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Professora Dra.

Thais Cavalcanti
Filósofos da Antiguidade
Platão e Aristóteles
O Estado como “deve ser”, baseado na filosofia da
natureza (observação da realidade)
Base de toda a filosofia ocidental
 Cícero (106-43 a.C)
 Agostinho de Hipona (354-430 a.C)
Lógica da relação entre Pessoa-Sociedade-Estado
Filósofos da Antiguidade
 Sófocles, Antígona (496-406 a.C)
 Início com a morte dos dois filhos de Édipo: Etéocles e
Polinices, que se mataram mutuamente na luta pelo
trono de Tebas.
 Sobe ao Creonte (linhagem de Jocasta). Édito proibia o
sepultamento dos irmãos criminosos. (exemplo para
Tebas)
 Antígona, irmã de Polinices, decide enterra-lo mesmo
contrariando as ordens do Rei Creonte.
Filósofos da Antiguidade
 Sófocles, Antígona (496-406 a.C)

 “Eu agi em nome de um direito que é muito mais


antigo do que o Rei, um direito que se perde na origem
dos tempos e que ninguém sabe quem o promulgou.”

 É um direito inerente à condição humana, que é mais


forte que o Estado.
Filósofos da Antiguidade
 Platão (427-327 a.C) ou Aristócles de Atenas
 Livro - A República – o que seria a cidade (Estado)
ideal, e consequentemente, justo.
 “O Estado deve ser, em ponto maior, o que é o homem
em ponto menor”. Se o homem deve ser governado pela
razão, o Estado também deverá ser governado pelos
sábios filósofos.
 Chaves de Leitura
 Classes sociais
 Mundo das ideias
 Educação
Filósofos da Antiguidade
 Platão (427-327 a.C) ou Aristócles de Atenas
 A lógica das classes = Justiça
 Sábios (filósofos)
 Guardiões (guerreiros)
 Artesãos (trabalhadores)

 O mundo das ideias (mito das cavernas)


 Educação – sabedoria e virtudes
Platão (427-347 a.C)
 A República – concepção ideal de Estado (Estado como
dever ser)
 Descreve uma República ideal voltada à realização da
Justiça.
As classes sociais
 Classe dos artesãos ou produtores – é a que oferece os
recursos suficientes para satisfazer as necessidades
básicas (alimentos etc), mediante um trabalho
produtivo;
 Os guardiões ou guerreiros – é uma classe especial para
defender a cidade de invasores, “estrangeiros” e
bárbaros e defender internamente de conflitos. Daqui
sairão os governantes;
 Os governantes – são os sábios absolutos da vida
política, a única justificação para chegar a ser
governante é ser sábio.
Classes sociais e educação
 O Estado não deve privilegiar classes. Cada um deve
exercer sua função = Justiça

 O que provoca a mudança de classes? Riqueza e


pobreza
 O que ajuda? Cultura e educação (132/133)

 “Provoca risos que os governantes queiram impor leis


(decretos e emendas) para regular algo que seria
regulado pela educação.”
Considerações sobre o Estado
 Estado bem fundado = Estado perfeitamente bom
Virtudes:
 Sabedoria = boas decisões (ciência do bom carpinteiro
= ciência para salvaguardar o Estado) – menor parcela
 Coragem – capacidade de manter a própria opinião
sobre o que é perigoso em conformidade com os
preceitos educativos do legislador. Idéia de que surge a
lei mediante educação.
 Temperança – (harmonia), ordem, domínio dos
desejos e paixões. Todo Estado deve ser dono de si
mesmo.
 Justiça – ocupar-se das próprias coisas (indivíduo e
Estado)
Formas de governo
 Coincide a ordem do saber com o poder político e
relaciona saber com a arte de governar.
 Aristocracia (aristós = melhor, crateo = mandar) – é o
governo dos melhores. É a melhor forma de governo
 Timocracia (timé = honra) – é o governo dos que tem
certa renda ou honra. Mandam os mais ambiciosos.
 Oligaquia (oligós = poucos). Mandam os exploradores,
os que estão à caça de postos, e isto impede o bom
governo.
 Democracia (demos = povo) – é o governo do povo.
Para ele é a perversão da ordem e da força.
 Tirania – É a degradação da política, conseqüência da
democracia.
Chaves de interpretação de Platão
 O mundo da idéias
 O que é: é a filosofia própria de Platão; a montagem do
ser e do conhecer; a união de sua ontologia com a
epistemologia. O mundo, a realidade estão na idéia.

 Finalidade: Para chegar à sabedoria, para chegar a


conhecer profundamente o ser das coisas, há que se
conhecer o Bem, a Idéia Suprema, fonte de todo o ser.

 Meios: propõe o mito das cavernas


Conjectura Opinião Saber Mundo das idéias
Palavras, imagens Sensações Conceitos Idéias
Chaves de interpretação de Platão
 A Educação
 O que é: é a arte de conduzir aos Homem até a verdade,
até o mundo das idéias, sair da caverna até a claridade do
sol.

 Finalidade: Formar homens capazes de governar e


chegar a descobrir a verdade.

 Meios: processo lento e demorado, para chegar à luz, ao


Bem, desde menino, até os homens de 50 anos.
Chaves de interpretação de Platão
 O bom governo
 O que é: é a arte de criar a cidade perfeita e feliz.

 Finalidade: Deve selecionar homens justos que sejam


capazes de levar a Cidade a uma vida feliz. Filosofia do
bom governo.

 Meios: a educação dos guardiões selecionados, ela traça


notas características do bom governante.
Aristóteles (384 – 322 a. C)
 Discípulo de Platão
 Fundador do Peripato (ensino ao ar livre)
 Mestre de Alexandre, o Grande
 Principais obras:
 Organon (lógica)
 Ética a Nicômaco
 Política
 Mestafísica
Ciências práticas
 Ética – “estudo da conduta (ou fim) do homem como
indivíduo.
 As ações humanas tendem a fins (bens): fim último
(bem supremo) = felicidade (aperfeiçoar-se como
homem, vida contemplativa)
 Virtudes: hábitos adquiridos (in medio virtus, vitória da
razão sobre os instintos)
 Natureza: princípio de operação dos seres
 Teoria do conhecimento: a verdade está no objeto
Ciências práticas
 Política – estudo da conduta (ou fim) do homem como
parte de uma sociedade.
 Homem: animal político (ser social por natureza)
 Cidadão: apenas aquele que participa do governo da
cidade (a escravidão seria algo natural, decorrente da
prisão dos bárbaros em guerras, que seriam
naturalmente inferiores aos gregos)
 Civitas: sociedade política, que tem por fim não o
progresso material, mas espiritual dos indivíduos (viver
em paz)
Política
 Compilação de livros de inspiração platônica (Estado
Ideal) e inspiração puramente aristotélica (realista)
 Conteúdo:
 Indivíduo e pólis
 Cidadão e homem
 Escravo e senhor
 Constituição e governo
 Interesse particular e coletivo
 Moeda e riqueza
 Corrupção do governo e formas contitucionais
 Regime ideal e eudaimonía coletiva
 Educação pública e formação do indivíduo
Política - Ciência política é a magna scientia
 “O homem destina-se naturalmente à vida na cidade-
estado”
 A doutrina teleológica – para cada ação existe um bem
respectivo.
 Tudo está ordenado para um fim, inclusive a
conformação política
 O fim há de ser algo que é melhor
 A pólis é fim, por sua auto-suficiência
 A pólis surge da família (objetivo principal é a
subsistência)
Política - Ciência política é a magna scientia
 Teoria dos três poderes
 Um que delibera sobre os assuntos da pólis
 Um que se incumbe das magistraturas
 Um que cuida da administração da justiça

 Melhor forma de governo: República


 Cidadania ativa para a vida política na educação
Filósofos da Antiguidade
 Aristóteles (384-322 a.C)
 Ligação entre Ética, Política e Metafísica
 Natureza social e política do homem (potência/ato)
“ a sociedade que se formou da reunião de várias aldeias
constitui a Cidade, que tem a faculdade de se bastar a
si mesma, sendo organizada não apenas para conservar
a existência, mas também para buscar o bem-estar. O
homem é um animal-cívico, mais social do as abelhas e
outros animais que vivem juntos.”
Filósofos da Antiguidade
 O homem possui uma essência política
(potencialidade inata) que o direciona para a vida em
comunidade (polis).
 Natureza Social é justificada:
 Há uma dependência do indivíduo em relação a seus
semelhantes
 Justificação antropológica a partir da relação entre a
habilidade linguística e sua capacidade racional
 A natureza política não é a mera cooperação para poder
viver melhor, mas um anseio natural em buscar e formar
vínculos de amizade (philia) dentro da polis.
Filósofos da Antiguidade
 O homem solitário não seria capaz de bastar-se a si
mesmo.
 O Estado não surge para ajudar o homem a viver junto,
mas para viver bem junto.
 O Estado deve ajudar os homens a serem mais
virtuosos e, portanto, mais felizes (eudaimonia)
Ao mesmo tempo que o homem é um ser em si, com
liberdade de autonomia e racional, é um ser com
natureza social e política, com uma potencialidade inata
que o impulsiona para a vida em comunidade. É
justamente dentro desse ambiente político fixado entre
iguais (pólis) que o homem estará habilitado a
desenvolver-se plenamente e atingir o estado de plena
realização (eudaimonia).
Filósofos da Antiguidade
 Aristóteles (384-322 a.C)
 Conceito Eudaimonia:
 É um fim em si mesmo
 É o fim da atividade política
 É o resultado indireto da prática da virtude
 Bem-estar é a realização do daimon ou seja, verdadeira
natureza.
Filósofos da Antiguidade
“O elemento aglutinador, e que pode ser tratado como o
próprio fundamento da existência do Estado, é a
amizade, sentimento que faz com que os homens
identifiquem-se como integrados numa mesma natureza
e, junto, perfaçam aquilo que, às partes individualmente
consideradas, seria de impossível realização,
conduzindo-se sob diretriz de princípios comuns,
almejando a plena satisfação das necessidade e dos
objetivos comuns.” Eduardo Bittar
Filósofos da Antiguidade
PESSOA distinto de NATUREZA

NATUREZA indica a essência da espécie, mas não sua


identidade.

NATUREZA revela o que ele é, mas não quem ele é.

Ex. O que é João? Um ser humano. Quem é João? Esta


PESSOA.
Filósofos da Antiguidade
PESSOA distinto de HOMEM

Homem é o nome comum de todos os homens.


PESSOA é um homem concreto – João, Juliana...

“PESSOA é aquilo que subsiste em uma natureza


racional”
Filósofos da Antiguidade
“Pessoa humana não é natureza humana, mas o ato de
existir de uma natureza humana. Pessoa abrange
determinações concretas, não apenas a essência
(racionalidade, sociabilidade)”

A dignidade da pessoa não é definida apenas pelas


características de sua natureza, mas pos ser pessoa em si,
com uma identidade singular, por sua personalidade.
Dignidade exige o reconhecimento do ser humano como
pessoa concreta. Dignidade é a própria pessoa.

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