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UCAM - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

GÉSSICA BRUM SOARES

JOGOS MATEMÁTICOS: UM RECURSO PARA APRENDIZAGEM DA


MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

MATELÂNDIA – PR

2015
UCAM - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

GÉSSICA BRUM SOARES

JOGOS MATEMÁTICOS: UM RECURSO PARA APRENDIZAGEM DA


MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Artigo Científico Apresentado à Universidade de


Cândido Mendes – UCAM, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista em
Educação do Campo.

MATELÂNDIA – PR

2015
JOGOS MATEMÁTICOS: UM RECURSO PARA APRENDIZAGEM DA
MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Este artigo apresenta uma reflexão sobre a utilização dos jogos matemáticos como método de ensino
que além de proporcionar laser e prazer leva a criança ao desenvolvimento de conceitos matemáticos
na educação do campo. A importância dos jogos, brincadeiras e desafios como metodologias de
ensino nas aulas de matemática e, que assim necessitam para poder jogá-los da utilização de
conhecimentos matemáticos. Nesse tipo de ensino de educação do campo, saímos um pouco das
concepções tradicionais que priorizam o mero repasse de conteúdos. O papel pedagógico do
jogar/brincar nas práticas educativas não pode ser considerado apenas um simples divertimento, mas
uma forma alegre de aprender, dando mais atenção às tarefas escolares. Na educação do campo, a
educação matemática é desafiada, tendo como recurso a utilização desses jogos pedagógicos.
Desta forma quando bem desenvolvidos e preparados os jogos, as brincadeiras e os desafios, são
um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento e o aprendizado matemático. Está
sendo proposta nesse artigo a diversidade de jogos que fazem com que a pessoa, aprimore seus
conhecimentos e aprenda a matemática de um jeito divertido e competitivo.

Palavras-chave: jogos matemáticos; raciocínio rápido; educação do campo;

Introdução
Há vários recursos que podem ser utilizados pelo professor para que a aprendizagem
ocorra com bons resultados. Um dos recursos para ensinar a matemática em sala de aula é a
utilização de jogos que são citados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), como
uma proposta de trabalho que favorece a criatividade na elaboração de estratégias de
resoluções e busca de soluções, para as mais diversas situações que o aluno venha a encontrar,
num aprender brincando. Ensinar por meio de jogos é um caminho para desenvolver mais
interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo assim competir com igualdade com
inúmeros recursos que os alunos têm fora da escola.
O aluno deve estar sempre motivado e estimulado para o pensamento independente
nas atividades sendo sujeito na construção do seu próprio saber, desenvolvendo assim seu
raciocínio lógico-dedutivo e a autoconfiança. Durante a pré-escola ou em idade escolar, as
habilidades conceituais da criança são ampliadas a partir do brinquedo, do jogo, e, portanto,
do uso da imaginação, segundo (VYGOTSKY, 1991 apud GRANDO, 2000),
Através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera cognitivista sendo livre
para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo estimula a curiosidade e a
autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da
concentração e da atenção. Cabe ao educador ter a consciência, quando ao montar as
atividades, que serão passadas aos alunos, que quando se refere à construção do saber, não se
pode prender-se apenas ao conhecimento matemático, mas também aos aspectos sociais,
morais e éticos envolvidos nos jogos, pois além de trabalhar em grupo ouvindo e dando
opiniões aprende-se a ganhar sem ludibriar as jogadas, respeitando o perdedor, pois o que foi
aprendido é mais importante que a vitória.
Quando usar os recursos dos jogos nas aulas de matemática a postura do educador
deve mudar, pois passará de comunicador do conhecimento para, organizador, mediador,
interventor e incentivador da aprendizagem no processo de construção do saber do aluno. Os
jogos devem ser utilizados como facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios que os
alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos e não como instrumentos
recreativos meramente para brincar. Borin, 1996, pg. 9.
“Outr
o motivo para a introdução de jogos nas aulas de
matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios
apresentados por muitos de nossos alunos que
temem a matemática e sentem-se incapacitados
para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde
é impossível uma atitude passiva e a motivação é
grande, notamos que, ao mesmo tempo em que
estes alunos falam Matemática, apresentam
também um melhor desempenho e atitudes mais
positivas frente aos seus processos de
aprendizagem.”

Pensar na atividade como jogos como uma metodologia, ou, mesmo, uma teoria
recentemente discutida, é um grande equívoco. Platão já acreditava na ação dos jogos,
educacionais ao ensinar seus “discípulos”, através de jogos com palavras ou jogos lógicos. Os
Jogos Matemáticos são, ao mesmo tempo, estratégias e recursos que se expressam como uma
forma lúdica de resgatar aspectos do pensamento matemático, pois ajudam na construção do
pensamento lógico-matemático e espacial; trabalham o raciocínio lógico, a estimativa, o
cálculo mental, hipóteses e conjecturas, desenvolvendo o pensamento científico; baseiam-se
no processo de construção de conceitos, através de situações que estimulem a curiosidade
matemática por parte do educando.
Segundo (Piaget, 1961 apud Almeida, 2013), “as crianças aprendem quando entra
em contato com os objetos disponíveis a ela, onde a criança constrói de forma ativa seu
conhecimento”. Na educação do campo, a ação está ligada a uma necessidade, a um estimulo
adequado a sua realidade, pois os interesses dos alunos dependem a cada momento de suas
noções adquiridas, das suas disposições afetivas acerca de seus pré- conceitos até então
construídos.

Desenvolvimento
Segundo Malba Tahan, 1968, “para que os jogos produzam os efeitos desejados é
preciso que sejam de certa forma, dirigidos pelos educadores”. O professor deve conhecer
bem o jogo a ser aplicado avaliando o grau de dificuldade e o desafio que ele gerará e se este
levará ou não a compreensão e o desenvolvimento do raciocínio, pois um bom jogo não é
aquele que a criança domina completamente, mas aquele que ela poderá jogar de maneira
lógica e desafiadora para si e para seu grupo. Quando os alunos tentam obter um determinado
resultado, estão interessados no sucesso de sua ação.
Como educadores, devemos constantemente procurar alternativas para aumentar a
motivação dos alunos para a aprendizagem. Dessa forma devemos ocupar um horário dentro
do nosso planejamento, explorando todo potencial dos jogos. Observa-se que os jogos podem
ser utilizados para introduzir e preparar as crianças, objetivando aprofundar os temas já
trabalhados. Deve-se possibilitar que a criança construa as noções e conceitos matemáticos de
forma livre, a partir da atividade lúdica e da exploração ativa, onde ela possa interpretar o
mundo à medida que sua curiosidade é instigada. Observa-se que devemos utilizar os jogos
como facilitadores, colaboradores para trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em
relação a alguns conteúdos matemáticos.
Nessa perspectiva, foram escolhidos jogos que trabalham com a lógica: o jogo da
multiplicação com dominó e o bingo das quatro operações, tendo como principais
características na sequência.

O Jogo da Multiplicação com Dominó


A multiplicação é uma das ferramentas imprescindíveis, para que o aluno concretize
diversos conteúdos matemáticos, contudo, nota-se claramente que muitos, até mesmo em
séries mais avançadas, ainda sentem bastante dificuldade nesse conteúdo, esse jogo faz que o
aluno resolva de maneira mais rápida, conforme ele vai desenvolvendo o jogo.
Material Utilizado
 20 peças de dominó;
 Um tabuleiro;
 Pecinhas de borracha ou EVA;
Metodologia
O tabuleiro é construído conforme a figura acima, cada tabuleiro consiste em ser
jogado no máximo com quatro pessoas. Cada aluno vira duas peças do dominó, no resultado
da multiplicação entre os números que estão no dominó, o aluno coloca uma pecinha, e assim
segue na sequência. Conforme vão terminando os dominós, coloca-se tudo de novo na mesa, e
esse embaralhado, dando continuidade. O jogo ganha quem fizer mais sequências de três
peças da mesma cor, lembrando que quando der a mesma multiplicação, pode-se trocar a cor.
Avaliação
Espera que o aluno veja as estratégias, para assim ele conseguir fazer mais
sequências de três. Ao mesmo tempo, que o aluno se desenvolve no jogo, ele também trabalha
o conceito da multiplicação. Portanto, o jogo trás a diversão junto com o conhecimento
matemático.

O Bingo das Quatro Operações


Resolver mentalmente as quatro operações, para assim para cada cartela que é
sorteada o aluno compreender qual operação determinar de maneira rápida e resolvê-la. E
assim o aluno elaborando de maneira correta a operação, ele possa marcar na cartela do bingo.
Material utilizado
 Cartela para marcar as operações “cantadas”. A mesma deverá ser feita,
individualmente, pelos alunos. Cada qual sorteará números de 1 a 75.
 O professor deve preparar operações (de acordo com o nível da turma) que tenham
resultados de 1 a 75.
Desenvolvimento
 Os números da cartela deverão ser feitos com caneta e não conter rasuras.
 A marcação dos alunos na cartela não poderá esconder os números por eles escolhidos.
 Cada aluno deverá estar de posse da sua cartela e papel para rascunhar as operações,
quando necessário.
 O professor sorteará uma operação de cada vez e o aluno que tiver o resultado em sua
cartela, deverá marcá-lo.
 Antes do início do jogo deverão ser estabelecidas algumas regras, por exemplo:
 Vence quem fizer uma quina horizontal;
 Vence quem fizer uma quina vertical;
 Vence quem fizer uma quina diagonal;
 Vence quem preencher toda cartela;

Avaliação
Esse jogo gera um grande entusiasmo, onde os alunos procuram cada vez resolver
com mais rapidez e precisão as operações. Jogar bingo com diferentes variações:
 Realizar operações matemáticas: adição, subtração, multiplicação e divisão;
 Desenvolver raciocínio lógico matemático;
 Aprimorar sua rapidez nos cálculos;

Conclusão
Diante do que foi exposto nesse trabalho, pode-se verificar que os jogos contribuem
para o aprendizado da matemática na educação do campo. Pois, o ensino da matemática
através dos jogos faz despertar nas crianças o interesse, o prazer, a criatividade, promovendo a
construção de conceitos matemáticos de forma livre, oportunizando a criança a interpretar o
mundo ao seu redor satisfazendo suas curiosidades, além de promover o alcance dos objetivos
pelo professor. Sabendo, contudo os jogos matemáticos podem ser utilizados de maneira
eficiente em qualquer âmbito escolar, sendo na educação básica assim como a escola do
campo. Apesar dos avanços em vários aspectos, a exemplos de leis, métodos pedagógicos e
ou materiais didáticos, ainda há muito que se construir para que se tenha uma educação de
qualidade também para os cidadãos que vivem no campo (FERREIRA; BRANDÃO, 2011).

Referências
ALMEIDA, Ivany de L. Jogos matemáticos: um recurso para aprendizagem da
matemática na educação infantil. Publicado em 18 de Novembro de 2013 em Educação.
Disponível em: http://www.webartigos.com/educacao/, acesso em 21/10/2015.

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas, São Paulo: IME- USP;1996.

FERREIRA, F. de J. ; BRANDÃO, E. C. Educação do campo: um olhar histórico, uma


realidade concreta. Disponível em: Revista Eletrônica de Educação. Ano V. No. 09.
julho/dezembro 2011.

GRANDO, Regina C. O Conhecimento matemático e o uso de jogos em sala de aula.


Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Educação, 2000.

TAHAN, M. O homem que calculava, Rio de Janeiro: Record, 1968.

Anexo

Jogo da multiplicação com dominó


Bingo das Operações

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