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N-2364 REV.

A AGO / 2003

AVALIAÇÃO DE CORROSÃO INTERNA


ATRAVÉS DE CUPOM DE PERDA DE
MASSA

Procedimento
Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.
Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o
responsável pela adoção e aplicação dos seus itens.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


CONTEC deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
eventual resolução de não segui-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve
Comissão de Normas ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo
Técnicas Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da
PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“recomendar”, “poder”, “sugerir” e “aconselhar” (verbos de caráter
não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].
Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 23 CONTEC - Subcomissão Autora.

Inspeção de Sistemas e
As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Equipamentos em Operação
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o
item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa técnico-econômica.
As propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. – PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa
autorização da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação
pertinente, através da qual serão imputadas as responsabilidades
cabíveis. A circulação externa será regulada mediante cláusula própria de
Sigilo e Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelas
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SCs
(formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da Companhia e
as suas Subsidiárias) e homologadas pelo Plenário da CONTEC (formado pelos representantes das
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a
revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para
ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas em
conformidade com a norma PETROBRAS N - 1. Para informações completas sobre as Normas
Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 9 páginas e Índice de Revisões


N-2364 REV. A AGO / 2003

1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação de corrosão interna pelo método
de perda de massa (técnica gravimétrica) e corrosão por pites através de medidas de
profundidade, utilizando cupons de corrosão.

1.2 Esta Norma não abrange outras formas de avaliação de corrosão por cupons, além das
formas descritas no item 1.1.

1.3 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.4 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Os documentos relacionados a seguir contêm prescrições válidas para a presente Norma.

ABNT NBR 6210 - Preparo, Limpeza e Avaliação da Taxa de Corrosão de


Corpos-de-Prova em Ensaios de Corrosão;
ABNT NBR 9771 - Exame e Avaliação da Corrosão por Pite;
ASTM G 1 - Standard Practice for Preparing Cleaning and
Evaluating Corrosion Test Specimens;
ASTM G 4 - Standard Guides for Conducting Corrosion Test in
Field Applications;
ASTM G 15 - Standard Definitions of Terms Relating to Corrosion
and Corrosion Testing;
ASTM G 46 - Standard Guide for Examination and Evaluation of
Pitting Corrosion;
NACE RP0775 - Preparation, Installation, Analysis and Interpretation of
Corrosion Coupons in Oilfield Operations.

3 DEFINIÇÕES

Para os propósitos desta Norma são adotadas as definições indicadas nos itens 3.1 a 3.5.

3.1 Cupom

Corpo de prova a ser imerso no meio corrosivo e destinado a verificação do comportamento


do material construtivo em relação ao meio exposto. Consegue-se isto através da avaliação
qualitativa (mecanismo) e quantitativa (taxas de corrosão) do processo corrosivo que no
corpo de prova vier a se estabelecer.

3.2 Corrosão

Reação química ou eletroquímica que se desenvolve entre um material, usualmente um


metal ou uma liga metálica, e o meio corrosivo que acarreta o desgaste do material e,
eventualmente, a deterioração de suas propriedades.

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3.3 Corrosão por Pite

Corrosão de uma superfície metálica limitada a um ponto ou uma pequena área, que toma a
forma de cavidade.

3.4 Taxa de Corrosão

Velocidade do processo corrosivo, que pode ser expressa por perda de massa por unidade
de tempo ou perda de espessura por unidade de tempo, cujo valor permite avaliar a
agressividade do meio corrosivo (ver item 4.7.2).

3.5 Inibidor de Corrosão

Substância química ou combinação de substâncias que, quando adicionado em


concentração e forma apropriada ao meio corrosivo, previne ou reduz a corrosão.

4 CONDIÇÕES GERAIS

4.1 Manuseio de Produtos Químicos

O manuseio de produtos químicos deve ser realizado dentro de capela.

4.2 Localização de Instalação do Cupom

As seguintes diretrizes devem ser consideradas para escolha dos locais de instalação dos
cupons:

a) onde houver facilidades para a instalação e extração do cupom, tais como, a


existência prévia de acesso ao ponto;
b) onde não haja interferência no trânsito de pessoas e máquinas;
c) regiões sujeitas a separação e/ou estagnação de água;
d) parte superior de linhas sujeitas a condensação;
e) a jusante e a montante de pontos de injeção de inibidores de corrosão;
f) em regiões onde houver fluxo multifásico;
g) áreas críticas do sistema;
h) locais onde já existiram falhas por corrosão interna.

Nota: Em locais com passagens de “pigs” ou esferas só devem ser utilizados os cupons
tangenciais.

4.2.1 Dutos

As recomendações para localização dos cupons devem atender o item 4.2, onde aplicável.

Notas: 1) Devem ser analisadas as condições de operação, perfil do duto e interligações


com outros dutos.
2) Dutos em hibernação também devem ser monitorados através de cupons.

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4.2.1.1 Dutos Terrestres

Deve ser instalado, no mínimo, um cupom a cada 50 km de extensão.

Notas: 1) Em dutos que transportam gás seco, deve ser instalado um cupom na geratriz
inferior e outro cupom na geratriz superior.
2) Nos dutos que não transportam gás seco, o cupom deve ser instalado na
geratriz inferior.
3) Em dutos de transporte de líquidos com teor de água menor ou igual a 3 % ou
de gás com velocidade do gás menor do que 7,5 ft/s analisar a possibilidade de
instalar os cupons em sistemas laterais que favorecem a separação e acúmulo
de água, no início do duto.

4.2.1.2 Dutos Submarinos

Deve ser instalado um cupom na origem e outro cupom no destino de cada trecho de duto.

Notas: 1) Na origem do duto, o cupom deve ser instalado a montante do lançador de


“pig” e na geratriz inferior.
2) No destino do duto, o cupom deve ser instalado a jusante do recebedor de “pig”
na geratriz inferior e superior.

4.2.2 Plantas de Processos e Facilidades/Utilidades

Deve ser levada em conta a agressividade intrínseca do fluido e histórico de corrosão de


cada sistema para a definição da necessidade do acompanhamento do processo corrosivo.
Esses mesmos fatores (agressividade e histórico), devem servir para determinar o número e
a localização dos pontos a serem monitorados.

4.3 Cupons - Formato e Dimensões

4.3.1 Os tipos de cupons a serem usados devem ser retangulares e/ou circulares e possuir
dimensões padronizadas.

4.3.2 Devem ser utilizados, sempre que possível, no mínimo, 2 cupons do mesmo material
e submetidos às mesmas condições, possibilitando que o resultado da corrosão seja obtido
pela média dos cupons.

4.3.3 Período de Exposição

4.3.3.1 O período máximo de exposição do cupom para a determinação da taxa de


corrosão é de 6 meses.

Notas: 1) Onde houver histórico de taxas de corrosão elevadas (ver item 4.7.2), o
período de exposição deve ser entre 15 dias e 45 dias.

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2) Para avaliação de corrosão localizada o período mínimo de exposição do


cupom deve ser de 45 dias.

4.3.3.2 Recomenda-se que a periodicidade de substituição do cupom seja mantida


constante. [Prática Recomendada]

4.3.3.3 Na determinação do período mínimo de exposição, para taxas de corrosão baixas e


moderadas, pode-se utilizar a expressão abaixo:

50
Período mínimo de exposição do cupom (horas) =
taxa de corrosão (mm/ano)

4.4 Preparo dos Cupons para Exposição

4.4.1 Deve-se obter o certificado de análise química e de fabricação do material dos


cupons.

4.4.2 Os cupons utilizados durante todo o período de avaliação devem ser confeccionados
com a mesma composição química e utilizando o mesmo processo de fabricação.

4.4.3 O cupom deve ser isento de rebarbas, riscos, deformações e chanfros nas bordas.

4.4.4 O cupom deve ser identificado por puncionamento.

Notas: 1) No cupom retangular a identificação deve ser feita entre os furos de fixação.
2) No cupom tangencial, não proceder à identificação na área destinada ao
contato com o fluido corrosivo.

4.4.5 Limpar os cupons com jato de esferas de vidro até atingir o metal branco.

Nota: Como alternativa pode ser executado jato de areia desde que esteja seca e isenta
de contaminantes. [Prática Recomendada]

4.4.6 Determinar as dimensões dos cupons com precisão de décimo de milímetro.

4.4.7 Desengordurar os cupons com solvente orgânico não clorado, preferencialmente, em


banho de ultra-som e secar com ar quente. Efetuar sua pesagem com precisão de décimo
de miligrama.

Nota: No caso de cupom passivado (fornecido em embalagens com inibidor de


corrosão) deve se proceder a limpeza do cupom com álcool isopropílico,
preferencialmente em banho de ultra-som.

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4.4.8 Durante todo o manuseio, os cupons não devem ter o contato das mãos, devendo ser
usado luvas de látex.

4.4.9 Os cupons até sua utilização no campo devem ser guardados em dessecadores ou
em invólucro plástico contendo sílica-gel com indicador.

4.5 Montagem dos Cupons

4.5.1 Na montagem dos cupons deve ser feito o isolamento elétrico entre o cupom e as
outras partes metálicas do suporte de fixação, que deve ser comprovado através de
ohmímetro.

4.5.2 Os cupons retangulares devem ser posicionados com a face de maior área superficial
paralela ao fluxo.

4.5.3 Independentemente do tipo de montagem, deve ser assegurado que o cupom esteja
exposto ao meio corrosivo e que não haja contato elétrico com o equipamento.

4.5.4 Os dispositivos de fixação do cupom devem ser confeccionados com material


resistente ao meio corrosivo.

4.6 Manuseio e Limpeza dos Cupons após Retirada

4.6.1 Em todas as etapas de manuseio e limpeza do cupom, evitar o contato direto com as
mãos.

4.6.2 No momento da retirada do cupom, atentar no sentido de evitar que ferramentas


empregadas na operação venham a provocar danos mecânicos ao cupom.

4.6.3 Deve ser verificado o contato elétrico entre o cupom, o suporte e o parafuso de
fixação utilizando um ohmímetro. Caso exista contato elétrico, verificar se o contato elétrico
é devido ao óxido formado sobre o cupom ou devido a perda do isolante. Esta informação
deve ser documentada no formulário de informações do ponto monitorado.

4.6.4 Recomenda-se que os cupons sejam fotografados imediatamente após a sua retirada,
registrando a aparência e localização dos produtos formados. [Prática Recomendada]

4.6.5 Os cupons devem ser acondicionados em invólucro plástico contendo sílica gel com
indicador, quando o intervalo de tempo entre a sua retirada e sua avaliação for superior a
6 horas.

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4.6.6 Caso a inspeção visual dos cupons apresente produtos de corrosão ou resíduos, deve
ser avaliada a necessidade de se proceder a caracterização química do produto.

4.6.7 Desengordurar o cupom com água e sabão ou com solventes não clorados.

4.6.8 Decapar o cupom em conformidade com a norma ASTM G 1.

Notas: 1) Para cupons de aço-carbono e aço baixa liga deve ser usada uma solução de
Clarke com a composição abaixo:

a) ácido clorídrico (HCl): 1 L;


b) trióxido de antimônio (Sb2O3): 20 g;
c) cloreto estanoso (SnCl2): 50 g;
d) temperatura: ambiente;
e) tempo de imersão: de 1 minuto a 25 minutos.

2) Deve ser colocado um cupom testemunha, com as mesmas dimensões e


composição química do cupom exposto durante a decapagem, para medir a
perda de massa provocada pela solução decapante. A perda de massa deve
ser adicionada à massa final do cupom exposto.

4.6.9 Caso necessário, a decapagem pode ser complementada com limpeza por ultra-som.
[Prática Recomendada]

4.6.10 Após a decapagem ácida, os cupons devem ser lavados com água corrente e em
seguida acetona, sendo posteriormente secos com ar quente.

4.6.11 Imediatamente após a limpeza, recomenda-se que os cupons sejam fotografados.


[Prática Recomendada]

4.6.12 Pesar os cupons com precisão de décimo de miligrama.

4.6.13 Analisar o cupom quanto ao mecanismo e intensidade de corrosão.

4.6.14 Se o cupom apresentar corrosão localizada, proceder avaliação conforme norma


ASTM G 46.

4.7 Cálculo da Taxa de Corrosão e Classificação

4.7.1 Após a pesagem dos cupons, a taxa de corrosão deve ser calculada de acordo com a
seguinte fórmula:

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a) corrosão uniforme:

Kx∆
taxa de corrosão =
Sxtxρ

Onde:
taxa de corrosão: - mm/ano;
K: - constante (mm/ano) - 8,76 x 104. Caso sejam utilizadas outras
unidades, devem ser usados os valores da TABELA 1;
∆M: - diferença de massa (g) antes e após exposição ao meio
corrosivo;
S: - área exposta do cupom (cm2);
t - tempo de exposição (horas);
ρ: - massa específica (para o aço-carbono = 7,86g/cm3).

TABELA 1 - VALORES DE K PARA CÁLCULO DA TAXA DE CORROSÃO

Unidade Valor de K
Milímetros por ano (mm/ano) 8,76 x 104
Micrometros por ano (µm/ano) 8,76 x 107
Grama por metro quadrado por hora (g/m2/h) 1,00 x 104
Miligramas por decímetro quadrado por dia (mdd) 2,40 x 106
Miligramas por decímetro quadrado por ano (mda) 8,76 x 108

b) corrosão por pites:

365 x Y
taxa de corrosão =
t

Onde:
taxa de corrosão: - (mm/ano);
Y: - profundidade máxima dos pites (mm);
t: - tempo de exposição (dias).

4.7.2 As taxas de corrosão para o aço-carbono podem ser classificadas conforme a


TABELA 2.

TABELA 2 - CLASSIFICAÇÃO DAS TAXAS DE CORROSÃO

Tipo Corrosão Corrosão Uniforme Taxa Pite Taxa


Intensidade mpy mm/ano mpy mm/ano
Baixa < 1,0 < 0,025 <5 < 0,127
Moderada 1,0 - 5 0,025 - 0,125 5-8 0,127 - 0,201
Severa >5 > 0,125 >8 > 0,201

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4.8 Formulário de Informações do Ponto Monitorado

Os resultados obtidos devem ser registrados em formulário contendo, no mínimo, as


seguintes informações:

a) local de instalação (fluxograma simplificado e perfil do duto ou equipamento);


b) identificação do cupom;
c) material do cupom (especificação);
d) massa inicial e final;
e) dimensões e área total;
f) período de exposição (datas de instalação e retirada);
g) tipo de corrosão;
h) taxa de corrosão (uniforme e por pite);
i) documentação fotográfica do cupom, sempre que possível;
j) fluido monitorado (caracterização química e dados de processo);
k) existência de tratamento químico;
l) ocorrências operacionais.

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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração
Todas Revisadas

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IR 1/1

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