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EXERCÍCIOS DA SEMANA 1

1. Em um texto de, no máximo, dez linhas, estabeleça uma relação entre a ideia de vulnerabilidade linguística
e a importância da comunicação em enfermagem. [3,0]

2. Como os gêneros textuais funcionam na vida social? [1,0]

3. No texto a seguir, identifique as sequências (tipos textuais) de acordo com a legenda no quadro (quando
houver). [2,0]
Narrativa: verde; Descritiva: vermelho; Expositiva: laranja; Argumentativa: azul; Injuntiva: marrom.

Por muito tempo, o objetivo principal dos profissionais de saúde era estudar a fundo as doenças e seus
sintomas para, a partir disso, oferecer o tratamento mais adequado. Tratava-se de uma abordagem focada
essencialmente em algum problema ou patologia, sem considerar o paciente.
Com o tempo, percebeu-se que, para oferecer um atendimento de saúde completo, é preciso colocar o
paciente em primeiro lugar. Assim, além de analisar a doença, os profissionais de saúde — enfermeiros,
médicos, dentistas e outros — precisam oferecer uma atenção integral a essa pessoa, enxergando-a como um
ser biopsicossocial.
O que isso significa? Que para a assistência à saúde ser realmente de qualidade, é fundamental levar em
conta a queixa do indivíduo, o que ele está sentindo, seus medos, crenças, estilo de vida e outros fatores que
vão contribuir para um cuidado mais personalizado.
Assim, o ideal é que sejam seguidas as seguintes orientações:
a. Respeite
O enfermeiro humanizado deve ser capaz de entender a si mesmo e ao outro, transformando esse
entendimento em práticas que refletem o cuidado com os princípios bioéticos da autonomia.
b. Ouça o que o outro tem a dizer
As necessidades psicológicas do paciente e da família, os desabafos, os medos e ansiedades podem ser
simplesmente ouvidas, ainda que não haja resposta.
c. Valorize a autonomia
Pesquisas revelam que, mesmo sabendo dos direitos do paciente, dificilmente o enfermeiro permite a
manifestação das vontades do doente, fazendo cumprir, assim, normas hospitalares.
O paciente tem suas próprias opiniões, crenças e valores.
d. Aja com naturalidade
É a garantia de assistência equitativa a todos os pacientes, de acordo com suas condições clínicas e sociais.
Isso não significa tratar todos os pacientes igualmente, mas levar em consideração as necessidades clínicas
e sociais de cada um.
e. Comunique-se com os pacientes
Ainda que não haja utilização de palavras, a comunicação através da expressão facial, de gestos ou da
disposição de objetos no ambiente, faz o paciente compreender a postura do profissional e até mesmo
possibilita a comunicação entre enfermeiro e doente.

• Podemos dizer que o objetivo principal desse texto é:

4. Identifique o objetivo e o tema do texto abaixo, de autoria do linguista Marcos Bagno. Em seguida, elenque
os subtópicos abordados em cada parágrafo. [4,0]

Existe uma regra de ouro da Ling uística que diz: “só existe língua se houver seres humanos que a f alem”. E o velho e
bom Aristóteles nos ensina que o ser humano “é um animal político”. Usando essas duas af irmações como os termos de
um silogismo (mais um presente que ganhamos de Aristóteles), chegamos à conclusão de que “tratar da língua é tratar de
um tema político”, já que também é tratar de seres humanos. Por isso, o leitor e a leitora não
deverão se espantar com o tom marcadamente politizado de muitas de minhas af irmações. É proposital; aliás, é inevitável.
Temos de f azer um grande esf orço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua
como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a f alam.
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à conf usão que f oi criada, no curso da história, entre língua e
gramática normativa. Nossa taref a mais urgente é desf azer essa conf usão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde
de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.
A língua é um enorme iceberg f lutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas
uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus m éritos, mas é parcial
(no sentido literal e f igurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua — af inal, a ponta
do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação autoritária, into lerante e
repressiva que impera na ideologia geradora do preconceito ling uístico.
Você sabe o que é um igapó? Na Amazônia, igapó é um trecho de mata inundada, uma grande poça de água estagnada
às margens de um rio, sobretudo depois da cheia. Parece-me uma boa imagem para a gramática normativa. Enquanto a
língua é um rio caudaloso, longo e largo, que nunca se detém em seu curso, a gramática normativa é apenas um igapó,
uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um terreno alagadiço, à margem da língua. Enquanto a água do
rio/língua, por estar em movimento, se renova incessantemente, a água do igapó/gramática normativa envelhece e só se
renovará quando vier a próxima cheia. Meu objetivo atualmente, junto com muitos outros ling uistas e pesquisadores, é
acelerar ao máximo essa próxima cheia...
Este livro traz os primeiros resultados, sempre provisórios, das ref lexões que venho f azendo sobre o tema do
preconceito linguístico. Ele reúne as principais conclusões a que cheguei, conclusões que pude compart ilhar e discutir
com as pessoas que me ouviram f alar nas diversas palestras que dei ao longo de 1998.

“A maior recompensa pelo trabalho não é o que a pessoa ganha, é o que ela se torna através
dele” – John Ruskin

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