devem ser desenvolvidas por
meio de situações de aprendizagem desafiadoras, que levem em conta os resultados profis-
sionais esperados no mundo do trabalho, com foco na gestão do processo de construção de
edificações. Para tanto é necessário proporcionar o desenvolvimento de competências para a
identificação dos componentes, tipologias e etapas de construção de uma edificação, compre-
endendo a importância da Construção Civil para a economia do país e identificando as institui-
ções dedicadas ao setor e suas funções.
Para dar conta de tantas competências, nós aprenderemos fundamentos técnicos e cien-
tíficos que nos capacitarão a compreender os processos de construção de edifícios, além de
identificar tipologias arquitetônicas e as principais funções das instituições, sindicatos e asso-
ciações do setor. Os temas abordados neste livro possibilitarão o desenvolvimento das seguin-
tes competências:

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS:


a) planejar e organizar o próprio trabalho;
b) atuar de forma ética;
c) aplicar princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambientais;
d) avaliar o trabalho realizado, na perspectiva de melhoria contínua;
e) aplicar técnicas de comunicação oral e escrita.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
16

CAPACIDADES TÉCNICAS:
a) aplicar os dados coletados, de acordo com as necessidades dos clientes;
b) analisar parâmetros de conforto ambiental;
c) aplicar princípios de construção sustentável;
d) aplicar conceitos referentes a fenômenos físicos e químicos no projeto das
instalações;
e) elaborar projetos de instalações elétricas e especiais;
f) representar graficamente projetos de instalações elétricas e especiais.

Esta unidade curricular começa falando sobre os conceitos de eletricidade,


corrente elétrica, tensão, potência elétrica, resistência elétrica, lei de Ohm e tipos
de circuitos. Estes conceitos são importantes para aprofundamento no contexto
da instalação elétrica.
Vamos abordar também as noções de geração de energia, sua distribuição
e transmissão; noções de eficiência energética e como isso é importante para o
nosso meio ambiente. Em seguida, começaremos com a parte prática, como o
dimensionamento de uma instalação elétrica e a sua representação gráfica.
Nos capítulos seguintes, falaremos de como proteger a instalação elétrica de
raios atmosféricos e também aprenderemos a dimensionar o aterramento de
uma instalação elétrica e o quanto isso é importante para a segurança da instala-
ção elétrica.
Veremos ainda instalações especiais como as de telefone, as de sonorização,
as de detecção de incêndio, que são muito importantes, uma vez que estamos
trabalhando com eletricidade; falar de detecção de incêndio é, portanto, uma
forma de prevenção. Vamos ver ainda todos os componentes de uma instalação
elétrica, suas características e utilização nas instalações.
Não esqueça que você é o principal responsável por:
a) sua formação;
b) estabelecer e cumprir um cronograma de estudo realista;
c) separar um tempo para descansar;
d) não deixar as dúvidas para depois;
e) consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida.
Então, vamos começar o nosso trabalho e preste muita atenção ao assunto!
Sucesso e bons estudos!
1 Introdução
17

Anotações:
Fundamentos de eletricidade

Você sabe o que é eletricidade?


Talvez o conceito técnico não seja ainda conhecido, mas com certeza já teve o contato com
a eletricidade. A eletricidade faz parte do nosso cotidiano em tantas situações que nem nos
damos conta. Com a eletricidade conseguimos utilizar aparelhos dentro da nossa casa para as
tarefas diárias como: assistir à televisão, ouvir a programação de uma rádio, utilizar o computa-
dor, preparar um suco no liquidificador, entre outras.
Para cada equipamento deste, precisamos ter eletricidade na nossa casa. A eletricidade que
usamos pode ser fornecida através de usinas hidrelétricas, de geradores movidos por com-
bustíveis como diesel, gasolina ou por motores movidos à força mecânica dos ventos, isto é,
energia eólica.
A eletricidade é muito importante para o funcionamento de nossas atividades atuais, uma
vez que temos uma série de equipamentos para nos auxiliar em nossas tarefas e é exatamente
pela sua importância que há a necessidade de termos sempre fontes que gerem essa eletrici-
dade para o nosso consumo. Uma dessas fontes são as usinas hidrelétricas, que armazenam
uma grande quantidade de água em represas artificiais e consequentemente devastam o meio
ambiente quando inundam grandes áreas de vegetação.
Temos ainda as usinas termoelétricas e as nucleares, que também apresentam algumas
desvantagens e, por isso, atualmente os cientistas e pesquisadores de vários países buscam
novas formas de geração de eletricidade que não agridam o meio ambiente.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
20

1 Âmbar: 2.1 A descoberta da eletricidade


Substância que ao ser esfre- Desde a antiguidade que o efeito da eletricidade já era conhecido, e o primei-
gada produz eletricidade.
ro a registrar foi o grego Tales de Mileto, que, ao esfregar um pedaço de âmbar1,
percebia que este atraía pequenos pedaços de palha. O nome eletricidade vem
da palavra grega élektron, que significa âmbar.
Com o passar dos anos, muitos físicos começaram a fazer experiências e en-
tão foram descobrindo mais sobre a eletricidade. Dentre os físicos podemos citar
Benjamin Franklin, Luigi Aloisio Galvani, Michael Faraday e Heinrich Hertz.
A partir do século XIX, os estudos sobre a eletricidade avançaram, possibilitan-
do ser utilizada para várias situações do nosso dia a dia.

SAIBA Pesquise na internet, em sites de busca, a palavra-chave


eletricidade e descobrirá mais sobre o surgimento da eletri-
MAIS cidade.

2.2 Composição da matéria

Toda matéria é formada por um conjunto de moléculas, e cada molécula é


formada por um grupo de átomos. No entanto, cada átomo é formado por um
núcleo com prótons e nêutrons, e em volta, orbitando, ficam os elétrons. Veja
figura a seguir.

ÁTOMO
-
( )
-
ÉLETRON

( )

+ +
PRÓTON

+
-
( )

Figura 1 -  Elétrons orbitando em volta do núcleo do átomo


Fonte: SENAI, 2013.
2 Fundamentos de eletricidade
21

Por convenção, determinou-se que o próton tem carga positiva enquanto o


elétron tem carga negativa e o nêutron não possui carga. Dizemos que o átomo
está em equilíbrio quando a quantidade de prótons é igual a quantidade de elé-
trons. Quando um átomo possui mais prótons do que elétrons, é um átomo po-
sitivo; quando o átomo possui mais elétrons que prótons, é um átomo negativo.
É conhecido que corpos com cargas diferentes se atraem. Veja figura a seguir.

ÁTOMO POSITIVO ÁTOMO NEGATIVO

-
( ) -
( )

-
( )
-
( )
+ ÁTOMOS DIFERENTES -
( )
+ +
+
+
+
SE ATRAEM
+
-
( ) -
( )

Figura 2 -  Com cargas diferentes os átomos se atraem


Fonte: SENAI, 2013.

Corpos com cargas iguais se repelem, ou seja, se afastam.

ÁTOMOS COM A MESMA


QUANTIDADE DE PRÓTONS E ELÉTRONS

-
( ) -
( )

-
( ) -
( )

-
( )
+ +
-
( )
+ +
+ +
( )- -
( )

ÁTOMOS IGUAIS
SE REPELEM

Figura 3 -  Com cargas iguais os átomos se afastam


Fonte: SENAI, 2013.

Para entender a eletricidade vamos conhecer alguns conceitos.


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
22

2 Filamento: 2.3 Corrente elétrica


Fio de material metálico Corrente elétrica é quando os elétrons livres que estão em condutores, como
muito fino dentro da
lâmpada. fios, passam a se movimentar de maneira ordenada, por estes condutores.
Este movimento ordenado dos elétrons é originado pela diferença de poten-
cial nas extremidades destes condutores, assim cria-se uma corrente de elétrons,
por isso denominada corrente elétrica.
A diferença de potencial é também chamada de tensão, mas veremos mais
adiante.

GERADOR
FALTA DE CARGA

INTERRUPTOR
DIFERENÇA DE POTENCIAL

LÂMPADA CONSUMINDO
EXCESSO DE CARGA CARGA

Figura 4 -  Bateria e gerador de fluxo de cargas


Fonte: SENAI, 2013.

Observando a figura anterior, o gerador cria falta de cargas no polo negativo,


então haverá um deslocamento de cargas positivas em direção ao polo negativo
fazendo o equilíbrio. Como o gerador está sempre retirando as cargas em um
polo, sempre haverá este fluxo gerando, assim, energia para a lâmpada.

2.4 Diferença de potencial ou tensão

Como falamos anteriormente, a diferença de potencial é o que faz gerar a car-


ga elétrica.
Observando a Figura 4, o gerador cria falta de elétrons no polo negativo, então
haverá um deslocamento ordenado de elétrons em direção ao polo negativo, fa-
zendo o equilíbrio. Como o gerador está sempre retirando as cargas em um polo,
sempre haverá este fluxo gerando energia para a lâmpada.
É muito comum compararmos o diferencial de potencial ao sistema hidráulico
no qual uma bomba puxa uma determinada quantidade de água de um reserva-
tório e depois a despeja de volta dentro do mesmo reservatório, sendo assim um
fluxo constante de água enquanto a bomba estiver ligada.
2 Fundamentos de eletricidade
23

A diferença de potencial pode ser medida através da fórmula:

1 volt = 1 joule
coulomb

2.5 Potência

É a intensidade de luz que é gerada pela eletricidade.


Percebemos isso nas lâmpadas, mas a potência é a capacidade de um determi-
nado motor ou gerador de energia produzir a eletricidade.
Temos como exemplo a capacidade de uma lâmpada produzir luz, enquanto
um ventilador é capaz de produzir vento. Este é um bom exemplo: você já deve
ter visto um ventilador doméstico com várias posições no botão de acionar e deve
ter notado que estas posições variam a velocidade da hélice; então, quanto maior
a velocidade, maior produção de vento. Em resumo, podemos dizer que quanto
maior a potência do ventilador maior será a produção de vento.
Vemos também nos aparelhos elétricos que temos dentro de nossa casa que
eles já trazem no seu manual a informação da potência que consomem.
A partir disso podemos dizer que quanto maior a potência do aparelho maior
será a energia consumida em menor período de tempo. A eletricidade consumi-
da pelos aparelhos é transformada. Assim, uma lâmpada, ao receber eletricidade
que passa pelo filamento2 de tungstênio, aquece e fica incandescente gerando a
luz, por isso se chama lâmpada incandescente.
Para ter potência é necessário ter tensão e corrente. Vimos que a tensão ou
diferença de potencial gera uma corrente elétrica no condutor. Na Figura 5 vimos
que o gerador criou a diferença de potencial gerando uma corrente que ao passar
pela lâmpada incandescente o filamento é aquecido gerando uma luz.
Veja a fórmula de potência elétrica:

P=U.I

P = potência elétrica
U = tensão elétrica
I = corrente elétrica
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
24

Esta fórmula se transforma em mais duas possibilidades:

P = U2 P= I2
R R

Esta é a potência aparente, que tem como unidade de medida o volt-ampère


( VA ).
Temos dois tipos de potência aparente:
a) potência ativa, que é a parte que se transforma, gerando luz, trabalho e ca-
lor;
b) potência reativa, que se transforma num campo magnético, geralmente uti-
lizado para funcionar motores.

2.5.1 Fator de potência

A potência ativa é só uma parte da potência aparente, ou seja, existe uma fra-
ção de potência que não é transformada em outra potência e essa diferença é o
que definimos de fator de potência. Este fator de potência é como coeficientes
ou valores que adicionamos nos cálculos para fazermos os dimensionamentos de
cargas nos projetos residenciais.

2.6 Resistência elétrica

Resistência elétrica é a dificuldade que o corpo gera, no caso o condutor, aos


elétrons que percorrem de maneira ordenada quando este condutor for submeti-
do a uma diferença de potencial.
Porque acontece essa resistência?
Sabemos que os elétrons estão em movimento desordenado dentro de um
condutor e, quando este condutor é submetido a uma diferença de potencial, os
elétrons começam a se chocar um nos outros e no próprio átomo que forma o
condutor, e este choque cria essa resistência. Sabemos que um corpo é formado
por milhões de átomos e que cada átomo possui ao seu redor orbitando elétrons.
Estes choques que os elétrons sofrem é a explicação do aumento da tempe-
ratura no condutor. Você já deve ter visto que os fios de determinados aparelhos
quando estão ligados ficam aquecidos.
Este é o efeito que ocorre na resistência do chuveiro elétrico ou de qualquer
aparelho que utilize uma resistência para aquecer algo.
2 Fundamentos de eletricidade
25

Lógico que o melhor para o sistema elétrico é que os condutores não apresen-
tem resistência e, quanto melhor o condutor, menor é a resistência oferecida para
a corrente elétrica. O cobre é o metal mais utilizado por seu custo e facilidade de
obtenção, no entanto o ouro é o metal que tem a melhor condutibilidade.

Nunca troque a resistência de um chuveiro elétrico sem


FIQUE antes desligar a chave ou disjuntor que o alimenta. A
ALERTA união da eletricidade e água é um forte aliado para acon-
tecer um choque elétrico.

Outra situação a que precisamos ficar atentos é que, se o condutor oferece


muita resistência, será necessário maior consumo de energia e, com isso, maior
custo na conta de energia. Por isto que os vilões do consumo de energia são exa-
tamente a lâmpada elétrica, o chuveiro elétrico, o ferroelétrico e aquecedores que
utilizam resistências.
A partir disso, temos a fórmula para resistência:

R= U
I

A unidade de medida da resistência é o Ohm (Ω), definida pelo sistema inter-


nacional (SI).
Temos dois grupos de condutores:
a) bons condutores, que são os corpos onde os elétrons mais externos são
retirados facilmente por um estímulo da órbita do núcleo dos átomos;
b) maus condutores, que são os corpos onde os elétrons se encontram muito
ligados ao núcleo dos átomos, a exemplo da madeira, do vidro, porcelana.
Assim, podemos dizer que um fator que influencia a resistência do condutor é
o seu material, o seu comprimento e a temperatura.

R=ρ
A
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
26

Onde:
R = resistência em Ohms ( Ω )
ρ =resistividade do material em ohms (mm²/m)
= comprimento em m
A = área da seção reta em mm²

2.7 Lei de ohm

Georg Simon Ohm, físico alemão, estudou sobre a capacidade de resistência


dos materiais à passagem de corrente dependendo da sua resistividade.
Ohm descobriu que variando a diferença de potencial a um circuito que esteja
fluindo uma corrente elétrica, haverá uma variação proporcional dessa corrente.
Esta proporção era sempre igual a partir do quociente entre a tensão e a cor-
rente resultando então em uma constante. Essa constante de proporcionalidade
é o que representa a resistência elétrica.
Temos que a diferença de potencial (U) entre dois pontos de um condutor
é proporcional à corrente elétrica (I). Nem todos os sistemas obedecem à lei de
Ohm, somente os resistores ôhmico ou linear.
Sendo a resistência elétrica uma constante, temos a seguinte fórmula.

U=R.I

Temos, como resistência elétrica(R) do resistor, o quociente entre a ddp(U)


aplicada pela corrente(I) que o atravessa.

R= U
I

Onde,
R = Resistência Elétrica em ohm (Ω)
U = Tensão Elétrica, em volt (V)
I = Corrente Elétrica, em ampère (A)
2 Fundamentos de eletricidade
27

2.8 Tipos de circuitos

Sabe o que é um circuito?


Circuito é todo componente ligado numa instalação, como lâmpadas, resis-
tência, aparelhos, que estejam alimentados por uma fonte geradora de energia.
Temos três tipos de circuitos:
a) circuito em série: neste circuito todos os componentes estão ligados em
série, ou seja, um atrás do outro e somente por um único caminho no qual
passa a corrente elétrica, ligados a uma fonte de energia. Imagine um fio que
alimenta 4 lâmpadas, sendo este fio, que passa nas lâmpadas, o mesmo que
volta para a fonte de energia.
Podemos trocar esse tipo de circuito por uma lâmpada apenas que possua
uma potência igual à soma de todas as resistências, ou seja, da potência de todas
as lâmpadas.
Se uma lâmpada queimar, todas as outras ficarão apagadas por não ter outro
caminho e, para isto, é necessário trocar lâmpada por lâmpada para encontrar a
queimada.

+ -

Figura 5 -  Um circuito em série


Fonte: SENAI, 2013.

No circuito em série, o cálculo da queda de tensão total é a soma das tensões


em cada resistência, que será:

Req = ∑ R
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
28

b) circuito em paralelo: neste tipo de circuito os componentes estão ligados,


mas existe mais de um caminho para alimentar os componentes com ener-
gia. Sendo assim, é o circuito mais utilizado, inclusive as instalações prediais
são todas feitas com circuito paralelo. Caso uma das lâmpadas queime, a
outra lâmpada ainda acende porque consegue ser alimentada pela fonte de
energia.

+ -

Figura 6 -  Circuito em paralelo


Fonte: SENAI, 2013.

A fórmula para o cálculo da resistência equivalente do circuito de resistores


em paralelo é:

1/Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ... + 1/Rn

Aqueles pisca-piscas que colocamos em árvores de


VOCÊ natal são feitos em circuitos paralelos, por isso quando
SABIA? uma daquelas pequenas lâmpadas queima, ele continua
funcionando e fica fácil identificá-la e trocá-la.

c) circuitos mistos: neste circuito temos uma combinação dos dois tipos de
circuitos, o circuito em série e o paralelo.
2 Fundamentos de eletricidade
29

+ -

Figura 7 -  Circuito misto


Fonte: SENAI, 2013.

CASOS E RELATOS

A necessidade do conhecimento básico de eletricidade


João é jovem, bastante curioso e sempre teve atração por tudo que envol-
via eletricidade. Certa vez, João queria fazer uma instalação elétrica pro-
visória para um quarto onde ele iria utilizar como um miniescritório para
desenvolver seus trabalhos de informática.
João começou então a fazer instalação elétrica, puxando a fiação de outra
tomada já existente e criando mais um ponto para colocar uma lâmpada e,
assim, melhorar a iluminação para os seus trabalhos.
No entanto, João era só um curioso, nunca tinha feito nenhum curso e re-
solveu fazer o serviço apenas por ver um ou outro fazendo. Mas e o conhe-
cimento sobre a eletricidade?
Pois é, João não conhecia nem se aprofundou nos estudos sobre eletrici-
dade. Logo isto ficou evidente, porque João puxou um ponto de luz de um
circuito que já estava no limite de sua carga. Resultado: com poucas horas
de uso da lâmpada acesa, a fiação não suportou a sobrecarga e entrou em
curto circuito.
João provocou um dano na instalação e quase perdeu os equipamentos,
porque não conhecia realmente de eletricidade e, então, ele viu o quanto
se arriscou com esse serviço improvisado.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
30

No dia seguinte, passado o susto, João contratou um eletricista que real-


mente sabia como fazer a instalação e conseguiu, enfim, ter o seu o minies-
critório sem danificar a instalação.

RECAPITULANDO

Acabamos de ver, neste capítulo, uma introdução aos conceitos de eletrici-


dade para começarmos a entender um pouco mais sobre o assunto. Vimos
a formação dos átomos, a corrente elétrica e como ela é formada, tensão e
o porquê e como ela acontece; estudamos sobre potência elétrica e seus
cálculos, quais os fundamentos da resistência elétrica e a lei de Ohm, além
dos tipos de circuitos.
2 Fundamentos de eletricidade
31

Anotações:
Noções de geração, transmissão e
distribuição de energia

Já sabemos que a energia é importante para nossa vida.


Com ela conseguimos realizar muito dos nossos trabalhos diários. E algumas vezes nos per-
guntamos de onde vem essa energia? Como ela chega até a nossas residências? Porque os fios
dos postes na rua são diferentes dos fios dentro da nossa casa?
Neste capítulo vamos conhecer um pouco mais e assim termos respostas para estas per-
guntas. Vamos identificar o que é a geração de energia, a transmissão e a distribuição.
A geração é como surge ou como é produzida a energia, a transmissão é quando a energia
é levada até as cidades ou até as subestações e a distribuição ocorre quando levamos a energia
das subestações às casas da cidade.
Agora vamos ver mais detalhadamente cada uma dessas situações.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
34

1 Rotores: 3.1 Geração de energia


Motores geradores de ener-
gia.
A geração de energia ocorre quando transformamos uma energia potencial e
em energia elétrica.
Uma forma de geração muito conhecida no Brasil por ser muito usada é a gera-
ção por usinas hidrelétricas, que consiste em armazenar uma grande quantidade
2 Recursos hídricos:
de água através de barragens em cursos de rios abundantes em água, deixan-
Da água. do-os represados para depois liberar essa água armazenada por comportas que
conduzem a água por dutos e a velocidade da água aciona hélices dos rotores1
geradores de energia elétrica.

3 Combustível fóssil:

Material orgânico pré-


histórico soterrado por
camadas de solo.

Figura 8 -  Usina hidrelétrica de Itaipu


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2012.

Este processo é o mais utilizado no Brasil pela abundância dos recursos hídri-
cos2. No entanto, este método é bastante prejudicial ao meio ambiente pela gran-
de devastação de área verde. Quando a água é represada, ela vai inundando uma
área de floresta, destruindo o ecossistema daquela área, interferindo na fauna e
na flora. O desequilíbrio causado é imenso e irrecuperável e não se resume so-
mente ao local onde surge o lago artificial, mas ao resto do curso do rio. O volume
de água do rio tende a diminuir; a fauna aquática perde o seu ecossistema; espé-
cies de peixes tendem a sumir; o processo de erosão das margens do rio aumenta
e o seu leito começa a ficar raso; na foz do rio junto ao mar, o mar passa a ter mais
força que o rio, e as margens próximas à foz começam a ser invadidas pelo mar,
que não tem mais a força do rio empurrando a correnteza para longe da costa.
Este é o caso da foz do Rio São Francisco, entre os Estados de Alagoas e Sergipe.
3 Noções de geração, transmissão e distribuição de energia
35

Figura 9 -  Avanço do mar na foz do São Francisco


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009. (Adaptado)

SAIBA A usina de Itaipu foi feita por 3 países. Aproveite e pesquise


em sites de busca usando a palavra-chave Itaipu e conheça o
MAIS seu projeto.

Existem, também, outras formas de geração de energia através de combustí-


veis fósseis3, que são o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, além da queima
de combustíveis não fósseis, como a madeira e bagaço de cana. Temos, também,
a energia nuclear, que, além de um alto custo para a execução da usina, tem o
fator perigo causado pela radiação nuclear.
Estes tipos de usinas geradoras estão sendo muito discutidas por conta do
processo de devastação do meio ambiente.

CASOS E RELATOS

A vila de pescadores
Em uma vila de pescadores bem simples, a população sofria com a falta
de energia devido a distância para seu abastecimento. Um filho de pesca-
dor, formado em técnico em edificações, em visita aos pais, percebe essa
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
36

dificuldade e o quanto causa transtorno aos moradores. Estudou, então, a


possibilidade de aproveitar outras formas de produção de energia e des-
cobriu que a energia eólica seria o melhor sistema de geração de energia
para a vila. No entanto, o custo era muito alto, o que inviabilizava a implan-
tação. Mas ele não desistiu, indo buscar, junto à companhia fornecedora de
energia, patrocínio para o sistema eólico, fazendo análise bem detalhada
e montando o projeto, especificando e justificando a necessidade do sis-
tema para a vila. Neste projeto, argumentou que, apesar do custo inicial, a
manutenção com os reparos da rede eólica seria menor do que com a rede
elétrica convencional numa área próxima à costa, onde há alto índice de
maresia, que danifica as instalações. Assim, conseguiu que o sistema fosse
implantado porque os empresários da concessionária viram que gastariam
menos no futuro. A vila passou a ter energia, proporcionando mais desen-
volvimento, trazendo mais conforto e qualidade de vida, e o melhor: sem
degradar o meio ambiente.

Muitos cientistas buscam, através de pesquisas, trazer novos tipos de usinas


geradoras de energia que utilizem recursos renováveis como o sol, o vento e a
maré.

Figura 10 -  Parque eólico gerando energia limpa renovável


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2013.

A maré?
Sim, a maré! Como o movimento criado pelas ondas é constante, podem fazer
girar rotores pra gerar energia, e alguns países, como a França, já utilizam este
tipo de fonte geradora de energia.
3 Noções de geração, transmissão e distribuição de energia
37

VOCÊ Em algumas regiões da Europa é usada a energia produ-


zida pela força da maré por ser a forma mais econômica
SABIA? e, muitas vezes, a única possível.

3.2 Transmissão de energia

A transmissão tem a função de levar a energia gerada na usina até o consumi-


dor. Mas antes de chegar à casa do consumidor, a energia gerada vai para uma
subestação elevadora de energia para ser padronizada a corrente, se será alterna-
da ou contínua.

Figura 11 -  Linha de transmissão de energia


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2012.

A transmissão é feita através de cabos de alta tensão que atravessam áreas


de fazendas até chegar a outra subestação próxima aos centros urbanos, onde a
corrente é de novo transformada para então ser distribuída pelas ruas, através de
postes, até chegar às residências dos consumidores.

As torres de transmissão de energia são perigosas demais,


FIQUE por isso, nunca devem ser escaladas. O risco de um cho-
ALERTA que elétrico é muito grande, e o choque é tão intenso que
a consequência é sempre fatal.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
38

3.3 Distribuição de energia

A distribuição começa quando a energia chega, através de cabos de alta ten-


são, as subestações de centros urbanos. Essa corrente é transformada e a sua ten-
são também reduzida para 380 V, 220 V ou 127 V a depender da região.
Depois de estabilizar a corrente, a alta tensão é distribuída em postes pelas
ruas das cidades. Em alguns deles, existem transformadores que modificam a alta
tensão para uma tensão menor, que possa ser usada nas residências de maneira
segura, sem queimar os aparelhos. No Brasil, temos estados com tensão de 380V,
com 220 V e com 127 V.
Em alguns centros urbanos, já está sendo feita a distribuição por cabos sub-
terrâneos, diminuindo o excesso de cabos aéreos e evitando riscos de quebra de
cabos, curtos-circuitos e o famoso “gato”.
O “gato” ocorre quando a população faz a ligação direta do poste sem passar
por medidor de energia consumida. Além do perigo deste tipo de instalação, que
não garante segurança aos aparelhos da residência, ainda há um consumo de
energia que não estava prevista para aquela linha de distribuição, acarretando
queda de tensão frequente, prejudicando a todos, inclusive, a quem fez o “gato”.

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos as noções de geração de energia, através da usinas


hidrelétricas, das usinas nucleares e as suas vantagens e desvantagens; vi-
mos as transmissões que começam com as linhas de alta tensão, que saem
das usinas, atravessam longo percurso através de campos e florestas, até
chegarem em subestações nos centros urbanos de distribuição de energia
através de linhas de baixa tensão por postes que estão nas ruas das cidades.
3 Noções de geração, transmissão e distribuição de energia
39

Anotações:
Tipos de fontes de energia

Desde a pré-história, o homem usa ferramentas que geram energia. Essa energia era mecâ-
nica ou cinética quando ele lançava uma flecha, pois a partir da energia acumulada no arco, ao
soltar a linha, a energia cinética dava o impulso para a flecha atingir o alvo.
Mas foi a partir do momento em que o homem começa a se fixar em uma região e a cultivar
os seus alimentos e criar os animais que ele percebe que pode, através da energia potencial,
fazer gerar outros serviços. Os moinhos do Egito são um exemplo disso, pois utilizavam a cor-
renteza do rio para girar uma roda, e esta, através de baldes, enchia canaletas para irrigar ca-
nais a fim de cultivar seus cereais.
Mas foi a partir da revolução industrial que o mundo tomou consciência da necessidade da
energia para impulsionar o crescimento da civilização da era moderna.
Logo no início da revolução industrial a fonte geradora de energia era a termoelétrica. Ou
seja, a partir da queima de madeira, a produção de calor e de vapor gerava movimentos em
hélices, pistões1 e movimentava as máquinas.

Com a revolução, o crescimento das civilizações co-


VOCÊ meçou a evoluir e novas invenções surgiram para nos
ajudar a desenvolver as nossas tarefas. Uma delas foi a
SABIA? invenção do automóvel, que fez impulsionar o progres-
so da humanidade.

Não há dúvida de que a revolução industrial associada a um sistema capitalista foi o com-
bustível certo para que novas invenções surgissem em busca de novas fontes de energia que
produzissem mais a menos custos. Surgiram então as pesquisas em cima da energia elétrica
que desde a antiguidade era conhecida, mas não com tanto conhecimento.
Depois que o conhecimento da energia elétrica estava começando a ser dominado, os cien-
tistas foram estudar como gerar a energia elétrica em grande escala.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
42

1 Pistões: Começamos então a ter as primeiras usinas que serviam para gerar energia.
Alguns dos combustíveis utilizados no mudo para gerar eletricidade são de re-
Peça cilíndrica que sobe e
desce dentro de um tubo cursos não renováveis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. Mas estes,
impulsionando algum chamados combustíveis fósseis, além do seu poder de poluição, com exceção do
mecanismo.
gás natural, estão com os dias contados caso a sua exploração continue a crescer.
Daí a necessidade de incentivar novas formas de gerar eletricidade com recur-
sos renováveis.
2 Fissão:

Rachadura que separa um


corpo em duas partes.
Conheça um pouco mais sobre as formas de energias que
SAIBA estão sendo desenvolvidas pelo mundo. Alguns livros e sites
falam sobre essas tecnologias, sugiro entrar em sites de bus-
MAIS car e fazer uma pesquisa, usando a palavra-chave formas de
3 Células fotovoltaicas: energias.

São mecanismos
tecnológicos que
transformam a energia
produzida pelo calor do sol
em energia elétrica. Vamos agora ver os tipos de fonte de energia:
a) energia hidráulica: é a energia produzida através da força da queda-d’água
de uma grande altura. A água represada acumula uma grande energia po-
tencial e, ao ser canalizada por dutos em queda, ela se transforma em ener-
gia cinética com a sua velocidade fazendo girar rotores, os quais transfor-
mam a energia cinética em energia elétrica.
É o tipo de fonte de energia mais abundante no Brasil pelo seu grande recurso
hídrico, mas, além da destruição do meio ambiente, é uma redução que depende
do volume de água, e situações como estiagem e seca podem comprometer a
geração de energia elétrica.
b) energia nuclear: é produzida em usinas nucleares através da quebra do nú-
cleo de átomos do plutônio ou do urânio. O processo de quebra do núcleo
ou separação é chamado de fissão2 e se dá por bombardeamento de neu-
trões. Assim que há a quebra do núcleo, é liberada uma grande quantidade
de energia, que é aproveitada para gerar energia elétrica.
Este processo é muito perigoso e apresenta um grande risco para a população
devido ao seu alto poder radioativo. A radiação em excesso causa problemas de
câncer em seres vivos.

A energia nuclear é produzida a partir de elementos quí-


FIQUE micos radioativos, e a segurança nas usinas é extrema-
mente rigorosa para não haver vazamento de radiação,
ALERTA mas a energia que recebemos em casa é limpa e sem ra-
diação.
4 Tipos de fontes de energia
43

c) energia fóssil: é a energia produzida através da queima de combustíveis


como petróleo, que é fracionado em refinarias em outras substâncias tam-
bém combustíveis. A energia fóssil pode ser adquirida através da queima de
carvão mineral e de gás natural. Estes são os combustíveis fósseis que foram
formados há milhões de anos, durante o processo de movimentação de pla-
cas e erupções vulcânicas, que deixam enterradas grandes quantidades de
matéria orgânica submetida a altas pressões e temperaturas. É dessa forma
que temos o petróleo.
d) energia solar: é a fonte de energia mais abundante no mundo. Embora
seja cara inicialmente a montagem de sua usina, ela tende a ter, ao longo
dos anos, o seu custo pago e ser a energia de menor custo que possa existir.
Alguns países, inclusive o Brasil, vêm investindo na geração desse tipo de
energia que funciona através de células fotovoltáicas3, que transformam a
energia liberada pela radiação de calor em energia elétrica.
e) energia eólica: é a energia gerada pela corrente de ventos que faz girar
enormes hélices que, por sua vez, geram eletricidade. É um processo limpo
de produção de energia, não degrada o meio ambiente, não polui e ainda
é renovável. Muitos países estão montando parques eólicos para ter uma
fonte de energia inesgotável. Ainda é um processo caro, mas que em longo
prazo diminui seu custo.

CASOS E RELATOS

O sol como nosso aliado


Sempre consideramos o sol apenas como fonte de luz e importante para
a fotossíntese das plantas. Mas, hoje, com toda a tecnologia disponível, os
cientistas descobriram que o sol consegue fornecer energia através das cé-
lulas fotovoltaicas, tecnologia que apresenta um custo alto. Mas Jairo, um
técnico de edificações, sugeriu na empresa em que trabalha aplicar a tec-
nologia num projeto de condomínio de residências com mais de 300 uni-
dades para ver se o custo diminuiria, já que poderia ser dividido entre todos
os condôminos. Jairo fez os cálculos e viu que, ainda assim, o custo seria
alto inicialmente, mas, ao longo dos anos, o gasto de conta elétrica, forneci-
da pela companhia elétrica, irá diminuir, o que compensará o investimento.
Depois de ter feito esta análise, Jairo convenceu a todos argumentando
que seria muito interessante a utilização de luz solar para gerar energia e,
então, ele mesmo começou o projeto que possuía vários painéis de célu-
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
44

las fotovoltaicas instalados nos telhados das residências. O proprietário da


empresa, na qual Jairo trabalhava, gostou tanto da experiência que decidiu
que, a partir de então, todos os empreendimentos terão aproveitamento
da luz solar para gerar energia.

RECAPITULANDO

Acabamos de ver tipos de energia, como a hidráulica, que é produzida pela


força da água que faz girar as hélices para a produção de energia; a energia
fóssil, que produz energia através da queima de materiais fósseis, como o
petróleo e seus derivados que produzem vapor para gerar energia elétrica;
a energia solar, que utiliza o calor da luz solar para gerar energia elétrica
através de células fotovoltaicas; a energia nuclear, que é a energia produzi-
da através da quebra do núcleo do átomo; e a energia eólica, que é produ-
zida pela força do vento que movimenta as hélices.
4 Tipos de fontes de energia
45

Anotações:
Noções de eficiência energética

Quando você acende uma lâmpada incandescente1, logo vê que ela ilumina o ambiente
porque fica claro, não é? Portanto, imagina que a energia que ela consumiu transformou toda
luminosidade em luz. Errado!
A maior parte da energia transformada pela lâmpada incandescente é energia térmica, ou
seja, aquele calor que ela emana e até nos queima se tocarmos a lâmpada.

No mercado já existem lâmpadas que produzem muita


VOCÊ luz e consomem pouca energia como exemplo as lâm-
SABIA? padas de LED. Mas é preciso divulgar o uso dessa nova
tecnologia para reduzirmos o consumo de energia.

A eficiência energética é exatamente o estudo para tentar produzir energia que seja apro-
veitada, ao máximo, pelos aparelhos em nosso cotidiano.
Quanto mais a energia for aproveitada, menos necessária será a quantidade de energia pro-
duzida. Isto parece confuso? Veja este Casos e Relatos.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
48

CASOS E RELATOS

Aproveitamento da energia
Marcos é uma pessoa que sempre foi ligada em conservação do meio am-
biente e quando pensou na reforma da sua residência, já começou tentan-
do achar uma maneira de conseguir um projeto elétrico que não gastasse
tanta energia, uma vez que quanto mais energia se usa maior será a conta
elétrica. No entanto, fazendo esta pesquisa de como economizar, soube
por um amigo, técnico em edificações que trabalhava numa concessionária
de energia elétrica, no setor de inovação, que uma das maneiras de eco-
nomizar na conta de energia é através da utilização correta de lâmpadas
elétricas que realmente iluminem o ambiente usando toda a energia pos-
sível para gerar a quantidade de luz necessária. Como assim? É fácil! Uma
lâmpada incandescente, para produzir luminosidade, gasta muito mais
energia do que deveria. Parte da energia consumida pela lâmpada incan-
descente é realmente transformada em luz, a outra parte é transformada
em calor, e isto faz com que a lâmpada não seja eficiente. Outras lâmpadas
mais modernas, como as de LED, transformam a energia que ela consome
em luz, assim não haverá perda de energia. Lembre que, para gerar energia
elétrica, o meio ambiente sofre algum impacto e esta era a maior preocu-
pação de Marcos que queria uma economia de energia sem agredir o meio
ambiente. Assim, Marcos resolveu investir em um novo projeto com inova-
doras tecnologias em lâmpadas.

Perceba que a necessidade de uma eficiência energética é fundamental para


termos uma menor agressão ao meio ambiente. Muitos aparelhos que compra-
mos para nossa casa vêm com um selo mostrando a eficiência energética. Apesar
destes aparelhos terem custo mais elevado, no decorrer do tempo você econo-
mizará nas contas de luz, pois o seu consumo será menor e, mesmo menor, você
ainda terá um melhor aproveitamento da energia que está consumindo.
Vários programas do governo brasileiro vêm favorecendo o surgimento de
tecnologias utilizando os conceitos de uma eficiência energética.
5 Noções de eficiência energética
49

FIQUE Alguns aparelhos já indicam o consumo de energia quan-


do ele está funcionando e devemos ter cuidado para não
ALERTA sobrecarregarmos o circuito.

E na construção civil, qual a ação da eficiência energética?


Várias medidas já estão sendo tomadas, como a implementação de novas tec-
nologias que tragam um menor consumo de energia. Um bom exemplo disso são
os aquecedores solares para sistema de aquecimento em instalações hidráulicas.
Outro exemplo é o próprio projeto, muito bem dimensionado sem que haja
um superdimensionamento, utilizando fios com bitolas inadequadas que ve-
nham a desperdiçar a energia com perda de calor nos fios.
Algumas normas orientam quanto a utilização dos conceitos de eficiência
energética como as normas de desempenho energético:
a) NBR 15220-3: estabelece os termos e símbolos relacionados com conceitos
de eficiência energética;
b) NBR 15575: tem como objetivo definir os conceitos para edificações com
eficiência energética, ou seja, desempenho energético.
Outra forma de eficiência energética nas construções é poder tirar o máximo
de proveito das condições bioclimáticas nos edifícios, como um estudo bem ela-
borado do movimento do sol durante o ano fazendo as cartas solares ou do po-
sicionamento da edificação em relação à ventilação favorável evitando, assim, o
alto consumo de aparelhos para refrigeração, principalmente em regiões quen-
tes.
E em regiões de clima temperado, como na região sudeste e sul, a utilização
de materiais isolantes para o frio evitam o alto consumo de aquecedores que uti-
lizam resistência elétrica.
Quando se projeta uma edificação pensando em todos os detalhes, como o
local onde está sendo construída, o clima da região, o tipo de utilização dessa
edificação, temos recursos construtivos que minimizam os efeitos do clima como
insolação, por exemplo.

Hoje a tecnologia trouxe novos tipos de lâmpadas que con-


SAIBA somem menos energia. Pesquise em sites de busca essas
MAIS novas tecnologias para lâmpadas com a palavra-chave tipos
de lâmpadas.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
50

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos sobre eficiência energética e a importância do con-


sumidor se conscientizar de que o projeto elétrico deve ser bem dimen-
sionado, para atender às reais necessidades da família. Vimos que existem
duas normas que nos orientam em relação à eficiência energética. Também
aprendemos como é importante a economia de energia para a proteção
do meio ambiente, uma vez que, gerando a energia suficiente, não é ne-
cessário produzir mais energia do que o necessário nem devastar o meio
ambiente.
5 Noções de eficiência energética
51

Anotações:
Desenho de instalações elétricas

O desenho é a forma que temos para nos comunicar com os diversos profissionais que tra-
balham com eletricidade, seja engenheiro, técnico em edificações, eletricista ou qualquer ou-
tro profissional que necessite de informações sobre o que foi projetado.
Para isto, precisamos identificar os símbolos que utilizamos nas plantas elétricas onde está
o dimensionamento do projeto. A norma NBR 5444 é a que orienta quanto à utilização dos
símbolos nos projetos.

VOCÊ Antigamente, os livros de instalações eram quase todos


de outros países, e alguns símbolos eram diferentes dos
SABIA? usados aqui no Brasil.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
54

6.1 Simbologias

A simbologia é uma forma de representação gráfica dos diferentes compo-


nentes de uma instalação elétrica. Uniformizar a simbologia para um melhor en-
tendimento dos projetos por parte de várias equipes de profissionais é muito im-
portante. Por isto que a simbologia é determinada pela norma NBR 5444.
Essa norma garante que em qualquer local do país um projeto tenha a mesma
linguagem, facilitando a comunicação. Agora vamos ver alguns símbolos que es-
tão presentes na norma NBR 5444.

Nº SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES


Eletroduto embutido
5.1
no teto ou parede Para todas as di-
Eletroduto embutido mensões em mm in-
5.2
no piso dicar a seção, se esta
5.3 Telefone no teto não for de 15 mm
5.4 Telefone no piso
Tubulação para cam- Indicar na leg-
5.5 painha, som, anunciador enda o sistema pas-
ou outro sistema sante
Condutor de fase no
5.6 Cada traço repre-
interior do eletroduto
senta um condutor.
Condutor neutro no
5.7 Indica a seção, nº
interior do eletroduto
do circuito e a seção
Condutor de retorno
5.8 dos condutores, ex-
no interior do eletroduto
ceto se forem de 1,5
Condutor terra no in-
5.9 mm2
terior do eletroduto
Condutor positivo no
5.10
interior do eletroduto
Condutor negativo no
5.11
interior do eletro duto
Indicar a seção
5.12 Cordoalha de terra utilizada; em 50. sig-
nifica 50 mm2
Leito de cabos com
25. significa 25
um circuito passante
mm2
composto de: três fases,
5.13 cada um por dois cabos
de 25 mm2 mais dois ca-
10. significa 10
bos de neutro de seção 10
mm2
mm 2
6 Desenho de instalações elétricas
55

Caixa de passagem no Dimensões em


5.14
piso mm

Caixa de passagem no Dimensões em


5.15
teto mm

Indicar a altura e
Caixa de passagem na se necessário fazer
5.16
parede detalhe (dimensões
em mm)
5.17 Eletroduto que sobe

5.18 Eletroduto que desce

Eletroduto que passa


5.19
descendo
Eletroduto que passa
5.20
subindo
Sistema de calha de No desenho
piso aparecem quatro
sistemas que são ha-
bitualmente:

I - Luz e força

5.21 II - Telefone (TEL-


EBRÁS)

III - Telefone (P(A)


BX, KS, ramais)

IV - Especiais (CO-
MUNICAÇÕES)
Condutor seção 1,0
5.21.1
mm2, fase para campainha
Condutor seção 1,0
5.21.2 mm2, neutro para cam- Se for de seção
painha maior, indicá-la
Condutor seção 1,0
5.22 mm2, retorno para cam-
painha
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
56

QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
Nº SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES
Quadro parcial de luz e
6.1
força aparente
Quadro parcial de luz e
6.2
força embutido
Quadro geral de luz e Indicar as cargas
6.3
força aparente de luz em watts e de
Quadro geral de luz e força em W ou kW
6.4
força embutido
6.5 Caixa de telefones

Caixa para medidor


6.6

INTERRUPTORES
Nº SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES
Interruptor de um A letra minús-
7.1 seção cula indica o ponto
comandado
Interruptor de duas As letras minús-
7.2 seções culas indicam os
pontos comandados
Interruptor de três As letras minús-
7.3 seções culas indicam os
pontos comandados
Interruptor paralelo A letra minús-
7.4 ou Three-Way cula indica o ponto
comandado
Interruptor inter- A letra minús-
7.5 mediário ou Four-Way cula indica o ponto
comandado
Botão de minutaria
7.6

Botão de campainha Nota: Os símbo-


7.7 na parede (ou comando à los de 7.1 a 7.8 são
distância) para plantas e 7.9 a
Botão de campainha 7.16 para diagramas
7.8 no piso (ou comando à
distância)
Fusível Indicar a tensão,
7.9
correntes nominais
6 Desenho de instalações elétricas
57

Chave seccionadora Indicar a tensão,


7.10 com fusíveis, abertura correntes nominais
sem carga Ex.: chave tripolar
Chave seccionadora Indicar a tensão,
7.11 com fusíveis, abertura em correntes nominais
carga Ex.: chave bipolar
Chave seccionadora Indicar a tensão,
sem carga correntes nominais
7.12
EX.: chave monopo-
lar
Chave seccionadora Indicar a tensão,
7.13
abertura em carga correntes nominais
Disjuntor a óleo Indicar a tensão,
corrente potência,
7.14 capacidade nominal
de interrupção e po-
laridade
Disjuntor a seco Indicar a tensão,
corrente potência,
capaciade nominal
7.15
de interupção e po-
laridade através de
traços
Chave reversora
7.16

LUMINÁRIAS, REFLETORES, LÂMPADAS


Nº SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES
Ponto de luz incan- A letra minús-
descente no teto. Indi- cula indica o ponto
car o nº de lâmpadas e a de comando e o
8.1
potência em watts número entre dois
traços o circuito cor-
respondente
Ponto de luz incan-
Deve-se indicar a
8.2 descente na parede (aran-
altura da arandela
dela)
Ponto de luz incan-
8.3 descente no teto (em-
butido)
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
58

Ponto de luz fluores- A letra minús-


cente no teto (indicar o nº cula indica o ponto
de lâmpadas e na legenda de comando e o
8.4
o tipo de partida e reator) número entre dois
traços o circuito cor-
respondente
Ponto de luz fluores- Deve-se indicar
8.5 cente na parede a altura da luminária

Ponto de luz fluores-


8.6
cente no teto (embutido)
Ponto de luz incan-
8.7 descente no teto em cir-
cuito vigia (emergência)
Ponto de luz fluores-
8.8 cente no teto em circuito
vigia (emergência)
Sinalização de tráfego
8.9 (rampas, entradas etc.)

Lâmpada de sinali-
8.10
zação
Refletor Indicar potên-
8.11 cia, tensão e tipo de
lâmpadas
Pote com duas lu- Indicar as potên-
8.12 minárias para iluminação cias, tipo de lâmpa-
externa das
Lâmpada obstáculo
8.13

Minuteira Diâmetro igual


8.14
ao do interruptor
Ponto de luz de
emergência na parede
8.15
com alimentação inde-
pendente
Exaustor
8.16

Motobomba para
bombeamento da reserva
8.17
técnica de água para com-
bate a incêndio
6 Desenho de instalações elétricas
59

TOMADAS
Nº SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES
Tomada de luz na
9.1 parede, baixo (300 mm do A potência de-
piso acabado) verá ser indicada ao
Tomada de luz a meio lado em VA (exceto
9.2 a altura (1.300 mm do piso se for de 100 VA),
acabado) como também o nº
Tomada de luz alta do circuito corres-
9.3 (2.000 mm do piso acaba- pondente e a altura
do) da tomada, se for
Tomada de luz no piso diferente da norma-
9.4
lizada; se a tomada
Saída para telefone for de força, indicar
9.5 externo na parede (rede o nº de W ou kW
Telebrás)
Saída para telefone
9.6 externo na parede a uma Especificar “h”
altura “h”
Saída para telefone in-
9.7 terno na parede

Saída para telefone ex-


9.8
terno no piso
Saída para telefone in-
9.9
terno no piso
Tomada para rádio e
9.10 televisão

Relógio elétrico no
9.11
teto
Relógio elétrico na
9.12 parede

Saída de som, no teto


9.13

Saída de som, na pare- Indicar a altura


9.14 de “h”
Cigarro
9.15

Campainha
9.16
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
60

Quadro anunciador Dentro do círcu-


lo, indicar o número
9.17
de chamadas em al-
garismos romanos
Quadro 1 - Simbologia para representação de projetos de elétrica
Fonte: NBR 5444, 1989.

Estes símbolos são encontrados na norma NBR 5444. Nem sempre os projetos
nos escritórios de engenharia seguem essa padronização, mas, de forma geral,
estes símbolos são apresentados sempre com legendas nas plantas dos projetos,
o que facilita a compreensão.

Como muitos escritórios utilizam uma simbologia própria,


FIQUE é muito importante que cada planta tenha uma legenda,
ALERTA com todos os componentes do projeto devidamente re-
presentados.

6.2 Plantas

As plantas são os desenhos que representam as edificações, mostrando as pa-


redes e os circuitos.

LAVANDERIA
- 2- SALA BANHEIRO
5400 VA
100 VA - 2-
100 VA - 7- 7

6 mm3 1 25mm
2 6
AL
6 1d-1- D
-1- B 60 VA G
10mm3 150 VA 2 x 40 VA
1b 2 1 2 600 VA
- 2- -6- 6 1E
d
600 VA
100 VA
E
7 6 1 c
25mm 1 1a
100 VA E 5
- 2- 35mm 100 VA
- 1-
b

- 2 - 100 VA c COZINHA - 5- - 3-
1c f
1 2 3 4 5 2500 VA 600 VA
2 1a
1f
25mm
2 3 5
F
c 1 3 4 5
- 1-
- 1- A 3
2 100 VA
2 x 40 VA - 1- 150 VA
25mm
2 100 VA 4
4
2 - 4- - 3-
-2- - 4-
GARAGEM 100 VA -2- 600 VA 600 VA
DORMITÓRIO

Figura 12 -  Planta baixa de residência com projeto elétrico


Fonte: SENAI, 2013.
6 Desenho de instalações elétricas
61

6.3 Cortes

Os cortes apresentam as paredes vistas de frente. Nos cortes podemos ter in-
formações de alturas de pontos como as tomadas, as caixas de distribuição, caixas
de passagem, quadros etc.

-1- 60W
1a

1a a
a

-1- 60W
1a
-2-

1 2 a
Vem
do QD
2,5 -1- 60W

2 1a 2
1a 2
a
2,5
2,5
2

2,5 -2-

Figura 13 -  Representação de um corte de projeto elétrico


Fonte: CAVALIN; CERVELIN, 2009.

CASOS E RELATOS

Dúvidas na leitura do projeto


Em uma obra de uma residência de 2 pavimentos, havia um eletricista e
um técnico de edificações. Quando chegou à mão deles o projeto de insta-
lações elétricas, com muita informação e sem uma legenda que indicasse
corretamente o que estava definido no projeto, surgiram de imediato mui-
tas dúvidas para a interpretação do projeto, e uma delas foi com relação à
representação da tomada de telefone. O eletricista conhecia de uma forma
a representação, e o técnico de outra forma, mas o projeto a representava
de uma forma desconhecida pelos dois. Neste caso, a comunicação para
entender o projeto estava complicada. O técnico então sugeriu ao profis-
sional que executou o projeto que explicasse qual era a tomada de telefone
antes que eles fizessem o projeto de forma errada. Assim, o profissional foi
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
62

até a obra e definiu corretamente onde ficariam as tomadas de telefone.


No entanto, este tipo de problema não deveria acontecer em uma obra.
Os projetos são a forma de linguagem entre os profissionais envolvidos na
obra e, por isso, manter clareza na representação gráfica é prioridade para
os autores do projeto. Para este caso, se o profissional fizesse um proje-
to com legenda informando cada símbolo utilizado, resolveria o atraso da
obra e o inconveniente do seu deslocamento somente para dizer o que
pretendia.

6.4 Detalhes

As plantas de detalhes mostram alguns circuitos em escala ampliada para faci-


litar a visualização e o entendimento do circuito.
Como são detalhes, não aparecem no projeto inteiro e, às vezes, está na mes-
ma prancha da planta baixa ou do corte.

CAIXA PARA ATERRAMENTO


250X250X250mm
FIO NEUTRO

50 250 50

ELETRODUTO
1/ 10mm = 23/42 TAMPA DE CONCRETO

CONECTOR
MURO
250
50

3000

PASSEIO
HASTE

ø13mm
DETALHE DE ENTRADA
Haste

CONECTOR
OBS: COTAS EM MILÍMETROS
COM MEDIÇÃO TRIFÁSICA
MEDIÇÃO TRIFÁSICA - INSTALAÇÃO EM MURO

Figura 14 -  Detalhe de um projeto elétrico


Fonte: SENAI, 2013.

No passado, as residências eram construídas sem um


VOCÊ projeto elétrico elaborado por um engenheiro ou técni-
co, mas hoje, diante da necessidade de tantos equipa-
SABIA? mentos, é fundamental um projeto feito por um profis-
sional.
6 Desenho de instalações elétricas
63

6.5 Diagramas

Os diagramas são representações gráficas que mostram o projeto de forma


simplificada e com a possibilidade de visualização do projeto todo.

6.5.1 Diagrama unifilar

Nesta representação, o sistema elétrico é representado de forma simples, in-


dicando os condutores e os componentes como lâmpadas, tomadas e interrup-
tores.

Ø 2,5 20A Ø 2,5


DIAGRAMA UNIFILAR C.1
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.2
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.3
PAV. TÉRREO Ø 2,5 20A Ø 2,5
TENSÃO 220v

QD-1 C.4
3#10(10)10 40A 3#10(10)10 Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.5
ø11/2’ ø11/2’ Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.6
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.7
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.8
3#10(10) 3#10(10) 50A 3#10(10) Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.9
ø11/2’ ø11/2’ ø11/2’
M

Ø 2,5 20A Ø 2,5


C.1
Ø 2,5 20A Ø 2,5
PAV. SUPERIOR C.2
QD-2 Ø 2,5 20A Ø 2,5
3#10(10)10 40A 3#10(10)10 C.3
Ø 2,5 20A Ø 2,5
ø11/2’ ø11/2’ C.4
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.5
Ø 2,5 20A Ø 2,5
C.6

Figura 15 -  Diagrama unifilar


Fonte: SENAI, 2013.

6.5.2 Diagrama multifilar

Nesta representação o sistema inteiro é representado de forma simplificada


mostrando todos os circuitos e componentes. Nele temos uma noção de ver o
projeto por inteiro com as informações básicas como fios, circuitos, componen-
tes.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
64

É interessante ler um livro sobre instalações elétricas para


SAIBA aprofundar mais o conhecimento sobre uma representação
MAIS de um projeto elétrico. Sugiro o livro Instalações Elétricas, do
autor Hélio Creder.

6.6 Cabine de medidores

São quadros que ficam embutidos nas paredes, na maior parte em muros com
o aparelho medidor de energia. São padronizados pelas empresas fornecedoras
de energia.
Estes quadros contêm medidores que servem para contabilizar o consumo de
energia durante um período determinado, que é o de um mês, para então a em-
presa de fornecimento de energia fazer a cobrança.
Em alguns locais são conhecidos como relógio medidor de energia. A fiação
chega do poste até o medidor, e deste é distribuída até o quadro de distribuição
ou quadro de disjuntores, que fica em local próximo ou dentro da residência.
Em alguns prédios, nos quais seja necessário ter mais de um medidor porque
terá mais de um consumidor, os medidores terão que ter um local específico so-
mente para os medidores e inclusive com proteção. Caso seja em local fechado,
não deve ser sem ventilação e o seu acesso deve ser restrito. Além disso, o local
deve ser reservado exclusivamente para medidores, não podendo ser utilizado
para outras funções.

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos a representação de um projeto de instalação elétrica.


Vimos o que deve conter numa planta baixa, como a posição de pontos elé-
tricos como tomadas e interruptores, além dos circuitos elétricos indican-
do a fiação; também vimos as informações que devem estar contidas nos
cortes. Vimos que é importante a simbologia de representação dos com-
ponentes elétricos de um projeto para sua melhor interpretação. Conhe-
cemos a representação de um diagrama unifilar e multifilar e aprendemos
sobre cabine de medidores.
6 Desenho de instalações elétricas
65

Anotações:
Noções de dimensionamento

Vamos agora ver como é feito um dimensionamento de um projeto elétrico para uma resi-
dência.

7.1 Dimensionamento da carga

Para início do dimensionamento é necessário calcular a quantidade de carga para a instala-


ção elétrica da residência. São as cargas previstas nas tomadas, todas as potências das lâmpa-
das e as potências dos aparelhos elétricos desta residência.
Quando dimensionamos um circuito elétrico de baixa tensão devemos ter em mente que
este dimensionamento não é realizado de forma aleatória, mas seguindo fielmente as deter-
minações da NBR 5410. Esta norma tem como objetivo orientar todas as instalações elétricas
de baixa tensão para prédio residencial, comercial, público, industrial e outros, inclusive agro-
pecuários.
É de grande importância seguir os critérios adotados na NBR 5410 porque nos dá a garan-
tia de uma instalação dentro de um padrão, e assim, segurança para todos que utilizam essas
edificações.
Vamos então aprender a dimensionar uma instalação elétrica de acordo com a NBR 5410?
68

LAVANDERIA
- 2- SALA BANHEIRO
5400 VA
100 VA - 2-
- 7- 7
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS

100 VA

6 mm3 1 25mm
2 6
AL
6 1d-1- D
-1- B 60 VA G
3
10mm 150 VA 2 x 40 VA
1b 2 1 2 600 VA
- 2- -6- 6 1E
d
600 VA
100 VA
E
7 6 1 c
25mm 1 1a
100 VA E 5
- 2- 35mm 100 VA
- 1-
b

- 2 - 100 VA c COZINHA - 5- - 3-
1c

Fonte: SENAI, 2013.


f
1 2 3 4 5

Figura 16 -  Planta baixa


2500 VA 600 VA
Vamos tomar como base este projeto simples.

2 1a
1f
25mm
2 3 5
F
c 1 3 4 5
- 1-
- 1- A 3
2 100 VA
2 x 40 VA - 1- 150 VA
25mm
2 100 VA 4
4
2 - 4- - 3-
-2- - 4-
GARAGEM 100 VA -2- 600 VA 600 VA
DORMITÓRIO
7 Noções de dimensionamento
69

7.1.1 Tomadas

Vamos calcular a carga das tomadas desta residência como mostra o projeto:

Ambiente Tomadas Lâmpadas Total

100 VA

100 VA
Sala 150 VA 550VA
100 VA

100 VA

2500 VA

600 VA

Cozinha 100 VA 150 VA 4.550VA

600 VA

600 VA

100 VA
Dormitório 100 VA 300 VA
100 VA

Varanda 100 VA 40 VA 140 VA

Lavanderia 600 VA 40 VA 640 VA

5400 VA
Sanitário 60 VA 6060 VA
600 VA

12.240 VA

Tabela 1 - Distribuição de carga


Fonte: SENAI, 2013.

Distribuição de cargas de uma edificação por eletrodutos:


A norma NBR 5410/97 nos diz que devemos separar em circuitos diferentes as
tomadas de uso geral das de iluminação.
Também é recomendado um circuito separado para aparelhos que tenham
1.270 VA ou mais. Um exemplo disso é o chuveiro elétrico.
É bom sempre ter vários circuitos numa residência. Não é aconselhável colocar
todas tomadas em um circuito, sendo interessante que se separe por cômodos,
como circuito da sala, do quarto, da cozinha, do sanitário, porque, dessa forma,
você terá um disjuntor de capacidade menor e terá, consequentemente, menos
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
70

risco de um curto-circuito deixar de ser percebido pelo disjuntor, além de não


ficar sem energia em todas as tomadas da residência caso aconteça algum curto
em um dos cômodos.
O Condutor neutro, que faz parte do circuito, deve percorrer o circuito inteiro,
ou seja, um só neutro para o circuito.

Algumas residências possuem apenas um circuito para


VOCÊ toda a instalação, mas estes casos só devem acontecer
SABIA? caso a carga do circuito não seja elevada e, mesmo as-
sim, a norma manda separar tomadas de iluminação.

7.1.2 Circuitos

a) 01 - circuito para as tomadas da sala, quarto e varanda com 700 VA;


b) 02- circuito para tomada da cozinha de 2500 VA;
c) 03- circuito para tomada da cozinha de 1200VA;
d) 04- circuito para tomada da cozinha de 700 VA;
e) 05- circuito para tomada da lavanderia de 600 VA;
f) 06- circuito para o chuveiro de 5400 VA;
g) 07- circuito para tomada do sanitário de 600 VA;
h) 08- circuito para a iluminação da cozinha, quarto e sala de 400 VA;
i) 09- circuito para iluminação da varanda, sanitário e lavanderia de 140 VA.
Teremos então 9 disjuntores no quadro de disjuntores. Neste caso recomen-
damos um quadro de 12 disjuntores porque ainda existe a possiblidade de insta-
lar mais 3 disjuntores caso seja necessária uma ampliação na instalação elétrica.

7.2 Quadro de distribuição

Como vimos anteriormente, será necessário um quadro de distribuição para


12 disjuntores.
Surge, então, a pergunta: porque não um quadro de distribuição de 9 disjun-
tores, já que temos 9 circuitos e cada circuito deve ter seu disjuntor? É simples! Te-
mos que instalar um quadro de distribuição sempre com uma capacidade maior,
7 Noções de dimensionamento
71

pois, caso haja uma ampliação da carga da residência, temos a possibilidade de


instalar outro disjuntor, criando um circuito.
Exemplo: imagine que no quarto seja necessário instalar mais tomadas para
fazer uma bancada de estudos com mais duas tomadas para impressora, compu-
tador e luminária. Então seria uma sobrecarga no circuito deste quarto e, neste
caso, tem que ser feito um novo circuito com um novo disjuntor.
A própria norma já estabelece que os quadros tenham a possibilidade de uma
futura ampliação. Veja a seguir:
a) um quadro com 6 circuitos deverá ser para apenas 4 circuitos na residência,
assim você terá 2 espaços vazios para novos disjuntores;
b) um quadro com 7 a 12 circuitos deverá ter espaço previsto para 3 circuitos;
c) um quadro com 13 a 30 circuitos deverá ter espaço previsto para 4 circuitos;
d) um quadro com 30 ou mais circuitos deverá ter espaço previsto para 15% da
quantidade de circuitos.
Em todos os quadros de distribuição temos que, obrigatoriamente, instalar um
dispositivo de proteção para cada circuito.
Todos os quadros de distribuição devem ter:
a) disjuntores termomagnéticos, ou seja, que desarmam quando aquecem de-
mais;
b) barramento para os condutores das fases;
c) um terminal para a ligação de um condutor neutro;
d) um terminal para ligação de um condutor de proteção;
e) dispositivo diferencial;
f) dispositivo contra tensão.
O quadro de distribuição é feito de material metálico e deverá ser instalado
dentro da residência e num local que fique próximo de todos os circuitos, ou seja,
no centro da instalação; no entanto, a maioria dos projetos posiciona o quadro de
distribuição em áreas como cozinha ou lavanderia.
Cálculo da corrente elétrica de um circuito
Para este cálculo basta somarmos todas as cargas deste circuito e dividir pela
tensão.
A tensão, a depender da região, pode ser 127 V ou 220 V.
Adotaremos 127 V como a nossa tensão.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
72

Então, teremos:

i = VA I = 700 = 5.5 —> I = 5,5 A


U 127

Para os outros circuitos teremos:


Circuito 02: I=19,6 A;
Circuito 03: I = 9,4 A;
Circuito 04: I = 5,5 A;
Circuito 05: I = 4,7 A;
Circuito 06: I = 42,5 A;
Circuito 07: I = 4,7 A;
Circuito 08: I = 3,14 A;
Circuito 09: I = 1,10 A;
Total da corrente é 96,14 A.

7.3 Condutores

Os condutores são os fios e cabos que servem para conduzir a energia elétrica
nas instalações. Eles ligam os disjuntores até as tomadas, os interruptores e os
pontos de iluminação.
Nas instalações prediais, os condutores são de cobre, pela sua boa condutibili-
dade, ou seja, capacidade de conduzir a corrente elétrica.
Os condutores para atender a sua finalidade, que é conduzir corrente elétrica
suficiente para o circuito, deve ter uma seção que suporte a corrente daquele cir-
cuito. E o que significa seção do condutor? Seção é a área do condutor. Imagine
um corte do condutor e você verá um círculo. A seção é este círculo.

SEÇÃO DO CONDUTOR

Figura 17 -  Seção de um condutor


Fonte: SENAI, 2013.
7 Noções de dimensionamento
73

7.3.1 Seção mínima para condutores segundo a norma

Condutor FASE (o que possui corrente elétrica):


a) circuitos de iluminação: 1,5 mm²;
b) circuitos de tomadas: 2,5 mm².

Condutor NEUTRO:
a) circuitos de iluminação: 1,5 mm²;
b) circuitos de tomadas; 2,5 mm².

Condutor de proteção:
a) seção menor ou igual a 16 mm² : igual a do condutor FASE;
b) seção maior do que 16 e menor que 35 mm² : igual ao condutor 16 mm²;
c) seção maior do que 35 mm² : igual à metade da seção do condutor FASE.

7.3.2 Identificação dos condutores

Para facilitar a identificação dos condutores, já que sabermos quais são os FA-
SES e os NEUTROS e os de PROTEÇÂO, usamos diferentes cores, conforme a figura
abaixo.

NEUTRO

OU PROTEÇÃO

OU
FASE

Quadro 2 - Cores dos fios


Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
74

CASOS E RELATOS

As cores dos fios


Em uma residência, houve a necessidade de se fazer um novo circuito. O
proprietário solicitou a um técnico de edificações que fizesse um levanta-
mento da instalação elétrica da residência para verificar se as cargas esta-
vam de acordo com a instalação existente e ainda fazer a carga do novo
circuito. O técnico então fez o levantamento das instalações existentes,
mas observou que a fiação estava toda desorganizada com relação às co-
res que a norma determina. Então o técnico sugeriu ao proprietário que
fizesse toda a instalação de novo com as cores corretamente empregadas.
Isto porque, se um dia houvesse a necessidade de fazer alguma alteração a
partir do novo projeto de instalação elétrica, não correria o risco de alguém
fazer a ligação errada de algum fio. E o proprietário já precisaria ter isto
organizado já que ele iria ampliar a instalação elétrica. O proprietário pelo
custo da troca da fiação ficou na dúvida, mas pensando melhor e vendo a
necessidade de fazer o serviço corretamente, seguiu o conselho do técnico
e fez a troca da fiação, deixando a instalação toda correta. O proprietário
viu que teve um custo maior do que se fizesse somente a nova instalação,
mas percebeu que valeu a pena, principalmente porque com eletricidade
não devemos brincar.

Calculando a seção de um condutor a partir da Carga e do Momento Elétrico


do circuito:
Para este cálculo, vamos fazer um exemplo do circuito 01 da residência.
7 Noções de dimensionamento
75

CIRCUITO 01:

U = 700 VA

I = 5,5 A

I = 700 = 5,5 A
127

MOMENTO ELÉTRICO (ME)

ME = A x m

ADOTAMOS COMO DISTÂNCIA EM m IGUAL A


13,O m

ME = 5,5 x 13,0 = 71,5 A.m

A partir deste valor, encontrado de 5,5 A, verificamos na tabela o valor da se-


ção correspondente para este caso com 2 condutores carregados.

CONDUTORES ISOLADOS OU CABOS


UNIPOLARES EM ELETRODUTO
SEÇÃO NOMI-
DE SEÇÃO CIRCULAR EMBUTIDO
NAL EM mm2
2 condutores 3 condutores
carregados carregados
0,75 11 10
1 14 12
1,5 17,5 15,5
2,5 24 21
4 32 28
6 41 36
10 57 50
16 76 68
25 101 89
35 125 110
50 151 134
70 192 171
95 232 207
120 269 239
Quadro 3 - Dois e três condutores carregados
Fonte: SENAI, 2013.

Assim com a corrente I = 5,5 A, temos para dois condutores carregados o valor
de seção de 0,75mm² para os 13m.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
76

7.4 Disjuntores

Os disjuntores são dispositivos de segurança que servem para proteger a ins-


talação de curto-circuito e evitar que os equipamentos elétricos danifiquem. Para
cada circuito devemos ter um disjuntor.

SAIBA Aproveite agora que você tem conhecimento e pesquise em


MAIS sites de busca na internet sobre disjuntores.

Para dimensionarmos os disjuntores, basta ter a corrente de cada circuito e


instalar um disjuntor que possa suportar a corrente. Nunca instalar um disjuntor
com capacidade menor porque ele desarmará sempre por não suportar a corren-
te do circuito.

CIRCUITO DISJUNTOR
Circuito 01 - 5,5 A 10
Circuito 02 - 19,6 A 20
Circuito 03 - 9,4 A 10
Circuito 04 - 5,5 A 10
Circuito 05 - 4,7 A 10
Circuito 06 - 42,5 A 50
Circuito 07 - 4,7 A 10
Circuito 08 - 3,1 A 10
Circuito 09 - 1,1 A 10
Quadro 4 - Circuito e seu respectivo disjuntor
Fonte: SENAI, 2013.

Existe uma sequência de instalação de disjuntores para proteger a instalação


que é a seguinte: o disjuntor geral nunca deve ser menor que um disjuntor de um
circuito.
Neste nosso exemplo, o disjuntor do circuito 06 é de 50 A, então nunca pode-
mos ter um disjuntor geral menor que 50, sempre maior que 50, neste caso, seria
um de 60 A ou então poderíamos dividir: ter um disjuntor geral, protegendo 3
disjuntores menores, e os 9 disjuntores dos circuitos distribuídos nestes 3 disjun-
tores.
7 Noções de dimensionamento
77

10A
50A
20A
10A
60A 10A
10A
10A
10A

10A

Figura 18 -  Distribuição dos disjuntores do quadro de distribuição


Fonte: SENAI, 2013.

Às vezes, o disjuntor de um circuito fica desarmando e é


FIQUE comum trocarmos o disjuntor por outro de capacidade
maior para não desarmar. Isto está errado, lembre que
ALERTA existe uma carga correspondente à seção do fio. Verifique
se a seção ainda atende à carga deste circuito.

7.5 Caixas de passagem e de derivação

As caixas de passagem são feitas para receber uma grande quantidade de fios
ou cabos e têm a finalidade de auxiliar na hora de instalar os fios nos eletrodutos
para facilitar a sua passagem.
Quando fazemos uma instalação elétrica, primeiro precisamos fazer a ligação
da energia que está passando pelo poste da rede pública até o quadro geral da
residência. Neste quadro geral, temos um disjuntor geral fazendo a proteção de
toda a instalação, no nosso exemplo, é o disjuntor de 60 A desse quadro, fazemos
a proteção do sistema com o aterramento, assunto que será visto mais adiante.
A partir deste quadro geral é que fazemos a ligação para o quadro de distribui-
ção que está posicionado no interior de residência.
Como temos nove circuitos e desses nove circuitos temos 27 cabos, 2 fases e
1 neutro, é necessário que tenhamos caixas para facilitar a passagem dos cabos
dentro dos eletrodutos.
Dimensionamos as caixas de acordo com a quantidade de cômodos que tere-
mos que atender no circuito. Exemplo do circuito 01, onde temos as tomadas da
sala, quarto e varanda, precisaremos de 3 caixas de passagem: uma para puxar os
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
78

cabos da sala, outra no quarto para os cabos das tomadas do quarto, e uma para
a varanda e puxar os cabos da tomada da varanda.
Importante saber que, se a seção dos cabos for suficientemente pequena, per-
mitindo puxar os cabos sem nenhuma dificuldade, é aconselhável não utilizar a
caixa de passagem, uma vez que quanto menos caixa de passagem tiver na pare-
de da residência melhor a estética da instalação. Portanto, a quantidade de caixas
de passagens será proporcional à dificuldade para a instalação dos cabos.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos a dimensionar alguns componentes de uma


instalação elétrica, vimos o dimensionamento da distribuição das cargas
e a importância de separarmos circuitos de tomadas dos circuitos de ilu-
minação; aprendemos que o circuito do chuveiro deve ser único. Vimos o
dimensionamento da corrente em cada circuito através da soma das cargas
dividida pela tensão. Aprendemos a dimensionar os disjuntores para cada
circuito e as caixas de passagens que servem para facilitar a instalação dos
cabos ou fios da instalação elétrica.
7 Noções de dimensionamento
79

Anotações:
Proteção contra descargas
atmosféricas - SPDA

Antes de falarmos sobre proteção de descargas atmosféricas, vamos conhecer as suas ca-
racterísticas e como se formam.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
82

1 Descampado: 8.1 Formação das nuvens de tempestades


Área sem árvores. As nuvens de tempestades começam a se formar no final da tarde depois do
aquecimento da Terra e da atmosfera próxima da superfície pelo sol. Este aque-
cimento cria uma corrente de ar quente e úmido que sobe até as camadas mais
altas e frias da atmosfera. Como este ar quente é em forma de vapor, ao encontrar
a baixa temperatura, o vapor se transforma em gotas de água, formando a nu-
2 Separação dielétrica:
vem. Estas correntes de ar fazem o choque dos átomos que passam a se eletrificar
Duas polaridades diferentes, criando uma eletricidade estática.
positivo e negativo.

Quando houver uma tempestade de raios e você estiver


VOCÊ num descampado1 , evite correr para debaixo de uma
3 Supersônica: árvore para se proteger da chuva. Isto porque a proba-
SABIA? bilidade de o raio acertar a árvore é muito grande. O
Ultrapassa a velocidade do melhor é ficar deitado no chão até passarem os raios.
som.

8.2 Surgimento do raio

Àmedida que as correntes de ar dentro das nuvens vão aumentando a ve-


locidade, elas começam a provocar choques, e a eletricidade estática começa a
definir as cargas negativas na parte inferior da nuvem, enquanto as cargas posi-
tivas se concentram na parte superior da nuvem. Em seguida, começa a ocorrer
a separação dielétrica2 entre as nuvens e a Terra provocando as descargas entre
nuvem e Terra. A primeira descarga negativa descendente da nuvem para a terra
é ainda invisível para, em seguida, ter o retorno da terra para a nuvem. Vamos ver
os passos de forma mais clara?

Conheça um pouco mais sobre as ocorrências dos raios pes-


SAIBA quisando nos sites de busca com a palavra-chave ocorrência
MAIS de raios. É bom conhecer sobre os raios para nos proteger-
mos.

O processo acontece pelo seguinte passo:


a) uma descarga negativa chamada de líder escalonado desce para a terra;
b) ao se aproximar da terra, cria um campo elétrico que aumenta e libera uma
descarga ascendente chamada de descarga conectante, geralmente saindo
de objetos pontiagudos;
8 Proteção contra descargas atmosféricas - SPDA
83

c) quando as duas descargas se encontram, formam uma descarga de intensa


e de grande luminosidade, a chamada descarga de retorno;
d) neste momento, ocorre a aceleração das cargas dentro do raio, que provo-
cam uma corrente de ar ascendente;
e) o ar é aquecido tão rapidamente a altas temperaturas que provoca um des-
locamento de ar provocando o estrondo, que chamamos de trovão. Este
deslocamento tem velocidade supersônica.3

TROVÃO
ENCONTRO DO DESCARGAGA DESLOCAMENTO FORMADO DO
RAIO DESCENDENTE RAIO DESCENDENTE INTENSA E DE DE AR NO DESLOCAMENTO
LIDER ESCALONADO COM O RAIO GRANDE INTERIOR DO DE AR
ASCENDENTE LUMINOSIDADE RAIO

Figura 19 -  Esquema da formação do raio


Fonte: SENAI, 2013.

O Brasil é um dos países que mais têm ocorrência de raios,


FIQUE então é importante proteger as edificações de qualquer
ALERTA incidência na edificação, tanto para proteção das instala-
ções, como para proteção dos usuários.

8.3 Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas


(SPDA)

O SPDA é um sistema que serve para proteger as edificações dos efeitos dos
raios ou descargas atmosféricas. O sistema tem três componentes:
a) captor: é um elemento metálico que fica no ponto mais alto da edificação e
que tem a finalidade de concentrar as cargas elétricas positivas criando um
campo elétrico para atrair o raio descendente ou raio escalonado;
b) condutor de descida: é o componente também metálico que faz a ligação
do captor, fazendo uma linha, conduzindo a corrente da descarga até o sis-
tema de aterramento;
Este condutor deve estar fixado e com isolantes, separando-o da edificação
para não haver transferência de descarga pelos elementos da edificação.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
84

4 Shafts: Se não tiver o isolamento, há a possibilidade de haver faíscas, gerando danos


à estrutura e aos equipamentos dentro das edificações.
Compartimento utilizado
para passar tubulação ou de Alguns cuidados devem ser seguidos para a instalação desses condutores:
água ou elétrica.
-- evitar descida próximo a linhas onde tenham cabos elétricos ou de sinal;
-- manter uma distância mínima de tubulações de gás de 2,0m;
-- nunca descer um condutor de descida no interior de shafts4 dentro da
edificação;
-- não aproveitar ferragens da estrutura como apoio ao condutor de desci-
da.
c) sistema de aterramento: é um elemento metálico geralmente de cobre,
que tem a finalidade de dispersar a descarga para o solo sem provocar ten-
sões. Podem ser feitos por uma única haste, mas com uma grande profundi-
dade ou então por várias hastes interligadas por cabos de cobre ou alumínio.
O SPDA é determinado e orienta a execução através da norma NBR 5418.

CAPTOR

CONDUTOR
DE
DESCIDA

ATERRAMENTO

Figura 20 -  Esquema de um SPDA


Fonte: SENAI, 2013.
8 Proteção contra descargas atmosféricas - SPDA
85

CASOS E RELATOS

Dia de tempestade
Em um dia de muita chuva, começou uma tempestade com bastantes raios
e trovões. Os trovões ecoavam pelo céu por causa das descargas transmi-
tidas pelo raio. Em dado momento, um raio atingiu um edifício que estava
desprotegido, no entanto o seu sistema de aterramento era muito antigo e
o condutor de descida estava rompido e não conduziu a descarga até o ater-
ramento. Aconteceu que todas as instalações dos apartamentos tiveram
danos. Muitos perderam geladeira, televisores, aparelhos de som. Outros
moradores receberam a descarga e passaram mal. Infelizmente tudo isto
aconteceu por imprudência da administração do condomínio que não deu
a atenção necessária ao equipamento de SPDA. O equipamento de aterra-
mento é muito importante e deve ter manutenção constante. A segurança
dos moradores deve ser considerada como principal item de manutenção
do prédio. Depois que houve todo o prejuízo, tomaram as providências.
Depois de ter corrigido todo o SPDA, a administração teve que reparar os
danos também nas instalações do prédio e dos apartamentos.

RECAPITULANDO

Vimos com este capítulo de proteção contra descargas atmosféricas a ne-


cessidade de proteger as edificações, principalmente as de altura conside-
rável, de raios atmosféricos. Conhecemos um pouco sobre a formação de
um raio e como ele acontece em todas as fases. Vimos que o sistema de
Proteção, o SPDA, é composto de captor para atrair os raios, de condutor
de descida para conduzir a descarga até o solo e o sistema de aterramento
que distribui a descarga no solo.
Aterramento

O aterramento é um sistema de proteção para o circuito elétrico. São conjuntos de hastes


metálicas enterradas no solo que fazem a ligação dos componentes e da fiação para que seja
distribuído no solo, evitando o choque elétrico por contato direto.
O sistema de aterramento é orientado pela NBR 5410:2008, que define os parâmetros a se-
rem seguidos no projeto e na execução.
Todo equipamento elétrico deve ter um aterramento para a nossa segurança contra cho-
ques elétricos.

Uma instalação sem aterramento pode trazer consequên-


FIQUE cias para os equipamentos, como queimá-los e ainda
ALERTA causar perigo aos moradores da residência, como choques
elétricos.

A NBR 5410: 2008 determina as condições para que o aterramento realmente exerça a sua
função que é de proteger o sistema de sobrecargas e oferecer segurança contra choques elétri-
cos em pessoas e animais, além de proteger os equipamentos em uso nas edificações.

Figura 21 -  Haste para aterramento


Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
88

Temos três tipos de aterramento:


a) aterramento funcional: é encontrado mais facilmente nas residências, nas
quais é feito um aterramento com o neutro do sistema elétrico, também cha-
mado de aterramento vivo, e serve para proteger todo o sistema, transmitin-
do uma sobre corrente para o solo;
b) aterramento de proteção: é o aterramento feito pra proteger as massas e
os componentes da instalação de sobrecorrentes. Também transfere a so-
brecarga para o solo;
c) aterramento de trabalho: consiste no aterramento que é feito nos equipa-
mentos e componentes elétricos num determinado tempo, no qual o traba-
lhador está fazendo algum serviço de eletricidade. Este tipo de aterramento
é temporário, durando apenas o tempo do serviço.
Uma das situações que mais acontecem é o choque no chuveiro. Isto porque
o aparelho tem uma resistência diretamente em contato com água e quando o
usuário está tomando banho descalço e pisando no chão molhado fecha o cir-
cuito provocando o choque. Neste caso é sempre bom fazer o aterramento do
chuveiro.

SAIBA Consulte o livro Instalações Elétricas Prediais dos autores Ge-


MAIS raldo Cavalin e Severino Cervelin e leia mais sobre o assunto.

9.1 Componentes do aterramento

Eletrodos de aterramento
O eletrodo é a haste de cobre que fica enterrada no solo para transferência da
carga elétrica.
Podemos ter um eletrodo ou mais de um eletrodo ligado entre eles. Os eletro-
dos devem ter pouca resistividade, ou seja, a corrente deve percorrer sem proble-
mas pela haste, por isso é utilizado o cobre como material das hastes porque tem
baixa resistividade e alta condutibilidade.
9 Aterramento
89

Figura 22 -  Haste e anel de fixação para o aterramento


Fonte: SENAI, 2013.

Outra característica é a resistividade do solo que também tem que ser muito
pequena. O solo apresenta uma característica de ter a sua resistividade alterada
de acordo com o material de composição do solo e de fatores de umidade.
No projeto elétrico de uma edificação, a quantidade de eletrodos será prevista
diante da necessidade de proteção do sistema elétrico dimensionado, além de se
definir o melhor local para instalar o aterramento.
Para o aterramento temos três esquemas TN, TT e IT, que veremos a seguir:
a) esquema TN – S: neste esquema os condutores neutro e de proteção são
ligados ao solo separadamente.

N
PE

Figura 23 -  Esquema TN- S


Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
90

b) esquema TN – C: neste, o neutro e de proteção são combinados,


tornando-se único;

N
PE

Figura 24 -  Esquema TN – C
Fonte: SENAI, 2013.

c) esquema TN – C – S: neste esquema, em apenas uma das partes do sistema


as funções de neutro e de proteção ficam combinadas em um único condu-
tor;

N
PE

Figura 25 -  Esquema TN – C – S
Fonte: SENAI, 2013.

d) esquema TT: neste tipo de esquema, um ponto é aterrado diretamente, e


as massas são ligadas a eletrodos de aterramento, que estão eletricamente
independentes do eletrodo de aterramento da alimentação;
9 Aterramento
91

N
PE

PE

Figura 26 -  Esquema TT
Fonte: SENAI, 2013.

e) esquema IT: neste esquema não haverá nenhum ponto de alimentação


aterrado diretamente, sendo as massas aterradas independentemente.

PE

Figura 27 -  Esquema IT
Fonte: SENAI, 2013.

Em apartamentos antigos, onde não há aterramento,


algumas pessoas fazem aterramento em tomadas de
VOCÊ computadores, ligando o neutro nas ferragens dos pi-
SABIA? lares. Mas esta prática não é a correta porque não tem
como garantir que a ferragem consiga dissipar a descar-
ga elétrica.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
92

9.2 Ligações de aterramento

Para fazer o aterramento, é necessário ligar a haste ao circuito elétrico da resi-


dência.
A ligação de aterramento é feita sempre com peças de mesmo material, ou
seja, se utilizar uma haste de cobre, as braçadeiras para prender o fio à haste de-
vem ser de cobre também. Isto para evitar que haja galvanização das superfícies
em contato, aumentando a resistividade e interferindo na condutibilidade.

CAIXA DE INSPEÇÃO

TUBO
FIO

BRAÇADEIRA

HASTE DE COBRE

Figura 28 -  Caixa de inspeção para aterramento


Fonte: SENAI, 2013.

CASOS E RELATOS

O aterramento
Bruno comprou a residência dos seus sonhos, investiu o que tinha para
comprá-la e logo em seguida se mudou com toda a família. Pouco tempo
depois, Bruno percebeu que alguns equipamentos estavam dando choque,
pequenos, mas eram perceptíveis. Como conhecia um pouco de eletricida-
de, logo imaginou que algo de errado foi feito na instalação. Bruno chamou
um técnico que trabalhava numa construtora para dar uma olhada e dizer o
9 Aterramento
93

que estava acontecendo de fato. O técnico, que se chamava Igor, logo per-
cebeu que a instalação, apesar de bem feita, não possuía um aterramento
adequado. Igor descobriu que o aterramento foi feito de maneira impró-
pria com uma haste de ferro, ao invés de cobre, e que o condutor de ligação
estava conectado de forma irregular na instalação, o que não permitia a
fuga de carga para o solo. Bruno resolveu fazer o projeto do aterramento
e chamou um eletricista que realmente trabalhasse com responsabilidade
e que pudesse confiar no serviço. Assim, contratou um eletricista indica-
do por Igor e começou a execução do aterramento seguindo o projeto de
Igor. Assim que terminou o serviço, Bruno percebeu que os choques não
mais ocorreram, ficando mais seguro com relação aos aparelhos elétricos
da casa.

9.3 Condutores de proteção

São os fios ou cabos que fazem a ligação da haste com o circuito. Eles devem
ser feitos em cobre pelo mesmo fato da braçadeira, ou seja, para que não galvani-
zem as superfícies de contato e não sofram corrosão.
O cabo deve vir sempre dentro de dutos apropriados para fiação elétrica e
sempre encapados. Devem sempre passar pelo duto até as caixas de passagens,
que são caixas em alvenaria no piso onde uma parte da haste fica exposta para
possibilitar a conexão do cabo com a haste por meio de uma braçadeira de cobre.
Nunca se deve fazer um aterramento diretamente no solo com a ligação apa-
rente, pois este procedimento é perigoso, havendo risco de choques, além de au-
mentar as chances de corrosão dos materiais. Como o aterramento é um sistema
de proteção, deve ser feito seguindo as normas para garantir que cumpriu a sua
função.
A norma 5410 diz que um condutor de proteção pode servir a outros circuitos
ao mesmo tempo, mas os circuitos devem estar em um mesmo eletroduto.
Além do aterramento, temos o condutor neutro. Este condutor neutro perten-
ce ao circuito, criando um equilíbrio de todo o sistema da instalação elétrica. Em
cada circuito elétrico, temos um condutor neutro, que sai do quadro de distribui-
ção. E nunca um condutor neutro pode servir a vários circuitos.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
94

9.4 Curto-circuito

Falamos de aterramento como sistema de proteção que pode proteger contra


curto-circuito da instalação. Mas é importante sabermos como o curto-circuito
acontece.
Todo curto-circuito é uma situação onde a corrente procura um caminho mais
rápido. Neste momento ocorre uma sobrecorrente, ou seja, uma corrente muito
alta, que geralmente danifica a instalação ou os equipamentos. Na maioria das
vezes, há uma produção de calor intenso e de faíscas, o que pode gerar incêndio
caso essas faíscas atinjam algum material combustível.
Observe que, em muitos casos de incêndio, há sempre a associação com um
curto-circuito.

curto-circuito
carga

Figura 29 -  Um esquema de curto-circuito


Fonte: SENAI, 2013.

Quando a corrente passa pelo caminho mais curto, ela aumenta a sua intensi-
dade e, como a seção do fio foi prevista para um corrente menor, esse fio aquece,
derrete a proteção, ou seja, a capa dos fios fica desprotegida, e um fio acaba en-
costando no outro, saindo, neste momento, a faísca que pode provocar o incên-
dio.
É por isso que temos que usar materiais de qualidade e seguir exatamente o
que o projeto determina para que não ocorram surpresas.
9 Aterramento
95

RECAPITULANDO

Neste capítulo, estudamos sobre aterramento e como é importante para


proteção da instalação elétrica. O aterramento deve ser feito sempre se-
guindo as normas para que tenhamos a garantia de proteção. Vimos que
existem três tipos de aterramento: o funcional, o de proteção e aterramen-
to de trabalho, sendo mais usado o aterramento funcional.
Vimos como deve ser feito o aterramento dentro de uma caixa de alvenaria.
Reapresentação gráfica de
instalações especiais

10

Instalações especiais são todas as instalações que podem ser usadas nas edificações tanto
residenciais como comerciais, a exemplo das instalações telefônicas, de sonorização de detec-
ção de incêndio, de sinais de TV e de sistemas de controle patrimonial.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
98

1 Concessionária: 10.1 Instalações telefônicas


Empresa que fornece ener- As instalações telefônicas para residência unifamiliar, ou seja, com apenas uma
gia elétrica.
família, não têm um dimensionamento elaborado. É necessário apenas no proje-
to constar o caminho da tubulação para distribuir os cabos telefônicos, indicar a
caixa de distribuição e entrada e as caixas de saídas nos ambientes.
2 Reverberação:
A dimensão dos dutos é de acordo com a quantidade de fios ou cabos que são
Quando as ondas emitidas conduzidos dentro dos tubos. De maneira geral, são usados eletrodutos corruga-
pelo som se propagam pelo
ar depois de encontrarem dos de ¾” ou ½”, medida em polegadas, mas pode ser encontrada em “mm”, que
um obstáculo. se refere a 20mm ou 25mm.
A instalação telefônica é feita ligando o cabeamento de distribuição da rua
para o poste fixo no muro da residência; a partir deste poste, a fiação telefônica é
conduzida por tubos rígidos pretos até uma caixa de distribuição e, a partir dessa
caixa, a fiação vai ser distribuída por eletrodutos flexíveis até as caixas de distri-
buição dentro dos ambientes.
Se a residência possuir apenas uma linha de telefone, terá nos tubos e eletro-
dutos apenas cabeamento de uma linha, mas caso possua mais linhas, ou seja,
mais números telefônicos, todos os cabos passarão para as duas linhas e, neste
caso, devemos utilizar um tubo de 25mm.

A norma NB 13726 trata de instalações de telefonia. É inte-


SAIBA ressante dar uma lida nesta norma para ver alguns itens so-
MAIS bre instalações telefônicas em prédios. Você pode pesquisar
em sites de busca.

A tubulação para telefonia deve ser exclusiva, não podendo passar fios de ali-
mentação de energia. Os projetos de telefonia devem ser aprovados pela empre-
sa de telefonia, ou seja, a concessionária1 e somente os funcionários da empresa
é que fazem a ligação.
No projeto de telefonia deve estar previsto o aterramento para proteção de
descargas atmosféricas, evitando choques nos usuários e danos nos equipamen-
tos.
10 Reapresentação gráfica de instalações especiais
99

POSTE

LAVANDERIA
SALA BANHEIRO
LEGENDA

TUBO 1/2’’ NO PISO

TOMADA TELEFÔNICA

CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO

TUBULAÇÃO SOBE

TUBULAÇÃO DESCE

COZINHA

GARAGEM DORMITÓRIO

Figura 30 -  Planta baixa de uma residência, instalação telefônica


Fonte: SENAI, 2013.

FIQUE Apesar de a fiação ser de telefone, ela também é eletriza-


da, uma voltagem menor, mas corre uma corrente e pode
ALERTA dar choque, mesmo que não cause um problema sério.

10.2 Sonorização

Projetos de sonorização servem para dimensionar a localização de caixas de


som para sistema de comunicação interna em prédios comerciais, aeroportos, ro-
doviária, hospitais e a quantidade dessas caixas de som pelos ambientes.
Podemos também ter projetos de sonorização para casas de eventos ou espe-
táculos como teatros, boates, cinema.
Quando a sonorização é para atender casas de espetáculos, além dela é ne-
cessário também ter um projeto acústico. O projeto acústico dimensiona não só
o alcance do som, mas também as interferências das ondas sonoras que batem
em algum obstáculo e retornam até a fonte emissora ou chegam até a fonte re-
ceptora, criando confusões na audição. Este fenômeno chama-se reverberação2
ou eco, mas não vamos estuda-lo neste conteúdo. Em projetos de sonorização
vamos somente focar em indicar, nas plantas, os locais onde serão instalados os
equipamentos de som, como a central, as caixas de som e a tubulação do cabea-
mento de som.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
100

Figura 31 -  Caixa de som para embutir no forro do teto


Fonte: SENAI, 2013.

POSTE

BANHEIRO
LEGENDA

CAIXA PARA CENTRAL

TUBULAÇÃO 3/4’’

CAIXA DE SOM PAREDE


RECEPÇÃO
CONSULTÓRIO 3

CAIXA DE SOM TETO

CONSULTÓRIO 1
CONSULTÓRIO 2

GARAGEM

Figura 32 -  Planta baixa com os pontos de sonorização


Fonte: SENAI, 2013.
10 Reapresentação gráfica de instalações especiais
101

10.3 Detecção de incêndio

Os projetos de detecção de incêndios são rigorosos quanto ao seu dimensio-


namento para atender ao que é especificado, como perceber o menor foco de
incêndio através da fumaça ou do calor no ambiente e poder disparar o sinal de
alerta de incêndio.

Figura 33 -  Detector de fumaça


Fonte: SENAI, 2013.

POSTE

BANHEIRO
LEGENDA

CAIXA PARA CENTRAL

TUBULAÇÃO 3/4’’

DETECTOR DE FUMAÇA
RECEPÇÃO
CONSULTÓRIO 3

CAMPANHIA DE INCÊNDIO

CONSULTÓRIO 1
CONSULTÓRIO 2

GARAGEM

Figura 34 -  Planta baixa projeto de incêndio


Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
102

Os detectores de fumaça funcionam com uma substân-


VOCÊ cia radioativa que ioniza o ar dentro do detector. Quan-
do a fumaça entra no detector, ela para de ionizar o ar e,
SABIA? então, o detector aciona uma sirene ou os sprinklers que
jorram água.

10.4 Sinal de tv, antena e cabo

Para uma instalação de uma TV de uso doméstico, é necessário, antes de qual-


quer coisa, ter uma tomada de alimentação para poder ligar a TV e, próximo a ela,
uma caixa para conectar a antena da TV.

POSTE

BANHEIRO
LEGENDA

CAIXA PARA CENTRAL

TUBULAÇÃO 3/4’’

PONTO DE
ANTENA / CABO
RECEPÇÃO
CONSULTÓRIO 3

CONSULTÓRIO 1
CONSULTÓRIO 2

GARAGEM

Figura 35 -  Planta baixa de instalações de antena e tv a cabo


Fonte: SENAI, 2013.
10 Reapresentação gráfica de instalações especiais
103

CASOS E RELATOS

Representação de projetos
Em um escritório de uma construtora, que possuía três filiais em estados
diferentes do Brasil, havia um volume muito grande de projetos, sendo ne-
cessário, em muitos casos, fazer a troca de projetos e informações. No en-
tanto, foi detectado um grande problema: as formas de representação grá-
fica dos projetos. Surgiu a necessidade de se fazer uma uniformização de
simbologia, seguindo a norma. Este processo gerou um problema de adap-
tação, porque um setor teve que ser criado somente para elaborar uma
forma de unificar toda a linguagem de representação gráfica com estudos
minuciosos das normas de representação gráfica, para que os projetos não
tivessem nenhum tipo problema com relação à legalização nos órgãos de
prefeituras. Para este setor, a empresa contratou dois técnicos que enten-
dessem de projetos elétricos e que sabiam interpretar as normas. Ao final
de todo o processo implantado na empresa, os resultados foram analisados
pelos supervisores, que diagnosticaram que o investimento neste novo se-
tor e na nova forma de representação gráfica da empresa estava valendo
a pena, pois começaram a diminuir os erros de interpretação de projetos
e, consequentemente, os erros na obra, que geravam desperdício e gastos
desnecessários. Dessa forma, a mudança resultou num melhor rendimento
do trabalho e da qualidade.

10.5 Sistema de controle patrimonial, circuito fechado de tv


e alarme de segurança

É comum a utilização de sistemas de circuito de imagens como forma de pro-


teção do patrimônio. Estes projetos de instalações de câmaras de TV são realiza-
dos por técnicos, isto porque o posicionamento das câmeras depende do que vai
ser protegido.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
104

Figura 36 -  Câmera de proteção


Fonte: WIKIMEDIA.COMMONS, 2005.

POSTE

BANHEIRO
LEGENDA

CAIXA PARA CENTRAL

TUBULAÇÃO 3/4’’

PONTO DE
ANTENA / CABO
RECEPÇÃO
CONSULTÓRIO 3

CONSULTÓRIO 1
CONSULTÓRIO 2

GARAGEM

Figura 37 -  Projeto de instalação de câmeras


Fonte: SENAI, 2013.
10 Reapresentação gráfica de instalações especiais
105

RECAPITULANDO

Vimos neste capítulo os projetos de instalações especiais, como telefôni-


cas, sonorização, detecção de incêndio, TV e sistemas de controle predial
com as suas representações gráficas. Observamos que o mais importante
é que todas as plantas possuam legendas informando a simbologia e que
qualquer tipo de instalação a ser feita em um prédio ou residência tenha
um projeto para informar corretamente como deve ser executada.
Materiais e componentes dispositivos
de comando, condutores, eletrodutos e
acessórios

11

Neste capítulo veremos alguns componentes que constituem um sistema elétrico.


Existem inúmeros componentes, mas iremos falar sobre os mais utilizados.
Toda instalação elétrica deve ser executada com segurança, uma vez que o risco de um cur-
to-circuito é grande ocasionando um incêndio, por isso os componentes devem ser escolhidos
respeitando as exigências da norma brasileira para ter a garantia de produto com qualidade.
É lógico que somente a qualidade dos componentes não garante a ausência de curto-circuito,
mas um projeto bem dimensionado evita problemas como sobrecarga nas instalações.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
108

11.1 Disjuntores

São dispositivos de comando instalados nos quadros gerais e de distribuição.


Os disjuntores do quadro geral têm a capacidade maior de amperagem. Eles
são os que primeiro recebem a linha direta da rede pública, para depois distribui-la
para o quadro de distribuição, onde estão os disjuntores dos circuitos.
Os disjuntores, além de disjuntor de comando, também servem como compo-
nentes de proteção. Isto porque os disjuntores têm o mecanismo de mola que,
quando ele aquece por causa de uma sobrecarga, dispara, cortando o circuito e
protegendo a fiação e o equipamentos deste circuito. O disjuntor geral também
tem a função de proteger o sistema elétrico todo.

Figura 38 -  Disjuntores
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008, 2010, 2012 (Adaptado).

Como se observa na figura anterior, temos disjuntores monofásico, bifásico e


trifásico. A utilização do disjuntor vai depender exclusivamente do projeto elétri-
co.

Figura 39 -  Disjuntores montados num quadro


Fonte: SENAI, 2013.
11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios
109

Antigamente, os disjuntores eram chamados de disjun-


VOCÊ tor de chave. Eram acionados manualmente e não pos-
SABIA? suíam sistema automático para desligar quando supera-
quecidos.

Figura 40 -  Disjuntor de chave antigo


Fonte: SENAI, 2013.

11.2 Interruptores

Os interruptores são todos os comandos que acionam algum equipamento do


circuito como lâmpadas.

Figura 41 -  Interruptor simples


Fonte: SENAI, 2013.

Existem interruptores que podem funcionar em paralelo com outro interrup-


tor, o qual chamamos three-way, e existem interruptores que possuem a capaci-
dade de controlar a quantidade de carga para acionar um equipamento, como os
interruptores com dimmer da figura a seguir.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
110

1 Corrugado:

Com várias ondulações.

Figura 42 -  Interruptor com dimmer


Fonte: SENAI, 2013.

Existem interruptores simples, com apenas uma acionamento, ou múltiplo,


com mais de um acionamento. Também existem interruptores que vêm com uma
tomada.

Figura 43 -  Interruptor com tomada


Fonte: SENAI, 2013.

11.3 Condutores

São os cabos ou fios que usamos para conduzir a eletricidade até os compo-
nentes.
Os cabos utilizados nas instalações elétricas residenciais e prediais são de co-
bre revestido com PVC para proteção.
Temos dois tipos de condutores mais utilizados nas instalações prediais. O fio
rígido é um único fio de cobre revestido para evitar perda de carga e também
proteção contra curto-circuito. Este fio possui a instalação mais complicada por se
tratar de um condutor que não apresenta tanta flexibilidade, principalmente na
hora de passar este cabo por dentro das tubulações, nas quais sempre há curvas
e, quando estas curvas não são suaves, o fio acaba ficando preso e difícil de passar.
11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios
111

Figura 44 -  Fio rígido


Fonte: SENAI, 2013.

Há também os cabos flexíveis, de cobre e compostos por vários fios de cobre


menores enroscados, formando um só cabo. É revestido para proteção contra
curto-circuito e para manter todos os fios unidos.

Figura 45 -  Cabo flexível


Fonte: SENAI, 2013.

Nas instalações, existem outros tipos de condutores. É o caso do condutor


para telefonia, que é um fio composto de cobre e zinco e que, por isso, tem a cor
mais clara.

É preciso ter muito cuidado com a qualidade dos fios e


FIQUE cabos a serem usados nas instalações e com a dimensão
ALERTA deles. Um fio muito mais fino é mais barato, mas não pode
ser usado se não estiver especificado no projeto.

11.4 Eletrodutos

São os tubos por onde passam os cabos ou os fios. Através dos eletrodutos os
cabos são conduzidos por todo o prédio. Eles conduzem os cabos inicialmente do
quadro geral até a caixa de distribuição dentro do prédio, e da caixa de distribui-
ção até as tomadas, os pontos de luz e os interruptores.
Podemos ter eletrodutos rígidos e flexíveis.
Eletrodutos Rígidos: são aqueles tubos de PVC de cor preta, usados para a
distribuição geral, ou seja, do quadro geral até a caixa de distribuição, porque os
fios são mais grossos e apresentam mais dificuldade para deslizar no interior de
um eletroduto flexível corrugado1.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
112

Figura 46 -  Eletroduto rígido


Fonte WIKIMEDIA COMMONS, 2007.

Eletroduto flexível corrugado: é muito usado nas instalações prediais pela


sua facilidade de manuseio. Geralmente, o encontramos no mercado na cor ama-
rela, mas pode ser de outras cores.
Com o eletroduto flexível corrugado a instalação fica mais fácil e elimina cone-
xões como joelhos e curvas para fazer as mudanças de caminhos.
Uma desvantagem é que, pelo fato de serem corrugados, eles dificultam a pas-
sagem de cabos quando são muitos por um eletroduto só.

FLEXÍVEL
RODUTO
T
ELE
ELE T R O

D
UT
O FLEXÍVEL

FLEXÍVEL
ODUTO
TR
ELE
ELE T R O

D
UT
O FLEXÍVEL

Figura 47 -  Eletroduto flexível


Fonte: SENAI, 2013.
11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios
113

CASOS E RELATOS

Instalação elétrica
A senhora Helena possuía uma casa de veraneio e decidiu fazer uma refor-
ma para ampliar a casa e poder receber os filhos e amigos no período de
veraneio, mas por se tratar de uma casa de veraneio, Helena achou que não
deveria investir muito dinheiro na compra dos materiais elétricos, princi-
palmente porque são itens muito caros na construção. No entanto, sua filha
Cecília que fazia o curso técnico em edificações aprendeu com o professor
de instalações elétricas que a utilização de materiais de boa qualidade e
dentro do especificado pela norma era uma garantia de um projeto sem
problemas no futuro se este tiver sido feito corretamente. Então Cecília
argumentou com a mãe e conseguiu convencê-la a comprar um produto
mais confiável. É claro que Helena percebeu que a compra resultou num or-
çamento maior do que o previsto. Mas na hora da compra ela pôde compa-
rar os produtos e, mesmo sendo leiga no assunto, percebeu a diferença do
material. Chegando à casa, ela comentou com Cecília sobre essa diferença
e, finalmente, entendeu o motivo pelo qual as instalações antigas deram
tanto problema. Portanto, nunca mais pensará em economia sem critérios.

11.5 Acessórios

Quadro geral
Caixa onde acoplamos os disjuntores gerais da instalação. Ficam situados pró-
ximos à entrada da edificação, geralmente, em área externa para facilitar a instala-
ção por parte das companhias fornecedoras de energia. Nestes quadros também
são feitos aterramentos como medidas de proteção para toda a instalação.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
114

Figura 48 -  Quadro geral com disjuntores


Fonte: SENAI, 2013.

11.6 Quadro de distribuição

São quadros menores que ficam embutidos na parede dentro da residência,


no local mais próximo à entrada, de acesso fácil, de onde possam sair as fiações
pelo menor caminho até os cômodos. Nestes quadros ficam instalados os disjun-
tores que protegem os circuitos da residência.

Figura 49 -  Quadro de disjuntor


Fonte: SENAI, 2013.
11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios
115

Existem no mercado diferentes tipos de disjuntores e de


SAIBA quadros de disjuntores, é bom ir até uma loja especializada
em material elétrico e solicitar os catálogos dos fabricantes.
MAIS Neles você encontra as informações técnicas de cada equi-
pamento.

11.7 Caixas de passagem

São caixas de tamanho 4x4” instaladas nas paredes, geralmente usadas para
fazer alguma mudança de caminho para a fiação e facilitar também a passagem
quando a distância entre o disjuntor e o ponto elétrico (tomada, interruptor) é
muito grande.

Figura 50 -  Caixa de passagem


Fonte: SENAI, 2013.

11.8 Caixas 4x2” e 4x4”

Estas caixas são usadas para instalação de tomadas elétricas, telefone e TV e


para interruptores. São feitas em PVC e têm a característica de serem resistentes
ao fogo.
Existem em duas dimensões: a 4x4”, que também é usada como caixa de pas-
sagem por facilitar o manuseio da fiação, e a 4x2”, mais utilizada para instalação
de tomadas e interruptores. Sempre são usadas embutidas na parede.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
116

Figura 51 -  Caixas elétricas 4x2” e 4x4”


Fonte: SENAI, 2013.

Temos também as caixas para os pontos de luz no teto, que são circulares e
colocadas na laje do cômodo, servindo para trazer os cabos e fios até o ponto
onde vai ficar a luminária.

11.9 Tomadas

As tomadas servem para conectar os cabos de força dos aparelhos.


Existem tomadas simples, com apenas uma entrada, e tomada múltipla, com
mais de uma entrada.

Figura 52 -  Tomadas
Fonte: SENAI, 2013.
11 Materiais e componentes dispositivos de comando, condutores, eletrodutos e acessórios
117

Caso haja uma sobrecarga, a mola dispara desligando cortando o circuito e


protegendo a fiação e/ou equipamentos deste circuito. O disjuntor geral também
tem a função de proteger o sistema elétrico todo.

Cuidado com os benjamins, os conhecidos TÊs. Eles são


FIQUE muito práticos, ligam até três equipamentos naquele
ponto, mas a tomada tem uma quantidade de carga para
ALERTA suportar, e os benjamins somam as cargas dos equipa-
mentos ligados podendo aquecer e dar curto.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos os componentes e acessórios que mais são usados


nas instalações elétricas prediais; vimos para que servem e suas caracterís-
ticas, como disjuntores que servem para proteção do circuito ou da insta-
lação inteira, os interruptores que servem para ligar a luz, as tomadas ne-
cessárias para fornecer energia, os fios e cabos sem os quais o projeto não
funciona e os acessórios que compõem toda a instalação elétrica.
Normas e legislações aplicáveis

12

Temos o catálogo brasileiro de normas, conhecido como ABNT - sigla para definir Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas - que determina todos os parâmetros de tudo que é produ-
zido no país, oferecendo as características destes produtos e garantindo a qualidade deles.
Nos projetos elétricos, a ABNT não deixou de existir, pelo contrário, ela determina como
proceder para o dimensionamento e especificação dos projetos e de sua execução.

As normas sempre sofrem atualizações. Algumas delas es-


FIQUE tão disponíveis na internet em sites de busca, mas é preci-
ALERTA so ter cuidado, pois você pode acessar uma norma antiga
sem a devida atualização.

Temos três normas que nos dão as orientações, estabelecendo parâmetros para serem ri-
gorosamente seguidos:
a) NBR 5410 – instalações elétricas de baixa tensão: esta norma determina todos os con-
ceitos que fazem parte de uma instalação elétrica. Desde os nomes de componentes a
tipos de instalações que podem ocorrer numa edificação.
Em toda norma, a preocupação com os critérios corretos para uma instalação é fundamen-
tal para garantir que o projeto e a instalação estejam dentro da segurança;
b) NBR 5444 – símbolos gráficos para instalações elétricas prediais: esta norma tem
como critério estabelecer uma única forma de representação gráfica que atenda a todo
tipo de projeto elétrico em qualquer tipo de edificação. A necessidade de ter uma lin-
guagem gráfica única é fundamental para garantir que os projetos sejam interpretados
corretamente, que não haja uma interpretação duvidosa. O bom funcionamento de uma
instalação começa com a interpretação correta do projeto, sendo assim, o que foi preten-
dido no projeto deve realmente ser executado.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
120

Infelizmente alguns símbolos usados nos projetos não respeitam o que manda
a norma. Alguns escritórios ou profissionais adotam símbolos aleatórios, sem a
preocupação de formar uma identidade da simbologia gráfica;

Muitos escritórios adotaram uma simbologia a partir de


VOCÊ simbologias de outros países porque antigamente mui-
SABIA? tos seguiam a literatura destes países, que têm simbolo-
gia diferente da nossa.

c) NBR 13726 - redes telefônicas internas em prédios – tubulação de en-


trada telefônica – projeto: esta norma que orientava quanto às instalações
telefônicas prediais, deixou de existir. Geralmente uma nova NBR é elabora-
da para a substituição, mas neste caso a norma ainda está em processo de
elaboração. O cancelamento da norma foi essencial devido ao avanço tec-
nológico que temos hoje em relação ao sistema de telefonia. Tempos atrás
e não muito distante, telefonia era o meio de comunicação mais eficiente
utilizado pelas pessoas e era necessário ter uma instalação telefônica nas
residências, no entanto, atualmente a telefonia deixou de ser somente um
sistema de transferência de voz, mas também de dados. Ou seja, além de
usarmos a linha telefônica para o telefone convencional também utilizamos
a linha para transmitir informações de dados de informática, como e-mails,
sinais de vídeos, sinais de dados e com isto a Norma 13726 ficou em desu-
so, embora ainda alguns profissionais a utilizem como parâmetro inicial ou
um esboço do projeto. Muitos profissionais adotam normas internacionais
adaptadas para o Brasil como exemplo as normas americanas:
- ISO IEC 15018:2004 para cabeamento geral em residências;
- ANSI/TIA/EIA 570B para cabeamento de telecomunicação residencia.

As normas são difíceis de serem encontradas e são compra-


SAIBA das, mas você pode pesquisar em sites de busca colocando o
MAIS nome da norma ou o número. Verifiquem se o site é de con-
fiança e se a norma está atualizada.

Temos que seguir rigorosamente?


Sim. O projeto elétrico é muito importante para atender àquela necessidade
da edificação e aos seus consumidores. O projeto correto deve prever que, em
12 Normas e legislações aplicáveis
121

algumas possibilidades, os consumidores poderão usar algum equipamento que


não estava descrito como necessário e, se isto acontecer, essa carga a mais deve
ter uma margem de folga.
Um projeto bem definido consegue diminuir ou racionalizar o consumo de
energia, trazendo eficiência energética na instalação. Lembra, no Capítulo 5,
quando falamos sobre eficiência energética? Pois bem! O projeto seguido pelas
determinações da norma consegue ter eficiência. Outra situação é a contratação
de profissional especializado para este tipo de projeto.
Outro problema que pode ser evitado com projeto correto é o curto-circuito
que, por sobrecarga da instalação, pode gerar um incêndio de proporções sérias.

CASOS E RELATOS

O emprego da norma
Carlos era um proprietário de uma residência que precisava fazer uma re-
forma. Ele fez uma pesquisa de mercado para contratar uma equipe que
tivesse um bom custo para a reforma, ficando em dúvida entre duas equi-
pes. Uma delas, que tinha o maior orçamento, estava fazendo uma obra
na mesma rua da sua residência, mas, mesmo assim, ele não contratou e
entregou a reforma para a equipe que tinha o menor preço. A obra estava
ocorrendo bem, com todos os serviços feitos, inclusive o projeto elétrico.
No entanto, com menos de seis meses, a parte elétrica da residência co-
meçou a dar problema. Preocupado, Carlos foi atrás do técnico que tinha
dado o orçamento anterior para a reforma, e o técnico fez uma revisão no
projeto e logo diagnosticou os problemas, informando a Carlos que seu
projeto não funcionou porque muita coisa estava fora da norma e, por isso,
o circuito não estava aguentando, ocasionando vários curto-circuitos. Será
necessário agora refazer o projeto todo e inclusive redimensionar os cabos
porque eles estão muito finos para a carga atual do circuito.
Carlos percebeu que por não ter feito o projeto com um profissional que
usasse a norma como orientação teve um prejuízo muito maior que a dife-
rença do preço do orçamento.
Aplicativos computacionais para
projetos de instalações elétricas e
especiais prediais

13

Atualmente, no mercado, existem vários softwares que facilitam os projetos de instalações


elétricas e especiais como telefonia e sonorização. No entanto, não devemos imaginar que os
softwares realizarão todos os cálculos. Até podem calcular, mas é necessário alimentarmos,
dizer os parâmetros que necessitamos para aquele projeto que está sendo elaborado para,
então, o software calcular os valores.

FIQUE Certifique-se de que o software que você está usando na


sua máquina seja original, para não comprometer o resul-
ALERTA tado do seu projeto nem a sua máquina.

O aplicativo serve para diminuir o nosso tempo de execução de trabalho, serve para garan-
tir a menor possibilidade de erros, além da praticidade de se fazer simulações de dimensiona-
mento para ver qual é a melhor solução para atingirmos um projeto eficiente.

Como no mercado existem vários softwares que servem para


SAIBA fazer projetos elétricos, é bom conhecer as características
deles. Para conhecer estes softwares, você pode fazer uma
MAIS pesquisa na internet usando a expressão: softwares para pro-
jetos elétricos.

Muitos softwares já fazem inclusive modelo gráfico, ou seja, a planta do projeto elétrico ou
de telefonia. Isto já é um grande facilitador, pois assim que o software é alimentado com os
dados para o projeto, já fornece alguns modelos de execução.
Alguns softwares podem armazenar informações e dimensões que constam nos códigos
municipais ou companhias de energia do município, o que facilita ainda mais o processo de
dimensionamento.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ESPECIAIS
124

Os softwares, apesar de realizarem todos os cálculos


VOCÊ para o dimensionamento, não substituem o profissional
com o conhecimento sobre eletricidade. É fundamental
SABIA? um profissional experiente para manuseá-lo, evitando
surpresas.

Como funciona um aplicativo para instalações elétricas:


Antes de qualquer coisa, devemos coletar os dados para o projeto elétrico.
Estes dados são quantidade de cômodos, de pessoas, quantidade de equipamen-
tos elétricos dentro de cada cômodo, quantidade de tomadas necessárias para
aquele prédio e também as dimensões da edificação.
a) 1º passo - alimentar o banco de dados do software: é necessário preencher
as tabelas que os próprios softwares já trazem com os dados que foram co-
letados por informação adquirida pelo proprietário, como as distâncias esta-
belecidas na planta baixa, para saber a dimensão dos cabos e cargas;
b) 2º passo - acionar o software para fazer o dimensionamento de cargas, ten-
são, dimensionamento de cabos e fios. Nesta etapa, o próprio software irá
fazer o dimensionamento, mas você pode alterar e fazer algumas correções
para adequar alguma informação ou situação que você queira que fuja ao
predeterminado pelo software;
c) 3º passo - neste etapa, a depender do software, é fornecida a planta gráfica,
que pode ser impressa. Mas tome cuidado, pois alguns softwares fornecem a
planta no padrão de outro país, então é bom transferir este desenho para um
software de desenho, como o Autocad, e então fazer o desenho da maneira
correta;
d) 4º passo - alguns softwares fornecem, nesta etapa, relatórios de melhor efi-
ciência e consumo, fazendo uma simulação, ou seja, um ensaio do consumo
de energia para ter uma ideia do gasto do proprietário, fornecendo também
um orçamento de material utilizado para realizar este projeto.
Os projetos de telefonia e sonorização ou de detecção de incêndio funcionam
do mesmo jeito que o elétrico. Inclusive, muitos softwares de elétrica fazem os
projetos de sonorização, telefonia e detecção de incêndio, uma vez que eles pre-
cisam de energia para funcionar, com exceção de telefonia.
13 Aplicativos computacionais para projetos de instalações elétricas e especiais prediais
125

CASOS E RELATOS

O software de eletricidade
Em um escritório de engenharia, havia um departamento comandado por
um engenheiro eletricista chamado Anselmo. Este departamento atendia
tranquilamente à quantidade de projetos elétricos que apareciam no escri-
tório. No entanto, o escritório começou a receber um número muito maior
de projetos e começou a ter atrasos na entrega. Então Marcelo, o técnico em
edificações que trabalha no departamento, sugeriu comprar um software
de elétrica, mas Anselmo ficou na dúvida pelo custo do software, mas Mar-
celo conseguiu mostrar que a quantidade de projetos que iriam ser feitos
em menos tempo compensaria o custo inicial e que a quantidade de pro-
fissionais seria a mesma porque, mesmo ele agilizando o dimensionamen-
to, ainda seria necessário ter um técnico ou profissional manuseando as
informações para serem inseridas no software. Com estes argumentos, An-
selmo aceitou a sugestão e os levou até os sócios, que compraram o sof-
tware. Marcelo, como conhecia mais o software, começou a treinar a todos
do departamento, inclusive Anselmo, que ficou bem impressionado com a
agilidade e com o rendimento do departamento, colocando Marcelo como
supervisor dos projetos produzidos no software.

RECAPITULANDO

Neste último capítulo, vimos os softwares para instalações elétricas e espe-


ciais, ou seja, os aplicativos computacionais. Aprendemos que o software
nos ajuda a dimensionar os projetos, calculando as cargas e tensões de for-
ma que o projeto seja o mais eficiente possível.
Vimos que os softwares não fazem todos os trabalhos e que é necessário
alimentá-los para então o dimensionamento começar a ser feito.
Referências

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______. NBR 5444: símbolos gráficos para instalações elétricas prediais. Rio de Janeiro, 1988.
CAVALIN, Geraldo. CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais. 10. ed. São Paulo: Érica,
2004.
______. Instalações elétricas prediais. 19. ed. SÃO PAULO: Érica, 2009.
COSTA, Ennio Cruz da. Ventilação. 4.ed. São Paulo: Edgard Blücher.2005.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 14. ed. Rio de Janeiro : LTC, 2000.
______. Manual do instalador eletricista. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
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<http://br.similarsites.com/site/eletricistarenato.blogspot.com.br>. Acesso em: 18 set. 2013.
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LIVI, Celso Pohlmann. Fundamentos de fenômenos de transporte: um texto para cursos básicos.
Rio de Janeiro: LTC, 2004.
MONTENEGRO, Gildo A. Ventilação e Cobertas. São Paulo: Edgard Blücher, 2003.
MOREIRA, Vinicius de Araújo. Iluminação elétrica. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
NEGRISOLI, Manuel E.M. Instalações elétricas: projetos prediais. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.
NISKIER, Júlio. Manual de instalações elétricas. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
NISKIER, Júlio. ; Macintyre, Archibald J. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
PIRELLI CABOS. Manual pirelli de instalações elétricas. São Paulo: PINI, 2003.
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wiki/File:Plastic_tubing.jpg>. Acesso em: 18 set. 2013.
Minicurrículo do Autor

SÉRGIO BRITO ROLEMBERG


Sérgio Brito Rolemberg é bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia.
Pós-graduando no curso de especialização em Tecnologia e Gerenciamento de Obras. Desde 2000,
atua com projetos de arquitetura e interiores e gerenciamento de obras. Foi fundador e sócio
gerente da Academia de Arte & Design e do Curso Técnico de Design de Interiores. Atuou como
coordenador e docente das disciplinas de desenho, história da arte e projetos de interiores e como
supervisor de projetos de instalações de sistemas de refrigeração. Atualmente, ministra as discipli-
nas desenho de croqui e princípios de mecânica dos solos e fundações no SENAI Bahia e é membro
do grupo de Pesquisa do CNPq/SENAI.
Índice

A
âmbar 20

C
células fotovoltáicas 43
combustíveis fósseis 35
concessionária 98
corrugado 111, 112

D
descampado 82

F
filamento 23
fissão 42

L
lâmpada incandescente 47, 48

P
pistões 41

R
recursos hídricos 34
reverberação 99
rotores 34, 36

S
separação dielétrica 82
shafts 84
supersônica 83
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Sérgio Brito Rolemberg


Elaboração

Julio Leonardo Melo da Anunciação


Revisão Técnica

Carla Carvalho Simões


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto

Iumara Rodrigues
Joseane Maytê Sousa Santos
Revisão Ortográfica e Gramatical
Antonio Ivo Ferreira Lima
Fabio dos Santos Passos
Leonardo Silveira
Diagramação e Fechamento de Arquivo

Geovana Cardoso Fagundes Rocha


Monique Quintanilha
Revisão de diagramação e Padronização

Rita de Cássia Silva da Fonseca


Normalização

FabriCO
Ilustrações e Design Educacional

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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