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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Ciências Sociais e Políticas de Quelimane


Administração Publica Comparada
Semi-Presencial-2019 3º Ano

BENS PÚBLICOS

2o Grupo

Discente:
Alzira O. Arela
Abelino Bone Luis
Angelina Avelino
Aquelino B. Borgens
Constantino H. António
Emília Nicoadala
Esperança Domingos
Helena L.Sucia
Rangenito Portugal
Sidua Bernardo Mafuca

Quelimane, Outubro 2019

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Ciências Sociais e Políticas de Quelimane

Curso de Administração Pública


Semi-Presencial-2019
3º Ano

BENS PÚBLICOS

Docente:

Dra: Colton Bango

Quelimane, Outubro 2019

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Índice
Introdução .................................................................................................................................... 4
BENS PÚBLICOS ....................................................................................................................... 5
Conceito de Bens ......................................................................................................................... 5
Conceito de Bens publicos ........................................................................................................... 5
Espécies de Bens Públicos ........................................................................................................... 6
4.Classificacao económica dos bens e suas características .......................................................... 6
4.1.Quanto ao processo Produtivo ............................................................................................... 6
4.2.Quanto ao consumo ............................................................................................................... 6
4.3.Conceito de bens privados, públicos, semipúblico e comuns ................................................ 7
4.3.2.Bens privado ....................................................................................................................... 7
4.3.3.Bens públicos ...................................................................................................................... 7
4.3.3.1.Características dos bens públicos .................................................................................... 7
Regime jurídico dos bens públicos .............................................................................................. 8
Utilização especial de bens públicos por particulares.................................................................. 9
Alienação de bens públicos........................................................................................................ 10
Bens do património público ....................................................................................................... 10
Classificação de bens públicos .................................................................................................. 12
Uso dos Bens Públicos ............................................................................................................... 12
Bens semi-publico ...................................................................................................................... 12
Uma bordagem geral de bens públicos ...................................................................................... 13
Conclusão................................................................................................................................... 16
Bibliografia ................................................................................................................................ 17

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Introdução

O presente trabalho tem como tema: BENS PÚBLICOS. Para compreendermos bens públicos
antes deve se compreender o bem em a palavra “bem” apresenta vários sentidos análogos,
semelhantes, mas não idênticos. Em um sentido utilitário, bem é aquilo que representa a
satisfação de uma necessidade imediata. Em um sentido ético, bem é aquilo que se mostra
conforme a norma social, ao ideal de moralidade do grupo social e que, por isso, deve ser
buscado em si mesmo. Na verdade, bem é toda coisa dotada de valor, ou seja, é a importância que
se atribui a uma coisa. Sendo assim Bens público são bens cujo consumo é efectuado por toda a
colectividade. Não se aplica o Princípio da Exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-
los. Além disso, eles não são rivais, isto é, o consumo de um não impede o consumo de outro. Na
maioria das vezes, eles são oferecidos pelo poder público com o objectivo de satisfazer as
necessidades colectivas, utilizando-se da tributação para captação de recursos para seu
financiamento.
Quanto objectivo do trabalho e conhecer os bens públicos. E como forma de alcançar esse
objectivo usou-se como método de concretização do presente trabalho a consulta Bibliográfica
que consistiu em leitura de livros, artigos que continham a informação do tema, pesquisa na
internet, e digitação, com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento científico
do trabalho.

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BENS PÚBLICOS

Conceito de Bens

A palavra “bem” apresenta vários sentidos análogos, semelhantes, mas não idênticos. Em um
sentido utilitário, bem é aquilo que representa a satisfação de uma necessidade imediata. Em um
sentido ético, bem é aquilo que se mostra conforme a norma social, ao ideal de moralidade do
grupo social e que, por isso, deve ser buscado em si mesmo. Na verdade, bem é toda coisa dotada
de valor, ou seja, é a importância que se atribui a uma coisa. Assim, bens são coisas materiais ou
imateriais que têm valor económico e que podem servir de objecto a uma relação jurídica. Os
bens são espécies de coisas. As coisas abrangem tudo o que há na natureza, excepto a pessoa,
mas como “bens” só se consideram as coisas existentes que proporcionam utilidade ao homem,
sendo susceptíveis de apropriação, constituindo seu património, que podem ser os bens corpóreos
e os bens incorpóreos. Assim, o património é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa
apreciável economicamente. (Stiglitz, 2005 p6)

Conceito de Bens publicos

São bens cujo consumo é efectuado por toda a colectividade. Não se aplica o Princípio da
Exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-los. Além disso, eles não são rivais, isto é, o
consumo de um não impede o consumo de outro. Na maioria das vezes, eles são oferecidos pelo
poder público com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, utilizando-se da
tributação para captação de recursos para seu financiamento.
Não só, também, bem públicos podem ser considerados de o conjunto de bens móveis e imóveis
destinados ao uso directo do Poder Público ou à utilização directa ou indirecta da colectividade,
regulamentados pela Administração e submetidos a regime de direito público. Idem p6

Segundo ( Samuelson 1954 apud Ricardo, 2015) um bem público pode ser definido “quando o
consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtracção do consumo de
qualquer outro indivíduo daquele bem.” Isto caracterizaria um bem económico puro.

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Espécies de Bens Públicos

a) Bens de uso comum do povo: são os bens que todos podem usar, como as ruas e praças

b) Bens de uso especial: são destinados às instalações e aos serviços públicos, como os
prédios das repartições ou escolas públicas

c) Bens dominicais: são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação
especial. Idem S/p

4.Classificacao económica dos bens e suas características

4.1.Quanto ao processo Produtivo

 Bens Primários: bens que ainda não sofreram nenhum tipo de transformação. Ex: madeira.
 Bens Intermediários: são bens produzidos e utilizados na produção de outros bens, não
estão disponíveis para o consumo final.
 Bens de Capital ou Bens de produção: são bens que servem para a produção de outros
bens, especialmente os bens de consumo. Ex: máquinas, equipamentos.
 Bens Finais: são bens já disponíveis para o consumo, podendo ser classificados em: bens
de consumo duráveis, não-duráveis e semi-duráveis. (Stiglitz, 2005 p6)

4.2.Quanto ao consumo

Os bens de consumo dividem-se nas seguintes categorias:


 Bens de consumo não-duráveis são bens que se esgotam no ato da utilização. Ex.:
alimentos, bebidas.
 Bens de consumo duráveis são bens que não se esgotam no ato da utilização. Ex.:
automóveis, electrodomésticos, roupas, calçado, etc.
 Bens de consumo semi-duráveis são os que se desgastam aos poucos, devido à sua
utilização. Ex.: o vestuário e o calçado. Idem

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4.3.Conceito de bens privados, públicos, semipúblico e comuns

4.3.2.Bens privado

São bens que têm característica do uso ser individual, ou seja, o consumo de uma pessoa exclui o
consumo da outra. Geralmente estes bens são oferecidos pela iniciativa privada.

4.3.3.Bens públicos

São bens cujo consumo é efectuado por toda a colectividade. Não se aplica o Princípio da
Exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-los. Além disso, eles não são rivais, isto é, o
consumo de um não impede o consumo de outro. Na maioria das vezes, eles são oferecidos pelo
poder público com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, utilizando-se da
tributação para captação de recursos para seu financiamento. (Marrara, 2007)

Não só, também, bens públicos podem ser considerados de o conjunto de bens móveis e imóveis
destinados ao uso directo do Poder Público ou à utilização directa ou indirecta da colectividade,
regulamentados pela Administração e submetidos a regime de direito público.

Segundo ( Samuelson 1954 apud Ricardo, 2015) um bem público pode ser definido “quando o
consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtracção do consumo de
qualquer outro indivíduo daquele bem.” Isto caracterizaria um bem económico puro.

4.3.3.1.Características dos bens públicos

 Não disputáveis: O custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é zero
para qualquer nível de produção.
 Não exclusivos: Os indivíduos não podem ser excluídos do consumo do bem.
 Nem todos os bens produzidos pelo governo são bens públicos, alguns desses bens são
disputáveis ou exclusivos: Educação e Parques;
 Alienabilidade condicionada: se vierem a ser desafectados, poderão ser alienados;
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 Imprescritíveis;
 Impenhoráveis;
 Não-oneráveis. (Ricardo, 2015)

Regime jurídico dos bens públicos

Inalienabilidade:

Não pode ser objecto de negócio jurídico que implique na transferência da propriedade.
Observação:

 A inalienabilidade não alcança os bens dominicais. Só será possível a alienação de bens


públicos depois de desafectados, ou seja: de transformados em bens dominicais. São
inalienáveis, excepto:

I) Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, em princípio, mas
poderão tornar-se alienáveis se forem desafectados, ou seja, se for mudada destinação, de
modo que passem a ser considerados dominicais. Pode dar-se por lei, por ato
administrativo ou por um fato que torne a destinação inviável.
II) Bens dominicais podem ser alienados, exigindo-se, em regra, autorização legislativa,
avaliação prévia e licitação. Se bens móveis dispensam a licitação: Direitos do poder
públicos sobre seus bens não prescrevem; Não há usucapião de bens públicos, de qualquer
espécie; Todos são impenhoráveis, não podendo ser penhorados, arrestados ou
sequestrados e não podem ser objecto de penhor, hipoteca ou anticrese.

 Impenhorabilidade: não se pode constranger o bem, judicialmente, para saldar dívida.


 Imprescritibilidade: não pode perder a propriedade de seus bens por usucapião.
 Impossibilidade de oneração: não pode se dado como garantia de dívida (penhora e
hipoteca). (Filho, 2007 p42)

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Utilização especial de bens públicos por particulares

Todos, podem eventualmente ser utilizados de forma especial por particulares, mediante:

Autorização de uso

Serve para auxiliar interesses particulares em eventos ocasionais ou temporários (ex. uso de um
terreno baldio para uma quermesse). É acto unilateral, discricionário, de título precário, podendo
ser revogado a qualquer tempo.

 Independe de licitação e de lei autorizadora


 Pode ser em carácter gratuito ou oneroso
 Por tempo determinado ou indeterminado.

Permissão de uso

É semelhante à autorização mas, é dada no interesse público, tem grau menor de precariedade,
depende, em regra, de licitação e cria para o permissionário um dever de utilização, sob pena de
revogação. Ex:. Permissão de instalação de uma banca de jornal na via pública

Concessão de uso

É contrato entre a Administração e um particular, tendo por objecto uma utilidade pública de
certa permanência (ex. instalação de restaurante num zoológico municipal). Exige, em regra,
autorização legislativa e licitação

Concessão de direito real de uso

Aplica-se apenas a bens dominicais. É instituto de direito privado, de natureza contratual.


Consiste na aquisição, pelo particular, de direito resolúvel do uso de um terreno público, de modo
gratuito ou remunerado, para fins de interesse social de certo vulto, como urbanização ou cultivo.
Exige autorização legislativa e licitação. (Filho, 2007 p44)

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Aquisição de bens para o património público

a) Doação;
b) Compra;
c) Desapropriação;
d) Confisco;
e) Permuta;
f) Dação em pagamento;
g) Direito hereditário;
h) Usucapião (bens públicos não podem ser usucapidos)

Alienação de bens públicos

Podem ser alienados pelas formas comuns do direito civil, como venda, doação, troca, etc,
respeitados os requisitos impostos pelo direito administrativo, como autorização legislativa,
avaliação e licitação. Excepção: investidura numa obra pública, sobre um pedaço pequeno de
terra, que não serve para nada, então, pode ser alienado, mediante avaliação, para o dono da terra
limítrofe, por investidura. Idem p45

Bens do património público

 Terras devolutas: terras que ninguém se apossou, nem foram utilizadas para algum fim
público. Não tem localização e limites claros, por isso necessitam ser demarcadas e
separadas das outras propriedades. Esta separação ou discriminação pode ser
administrativa ou judicial: Acção discriminatória sendo utilizada a via judicial se
insuficiente à via administrativa. Após a discriminação elas deixam de ser devolutas e
passam a ser simplesmente terras públicas. Pertencem a União e, por exclusão, aos
Estados.
 Mar territorial: da linha de baixa-mar do litoral continental e insular. Trata-se de águas
públicas de uso comum, pertencentes à Estado, sobre as quais o Moçambique exerce
soberania. Depois do mar territorial temos:

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 Plataforma continental: são bens da Estado os recursos naturais da plataforma
continental, que consiste no prolongamento natural das terras continentais ou insulares,
por baixo das águas do mar, em extensão variável, conforme a legislação de cada país.
 Terrenos de marinha: são bens da Estado, assim considerados os que, banhados pelas
águas do mar ou dos rios navegáveis. Os terrenos de marinha têm sido objecto de
arrendamento perpétuo a particulares, mediante o pagamento de um foro anual. Tal
arrendamento perpétuo denomina-se enfiteuse, continuando a Estado à proprietária e o
particular enfiteuta, como detentor do domínio útil
 Terrenos marginais ou reservados: Tais terrenos podem pertencer a algum órgão
público ou a um particular. Se forem de propriedade privada, são onerados por uma
servidão de trânsito, para possibilitar a fiscalização e a realização de obras ou serviços
públicos pela Administração.
 Lagos, rios e correntes de água: são bens da Estado quando banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham. Os terrenos marginais, nestes casos, são também da Estado.
 Álveos ou leitos abandonados: se um rio de águas públicas vier a abandonar
naturalmente o seu leito, as terras por onde o mesmo corria passa a pertencer aos
proprietários ribeirinhos das respectivas margens, sem que tenham direito a indemnização
alguma os donos dos terrenos por onde as águas abram novo curso.
 Faixa de fronteira: uma faixa das fronteiras terrestres, e considerada fundamental para a
defesa nacional, e sua utilização são reguladas em lei, como servidão administrativa.
Minas, jazidas e quedas de água as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e
os potenciais de energia eléctrica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito
de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra
 Ilhas: pertencem à Estado as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras. Pertencem aos respectivos
Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à Estado.
 Fauna silvestre: os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do
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Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. (Filho,
2007 p49)

Classificação de bens públicos

Quanto à titularidade:
 Nacional;
 Provincial;
 Distritais
 Municipais

Uso dos Bens Públicos

Em princípio, os bens públicos são utilizados pela própria Administração ou pelas Entidades
Públicas que os detêm. Porém, a Administração Pública poderá destinar seus bens ao uso por
particulares, desde que isso não implique satisfação de interesses exclusivamente privados, já que
o fim público deve ser sempre atingido. Há duas formas de uso de bens públicos:
1. Uso comum: utilização de um bem público pelos membros da colectividade, sem que haja
discriminação entre os usuários, nem consentimento estatal específico para esse fim. Não
são apenas os bens de uso comum do povo que possibilitam o uso comum, mas também
os bens de uso especial, quando utilizados em conformidade aos fins normais aos quais se
destinam;
2. Uso especial: utilização de bens públicos em que o indivíduo se sujeita a regras
específicas e consentimento estatal, ou se submete à incidência da obrigação de pagar
pelo uso. O uso especial pode ser uso especial privativo, chamado simplesmente de uso
privativo, que é o direito de utilização de bens públicos conferido pela Administração a
pessoas determinadas. (Riani, 2002 p32)

Bens semi-publico

Bens semipúblicos, são bens que embora possam ser explorados pelo sector privado, podem e
devem ser produzidos pelo sector público para evitar que a população de baixa renda seja
excluída do seu consumo, também, como os bens públicos, são financiados pela tributação. A
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definição de bens meritórios está associada a valores históricos, culturais e políticos partilhados
por determinado grupo social. Os bens meritórios são definidos por possuir importância social.
Ex: Educação, Saúde. Idem

Uma bordagem geral de bens públicos

Segundo (Ricardo, 2015) Os bens públicos são um “tipo específico de bens cujos benefícios são
usufruídos pela população em geral e de uma forma indivisível, independentemente da vontade
de um indivíduo em particular querer ou não usufruir desse bem. Um exemplo de bem público é a
iluminação pública: usufrui dos seus benefícios toda a população independentemente da vontade
de cada indivíduo; por outro lado, o acréscimo de custo que ocorre por mais um indivíduo
beneficiar do bem é nulo ou tendencialmente nulo. Outro exemplo ainda mais evidente é o da
defesa nacional, cujos benefícios são igualmente usufruídos por toda a população residente no
país.

Pelas suas características, os bens públicos constituem um bom exemplo de externalidades


positivas pois envolvem uma imposição involuntária dos seus benefícios constituindo, por isso,
uma ineficiência de mercado. Na verdade, estes bens não podem ser comprados nem vendidos no
mercado pois os seus benefícios são tão amplamente distribuídos que nenhuma empresa tem
incentivos em os produzir e nenhum consumidor individualmente tem incentivos em os comprar.
Por este motivo, é necessária a intervenção do Estado produzindo ou estimulando a produção e
oferta destes bens.

Por bens públicos podemos compreender pelo conjunto de coisas móveis e imóveis de
propriedade das pessoas jurídicas de direito público, submetido ao regime jurídico exorbitante do
Direito Comum (ou seja, que está fora da relação civilista), e que servem como instrumento para
a persecução do interesse público. Por outro lado, são pessoas jurídicas de direito público: União,
estados, Distrito, municípios, autarquias e fundações.

Em regra, empresas estatais não têm bens públicos, pois são pessoas jurídicas de direito privado.
Porém, se as empresas estatais estiverem prestando serviço público, os bens afetados pela
prestação do serviço serão considerados bens públicos.

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Bens como a saúde, educação, justiça e defesa, existe um consenso alargado quanto à
responsabilidade particular que o Estado tem na garantia da provisão e do acesso. Mas garantia
de provisão e de acesso não significa necessariamente provisão pública. Por exemplo, na saúde,
na educação e até mesmo na segurança coexiste com a provisão privada e é na definição das
fronteiras entre uma e outra que o consenso deixa de existir.” S/p

Os bens públicos, produzidos pelo Estado, não têm um valor mercantil, mas sim um custo
económico associado e obrigam por isso à poupança na sua utilização. Por isso, estes bens estão
sujeitos a restrições orçamentais. Por outro lado, a produção de bens públicos tem um impacto
fundamental no desenvolvimento económico de um país, pois permite a todos os cidadãos terem
acesso a estes bens, que se fossem garantidos por privados provavelmente nunca conseguiriam
consumi-los.

Os Bens Privados também fornecidos pelo Sector Público

Em Economia, um bem público é um bem que apresenta as seguintes características:

 Não é necessário haver rivalidade para que todos o consumam;


 Não é exclusivo de uma pessoa ou de outra;
 E é indivisível, o que faz com que todos tenham o mesmo acesso a esse bem.

Exemplos deste tipo de bens são a defesa nacional e iluminação pública. O seu consumo é feito
por vários indivíduos sem que o seu custo seja maior do que se fosse destinado a somente um
indivíduo e, tendo em conta as características deste tipo de bens, não é possível excluir um
consumidor pela capacidade de pagar pelo seu consumo. (Dipietro, 2014 p12)

Bens providos pelo sector público que apresentam elevado custo marginal para sua oferta a
indivíduos adicionais são ditos bens privados providos pelo sector público. ou seja, esse tipo de
bem provido pelo sector público apresenta a propriedade de exclusão e de rivalidade no
consumo, ambos são características de bens privados. Exemplos: água potável, serviços médicos,
educação.

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Uma das justificativas para oferta pública de alguns desses bens consiste dos custos elevados de
operação do mercado, mas não é a única razão: por exemplo, a educação é um bem publicamente
provido e sua justificação comummente está ligado a questões distributivas

Se um bem é provido livremente, então é provável haver superconsumo. Para alguns tipos de
bens: água potável, a saciedade pode ser rapidamente alcançada, de modo que as distorções do
superconsumo podem não ser grandes. Ao passo que para outros tipos de bens: serviços médicos,
a saciedade demora a ser alcançada e as distorções podem ser elevadas. Idem. p12

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Conclusão

Chegando ao fim do trabalho percebe se que os bens públicos são um tipo específico de bens
cujos benefícios são usufruídos pela população em geral e de uma forma indivisível,
independentemente da vontade de um indivíduo em particular querer ou não usufruir desse bem.
Um exemplo de bem público é a iluminação pública: usufrui dos seus benefícios toda a
população independentemente da vontade de cada indivíduo, por outro lado, o acréscimo de custo
que ocorre por mais um indivíduo beneficiar do bem é nulo ou tendencialmente nulo. Outro
exemplo ainda mais evidente é o da defesa nacional, cujos benefícios são igualmente usufruídos
por toda a população residente no país.

Pelas suas características, os bens públicos constituem um bom exemplo de externalidades


positivas pois envolvem uma imposição involuntária dos seus benefícios constituindo, por isso,
uma ineficiência de mercado. Na verdade, estes bens não podem ser comprados nem vendidos no
mercado pois os seus benefícios são tão amplamente distribuídos que nenhuma empresa tem
incentivos em os produzir e nenhum consumidor individualmente tem incentivos em os comprar.

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Bibliografia

Dipietro, Maria Sylvia Zanella. (2014) Uso privativo de bens públicos por particulares. São
Paulo: Gen-Atlas,. p12
Filho, José dos Santos Carvalho. (2007) Manual de Direito Administrativo. 17. Ed. São Paulo.
Lumen Juris. p42-9

Marrara, Thiago. (2007) Bens públicos, domínio urbano, infra-estrutura. Belo Horizonte: Fórum,.
Riani, F. (2002). Economia do Sector público: Uma Abordagem Introdutória. Atlas, p32
Ricardo Lozano. (2015). Bens Públicos. ADM Publica Lozano.

Stiglitz,J. (2005). Economia e Sector Publico. S/ed. S/l. S/Ed. p 6

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