Você está na página 1de 3

-Conseqüências Culturais e Religiosas do Capitalismo Industrial-

A Revolução Industrial Inglesa e o início do Capitalismo Industrial, que


ocorreram aproximadamente no século XVIII, trouxeram várias conseqüências
em relação à cultura e a religião. O modo de pensar mudou, e vida também.
A partir desse momento, o pensamento vai renunciando a uma visão
sobrenatural onde predominava a intervenção divina para explicar os fatos
e substituindo-a por uma explicação racional, onde os próprios homens
procurariam respostas para os seus problemas. A aplicação da observação
e da experimentação, ou seja, do método científico para a explicação da
natureza, conhecia uma fase de grandes progressos.
Essa mudança de pensamento começou a ser percebidas depois do
fortalecimento do poder nas mãos do estado-nação, levando a se desenvolver
na Europa um sistema de administração que aos poucos abandonava as
influências da igreja, que por sua vez, perdia gradativamente a autoridade e o
poder de atuação junto à política dos estados. No século XVI, com o
protestantismo, o monopólio da igreja católica foi completamente quebrado e
ela entra em crise e se fragmenta. Paralelamente, ocorre a gradual expansão
dos sistemas de conhecimento e aprendizado e o desenvolvimento de ciências
como astronomia, botânica, medicina e muitas outras. Com a emergência
destas ciências houve um forte estímulo para a formação de estudantes e o
aprendizado nas universidades se tornou mais liberal.
Outro ponto que também merece destaque foi a invenção do relógio
mecânico, que demarca significantemente a relação da sociedade com o
tempo. Enquanto nas sociedades agrárias o tempo era impreciso, e sempre
associado a lugar - as pessoas usavam marcadores espaço-sociais como
"quando" e "onde" para tentarem expressar o tempo - na sociedade moderna,
quando o relógio mecânico entra em cena e é difundido, no final do século
XVII, o tempo passa a ser medido com exatidão. Isso marca definitivamente a
separação entre tempo e espaço. A padronização do calendário também ocorre
nesta mesma época.
Na Inglaterra, os operários começaram a ter a idéia de que poderiam se
juntar e formar sindicatos com o fim de melhorar a situação de trabalho que na
época era rígido, com carga horária de até 80 horas por semana, com salários
baixos e sem direitos trabalhistas. O movimento operário pouco a pouco foi
assumindo um caráter político. Os trabalhadores desejavam uma maior
participação nas decisões governamentais que direta ou indiretamente os
afetavam. Organizou-se, então, o movimento cartista, que reivindicava, entre
outras coisas, a extensão do direito de voto, até então restrito aos cidadãos de
altas rendas, às camadas menos favorecidas da população inglesa.
Com a grande migração do campo para a cidade em busca de emprego
e o trabalho intensivo em manufaturas, os trabalhos artesanais foram perdendo
seu espaço, pela falta de artesãos e pelo preço alto em comparação com os
produtos manufaturados. A concentração da população nas cidades
provocou uma desintegração dos antigos costumes, dispersando a cultura
dos povos em troca da adaptação ao trabalho na cidade.
A realização do trabalho, com a cooperação e o uso em comum dos
meios de produção, fez com que o trabalhador desenvolvesse um
comportamento e uma maneira de pensar cuja principal característica era a
importância da vida coletiva. Um novo tipo de esporte passou a ser praticado
nos bairros populares das cidades industriais inglesas: o futebol, que refletia
esta nova forma de perceber o mundo.
Os esportes ingleses serviram de base à disciplina social requerida para
a sujeição ao trabalho industrial. Embora a maioria dos trabalhadores
industriais fossem mantidos afastados de qualquer espécie de recreação pelo
trabalho intensivo, grande número de artesãos, negociantes, supervisores,
empreendedores e estudantes praticavam os novos esportes. Eles procuravam
prêmios, fama e prazer como participantes e divertimento como espectadores.
O esporte não só facilitou, mas realmente promoveu a adaptação mental da
população para o mundo moderno.
Os modelos de vestimentas adotados pela burguesia foram inspirados
em modelos de século passados. As roupas eram discretas e não ostentavam
riqueza. A moda era se padronizar e não se destacar, como os produtos
produzidos em massa. E por isso os consumidores não se importavam em não
comprar peças originais, desde que seguissem o padrão. O padrão estético se
voltou para as mulheres de cintura fina, por isso nessa época foi criado o
espartilho. As cores escuras eram predominantes. Os burgueses se vestiam de
modo que parecessem sóbrios e muito ocupados para dar atenção à moda.
Podemos concluir que com o início do Capitalismo Industrial a cultura e
a religiosidade da população foi abalada em função da nova maneira de
produzir, com trabalho intensivo e sem direitos trabalhistas, e em função da
crise da Igreja. O modo de vestir refletia o duro trabalho nas fábricas, as
pessoas começaram a usar a razão, ter idéias sobre trabalho coletivo e pensar
em direitos políticos, em fim, o modo de pensar é totalmente diferente do
feudalismo.
Trabalho de História

-Capitalismo Industrial-
Conseqüências Culturais e Religiosas

Professora: Marlene
Componentes do grupo:
Ewerton - n°06
Gabriel - n°08
Ricardo - n°24

Você também pode gostar