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O CONFLITO
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O CONFLITO
Sob a perspectiva de que o conflito está associado a um impasse, será que exis-
te alguém que não tenha conflitos?
Não! Como veremos mais à frente, as pessoas podem lidar de formas diferentes,
mas todos têm conflitos. Eles fazem parte da nossa vida e sinalizam a necessi-
dade de criarmos algo novo para lidar com situações que não somos capazes de
resolver com a nossa forma imediata de agir.
Conforme indicado nas definições, as oposições podem ocorrer em diferentes ní- Será que agimos em um conflito com a mesma naturalidade que nos comporta-
veis – em nível comportamental (definição 1), em nível interno (definição 2) ou mos quando estamos com fome e não temos acesso imediato à comida?
imaginário (definição 3).
Se quando temos fome, precisamos buscar alguma forma de nos alimentarmos,
Porém, ao tratarmos das reações que causam a ruptura das relações por seu ca- diante de outros tipos de impasse, também temos que buscar novas formas de
ráter agressivo e destrutivo, estamos tratando das formas de lidar com o confli- atender ao que precisamos.
to. Seria necessário, primeiramente, refletirmos sobre o que é o conflito?
Será que, por se tratar de algo tão natural e presente nas nossas vidas, as pes-
Vamos rever as definições 4, 5 e 6: soas envolvidas em conflitos têm a mesma tranquilidade para lidar com os seus
conflitos quanto para lidar com outras situações cotidianas?
Essas definições mantêm a oposição entre os conflitantes. No entanto, aqui, ao
contrário das definições anteriores, os conflitantes ainda não estabeleceram um Seria ótimo que fosse assim, mas sabemos que isso não é o mais comum. Gran-
confronto, mas simplesmente se deram conta de que aquilo que estavam pen- de parte das pessoas vivenciam situações de conflito com grande sofrimento e
sando ou sentindo não era compatível com o que o outro pensava ou sentia. adotam formas extremas de lidar com tais situações. É comum lidar de forma
agressiva e destrutiva ou, no outro extremo, evitar lidar com a situação por te-
mer consequências ruins.
Porém, para adotarmos essa abordagem, é preciso mudar a lógica com que ana- Quando pensamos nessas pessoas que se “trombam” ao caminhar, sabemos que
lisamos o conflito. Até agora, estivemos muito presos na “trombada”. Que tal se cada uma delas tem a sua visão do que aconteceu, sua forma de avaliar a situa-
pensarmos no que as pessoas em situações de conflito precisam? ção e as suas necessidades relacionadas ao caminho que cada qual quer seguir.
Já percebemos que as pessoas podem ou não se agredir quando “trombam”. Podemos considerar que a “trombada” é a manifestação do conflito. Nesse pon-
Mas é possível que as pessoas fiquem satisfeitas depois de chegarem a uma si- to, vale a pena resgatarmos a definição 8, na qual Vezzulla traz a dimensão ex-
tuação de impasse? plícita e oculta do conflito.
Essa definição nos alerta que apenas parte do conflito aparece na sua manifesta-
ção, grande parte fica latente e não pode ser percebida em um primeiro momento.
Se esse bem for açúcar, por exemplo, e as pessoas em questão forem diabéti-
cas, haverá conflito?
Loche (2002, p. 156) divide o conflito em endoconflito (um conflito consigo mes-
Muitas vezes, as necessidades não ficam claras na manifestação do conflito e as mo) e exoconflito [um conflito no exterior da consciência, da pessoa com ou-
pessoas decidem resolver a questão com base apenas nos elementos aparentes, tra(s) pessoa(s)].
os quais, frequentemente, são insuficientes para a satisfação dos participantes
do conflito. Robbins (2005, p. 327) classifica o exoconflito em:
Portanto, após essa breve reflexão sobre conflitos, podemos afirmar que o con- • Conflito de Tarefa: conteúdo material.
flito é: • Conflito de Relacionamento: como se comporta nas relações inter-
pessoais.
• Conflito de Processo: a forma que é feito o trabalho.
CONFLITO Também é possível classificá-los quanto ao tipo de relação estabelecida entre os
participantes do conflito: de vizinhança, familiares, comerciais, escolares, traba-
Um impasse que ocorre naturalmente nas nossas relações. Ele pode lhistas, que envolvem entes públicos.
resultar na satisfação dos envolvidos, caso as suas necessidades
sejam atendidas. É comum que se busque soluções apenas a partir dos Os conflitos comunitários podem ser oriundos de cada um destes tipos de rela-
elementos manifestos do conflito, mas isso restringe as possibilidades de ção, pois todas eles envolvem um desconforto presente em um processo de so-
superação, pois grande parte do conflito não aparece na sua manifestação. cialização em uma determinada comunidade.
Além disso, as pessoas, frequentemente, entendem que o conflito é o
confronto, mas essa é apenas uma forma de lidar com o conflito e não o
conflito em si.
CLASSIFICAÇÕES DE CONFLITOS
Há várias classificações possíveis para os conflitos. Quanto ao tipo de relações Vizinhança, familiares, comerciais,
escolares, trabalhistas, que envolvem
Stephen Robbins (2005), existem conflitos disfuncionais destrutivos, que são os entes públicos
que atrapalham o desempenho do grupo, e os funcionais, que melhoram o de-
sempenho de um grupo ou de uma relação. Sob esta perspectiva, nem todos os
conflitos são positivos.
Podemos citar, como exemplo desse grupo de autores, Stephen Robbins, que de-
senvolveu uma análise do conflito nas organizações ao longo do século XX.
Portanto, não é o conflito, mas as suas consequências que podem ser positivas ou
negativas. Os efeitos negativos de um conflito, tais como stress e ansiedade, pro- CONFLITO APARENTE
vocam a sua estagnação, enquanto que o efeito positivo do conflito é a superação
de um incômodo, criando oportunidades de aprendizado na sua administração.
Por exemplo, quando em um conflito de casal um dos parceiros fala “não quero Em algumas situações o simples conhecimento da parte oculta do conflito já é
mais que você saia à noite com seus amigos”, limitaremos a nossa compreensão suficiente para superá-lo, enquanto noutras a satisfação dos envolvidos pode
se nos restringirmos ao pedido “não saia” ou à sua negação “vou sair”. exigir deles comprometimento, criatividade e cooperação para criar as melhores
alternativas que atendam às necessidades de cada pessoa envolvida.
O conflito pode se referir à necessidade de companhia e carinho de quem pede
ao outro para não sair, ou pode não ter nada a ver com isso, referindo-se à ne-
cessidade de ajuda para cuidar do filho pequeno do casal, ou, ainda, pode es-
tar relacionado a um receio de ser traído ou tantas outras possibilidades. Nesse
sentido, as melhores soluções só podem ser criadas caso as pessoas, antes de
discuti-las, compreenderem o que exatamente está acontecendo.
Neste mesmo exemplo, quem diz que vai sair pode ter a necessidade de maior
convívio com os amigos, ou de querer descansar, pois em casa não consegue
repousar e sente a cobrança de dar atenção para o parceiro e filho o tempo todo.
necessidades de Abraham Maslow As necessidades de Estima e Ego: a busca de ser o máximo que se pode, de
atender às expectativas, de atingir seus desejos e sonhos, buscando uma satis-
por Maria Semíramis fação pessoal.
Pelo que vimos, é preciso mudar o foco do confronto entre posições aparentes
dos participantes de um conflito para a possibilidade de satisfação das suas ne-
cessidades. Porém, resultados mais satisfatórios não são o maior ganho dessa
nova abordagem do conflito.
Porém, mesmo nos casos em que não há relação duradoura, essa mudança de Neste espaço intersubjetivo, o respeito e a consideração de cada realidade e as
paradigma possibilita uma transformação positiva da relação. suas múltiplas influências colaboram para o empoderamento e reconhecimento
citados anteriormente.
Até agora, trabalhamos uma mudança de perspectiva sobre o conflito. 3. Padrão de relacionamentos na
Se o foco tradicional sempre esteve na dimensão aparente do conflito, destaca- abordagem dos conflitos e meio
de resolução
mos a importância de observar a sua dimensão oculta.
As motivações de cada participante do conflito, frequentemente, carregam mui- Cada pessoa compreende e tenta resolver os conflitos à sua maneira, de acordo
tos fatores subjetivos e aspectos relacionados à história das pessoas envolvidas com a educação que recebeu, com o contexto no qual está inserido, com os in-
e da relação em questão. teresses envolvidos no conflito, e até mesmo com o seu estado emocional e seu
humor no momento. Nesse sentido, diante de uma mesma situação problemáti-
Apesar de personalidade e sentidos subjetivos serem próprios e únicos para ca- ca, cada ser humano pode reagir e se expressar de maneiras diferentes.
da sujeito, a sua constituição não é linear e previsível pela análise de um conjun-
to de elementos objetivos. Essa subjetividade está associada à formação em sua Ocorre que o conflito está inserido no contexto da relação entre pessoas e, nes-
história derivada da integração de elementos individuais e sociais pelo sujeito. se sentido, as características desse relacionamento também afetam a forma
• Evitação
Por outro lado, será positivo quando se busca evitar situações violentas, aguar- A competição implica antagonismo de objetivos entre as pessoas que se relacio-
dando o momento adequado para estabelecer o diálogo. Não se trata de aceitar nam. Assim, quando a probabilidade de uma parte alcançar o sucesso aumenta,
a injustiça, mas de procurar estrategicamente o momento adequado para ten- a probabilidade de ocorrer o sucesso da outra parte diminui (DEUTSCH, 2003).
tar transformar a situação. Por exemplo, quando um filho chega em casa sob Logo, cada um tenta garantir o melhor para si, levando o outro à derrota. Tra-
efeito de drogas e o pai espera o dia seguinte, quando o adolescente estará só- ta-se de um padrão de relacionamento adversarial porque cada um considera o
brio, para conversar. Neste caso, a adoção da estratégia de evitação não impli- outro um adversário em potencial. Como consequência, as relações ficam des-
ca acomodação nem fuga, apenas se aguarda o momento adequado para lidar gastadas. Na disputa de interesses, o foco está em culpar o outro por seu com-
com o problema. portamento passado e os envolvidos dificilmente são conduzidos a pensar juntos
sobre possibilidades satisfatórias para o futuro. Na competição, a lógica de uma
das partes deve prevalecer em detrimento da outra.
adaptativo e instinto de vida”. Trata-se de uma característica da personalidade, à medida que se ma-
nifesta no comportamento habitual do indivíduo. Verifica-se na pessoa (muitas vezes percebida como
irritante, desagradável) que defende com grande ênfase seus interesses, que vai além do comporta-
mento habitual, a ponto de intimidar os que com ela concorrem, mas sem transgredir regras legais ou
sociais, mantendo o respeito à integridade física e psíquica dos demais. Entretanto, ainda conforme
Mangini (2008), quando ela não está relacionada à proteção de interesses vitais, está mais próxima
do conceito de violência, que traz em si a ideia de destruição, do investimento destrutivo entre se-
res da mesma espécie quando outras vias de solução poderiam ser empregadas. A violência contém,
pois, a marca da agressão física e ultrapassa o aceitável legal ou socialmente. O mesmo autor desta-
ca que a agressividade é inerente a todo o ser humano, porque garante a sobrevivência e a disposi-
ção para vencer obstáculos. Já a violência apresenta-se quando a pessoa não conseguiu canalizar a
agressividade para atividades produtivas e apresenta impulsividade e baixa tolerância a frustrações. A cooperação é a lógica pela qual não há somente um ganhador e um perdedor.
Todos os que cooperam ganham e, por essa razão, é a abordagem adotada na
mediação de conflitos, conforme se verá mais adiante.
Contudo, desde a infância, os indivíduos são ensinados a se posicionar a par- Relação se deteriora Relação se mantém Relação melhora Relação melhora
tir da lógica da competição, em que um perde para o outro ganhar. Além disso,
diante do conflito, as pessoas são estimuladas a atribuir o poder de decisão a Decisão judicial Resignação Conciliação Mediação
um terceiro a quem julgam ter mais influência, o qual supostamente estará apto
a resolver o conflito, de preferência, em favor daquele que o aciona. Violência
A arbitragem assume os contornos de uma jurisdição no âmbito privado. Para As características principais desse meio de resolução de conflitos são: a volun-
Foley (2010), “o paradigma que se revela na arbitragem é o de uma estrutura tariedade do processo; o papel do mediador como um terceiro imparcial e sem
piramidal-coercitiva, sendo que no vértice desta relação, em vez do estado-juiz, qualquer poder de decisão; e solução construída pelos participantes em con-
está o árbitro escolhido pelas partes nos contratos celebrados à luz do direito flito. Para Foley (2010), a lógica da mediação obedece a “um padrão dialógico,
privado” (p. 80). horizontal e participativo, o qual inaugura um novo enfoque para o tema da rea-
lização da justiça” (p. 81).
Conciliação Essa técnica se diferencia dos demais métodos de solução de conflitos, princi-
palmente porque, no processo de mediação, existe a preocupação em reforçar
É o processo em que um terceiro, o conciliador, induz as partes a um entendi- vínculos entre as partes, transformar e prevenir conflitos. O mediador ajuda as
mento com vistas ao acordo. A condução desse procedimento é atribuída a um partes a entenderem o conflito como algo transitório, uma ponte para o desen-
terceiro com poderes para sugerir, ponderar e aconselhar as partes sobre a me- volvimento da comunicação e da convivência. O mediador colabora para que as
lhor solução para o conflito. partes resolvam o conflito com tranquilidade. Na mediação transformativa (ou
transformadora) (Bush e Folger), objetiva-se também o reconhecimento mútuo
Este processo é, muitas vezes, confundido com a mediação. Embora existam de interesses e sentimentos, para gerar uma solução empática do conflito; além
semelhanças, há diferenças importantes, que nem sempre são devidamente de promover a capacitação (empoderamento) das partes para lidarem com situ-
identificadas e consideradas. ações conflituosas futuras.
Conforme Juan Carlos Vezzulla (2001), A mediação é cooperativa à medida que as partes se propõem, pelo diálogo im-
pulsionado pelo mediador, a compreender os sentimentos e interesses da outra
A conciliação como técnica é de grande utilidade nos problemas que não en- parte. O objetivo é a satisfação das necessidades e o fortalecimento do rela-
volvem relacionamento entre as partes, pois permite trabalhar sobre a apre- cionamento. O enfoque prospectivo da mediação impulsiona uma melhoria das
sentação superficial (verdade formal ou posição) para alcançar uma solução relações, visto que a “vitória” de um não implica necessariamente “derrota” do
de compromisso sem repercussão especial no futuro de suas vidas (p. 16). outro, gerando uma desconflitualização da controvérsia. (PERRONI, 2003).
Ao contrário da mediação, na conciliação, resolve-se o conflito em sua manifes- As soluções construídas pelas partes envolvidas no conflito podem ser ta-
tação mais explícita, não cabendo uma apreciação profunda sobre as motiva- lhadas além da lei. Quando os protagonistas inventam seus próprios remé-
ções do conflito. dios, em geral, não se apóiam na letra da lei porque seu pronunciamento é
por demais genérico para observar a particularidade do caso concreto. Há,
pois, a liberdade de criar soluções sem as amarras dos resultados impostos
Mediação pelo ordenamento jurídico. Nesse sentido, as partes, antes alheias ao pro-
cesso de elaboração das leis, ‘legislam’ ao constituir suas próprias soluções
É o processo de gestão de conflitos no qual um terceiro, o mediador, atua de (FOLEY, 2010, p. 82).
forma imparcial, facilitando a comunicação entre os envolvidos, com vistas à
solução do conflito. A responsabilidade pelo resultado do processo é dos pró-
prios participantes, a partir da identificação dos seus interesses e necessida-
Ao se utilizar da cooperação como forma de atuação em situações de impas- Há que se esclarecer que essa transformação não implica negação de outros
se, a mediação permite o fortalecimento das relações pelo reconhecimento e meios para se almejar conquistas sociais, como os movimentos sociais, por
empoderamento dos participantes. Em vez de trabalhar com verdades únicas e exemplo. Trata-se de desenvolver um mecanismo a mais que, a depender da
objetivas, a mediação opera com visões individuais da realidade e com a possi- situação, pode ser mais efetivo.
bilidade de integração dessas diferentes perspectivas.
O que se busca é o resgate da capacidade transformativa do sujeito diante de
Para a compreensão da mediação comunitária, é preciso refletir sobre o concei- seus impasses. A participação ativa dos indivíduos em conflito é requisito para
to de comunidade. Neumann e Neumann (apud FOLEY, 2008, p. 28) a definem a autocomposição proposta pela mediação. Meios de resolução de conflitos que
da seguinte forma: “comunidade significa um grupo de pessoas que comparti- retiram o poder de atuação de seus participantes e geram soluções em que as
lham de uma característica comum, ‘comum unidade’, que as aproxima e pelas necessidades de um se sobreponham às do outro não configuram mediação de
quais são identificadas”. conflitos, ainda que utilizem algumas de suas técnicas.
Por este conceito, a comunidade se define por aquilo que a unifica. Isso torna a Podemos, ainda, ir além, ao afirmar que o fortalecimento da mediação comu-
mediação extremamente recomendável nos conflitos comunitários porque, em nitária favorece o desenvolvimento individual e social, à medida que possibilita
vez de romper as relações do grupo, a mediação as fortalece. Portanto, uma modelos de interação comunitária que rompem com a violência, com a negação
das modalidades de mediação comunitária é a que cuida dos conflitos intragru- da diferença, com a competição e com a manutenção do status quo, que ocor-
pais de uma comunidade. rem quando se adotam outras abordagens do conflito, que não a cooperativa.
A reprodução de padrões de evitação e de competição implica estagnação,
conforme afirma Ribeiro (1998):
FIQUE DE OLHO Não estar em andamento é fixação, é estagnação. Isso também nos inco-
moda e dificulta porque gostamos de estar mais seguros, de ter solos mais
Contudo, a mediação comunitária não se restringe a firmes, verdades mais prontas e acabadas. De exercícios pré-programados
esse tipo de conflito. Afirmamos, anteriormente, que a que nos situem, nos deem controle da situação (embora isso possa redun-
mediação permite que os participantes de um conflito dar em manipulação e controle do outro) (p. 31).
cooperem e se fortaleçam. Quando tratamos de grupos,
tanto o potencial destrutivo da competição quanto o Ao nos prendermos na segurança de falsas verdades que supostamente expli-
construtivo da cooperação são ainda maiores. Isso indi- cam a nossa realidade, impedimos o nosso próprio crescimento, o qual só pode
ca que, quando grupos de identidades diferentes resol- ocorrer no contato com o diferente. Ninguém cresce na relação com o que se
vem seus conflitos utilizando a lógica da competição, o assemelha, mas sim no contato com o diferente.
resultado é a exclusão social e a formação de socieda-
des marcadas pelo preconceito e pela violência. A dificuldade de abandonar o uso da manipulação, do controle e da coerção do
diferente pela suposta segurança do conhecido é justamente o que provoca os
resultados negativos do conflito, pois nega a possibilidade criativa diante da si-
tuação de impasse, mantendo o status quo.
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