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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE POEMA 03: CONFIDÊNCIA DE UM ITABIRANO

Alguns anos vivi em Itabira.


Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,


vem de Itabira, de suas noites brancas, sem
mulheres e sem horizontes.

Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
de 1902 — 17 de agosto de 1987) é um dos maiores é doce herança itabirana.
autores da literatura brasileira, sendo considerado o
maior poeta nacional do século XX. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te
Sua produção literária reflete algumas ofereço:
características do seu tempo: uso da linguagem esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
corrente, temas do cotidiano, reflexões políticas e este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
sociais. este couro de anta, estendido no sofá da sala de
Através de sua poesia, Drummond foi visitas;
eternizado, conquistando a atenção e a admiração dos este orgulho, esta cabeça baixa...
leitores contemporâneos. Seus poemas se centram
em questões que se mantêm atuais: a rotina das Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
grandes cidades, a solidão, a memória, a vida em Hoje sou funcionário público.
sociedade, as relações humanas. Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Entre suas composições mais famosas, se Mas como dói!
destacam também aquelas que expressam reflexões
existenciais profundas, onde o sujeito expõe e
questiona seu modo de viver, seu passado e seu VOCÊ SABIA?
propósito.
Texto escrito por Carolina Marcelo. Você sabia que Carlos Drummond de Andrade é
Fonte: https://www.culturagenial.com/poemas-de- o escritor mais cobrado nas provas do Enem? O
carlos-drummond-de-andrade/ poeta, nesses quinze anos do Exame Nacional do
Ensino Médio, foi tema para dezesseis questões, a
POEMA 01: NO MEIO DO CAMINHO maioria delas estava na prova de Linguagens e
Códigos.
No meio do caminho tinha uma pedra É importante que você conheça as
tinha uma pedra no meio do caminho características do estilo de Drummond, assim como
tinha uma pedra sua obra, que tradicionalmente é dividida em quatro
no meio do caminho tinha uma pedra. fases:

Nunca me esquecerei desse acontecimento  Fase gauche;


na vida de minhas retinas tão fatigadas.  Fase social;
Nunca me esquecerei que no meio do caminho  Fase filosófica/nominal;
 Fase final, também conhecida como fase de memórias.
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra. A fase social, compreendida entre os anos de
1937 e 1945 — momento em que o país vivia a Era
Vargas —, é a mais cobrada no exame. Isso acontece
POEMA 02: QUADRILHA porque ela reflete o engajamento social e político do
poeta, características que costumam ser muito bem
João amava Teresa que amava Raimundo aproveitadas no Enem.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili, Fonte: mundo educação.
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
PARÓDIA Propaganda de um carro
A paródia é a criação de um texto a partir de um
bastante conhecido, ou seja, com base em um texto
consagrado alguém utiliza sua forma e rima para criar
um novo texto cômico, irônico, humorístico,
zombeteiro ou contestador, dando um novo sentido
ao texto. Parte da intertextualidade, a paródia é um
intertexto, ou seja, é um texto resultante de um texto
origem que pode ser escrito ou oral. Essa
intertextualidade também pode ocorrer em pinturas,
no jornalismo e nas publicidades.
Fonte:
https://alunosonline.uol.com.br/portugues/parodia.html

Exemplos de paródias com poemas de Drummond

Texto 01: paródia de QUADRILHA

Texto 03: paródia de CONFIDÊNCIA DE UM


ITABIRANO

DISSIDENCIA DE UM ITABIRANO.
(Toninho)

Uma eternidade vivi lá em Itabira


Infelizmente nasci ali
Hoje sou alegre, capoerista, farrista, sambista,
baianeiro

Cem por cento negro


Vinte por cento feito deste sol que me queima a
pele.
E esta solidariedade que me acompanha
É pura herança que favorece na comunicação

A vontade de nadar que tira a vontade de trabalhar


Vem das lembranças de Itabira, sem praia sem sol
Sem  pôr do sol para me inspirar,  nem das moças
feias do lugar.
Texto 02: paródias de NO MEIO DO CAMINHO A amarga herança itabirana.

De Itabira eu trago algumas lembranças em forma


de presente
Este pedaço de  pedra de uma serra que não mais
existe.
Este pássaro empalhado que vivia no meu quintal
E este lambari fosseificado da fonte Água Santa,
hoje extinta.
Não tive nada naquela cidade, nem dinheiro nem
amores

Hoje sou um engenheiro aposentado


Um baianeiro descansado.
Itabira é aquela foto na parede
Que se não dói
Vem a traça e corrói.

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