Orientador:
Prof. Alonso Soler
Orientador:
Prof. Alonso Soler
O presente trabalho tem por objetivo fornecer uma lista de critérios para
apoiar a decisão quanto a priorização de projetos da Tecnologia da Informação e
Telecomunicações (TIC) a serem executados, tanto para projetos dos clientes como
projetos internos de TIC, através de uma pesquisa de cunho exploratório. Para
formar uma proposta inicial foram pesquisadas referências bibliográficas de autores
conceituados no assunto e critérios já utilizados por áreas da empresa com
experiência em priorização do portfólio de projetos, tanto em áreas de negócio como
em áreas prestadoras de serviço, onde a TIC está inserida. Posteriormente foram
entrevistadas várias pessoas das diversas áreas da empresa, que lidam com gestão
de portfólio, para validar a lista de critérios de modo a torná-la o mais consistente
possível. Esta lista de critérios servirá para que as áreas interessadas em priorizar
seus projetos, após determinarem pesos e valores para cada critério, possam
calcular a prioridade relativa de cada projeto em relação aos demais e auxilie na
identificação dos projetos que são mais importantes, direcionando assim os recursos
para projetos que estejam em consonância com os objetivos estratégicos da
empresa e agreguem maior valor para esta. A metodologia utilizada foi o Estudo de
Caso, baseada na coleta de dados através da realização de entrevistas, análise de
documentação, registros e literatura sobre o tema do autor Robert K. Yin.
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................7
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................9
2.1 CONCEITOS .........................................................................................................9
2.2 A INTEGRAÇÃO ENTRE A GOVERNANÇA DA ORGANIZAÇÃO E O
GERENCIAMENTO DO PORTFÓLIO (THE STANDARD FOR PORTFOLIO
MANAGEMENT (SECOND EDITION – PMI- 2008) ..................................................11
2.3 A IMPORTÂNCIA DOS CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO, A PRIORIZAÇÃO E O
BALANCEAMENTO ADEQUADO DOS PROJETOS QUE COMPÕE O PORTFÓLIO
..................................................................................................................................13
2.4 GRID ESTRATÉGICO.........................................................................................15
2.5 CRITÉRIOS PARA PRIORIZAÇÃO IDENTIFICADOS E SELECIONADOS NA
BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................16
3 METODOLOGIA ....................................................................................................19
3.1 EMBASAMENTO TEÓRICO ...............................................................................19
3.2 MODELO CONCEITUAL.....................................................................................20
3.3 PROCEDIMENTOS DE CAMPO.........................................................................22
3.4 ESTRATÉGIA E ESTRUTURA DAS ENTREVISTAS .........................................22
3.5 PLANO GERAL DO ESTUDO DE CASO............................................................23
4 PLANO DE ANÁLISE ............................................................................................25
4.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES E SUA
ESTRUTURA ............................................................................................................25
4.2 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES E A
ESTRATÉGIA............................................................................................................29
4.3 OS MOTIVOS DE CRIAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS DE PROJETOS DA TIC .....32
4.4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES E A GESTÃO
DE PORTFÓLIO DE PROJETOS. ............................................................................35
4.5 ENTREVISTAS E RESULTADOS.......................................................................37
4.6 ANÁLISE .............................................................................................................55
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................60
5.1 SUMÁRIO DO ESTUDO .....................................................................................60
5.2 CONCLUSÕES ...................................................................................................61
5.3 RECOMENDAÇÕES ...........................................................................................64
REFERÊNCIAS.........................................................................................................67
APÊNDICE I – ENTREVISTAS DO 1º QUESTIONÁRIO..........................................69
7
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ainda de acordo com os autores, uma questão vital para enfrentar esse
desafio é: como as corporações devem investir da forma mais efetiva seus recursos
em pesquisa e desenvolvimento para a obtenção de novos produtos? Essa é a
questão central tratada pelo gerenciamento do portfólio de projetos: Alocação de
recursos para atingir os objetivos corporativos em termos de desenvolvimento de
novos produtos e serviços.
Segundo Kerzner (2006), aquilo que uma empresa deseja fazer nem sempre
é o que ela pode fazer. Normalmente, o maior obstáculo está na disponibilidade e
qualidade dos recursos necessários. As empresas quase sempre têm inúmeros
projetos potenciais nos quais gostariam de trabalhar, porém, devido exatamente à
limitação de recursos, são obrigadas a elaborar uma escala de prioridades de
projetos.
2.1 CONCEITOS
será usada para decidir quais componentes podem ser compatibilizados com os
recursos financeiros, humanos e tecnológicos da organização, e com a sua
capacidade de assimilar as mudanças resultantes. A priorização do portfólio é um
pré-requisito para o seu balanceamento.
utilizados, entretanto, consideram que este não é o melhor método, quando utilizado
isoladamente, pois é negativamente afetado pela má qualidade dos dados,
ocasionando distorções e decisões equivocadas.
McFarlan (1984) ratifica este ponto de vista e afirma que diferentes projetos
requerem diferentes abordagens de gerenciamento. Entretanto, este autor adverte
que as companhias estudam exaustivamente os benefícios financeiros, qualidade
dos projetos, custos de implementação, prazos e competências necessárias, mas
elas raramente armazenam dados sobre riscos dos projetos. Estes riscos são
descritos como sendo atrasos no cronograma de implantação, estouro no valor
orçado, falhas técnicas e problemas com desempenho após a implantação por
ignorar a possibilidade de tais problemas.
Beneficio/custo
Taxa de Retorno
Benefícios Contribuição para o lucro
Financeiros Taxa de crescimento
Retorno sobre investimento
Payback
Contribuição para os objetivos da organização
Melhorar a vantagem competitiva
Necessidades Decisões políticas internas
Organizacionais Importância para o sucesso futuro da organização
Importância para o funcionamento da organização
Satisfação do cliente
Importância para os fatores críticos de sucesso da organização
Requisitos legais
Vantagem Competitiva
Vantagem
Requisitos dos clientes e fornecedores
Competitiva
Novos padrões da indústria
Informação requerida para o processo
Projeto simples, independente e modular
Projeto prioritário
Sub-sistema de um sistema
Tecnologia
Módulo para operações
Disponibilidade de recursos humanos com perfil
Disponibilidade da tecnologia
Riscos técnicos
Riscos estruturais
Risco
Risco de orçamento
Risco de prazo
Aceitação Política
Entendimento do projeto e cooperação do usuário final
Suporte ao
Suporte de gerentes do nível alto da empresa
usuário
De encontro aos interesses dos usuários
Suporte de gerentes de nível médio da empresa
Quadro 1 –Critérios propostos por James J. Jiang e Gary Klein
Fonte: Artigo Information System Project - Selection Criteria Variations within Strategic
Classes (c1999) traduzido pelos autores
18
Aumento de receita
Produtividade
Melhoria de processos
Vantagem competitiva
Impacto no Negócio
Satisfação dos funcionários
Satisfação dos clientes
Propriedade intelectual
Impacto de não realizar o projeto
Aumento de receita
Redução de custos
Taxa Interna de Retorno (TIR)
Valor Presente Líquido (VPL)
Benefícios Financeiros
Retorno sobre investimento (ROI)
Período de retorno (PR)
Custo
Geração de fluxo de caixa
Riscos do negócio
Riscos de tecnologia
Riscos de gerenciamento
Riscos Riscos de implementação
Riscos de aceitação do mercado
Riscos de relações públicas
Risco de imagem e marca
Competência específica
Satisfação dos funcionários
Recursos Humanos Disponibilidade de recursos
Capacidade de recursos humanos
Impacto nas condições de trabalho
Impacto no mercado
Probabilidade de sucesso
Marketing
Vida útil estimada do produto
Impacto nas linhas de produto existentes
Alinhamento de arquitetura
Capacidade de prover informações
Tecnologia Probabilidade de sucesso
Confiabilidade, disponibilidade, capacidade de
suporte
Conformidade aos padrões
Alinhamento jurídico ou
Critérios de alinhamento jurídico ou regulatório
regulatório
Quadro 2 – Critérios sugeridos pelo padrão de portfólio PMI
Fonte: The Standard for Portfolio Management (PMI, 2006), traduzido pelos autores
19
3 METODOLOGIA
Portanto,
a) Variáveis de Entrada :
Processo de priorização de portfólio de projetos.
Critérios de priorização de portfólio de projetos na literatura
corrente, e em áreas da empresa.
Documentos internos.
Entrevistas.
b) Variáveis de Saída :
Critérios de priorização mais adequados à realidade da TIC da
Petrobras.
c) Processo de Análise :
Análise e validação do material coletado e geração de proposta
para TIC da Petrobras.
Critérios recomendados
na literatura
Análise e
validação Critérios de
Critérios utilizados priorização
atualmente nas áreas do material
coletado e de projetos
escolhidas da empresa mais
geração de
proposta adequados a
para a TIC
Documentos internos
empresa
Entrevistas
O plano para o estudo de caso aqui tratado foi elaborado em etapas, a saber:
revisão bibliográfica, onde foi identificada a literatura científica existente sobre o
tema escolhido como referencial teórico; definição metodológica, onde foi definido o
tipo e método de pesquisa pertinente ao tema pesquisado, e o modelo conceitual
adotado, identificando as variáveis de entrada, processo e variáveis de saída, bem
como, o roteiro definido para aplicação da pesquisa; análise dos resultados, onde a
partir da coleta de dados, análise e interpretação foram categorizados os dados para
24
Formulação
do problema A
Coleta de Aplicação
Determinação dados Questionário
do plano de pesquisa de
pesquisa campo (dados
primários)
Elaboração
Análise e Matriz de Critérios e
dos Gráficos por tipo de
interpretação
instrumentos Projeto
de coleta de dos dados
dados
4 PLANO DE ANÁLISE
Estratégico
papel
Operacional
Políticas de Gestão
• A TIC deve evitar a proliferação de diferentes soluções para um
mesmo objetivo.
• A TIC deve ter foco permanente na melhoria da ambiência.
• A TIC deve seguir padrões de qualidade do mercado para
gerenciamento de níveis de serviço e otimização de recursos de infra-
estrutura.
• A prestação de contas aos clientes da TIC deve ser feita através
de um processo simples, claro e objetivo.
• Os processos de compra e contratação da TIC que envolvam
economia de escala devem ser padronizados e negociados de forma única.
• A TIC deve buscar as fontes mais adequadas no provimento de
produtos e serviços (“sourcing”), com contratação de serviços, consolidação
de contratos, regionalização de fornecimento e foco nas atividades mais
valiosas para a Companhia.
• As áreas e unidades de negócio devem participar do
estabelecimento de metas para o sistema de conseqüências da TIC.
28
Políticas de Serviços
• No processo Implementar Soluções a TIC deve priorizar
soluções existentes no mercado.
• A TIC deve minimizar a “customização” de pacotes adquiridos no
mercado.
• A TIC deve avaliar sistematicamente a opção de terceirização
(“outsourcing”) para as atividades operacionais.
• Os serviços de TIC devem ser regularmente acompanhados,
avaliados e comparados com referenciais de excelência (benchmarking) do
mercado.
• As operações da TIC devem ser realizadas visando os ganhos
de escala, a eficiência e os níveis de serviço acordados.
• A infra-estrutura da TIC deve ser provida de forma segura, e
compatível com a arquitetura tecnológica padrão.
Políticas de Agilidade
29
Neste trabalho vamos gerar uma lista de critérios de priorização que possa
servir de base para que as áreas considerem na hora de criar ou rever seu processo
36
de gestão do portfólio. A TIC teve como estratégia inicial concentrar seus esforços
na Gestão do Portfólio de Projetos (item 4 da figura 8) definindo metodologia única
de gerenciamento de projetos com indicadores para o acompanhamento do portfólio
de projetos e somente em 2008 começou a dar maior foco ao processo de Definição
e Gestão de Portfólio de Projetos (item 3 da figura 8) a ser utilizado pelas áreas da
TIC para projetos internos e para apoiar o cliente na avaliação de suas
necessidades.
projeto que verifica o desvio entre o plano de projeto e sua execução e explicita a
dificuldade que está encontrando em recuperar o andamento do projeto, solicita
então uma reunião com o gerente responsável pela área para buscar apoio. Os
principais pontos que disparam o sinal de alerta são o prazo e custo estimados do
projeto, que são as referências mais concretas para o cliente.
1 - Sem importância
2 - Importância Baixa
3 - Importância Média
4 - Importância Alta
5 - Importância Muito Alta
Com base nesta escala, cada respondente indicou o grau de importância para
cada critério por quadrante do Grid Estratégico e teve a oportunidade de fazer
comentários sobre o texto de descrição dos critérios, incluir critério(s) que não
estivesse(m) representado(s) na tabela apresentada no questionário e fazer algum
outro comentário ou sugestão que julgasse que poderia agregar no trabalho.
Tivemos oito questionários respondidos com uma nota para cada critério/sub-
critério para cada quadrante do Grid Estratégico. Criamos uma tabela para cada
critério/sub-critério (21 tabelas no total) com sua respectiva definição e as notas
dadas pelos respondentes com a média aritmética das notas na última linha. Em
cada linha foi colocada a nota dada por um dos oito respondentes. O grupo definiu
que um critério/sub-critério com média aritmética inferior a 3, conforme sugestão do
nosso orientador, seria retirado da tabela; e, sugestões de novos critério/sub-critério
e outras observações seriam avaliadas pelo grupo com possibilidade de aplicação
na árvore de critérios proposta. Abaixo apresentamos o resultado da pesquisa e a
análise feita:
4 4 3 2
Média: 4,13 4,88 3,63 2,63
Fonte: Dos autores
3 5 3 3
4 4 4 5
5 4 4 2
Média: 4,13 3,88 3,13 2,38
Fonte: Dos autores
O sub-critério Risco cultural do critério Risco teve nota menor que 3 nos
quadrantes Produtividade e Continuidade e será retirado destes dois quadrantes.
49
O sub-critério Prazo estimado do critério Risco teve nota menor que 3 nos
quadrantes Inovação e Continuidade e será retirado destes dois quadrantes.
Outras considerações:
4.6 ANÁLISE
Inovação
Estratégico
Produtividade
Continuidade
Critério Sub-Critério Definição
Inovação
Estratégico
Produtividade
Continuidade
Critério Sub-Critério Definição
Inovação
Estratégico
Produtividade
Continuidade
Critério Sub-Critério Definição
Vale ressaltar que as partes do quadro acima que estão preenchidas com
cinza foram critérios retirados da tabela proposta, somente as partes em branco
fazem parte da proposta.
58
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.2 CONCLUSÕES
A TIC não poderá deixar de assumir projetos de risco elevado, pois poderá
perder um nicho de mercado e deixá-lo livre para a concorrência.
5.3 RECOMENDAÇÕES
Que seja feita a análise dos riscos envolvidos nos projetos com bastante
atenção e por profissionais treinados para tal.
se tenha uma base de critérios que reflita na melhoria das necessidades das partes
envolvidas. Dessa forma, fica facilitada uma visão estratégica tanto do negócio como
da TI, de forma a analisar e avaliar os ganhos na produtividade e na competitividade
dos negócios oriundos de maior eficácia no uso da TI, em alinhamento com a
operação e a estratégia da empresa. Contudo, ainda persiste a necessidade de
eficiência na operação da TI, bem como a importância da capacitação técnica nos
processos de gestão de projetos de TI (Carvalho et al., 2003; Laurindo et al., 2002).
REFERÊNCIAS
JIANG, J.; KLEIN, Gary. Information system project election criteria variation within
strategic classes. IEEE Transactions on Engineering Management, New York, v.
46, n. 2, p. 171 – 176, May 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
68
VERZUH, E. The fast forward MBA in project management. New York: John Wiley
& Sons, 1999.
7. Você acha que os critérios utilizados na sua área poderiam ser utilizados em
outras áreas da sua empresa? Por quê?
Resp: Sim porque temos critérios de alinhamento estratégico, financeiro e de
risco que serviriam para todas as áreas da empresa.
8. Você acha que a ordem de priorização dos projetos deve ser seguida sem
alteração ou esta ordem deve ser avaliada por um comitê gerencial, e
possivelmente alterada após análise?
Resp: Eu acho que a ordem de priorização do portfólio pode ser alterada de
acordo com a sensibilidade gerencial com as respectivas justificativas.
priorização dos projetos e seu maior controle esta área está conseguindo
aumentar o percentual da pergunta 4.
7. Você acha que os critérios utilizados na sua área poderiam ser utilizados em
outras áreas da sua empresa? Por quê?
Resp: Acredito que sim para projetos internos da área.
8. Você acha que a ordem de priorização dos projetos deve ser seguida sem
alteração ou esta ordem deve ser avaliada por um comitê gerencial, e
possivelmente alterada após análise?
Resp: Como esta área tem muitos clientes, a priorização dos projetos pode
ser alterada por um comitê gerencial para atender demandas não planejadas
pelos clientes.
Resp: Não.
7. Você acha que os critérios utilizados na sua área poderiam ser utilizados em
outras áreas da sua empresa? Por quê?
Resp: Sim, os nossos critérios refletem o Balanced Score Card da área.
8. Você acha que a ordem de priorização dos projetos deve ser seguida sem
alteração ou esta ordem deve ser avaliada por um comitê gerencial, e
possivelmente alterada após análise?
Resp: Dentro do possível esta priorização deve ser obedecida, pois nossos
projetos, em geral, são longos e alterações podem gerar grandes impactos na
área.
7. Você acha que os critérios utilizados na sua área poderiam ser utilizados em
outras áreas da sua empresa? Por quê?
Resp: Alguns critérios poderiam ser utilizados em outras áreas e outros são
bastante específicos da área.
8. Você acha que a ordem de priorização dos projetos deve ser seguida sem
alteração ou esta ordem deve ser avaliada por um comitê gerencial, e
possivelmente alterada após análise?
Resp: Em geral a ordem deve ser seguida até a próxima revisão.