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*Fr-.

ALINE TRIGUEIRO

ASSESSORIA JURiDICA

EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FÕIRUM REGIONAL DE


CAMPO GRANDE — COMARCA DA CAPITALJRJ

KARLA CRISTINA RAMOS DA SILVA ABRAHÃO, brasileira, casada, cabelereira,


portador da cédula de identidade n° 09.800.188-6 expedida pelo DIC e do CPF n°
093.202.987-69 nascido (a) 20/09/1975, residente e domiciliado (a) na Rua Brejinho, s/n°,
sobrado, lote 26, quadra 105 — Cosmos — Rio de Janeiro — RJ, Cep.: 23.062-410, por sua
procuradora, legalmente constituída, onde, em atendimento ao art. 39, I do CPC, indica o
• endereço do seu escritório sito à Estrada Rio-São Paulo, 283, sala 102- Campo Grande — Rio de
Janeiro — RJ, Cep.: 23.087-005, aonde receberá as intimações necessárias, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa. interpor a presente

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL POR PUBLICIDADE ENGANOSA


dc Obrigação de Fazer dc Danos Morais

em face de 01 - tELEMAR NORTE LESTE S/A, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o n° 33.000.118/0001-79 e com Inscrição Estadual n° 81.680.469, com
sede à Rua General Polidoro 99 — 4° andar — Rio de Janeiro — CEP 22280-001, na pessoa
de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor

ESTRADA RIO SÃO PAULO. 283, SALA 102, CAMPO GRANDE Rio DEJANtmo/RJ— CEP. 23.087-005
TELEFONE (2 30G70337/77083633 atriatieiro.adv(2 bolce/n.1w
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DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, requer a autora a V. Exa., a concessão de GRATUIDADE JUDICÁRIA,


pois afirma, nos termos do art. 4° da Lei n° 1.060/50 e modificações introduzidas pela Lei n°
7.510/86, não ter condições de amar com ônus do processo, sem prejuízo para o seu
sustento e de sua família, juntando para tanto declaração de hipossuficiência e
comprovantes de rendimentos.
Corroborando o alegado informa que trabalha com cabelereira autônoma, auferindo
renda de aproximadamente R$ 1.600,00 (Hum Mil e Seiscentos Reais), não possuindo
CONTRACHEQUE, junta com o presente declaração de rendimentos. Por derradeiro, informa
ainda que nunca declarou IRPF por ser isenta, conforme declarações anexas.

DOS FATOS:

A autora é cliente da ré, através da linha telefônica pré-paga n° 88040472. Todos os


anos participa da promoção realizada pela ré, chamada "Sorte na Palma da Mão", e neste ano
se inscreveu para a promoção; "Sorte na Palma da Mão — Te leva para o Rock In Rio.", também
veiculada pela ré, conforme cópia anexa.
A autora, seguindo as orientações da ré, enviou um SMS com a palavra "SORTE" para
realizar o cadastro. E recebeu por SMS a resposta de já estar participando da promoção,


inclusive com o número da sorte.
Com o passar dos dias a autora recebia diversos torpedos, chamados de QUIZ,
corroborando a participação da autora na promoção veiculada pela ré.
Em 21/0612013 por volta das 08:22hs, recebeu um SMS da ré, informado que a autora
havia sido premiada nesta promoção, informando ainda que era a 5a ganhadora do prêmio de R$
100.000,00 (Cem Mil Reais), requerendo que a mesma entrasse em contato com a operadora
através do número (85) 84012194, juntamente com a senha 119988.
Muitíssimo feliz a autora imediatamente entrou em contato com o número informado,
sendo certo que foi atendida pelo preposto da ré, Flávio Melo, que se identificou como gerente
geral de promoções da ré, e solicitou que a autora informasse seus dados bancádos e após
aguardasse novas instruções, a autora assim o fez.
Aguardando, ansiosamente, novo contato, e por este não acontecer à autora entrou em
contato com o número do SAC da ré, *144, sendo atendida pela Sra Juliana, e após relatar que

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fora premiada, requereu explicações sobre a demora da ré em retomar a ligação, e foi informada
pela preposta da ré, que deveria então aguardar, posto que são muitos ganhadores e os
contatos são feitos gradativamente.
No dia seguinte, 22/06/2013, no inicio da manhã, a autora resolveu ligar novamente para
o número que a ré enviou por SMS, e mais uma vez conseguiu contato, sendo informada pela ré
que houve uma tentativa de premiá-la, porém a conta informada não autorizou o depósito
integral, requerendo que a autora fosse a um caixa eletrônico se certificar do valor depositado.
Ato continuo, a autora dirigiu-se a um caixa eletrônico próximo a sua residência e pode
constatar que fora efetuado dois depósitos no valor de R$ 20.000,00, totalizando a quantia de R$
40.000,00 (Quarenta Mil Reais), conforme faz prova o documento anexo. Nesse interim, a autora

• recebeu nova ligação da ré, informando que a autora deveria providenciar outra conta para que
fosse efetuado o restante do depósito. E assim a autora o fez, informou a conta de seu irmão
André Luiz Ramos da Silva, onde foi realizado um depósito de R$ 15.000,00 (Quinze Mil Reais).
Sendo certo que o preposto da ré, informou que a autora deveria fazer um depósito no
valor de R$ 400,00 (Quatrocentos Reais); para que a conta liberasse o restante do depósito em
favor da autora, conforme cópia anexa, em nome de Juliana Silva Vieira — junto a Caixa
Econômica Federal, agência 1047 Conta n° 013 00017269-4, informando ainda tratar-se da
canta da gerente do Banco Central.
Após a autora ter efetuado o depósito, os prepostos da ré, ficaram de retomar a ligação,
mas diante da demora em dar uma resposta, no dia 24/0612013, por volta das 15:59hs, a autora
entrou mais uma vez em contato com a ré, atendente Jéssica, protocolo n° 20131101455989, e
informou-lhe todo o ocorrido, momento em que foi informada que tratava-se de uma fraude, pois

os ganhadores não são comunicados por SMS.
Atônita, aborrecida e sentindo-se humilhada, a autora informou a preposta da ré que não
poderia ser fraude uma vez que já havia entrado em contato e certificou-se, e ademais todos os
trâmites da promoção são feitos via SMS, porque o comunicado de ganhador seria diferente???
Porque isto não é informado nas propagandas de televisão e/ou lojas 79792
Não obstante a isso a autora dirigiu-se à delegacia, para registrar estra ocorrência em
face da ré, R.O. n°035-09726/2013. Cópia anexa.
Importante informar que as ligações continuaram, e que todas as informações
repassadas pelos preposto da ré conferem com os dados da promoção e com as lojas onde a ré
está localizada. (CD anexo).

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ESTRADA RIO SÃO PAULO, 283, SALA 102, CAXIPO GRANDE RIO DE JANEIRO/RI— CEP. 23.087-005
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Todas as ligações partiram do endereço da ré, qual seja, Avenida Borges de Mello,
1.677 — Fátima — Fortaleza/CE, o que corrobora ter sido a ré a responsável pelo dano causado à
autora.
Em consulta à intemet a autora pode perceber que a ré usa de má fé para com seus
consumidores, tendo em vista inúmeras reclamações acerca da publicidade enganosa, e
promessas infundadas e não cumpridas, conforme faz prova as reportagens anexas. E que não
somente a autora, mas milhares de pessoas são atraídas e acabam por ceder às crueldades
impostas pela ré.
Nota-se que a atuar da Ré configura-se em falha na prestação do serviço.
Como pode ver pelo relato dos fatos Excelência, a AUTORA foi levada ao extremo, visto
que necessitou ter que entrar em contato com a ré por diversas vezes, deixar seus afazeres, e
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perceber que fora ludibriada pelas promessas infundadas da ré, atrapalhando os seus
compromissos, lhe gerando transtornos, angústia, estresse constante e abalo de ordem moral,
sem falar na expectativa de ser contemplada na promoção, o que não ocorreu até hoje.
Não pairam dúvidas de que à luz do CDC, nas relações entre fornecedores e
consumidores a prestação do serviço há de ser adequada, eficiente e segura, criando à parte
mais vulnerável uma expectativa de uma relação pautada na mais profunda transparência,
lealdade e boa-fé.
Nesse diapasão, a partir da publicidade enviada para o celular da AUTORA, a RÉ
deveria ter diligenciado para que tal episódio não ocorresse, deveria ter informado precisamente
as condições em se daria a premiação, evitando assim a via judicial. No entanto, a RÉ quedou-
se inerte.
As perdas e danos se deram por culpa exclusiva da RÉ, uma vez que houve falha na
prestação do serviço, agindo de forma imprudente e desrespeitosa ao consumidor, em flagrante
desrespeito às mais elementares regras da Lei Consumerista.
Pela simples leitura do art. 37, CDC, entende-se que é vedada toda publicidade
enganosa e abusiva, e no seu §3° se enquadra a atitude nefasta da ré, uma vez que por
omissão, deixou de informar à autora um dado essencial: Para cientificar o ganhador do prémio,
não envia SMS, apesar de todo o trâmite para participar da promoção ser desta forma. Um
absurdo!
A publicidade obriga o fomecedor de serviço e integra o contrato, tal como estipula a
regra do art. 30 do CDC.

ESTRADA RIO SÃO PAULO, 283. SALA 102. CAMPO GRANDE RIO DEJANEIRO/RJ —CEP. 23.087-005
TELEFONE (21) 30670337/77083633 E-MMT ntriczueiro advebol.com br
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Cristalina é que na dicção do Art. 14 do CDC, a responsabilidade da RÉ é objetiva,


devendo portanto ressarcir o dano moral percebido pela AUTORA, tendo-se como parâmetro as
condições das partes, o grau de culpa e a repercussão do dano, sem perder de vista o caráter
didático das perdas e danos impostas como forma de desestimular a reiteração do ato danoso.
O valor fixado também não deve deixar de observar a extensão temporal do sofrimento.

DO DIREITO

A Autora sofreu inescusável DANO MORAL, em virtude de ato ilícito provocado pela
empresa Ré, que, sequer seu deu ao trabalho de informar à autora um dado essencial e após ter
criado o problema, nada fez para tentar resolver; lastimável!

Ademais, a prática do ato ilícito mencionado é repudiada pela Constituição Federal, pela
Jurisprudência e pela Doutrina, e ainda pelo Código Civil que em seu artigo 186, sendo garantido
o direito de reparação do dano, ainda que, exclusivamente moral. É o que versa a lei:

"Artigo 186: Aquele que, por ação ou


omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito." (grifo
nosso).

Ainda sob a égide da lei civil, remete-se o julgador ao artigo 927, fazendo manifesta a
• obrigação de indenizar a parte lesada.

Segundo J.M. de Carvalho Santos, in Código Civil Brasileiro Interpretado, ed. Freitas
Bastos, 1972, pag 315:

"Em sentido restrito, ato ilícito é todo


fato que, não sendo fundado em direito, cause
dano a outrem". (grifo nosso).

Carvalho de Mendonça, in Doutrina e Prática das Obrigações, vol. 2, n. 739, ensina


quais os efeitos do ato ilícito:

ESTRADA RIO SÃO PAULO. 283. SMA 102. CAMPO GRANDE RIO DE JANEIRO/Rj — CEP. 23.087-005
Tri FFONF. (2 1) 30670337/77083(7,33 E-NIAu .. atrigueiro advrallo I com br
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"o principal é sujeitar seu autor à


reparação do dano. Claramente isso preceitua
este art. 186 do Código Civil, que encontra
apoio num dos princípios fundamentais da
equidade e ordem social, qual a que proíbe
ofender o direito de outrem - neminem laedere".
(grifo nosso).

Maria Helena Diniz, in Curso de Direito Civil, vol. 7, ed. Saraiva, 1984, diz:

"...o comportamento do agente será


reprovado ou censurado, quando, ante
circunstâncias concretas do caso, se entende
que ele poderia ou deveria ter agido de modo
diferente" (grifo nosso).

O pedido fundamenta-se nos artigos 5°, V e X da Constituição Federal e 6°, VI do Código


de Defesa do Consumidor, face aos Danos Morais sofridos. E ainda artigos 273, I e parágrafo 3°
do CPC e Enunciado14.4.2.2 da Consolidação dos Enunciados Cíveis.

A respeito do assunto, aplaudimos a lição doutrinária de Carlos Alberto Biliar, sendo o


que se extrai da obra "Reparação Civil por Danos Morais", 2 ed., São Paulo-RJ, 1994, pág. 130:

"Na prática, cumpre demonstrar-se que


pelo estado da pessoa, ou por desequilíbrio, em
sua situação jurídica, moral, econômica,
emocional ou outras, suportou ela
consequências negativas, advindas do fato
lesivo. A experiência tem mostrado, na realidade
tática, que certos fenômenos atingem a
personalidade humana, lesando os aspectos
referidos, de sorte que a questão se reduz, no
fundo, a simples prova do fato lesivo.
Realmente, não se cogita, em verdade, pela

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ESTRADA RIO Sdko PAULO, 283, SALA 102, CAMPO GRANDE Rio DE JANEmo/R1— CEP. 23.087-005
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melhor técnica, em prova de dó, ou aflição ou


de constrangimento, porque são fenômenos
insitos na alma humana como reações naturais
a agressões do meio social. Dispensam, pois,
comprovação, bastando, no caso -concreto, a
demonstração do resultado lesivo e a conexão
com o fato causador, para responsabilização do
agente".

Ocorre que tais princípios foram vulnerados pelo vexatório procedimento da Ré.

Enfim, quando se trata de reparação de dano moral como no caso em tela, nada obsta a
ressaltar o fato de ser este tema pacífico e consonante tanto sob o prisma legal, quanto sob o
prisma doutrinário. Por conseguinte, mera relação de causa e efeito seria falar-se em
pacificidade jutisprudencial. Faz-se patente, a fartura de decisões brilhantes em consonância
com o pedido da parte Autora, proferidas pelos mais ilustres órgãos julgadores em esfera
nacional.

Nesse diapasão é o entendimento do nosso tribunal, senão vejamos:

0020639-17.20122.19.0001 - APELACAO la Ementa


DES. TERESA CASTRO NEVES - Julgamento: 06/06/2013 - SEXTA CAMARA
CIVEL APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C DECLARATORIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E INDENIZATOFtIA.
UNHA TELEFÔNICA COM ACESSO À INTERNET. SERVIÇO OI VELOX DE
INTERNET CONTRATADO E NÃO DISPONIBILIZADO POR INVIABILIDADE
TÉCNICA. COBRANÇA INDEVIDA. AUTOR VÍTIMA
DE PUBLICIDADE ENGANOSA. DANO MORAL 1- Relação de consumo. 2- A
Ré, na condição de fornecedora de serviço, responde objetivamente pelos fatos
e vícios resultantes do empreendimento, independentemente de culpa, só
podendo se eximir desta nos casos estritos do art. 14, § 3 0 do CDC. 3- Teoria
do Risco do Empreendimento. 4- Autor afirma que contratou nova linha
telefônica, pois lhe foi garantido plano que incluía acesso à internet - OI VELOX.
5- Consumidor afirma que, após a instalação da linha telefônica, o preposto da
Ré informou que não havia viabilidade técnica para disponibilização do serviço.
6- O folder acostado aos autos pela própria concessionária não fornece as
Informações sobre as condições do negócio, tudo formatado de maneira a
induzir o consumidor mediano a erro, evidenciando publicidade enganosa. 7-
A Ré fez uso da publicidade enganosa por omissão (§ 30 do art. 37, do
CDC), valendo-se da vulnerabilidade do consumidor, faltando com o dever de
informar dado essencial do serviço oferecido, qual seja, a viabilidade de técnica.
8- Afronta aos arts. 37 § 3 0 , 39, IV e 51, XV todos do CoDeCon. 9- É licito
estimular o consumo de bens e serviços através da publicidade, porém esta
deve pautar-se pelos princípios do CDC, principalmente o da boa-fé. 10Violação
dos princípios da Transparência, Boa-fé Objetiva e Informação, do direito de dar
ao consumidor conhecimento prévio e o verdadeiro conteúdo do contrato, na
forma dos artigos 4° III, e 6 0, III do CDC. 11- A concessionária não deveria
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oferecer serviços sem antes se certificar da possibilidade de instalação do
serviço no imóvel do Autor. 12- Evidentemente que o fato causou desgaste
físico, psicológico e a frustração de que foi vítima, por não poder usufruir do
serviço que acreditava ter adquirido circunstâncias que não constituem mero
aborrecimento, suficiente para ensejar o dever de indenizar, nos temos do art.
60, inciso VI do C.D.C. 13- Dano moral caracterizado. 14- Quantum
indenizatório de R$5.000,00 (cinco mil reais) que deve ser mantido, pois atende
aos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e de acordo com casos
semelhantes. 15- NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO RECURSO, na forma do art.
557, caput do CPC. INTEIRO TEOR Decisão
Monocratica - Data de Julgamento: 06/06/2013

0273323-66.2011.8.19.0001 - APELACAO ia
Ementa
DES. TERESA CASTRO NEVES- Julgamento: 08/05/2013 - SEXTA CAMARA
CIVEL APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONSUMIDOR. "PLANO OI À
VONTADE". PUBLICIDADE ENGANOSA POR OMISSÃO. ARTIGO 37, §§ 1 0 E
30 DO CDC. FALHA NO DEVER DE INFORMAÇÃO. OCORRÊNCIA. LEGMMIDADE
SUBSIDIÁRIA DO MINISTÉRIO PUBLICO PARA REQUERER LIQUIDAÇÃO
COLETIV, FIXAÇÃO DE DANO GLOBAL E REVERSÃO AO FUNDO, DIREITOS
INDIVIDUAIS HOMOGÊNIOS. CONSUMIDOR LESADO DEVE PRIMEIRO
LEGMMIDADO A LIQUIDAR OS DANOS SOFRIDOS. FLUID RECOVERY. 1-0s
princípios da transparência e da vulnerabilidade, entre outros, norteiam as
diretrizes básicas do C.D.C. O direito à informação é, dentre os direitos básicos
do consumidor, um dos mais importantes, e gera para o fornecedor este dever,
decorrente do Princípio da Boa-Fé Objetiva e que se manifesta na lealdade,
cooperação, transparência, correção, probidade e confiança que deve existir nas
relações se consumo. 2- É cristalino que a apelada fez uso
de publicidade enganosa por omissão (§30 do art. 37, do CDC), valendo-se
da vulnerabilidade do consumidor, faltando com o dever de informar dado
essencial do serviço oferecido, qual seja a restrição de ligações dos bónus para
celular apenas da 0i, induzindo o consumidor a erro e falsa expectativa de
adquirir um plano sem se preocupar com a conta ao final, já que dispõe de mais
10.000 minutos para falar. 3- É licito estimular o consumo de bens e serviços
através da publicidade, porém esta deve pautar-se pelos princípios básicos do
Código de Defesa do Consumidor, principalmente o da boa-fé. Ainda que em sua
fase pré-contratual, a relação de consumo deve guiar-se pela lealdade e pelo
respeito entre fornecedor de serviço e ou produto e consumidor. 4- A conduta
da apelada violou os princípios Transparência, Boa-Fé objetiva e Informação,
que regem as relações de consumo, o direito básico de dar ao consumidor a
informação correta e essencial do serviço, nos termos dos artigos 4 0 , III e 6 0,
III e IV ambos do CDC. Ao induzir o consumidor a erro, surge para o fornecedor
a obrigação de Indenizar os danos materiais e morais, nos temos do art. 6 0,
inciso VI do C.D.C. 5- A publicidade obriga o fornecedor de serviço e Integra o
contrato, tal como estipula a regra do art. 30 do CDC. 6- Os consumidores que
contrataram o plano fazem jus à indenização por dano material, mas como se
trata de reparação de danos diferenciados, a reparação deverá ser requerida
individualmente, através de ação própria. Igualmente, cada consumidor lesado
deverá demonstrar, em ação própria, o constrangimento de ordem moral
sofrido, em razão da conduta da apelada. Precedentes desta Corte e do Si]. 7
Legitimidade subsidiária dos legitimados do art. 82 do CDC para requerer a
execução coletiva, fixação global do dano e reversão ao Fundo previsto no art.
13 da Lei no 7.347/86. Necessidade de espera de um ano para os consumidores
detentores dos direitos individuais homogêneos virem a juízo liquidar seus
danos. Fluid Recovery. Reforma da sentença. PROVIMENTO PARCIAL DO
RECURSO. INTEIRO TEOR Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento:
08/05/2013

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DO NEXO CAUSAL:

Há nexo causal entre o fato e o dano, na medida em que o


fomecedor presta o serviço e o consumidor cumpre com as suas obrigações, e sem justa causa,
a RÉ, inadvertida, queda-se inerte na resolução de um problema por ela causado, quando a lei é
clara no que tange às relações entre fornecedores e consumidores, devendo essa relação ser
pautada na transparência, lealdade e boa-fé, cristalina é a falha na prestação de serviço do caso
em tela.

DO PEDIDO:

Ex positis, requer-se a Vossa Excelência se digne a:

1. DEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA;


2. CITAR A RÉ para que, querendo, responda aos termos da presente ação, sendo
certo que, não os respondendo, reputar-se-ão verdadeiros todos os fatos
alegados pela parte Autora, onde poderá o juiz na forma do inciso II, artigo 330
do Código de Processo Civil, julgar antecipadamente o mérito;
3. Deferir a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, nos termos do inciso VIII, artigo 6°
da lei 8.078/90; compelindo a ré a demonstrar que informou à autora, de forma
cabal, sobre todo o trâmite da promoção;
4. A CONDENAÇÃO da Ré em REPARAÇÃO POR DANO MATERIAL, na
DEVOLUÇÃO do valor depositado indevidamente, de R$ 400,00
(Quatrocentos Reais), corrigido e atualizado monetariamente, desde a data
do desembolso, 22/06/2013, sob pena de não o fazendo incorrer em multa
diária de R$ 500,00 (quinhentos reais) pelo descumprimento da ordem
judicial;;
5. CONDENAR A RÉ, na forma do art. 6°, VI do CDC, bem como do art. 5, X, da
CRFB, a pagar à Autora justa indenização pelos danos morais a que vem sendo
submetido, a ser fixada em quantia única, em dinheiro, nunca inferior a quarenta
salários mínimos, suficiente para, além de proporcionar à Autora "um bem estar
psíquico compensatório pelo amargor da ofensa", "... representar uma punição
para o infrator, capaz de desestimulá-lo a reincidir na prática do ato ilícito" (cf.

Rio SÀO PAULO. 283. SALA 102, CAMPO GRANDE Rio DE JANEIRO/RJ - CEP. 23.087-005
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AC n°2002.001.21022, TJ-RJ, 2° Câmara Mel, Rel. Des. SERGIO CAVALIERI


FILHO, j. em 06/11/2002).

Protesta a parte Autora provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidas, em especial, prova documental superveniente e suplementar,
depoimento pessoal, do representante legal da Ré, que desde já o requer, e as que mais se
fizerem necessárias.

Dá-se à causa o valor de R$ 27.520,00 (Vinte e Sete Mil,


110 Quinhentos e Vinte Reais).

Nestes termos
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2013.

• Aline Trigu iro do Rosano


OAB J 142.544

ESTRADA RIO SÃO PAULO. 283, SALA 102, CAMPO GRANDE RIO DE JANEIRO/RJ — CEP. 23,087-005
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