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SOCIEDADE DE CONTROLE

Após a IIGM deixamos de ser uma sociedade disciplinar: sociedade de controle


em formação.

As instituições disciplinares estão em crise. Sempre se fala em reformas.

Surgem formas ultrarrápidas de controle ao ar livre, sem a necessidade do


confinamento. Ex: hospital dia, cuidado ao domicílio, satélites, dados de computador e
de cartões bancários. Ex: imposto de renda – já sabem quase tudo.Facebook, whatsapp,
google, etc.

Antes se ia de uma instituição a outro: controle descontínuo. Agora nunca se


termina nada, a empresa (serviço em casa), a formação (permanente, reciclagem), os
serviços.

Passa-se do nome e do número para a identificação por cifra. Da toupeira para a


serpente.A diferença é que a assinatura é produzida peloindivíduo, e o código é
produzido pelo sistema, para o indivíduo.

Empresa e suas técnicas de controlar o trabalho sem necessidade de vigilância:


salários por produção, por “mérito”, participação nos lucros.Passagem de máquinas
energéticas para a informática. Sem necessidade de tanta rigidez/moralidade dos corpos
como na produção industrial.

Marketing como controle social: não mais o homem confinado, mas o homem
endividado. Consumode bens materiais, status e estéticas.

Vigilância: total e ao ar livre ou desnecessária (salários por produção);


Sanção normalizadora: você se esforça cada vez mais para ganhar mais e pagar
suas dívidas presentes e futuras, busca por cada vez mais status. O medo de ficar sem
salário é intenso. A moralização se faz desnecessária.
Exame: avaliações contínuas e processuais.

No regime das prisões: a busca de penas "substitutivas", ao menos para a


pequena delinqüência, e a utilização de coleiras eletrônicas que obrigam o condenado a
ficar em casa em certas horas.

No regime das escolas: as formas de controle contínuo, avaliação contínua, e a


ação da formação permanente sobre a escola, o abandono correspondente de qualquer
pesquisa na Universidade, a introdução da "empresa" em todos os níveis de
escolaridade. Educação à distância.

No regime dos hospitais: a nova medicina "sem médico nem doente", que
resgata doentes potenciais e sujeitos a risco, o que de modo algum demonstra um
progresso em direção à individuação, como se diz, mas substitui o corpo individual ou
numérico pela cifra de uma matéria "dividual" a ser controlada.

No regime da empresa: as novas maneiras de tratar o dinheiro, os produtos e os


homens, que já não passam pela antiga forma-fábrica.

Cabe a nós descobrir – não sem dor – onde as alegrias do consumo (bens
materiais, status e estética) nos prende e controla.
Questões orientadoras

O Google é um modelo disciplinador? UBER?

Por que vamos trabalhar?

- Dócil e produtivo?Não mais um capitalismo de produção, mas um capitalismo


financeiro e de serviços. Necessário uso da subjetividade e criatividade, mas que dá
força bruta da produção; pseudocriticidade;

- Divisão dos espaços? Formação permanente; tratamento domiciliar; saúde da


família; prisão domiciliar; CAPS; home office; educação a distancia; assistência social;
nunca se termina nada.

- Controle das atividades? Pagamentos por remuneração; participação nos


lucros; foco nas relações e criatividade não mais na força bruta da produção; Sem
necessidade de tanta rigidez/moralidade dos corpos como na produção industrial;
propaganda Boticário;Assinatura x Senha/código.

- Vigilância?Importa menos onde seu corpo está do que a mensagem que


transmite, como e para quem; Satélites; cartões de crédito; NSA; GPS; imposto de
renda; facebook; google;minorityreport (TIA – Total “Terrorism”
InformationAwareness)

- Sansão normalizadora?Marketing como controle social: não mais o homem


confinado, mas o homem endividado. Consumo de bens materiais, status e estéticas;
necessidades de consumo cada vez maiores – status e Obsolescência programada.

- Exame? Contínuos e processuais.

- Resistência?Refletir sobre o consumo; celulares para filmar e divulgar abusos;


vírus; hacker; redes sociais para protestos.

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