Você está na página 1de 28

Índice

Índice de Figuras...............................................................................................................2

Índice de Tabelas...............................................................................................................3

Resumo..............................................................................................................................4

Abstract..............................................................................................................................6

Cap I..................................................................................................................................8

Introdução..........................................................................................................................8

1.1 Objetivos......................................................................................................................9

1.1.1Objetivo geral........................................................................................................9

1.1.2Objetivos específicos.............................................................................................9

1.2 Justificativa..................................................................................................................9

1.3 Problema......................................................................................................................9

1.4 Metodologia...............................................................................................................10

Cap. II Revisão dos conceitos, Bacia de Moçambique...................................................11

2.2 Génese da matéria orgânica dispersa nos sedimentos...............................................12

2.3 Bacia Sedimentar de Moçambique............................................................................13

2.4 Seis das grandes bacias de Moçambique...................................................................15

2.5 Bacia de Moçambique e as sequências do Rifte do Leste Africano.........................15

2.6 Estratigrafia da Bacia de Moçambique......................................................................16

Cap. III Sistema Petrolífero, Bacia do Rovuma..............................................................21

3 História da bacia do Rovuma....................................................................................21

3.1 Características da bacia do Rovuma..........................................................................22

3.2 Elementos Sistema Petrolífero da bacia de Rovuma.................................................23

3.3 Processos do sistema petrolífero da bacia do Rovuma..............................................25

3.4 Armadilhamento........................................................................................................26

Cap. IV Enquadramento Geográfico e Geológico..........................................................27


4.1Análises das Bacias de Rovuma e de Moçambique...................................................28

4.2 Análise da Necessidade de Água...........................................................................29

Cap.V...............................................................................................................................30

5 Conclusões & Recomendações e Estudos futuros........................................................30

5.1 Recomendações.....................................................................................................30

6 Referencias bibliográficas...........................................................................................31
Índice de Figuras

Figura 1Fases da Formação do petroleo.........................................................................13


Figura2 Ilustração da Rocha Reservatório......................... ...........................................16

Figura 3 Ilustração das rochas.......................................................................................16

Figura 4 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique.........................................17


Figura 5 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique..............................................19
Figura 6 Estratigrafia da Bacia de Moçambique............................................................22

Resumo
As rochas sedimentares são as que apresentam os melhores depósitos petrolíferos em
toda a Terra, principalmente por terem melhores condições de porosidade e
permeabilidade estas rochas se formaram pela deposição de areias, argilas, carbonatos e
outros materiais, carregados pelas águas, vento ou neve.O processo de geração do
petróleo como um todo é resultado da transformação da matéria orgânica com a
contribuição do fluxo de calor oriundo do interior da terra, restos de organismos se
depositam nos fundos de lagos e/ou mares e são decompostos por bactérias aeróbicas.

A Bacia de Moçambique cobre quase toda a região sul de Moçambique e uma parte da
região central, sendo composta por formações que vão desde o Jurássico até ao
Quaternário, e se sobrepõem ao soco cristalino. A Bacia formou–se através da
fragmentação da Gondwana, a partir da expansão do fundo oceânico desde a zona Oeste
da Bacia de Somália, passando pela formação do canal de Moçambique até ao Planalto
das Agulhas no sul, esta Bacia, juntamente com a Bacia do Rovuma, são as principais
bacias sedimentares do país, quer em volume de sedimentos acumulados, quer em
ocorrências de hidrocarbonetos, onde se tem concentrada grande parte das atividades de
pesquisa de hidrocarbonetos.

Palavras chave: Bacia de Moçambique, Bacia do Rovuma, Hidrocarbonetos.


Capitulo I

Introdução

A Bacia do Rovuma é uma área geográfica ao longo do rio Rovuma, no Norte de


Moçambique, onde existem projetos de exploração de gás natural, A Bacia do Rovuma
é uma das regiões mais relevantes a nível mundial na exploração de gás natural.

É uma área de 155.500 km² ao longo rio Rovuma, onde estão várias empresas
estrangeiras com autorização para explorar recursos naturais. Foi lá que em 2010
ocorreram as maiores descobertas de gás natural das últimas décadas. A dimensão
científica, económica e histórica desse evento colocou Moçambique entre um dos
grandes produtores de gás natural e um dos maiores fornecedores de gás natural
liquefeito do mundo.

A Bacia de Moçambique cobre a parte Central e Sul de Moçambique na parte


continental, com uma superfície de cerca de 185 000 Km2 , e estende-se para além da
plataforma continental. Segundo Salman e Abdula (1996), esta é composta por rochas
sedimentares pertencentes ao Jurássico superior, Cretácico e Cenozóico que assentam
em discordância sobre os basaltos do Karoo. O registo sedimentar está articulado em
cinco sequências de posicionais, limitadas por importantes descontinuidades ou hiatos.
As mudanças de fácies registam geralmente uma transição, em direcção a leste, de
depósitos continentais, parálicos e marinhos pouco profundos, e de depósitos marinhos
típicos em direcção às zonas depocêntricas, as quais podem registar espessuras
significativas, superiores a 10.000 metros como o que se observa na região do delta do
Zambeze. Segundo os mesmos autores, a bacia foi afectada pela tectónica da fase Pós–
Gondwana, que é composta por três períodos: fragmentação, estabilização e rifting.

8
1.1 Objetivos

Vivemos num pais onde as descobertas de Hidrocarbonetos estão cada vez mais
interessantes em seu estudo, e no domínio do nosso Moçambique nas áreas,com
reservas petrolíferas.

1.1.1Objetivo geral

 Estudar o potencial do reservatório na bacia do Rovuma e de Moçambique.

1.1.2Objetivos específicos

 Descrever o que a bacia de Moçambique e do rovuma produz;


 Caracterizar a mineralogia e geoquímica das rochas identificadas como
potenciais reservatórios;
 Identificar os ambientes deposicionais presentes em cada bacia ( Mocambique e
Rovuma).
 Indicar os campos de gas nas bacias ( Mocambique e Rovuma).

1.2 Justificativa

Pela paixão de querer entender como os hidrocarbonetos são descobertos em


Moçambique especialmente na região sul da costa de Moçambicana, houve uma intensa
responsabilidade na pesquisa de hidrocarbonetos na zona onshore e offshore da Bacia
de Moçambique.

O Grudja inferior localizado nesta zona da Bacia não contava com nenhum estudo
específico, o qual só ocorreu mais tarde com o início da produção de gás e condensados
do projecto de Pande -Temane e com a descoberta do campo de gás de Inhassoro,
localizado a Este deste bloco. Um estudo detalhado desta zona irá ajudar as entidades e
os responsáveis de projectos na área de hidrocarbonetos a perspectivar a eventual
extensão da zona para a exploração deste recurso energético.

1.3 Problema
Como conhecer a descrição qualitativa e quantitativa do sistema petrolífero da bacia do
rovuma e de Moçambique, sua extensão, fluxo reservatório que nos leva a um
desenvolvimento sócio econômico do nosso pais?

1.4 Metodologia
9
1.4.1 Pesquisa Bibliográfica e virtual

Para realização deste trabalho semestral passou-se por várias etapas, sendo uma delas a
pesquisa bibliográfica, que consistiu na recolha de todos materiais didácticos úteis de
modo a dar bases de carácter científico e subsidiar o capítulo da revisão bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica" tem como finalidade colocar o pesquisador em


contactodirecto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre um determinado
assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritas por
alguma forma, quer públicas, quer gravadas"( Marconi e Lakatos ,2003).

1.4.2. Método de Abordagem

Neste âmbito, foram utilizados os métodos qualitativos e quantitativos, o método


qualitativo no sentido de ter se levantado os reais motivos do problema (atraso e falta de
confiança no envio da informação) de modo trazer soluções para o problema. A
abordagem qualitativa é propícia para situações de estudo de caso onde utiliza-se a
técnica de entrevista para obtenção de dados, este tipo de abordagem preocupa-se mais
com a qualidade da informação, não sendo muito relevante o tamanho da amostra e a
qualquer outro dado estatístico.

Cap. II Revisão dos conceitos, Bacia de Moçambique.

2. Hidrocarbonetos são compostos formados apenas por carbono e hidrogênio, cuja


principal fonte na natureza é o petróleo.

Eles são compostos apolares cujas moléculas apresentam interação fraca do tipo dipolo
induzidos. Por essa razão, são solúveis em outras substâncias apolares, mas são
praticamente insolúveis na água, que é polar. Os hidrocarbonetos que possuem de 1 a 5
carbonos são gasosos, como o gás metano (CH4). Os que possuem de 5 a 17 átomos de
carbono são líquidos, como um dos principais constituintes da gasolina, o isoctano
(C8H19). Os que possuem mais de 17 átomos de carbono são sólidos, como o C36H74,
que é um dos componentes da parafina.

2.1 Petróleo É uma substância encontrada armazenada ou embebida em rochas


subterrâneas e que pode ser queimada ou refinada para a produção de gasolina,
querosene, diesel as vezes, essa substância aflora em superfície

10
O petróleo fica armazenado no interior de poros ou espaços vazios de rochas
impermeáveis (arenito), chamadas de rochas-reservatório. É daí que vem o nome
petróleo, que significa óleo de pedra. Além disso, visto que são gerados pela
decomposição de seres vivos, o petróleo, o gás natural e o carvão são denominados de
combustíveis fósseis e são todos recursos esgotáveis, ou seja, não são renováveis.

Figura1:Fases formação do petróleo

Fonte:(Autor),2021

Entre tanto, acumulação de petróleo e/ou gás natural ocorre na rocha reservatório pois,

Uma rocha para ser reservatório deve ter duas propriedades fundamentais:

 Porosidade (espaços entre grãos).


 Permeabilidade (propriedade que permite a passagem de um fluido).

2.2 Génese da matéria orgânica dispersa nos sedimentos

A matéria orgânica dispersa (MOD) nos sedimentos é derivada do MO e dos seus


produtos metabólicos vivos, dependendo, por isso, da produtividade biológica
(Tissot&Welte, 1984).

A composição química da biomassa numa bacia de sedimentação dependente das


condições físico-químico do meio e do habitat biológico e do nível evolutivo dos
organismos. Determinar os fatores associados às condições ambientais incluem: luz,
temperatura, nutrientes e condições de água (por exemplo, correntes, temperatura, etc.)
além da presença de grupos de organismos.

11
A MO é constituída por moléculas orgânicas, sob a forma de monómeros ou polímeros,
derivadas direta ou indiretamente da parte orgânica dos organismos e composta pelos
elementos C - carbono, H - hidrogénio, O - oxigénio, N - nitrogénio e S - enxofre.
Excluem-se: esqueletos, conchas, ossos, espinhos, dentes.

A produção, acumulação e preservação da MO não degradada são os requisitos para a


formação de rochas contendo MO, que depois de sintetizada pelos organismos, pode ser
depositada e preservada nos sedimentos, para que, em função das condições geológicas
posteriores se transformar em hidrocarbonetos.

As bactérias, o fitoplâncton, o zooplâncton e as plantas superiores são os principais


contribuintes de MO nos sedimentos(Tissot&Welte, 1984), sendo constituídas por uma
grande variedade de compostos, cada um deles com características bioquímicas e
suscetibilidade ao ataque microbiano diferente (Tyson, 1995).

Os lipídios e frações lipídicas dos organismos desempenham um papel dominante na


génese do petróleo. As rochas sedimentares geralmente contêm minerais e MO com os
poros preenchidos principalmente por água, betume, óleo e/ou gás, (Ediger, 2005).

2.3 Migração do petróleo

Por migração entende-se o caminho que o petróleo percorre desde a rocha geradora até
ao local onde será acumulado, local este que precisa ser altamente poroso e permeável e
conter uma rocha selante que impeça o seu deslocamento. São distinguidos três tipos de
migração:

Migração primária é definida como a expulsão do petróleo da rocha geradora. Ela é


resultado da compactação ou micro-fracturação dos poros da rocha geradora

Migração secundária é entendida como o deslocamento ao longo de uma rocha porosa


e permeável, até que seja interceptado por uma armadilha geológica e nela permaneça
contido.

Migração terciária: Ocorre quando não há contenção do petróleo aquando da sua


migração, permitindo o seu percurso contínuo, em busca de zonas de menor pressão até
se perder através de exsudações, oxidação e degradação bacteriana perto da superfície

12
2.4 Bacia Sedimentar de Moçambique

A Bacia de Moçambique abrange o centro e sul e as partes Onshore e Offshore de


Moçambique. Contendo sedimentos do Jurássico, Cretácico e Cenozóico, ocupa a
planície costeira do centro e sul de Moçambique e estende-se sobre a plataforma
continental.

Dados sísmicos mostram uma grande variedade ao longo da margem continental de


Moçambique. “SeawardDippingReflectorSequences (SDRS)” foram observados na
subsuperfície do Talude Continental. Por isso, a margem continental da Bacia de
Moçambique não é uma margem passiva convencional, mas sim uma margem do tipo
vulcânica, caracterizada por atividade vulcânica de grande escala e eventualmente de
curta duração que resultou em grandes volumes de corpos vulcânicos efusivos
(Reichertet al., 2008).

A Bacia de Moçambique faz parte do sistema de margem continental do Leste Africano,


cuja formação teve início a partir do final do Jurássico/Cretácico Inferior; As estruturas
da bacia sobrepõem-se aos da depressão intracratónica do Gondwana e dos grabens do
Karoo; A depressão pericontinental recobre as estruturas geradas nas primeiras fases da
riftogénese (Jurássico Superior/Cretácico Inferior); a Bacia está localizada no extremo
Sul do Rift Este Africano que é datado da fase de riftogénese (Cretácico/Cenozóico).

Na estrutura tectónica da Bacia de Moçambique, foram identificadas as seguintes fases


da história geológica da mesma: Embasamento cristalino precâmbrico; fase estrutural
Gondwana (SGK); estágio de pós-Gondwana (Jurássico Superior-Cenozóico) (Salman
et al., s/d).

As fases estruturais são separadas por disconformidades e são, por sua vez, subdivididas
em unidades estruturais. Os elementos estruturais que determinam o carácter tectónico
estão associados a movimentos de blocos em que os grabens são uma importante forma.
Essas estruturas estão divididas de acordo com o tempo em que foram formadas e
desenvolvidas. Assim, do Jurássico ao Cretácico Inferior, geraram-se os grabens da fase
inicial de riftogénese e os grabens do Cenozóico da fase neoriftogénese. Pertences às
estruturas da fase inicial de riftogénese estão o Médio Zambeze, Palmeira, Limpopo,
Chidenguele, Mazenga Oeste e os Grabens deChangani. As estruturas neoriftogénicas
são os grabens do Lago Niassa, Urema, Mazenga e Chissenga (Salman et al., s/d).

13
Figura4 Ilustração Geográfica da bacia de Moçambique

Fonte: (Localizaçãodas Bacias de Moçambique ECL), 2000.

2.5 Seis das grandes bacias de Moçambique.

O hidrocarboneto concentra-se em zonas de acumulação de rochas sedimentares


denominadas Bacias Sedimentares. As seis grandes bacias de Moçambique entre elas
são:

 Bacia de Moçambique
 Bacia do Rovuma
 Bacia do Lago Niassa
 ,Bacia de Maniamba
 Bacia do Médio Zambeze
 Bacia do Baixo Zambeze.

As bacias sedimentares marginais do Rovuma e de Moçambique são as principais bacias


do país, quer em volume de sedimentos acumulados, quer em ocorrências de
hidrocarbonetos, no que se conhece até à data. Nestas bacias está concentrada grande
parte das atividades de pesquisa de hidrocarbonetos convencionais

14
2.5 Bacia de Moçambique e as sequências do Rifte do Leste Africano

A Bacia de Moçambique foi formada quase que inteiramente sobre a crosta "proto-
oceânica", mas a margem continental herdou o Karoo formado pelo socointracratónico
(Carbonífero-Pérmico, Karoo Inferior) e transtensional resultando o rifteamento
(Triássico, Karoo Superior) (ECL, 2000).

As Sequências de Rifte do Leste Africano compreendem uma assembleia inconsolidada


de unidades litoestratigráficas, compostas por estratos sedimentares terrestres a
marinhos e rochas sub-vulcânicas associadas, depositadas após o Evento Karoo,
marcando o rifte/migração/dispersão do Gondwana. A sua deposição começou há acerca
140 Ma e é aproximadamente contemporânea com o desenvolvimento do Sistema de
Rifte do Leste de África (SRLA), o que, porém, não sugere uma relação genética directa
com a SRLA (GTK Consortium, 2006a). Estes processos deram origem ao
desenvolvimento da Bacia de Moçambique, cujo substrato é constituído por rochas
vulcânicas do Karoo Superior (Jurássico Inferior) e coberta pelas sucessões
sedimentares do Cretácico Inferior a Médio que data a 140 Ma. Cinco sequências depo-
sicionais maiores pós-Karoo, separadas umas das outras por inconformidades períodos
de não-deposição ou erosão, foram reconhecidas e incorporadas na estrutura
estratigráfica de toda a Bacia de Moçambique (GTK Consortium, 2006a). Esta estrutura
estratigráfica é a síntese baseada na geologia superficial e poços profundos de
exploração de hidrocarbonetos, de acordo com a GTK Consortium (2006a/b),
descrevem-se 6 sequências distintas:

2.6.Estratigrafia da Bacia de Moçambique

A Bacia de Moçambique possui várias formações geológicas. Da base para o topo da


sequência encontram-se as seguintes formações:

2.6.1 Formação das camadas Vermelhas: a Formação das Camadas Vermelhas é


distribuída nos grabens da Palmeira e de Chidenguele e é desenvolvida na zona axial no
sistema graben de Changane para oeste. Correspondendo a estes depósitos na parte
noroeste da bacia, ocorrem os arenitos continentais do Grupo da Lupata (Salman
&Abdula 1995).

2.6.2 Formação Inharrime: compreende uma sequência de dolomitos vermelhos,


argilas vermelhas, e arenitos com bandas individuais de anidrite. A espessura desta

15
formação é de 100-350m, cujos sedimentos foram depositados num ambiente lagunar
restrito (Salman et al., s/d).

2.7.3 Formação Temane: consiste em anidrites intercaladas em rochas sedimentares


com argilas e arenitos vermelhos que foram formados na parte central de uma lagoa
salobra. As anidrites de Temane ocupam a parte central da bacia e são similares em
idade às camadas de Inharrime. A espessura da formação é de 110m (Salman et al., s/d).

2.8.4 Formação Sena: é caracterizada por arenito arcósico, de granulometria média a


groseira, seixos e conglomerados. Os seixos são compostos de granito, gnaisse,
quartzito e, às vezes, riolitos e lavas alcalinas derivadas do embasamento cristalino, do
Karoovulcânico e do Grupo da Lupata. A parte inferior desta unidade compreende
camadas de calcários impuros com restos de fósseis de fauna e pedras calcárias de barro
com fragmentos de escamas de peixe, artrópodes e fósseis de flora. Cores acastanhadas
dominam assim como tons vermelhos e amarelo e cinza. A deposição acredita-se ter
ocorrido uma inundação na planície aluvial seguida por deposição num ambiente
lacustre (Lucas & Afonso, 1965).

2.8.5 Formação Grudja: consiste de estratos marinhos, iniciando com uma camada
basal com Alectryoniaungulata, que é usada como um horizonte marcante separando a
Formação de Grudja da Formação de Sena, em conjunto com uma descontinuidade e
hiatusintra-senonianos. A Formação do Grudja é caracterizada pela ocorrência de
calcarenitos ou calcarenitosglauconíticos, siltitos e margas, intercaladas com calcários
em menor proporção. Local e esporadicamente, observam-se variedades
conglomeráticas com macrofauna marinha, atingindo arenitos
glauconíticosmarcadamente enriquecidos em fósseis. Baseada numa descontinuidade e
hiatus do Paleoceno Inferior, a Formação de Grudja pode ser dividida em duas partes,
sendo uma inferior e outra superior (GTK Consortium, 2006b).

16
Figura 6: Estratigrafia da Bacia de Moçambique

Fonte: Estratigrafia generalizada da Bacia de Moçambique, (ECL, 2000).

Sistema petrolifero da Bacia de Mocambique

2.9 Rocha: é um conjunto natural de minerais contendo proporções definidas. Assim,


podem variar de acordo com a morfologia, brilho, cor, transparência, densidade,
volume.

Figura3 Ilustração das rochas

17
(Fonte: Adaptado de ‘Governmentof Western Australia: Departamentof Mines
andPetroleum’,)2012

2.9.1 Rocha-reservatório

O petróleo após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado numa rocha
denominada rocha reservatório. Esta rocha pode ter qualquer origem ou natureza, mas
para se constituir como reservatório deve apresentar espaços vazios no seu interior
(porosidade), e que estes vazios estejam interligados, conferindo-lhe a característica de
permeabilidade. Desse modo, as rochas-reservatório são normalmente arenitos e
calcários e todas as rochas sedimentares essencialmente dotadas de porosidade Inter
granular que sejam permeáveis (Triggiaet al., 2001).

Figura2:Ilustração da Rocha Reservatório

Fonte:(Autor), 2021

Para que a acumulação seja recuperável, a partir do reservatório, é necessária que haja
uma rocha selante, a rocha selante impede a continuidade da migração ao reter o
petróleo ou gás no reservatório, Sem selante ou com a perda de integridade haverá
migração terciária (exsudação).

18
2.9.2 Trapas ou Armadilhas

As configurações geométricas das estruturas das rochas sedimentares que permitem a


focalização dos fluidos migrantes nos arredores para locais elevados, que não permitam
o escape futuro destes fluidos, obrigando-os a acumularem, são denominadas de trapas
ou armadilhas (Milani et al., 2000).

Um dos requisitos para a formação de uma jazida de petróleo é a existência de


armadilhas ou trapas, que podem ter diferentes origens, características e dimensões.
Mediante a dimensão de bacias sedimentares e o teor de MO e as condições
termoquímicas, o volume de petróleo encontrado pode ser distinto dependendo de seus
graus de estruturação, das existências e inter-relação das armadilhas e doscontactos que
as propiciem entre as rochas geradoras e reservatórios permeáveis (Triggiaet al., 2001).

O desenvolvimento das condições para o aprisionamento de petróleo pode ser


determinado pela geração de esforços físicos que vão determinar a formação de
elementos arquitetônicos que se transformam em abrigos para a contenção de fluídos. A
formação de armadilhas pode consistir da actuação de esforços físicos diretos. As
armadilhas podem ser classificadas em estruturais, estratigráficas e mistas ou
combinadas (Triggiaet al., 2001).

 A armadilha estrutural detém os maiores volumes de petróleo. Elas são a


resposta das rochas ao esforço e deformação e neste tipo, enquadram-se as
dobras e as falhas;
 As armadilhas estratigráficas não têm relação directa com esforços actuantes nas
bacias sedimentares e são determinadas por interação de condições associadas à
ocorrência de para relevos, variações laterais sedimento lógicos que
condicionam a permeabilidade;
 As armadilhas mistas ou combinadas são aquelas em que a acumulação de
hidrocarbonetos tem controle tanto de elementos estruturais como estratigráficos
e/ou sedimento lógicos.

19
2.9.3 Rocha selante

Depois das condições de geração, migração e acumulação, há necessidade de haver


alguma barreira no seu percurso ou caminho. Essa barreira é produzida pela rocha
selante cuja principal característica é a baixa permeabilidade.

Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada de plasticidade,


característica que a capacita de manter a sua condição selante, mesmo após submetida a
deformações. As rochas consideradas selantes por excelência são os argilitos e os
evaporitos (Triggiaet al., 2001).

2.9.4 Rocha Geradora

Em um sistema petrolífero, o papel da rocha geradora é produzir quantidades suficientes


de hidrocarbonetos. Tal processo origina-se fundamentalmente da matériaorgânica
presente no substrato. Esta é depositada essencialmente em ambienteanóxico e de baixa
energia, no qual a matéria não sofrerá processos químicos, comooxidação (Silva, 2007).

Desta forma, tem-se que qualquer rocha que contenha matéria orgânica produz tantogás
como petróleo, uma vez que inseridas nas condições necessárias de temperatura
epressão. Os mais comuns tipos de reservatórios são os folhelhos devido ao
seuambiente de formação ser favorável à preservação da matéria orgânica.

O processo de geração de óleo e gás pode ser resumido em etapas de maturação


damatéria orgânica (Silva, 2007), o estudo das rochas da geradora, armadilhas e
migração ajuda a determinar a geometria do sistema petrolífero,o sistema petrolífero é
essencial para dar continuidade à prospecção de petróleo.

Descoberta de hidrocarbonetos na bacia de Moçambique

20
85 furos de pesquisa, 1953-2011 (18 offshore, < 440 m de profundidade de águas )

• 2 campos ded gás em produção (Pande / Temane / Temane East)

• 1 descoberta com zona saturada em petróleo leve (Inhassoro)

• 1 furo de desberta de gás (Njika, com múltiplos reservatórios)

• Algumas pequenas descobertas junto ao campo de Pande P/T, e Buzi

1.1. Campos de gás da Bacia de Moçambique


Quanto aos campos de gás da bacia de Moçambique tem-se, os seguintes campos:

Pande, Temane e Inhassoro, que apresentam as seguintes características:

Reservatórios composto por:

 Arenitos cretácico do Grudja inferior (G6-G12)


 Formação de Grudja superior
Rochas selantes: argilitos intraformacionais

Armadilhas: estratigráficas e estruturais

Cap. III Sistema Petrolífero, Bacia do Rovuma

3. História da bacia do Rovuma


21
A Bacia do Rovuma é uma das regiões mais relevantes a nível mundial na exploração
de gás natural. É uma área de 155.500 km² ao longo rio Rovuma, onde estão várias
empresas estrangeiras com autorização para explorar recursos naturais. Foi lá que em
2010 ocorreram as maiores descobertas de gás natural das últimas décadas. A dimensão
científica, económica e histórica desse evento colocou Moçambique entre um dos
grandes produtores de gás natural e um dos maiores fornecedores de gás natural
liquefeito do mundo.

A bacia do rovuma é sedimentarrelacionada ao Rio Rovuma na fronteira entre


Moçambique e a Tanzânia, localizada em terra e no mar. A primeira pesquisa de
petróleo e aquisição de dados na parte moçambicana da bacia iniciou por volta de 1980.
O primeiro furo de pesquisa na parte moçambicana da Bacia do Rovuma, designado
Mocímboa1, foi executado pela Exploração Moçambique Limitada, em 1986. O furo
Mocímboa1 foi feito em terra (Onshore), próximo à Mocimboa da Praia, província de
Cabo Delgado, a uma distância de 110km à Sudoeste da pequena descoberta de gás em
MnaziBay, parte tanzaniana da Bacia do Rovuma. Este furo teve resultado seco com
alguns traços de gás (gas shows).

Após a execução do furo Mocímboa1, a única actividade de realce até a concessão de


áreas em 2006, foi uma concessão para pesquisa e aquisição de dados sísmicos pela
companhia Lonropet na segunda metade da década 90.

Figura: Estratigrafia da Bacia de Rovuma

Fonte: ( Autor), 2021

3.1 Características da bacia do Rovuma

22
A bacia do Rovuma cobre uma superfície total de cerca de 155 000 km2. A bacia é
partilhada por três países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e Malawi. Com cerca
de 65,39% (99,530 km2), Moçambique detém a maior proporção da superfície da bacia,
seguida de Tanzânia com 34,30% e por ultimo Malawi com 0,31%.

Com um caudal médio de 356 m3/s a bacia do Rovuma é considerada a segunda maior
bacia de Moçambique depois da bacia do Zambeze, que tem um caudal acima de (3 558
m3/seg). A bacia do Rovuma é também uma zona importante de captação de água de
valor crucial para a conservação da Biodiversidade.

Em Moçambique a bacia está administrativamente localizada na região norte do Pais


+cobrindo parcialmente a Província de Cabo Delgado e e Província de Niassa.

O rio Rovuma nasce próximo do Lago Niassa e desagua no oceano indico a nordeste da
província de Cabo Delgado, com um total de 760 km de comprimento dos quais 650 km
em Moçambique. O Rovuma tem como tributários os rios Lugenda, Lucheringo,
Messige e Chiulezi. o Rio Lugenda é o afluente de maior expressão e que tem como
tributários o Lautise, Luambala, Luchimua e Lureco.

Figura Descoberta de Hidrocarbonetos bacia do Rovuma

Fonte: (Autor),2021

3.2Elementos Sistema Petrolífero da bacia de Rovuma

23
Rochas:

 Geradora: tem se em consideração que as rochas geradoras são dois


ingredientes críticos na descoberta de estratos horizontais com valor comercial,
e vale a pena lembrar que a maioria dos grandes campos petrolíferos do mundo
se formou nos deltas de rios antigos.Ao descobrir interessantes camadas de gás
natural antes mesmo de atingir grandes profundidades, o furo de exploração
Windjammer da AnadarkoPetroleumCo. fornece indicações fortes quanto à
existência de um rico sistema de petróleo no interior da bacia do Rovuma, e
documenta também a expertise desta empresa na utilização de avançados
conceitos na análise de bacias combinados com as mais modernas tecnologias
sísmicas.
 Reservatória:O reservatório é de idade Miocénica e encontra-se totalmente na
Área 1. A estimativa de media dos recursos é de cerca de 3Tcf gás in situ.
O reservatório encontra-se a uma profundidade de cerca de 2500 metros abaixo
do nível médio das águas do mar. A coluna de água em média de cerca de 500
metros. A extensão do desta descoberta é de cerca de 5Km com a orientação de
Oeste à Este e 10Km com a orientação Norte a Sul.A descoberta está localizada
a cerca de 50 Km a sudeste de Palma.
 Selante: As rochas selantes foram identificadas a partir dos logs de sondagens e
podem ser inferidas a partir da configuração dos refletores sísmicos. Os argilitos
das Formações de Maputo e de Domo podemser considerados como selantes
regionais. Essas capas podem actuar nas zonas laterais, bemcomo nos topos das
formações e associadas a sistemas de falhas (SPI, 1998). Os argilitos na basedas
Formações Grudja Inferior e Cheringoma podem também atuar como
armadilhas estratigráficas,formadas por truncaturas erosivas nos topos das
formações.A partir dos dados disponíveis não se encontram pressões muito
elevadas nos furos realizados(SPI, 1998)

Figura:7 Sistema Petrolífero da bacia de Rovuma

24
Fonte: (Autor), 2021

3.3 Processos do sistema petrolífero da bacia do Rovuma

Migração: Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de
geração, ocorra a migração e que esta tenha seu caminho interrompido pela existência
de algum tipo de armadilha geológica. Há basicamente dois tipos de migração:

Primária: processo de expulsão do petróleo da rocha geradora. Os fatores controladores


desse fenômeno são incertos, mas acredita-se que ocorra devido a um gradiente de
pressão em resposta à contínua compactação e à expansão volumétrica ocasionada pela
formação do petróleo (PGT, 2010). Este aumento de pressão produz microfraturas na
rocha geradora que permite a passagem do fluido e o consequente alívio de pressão,
formando um ciclo.

Secundária: percurso que o óleo faz ao longo de uma rocha porosa e permeavél até ser
interceptado por uma armadilha geológica (THOMAS, 2004). Trata-se de um fluxo em
fase contínua que depende do gradiente de pressão devido à compactação, da pressão
capilar e da flutuabilidade (força vertical resultante da diferença de densidade entre o
petróleo e a água)

Sincronismo: no tocante à geologia do petróleo, é o fenômeno que faz com que as


rochas geradoras, reservatórios, selantes, trapas e migração se originem e se
desenvolvam em uma escala de tempo adequada para a formação de acumulações de
petróleo. Assim sendo, uma vez iniciada a geração de hidrocarbonetos dentro de uma
bacia sedimentar, após um soterramento adequado, o petróleo expulso da rocha
geradora deve encontrar rotas de migração já formadas, seja por deformação estrutural
anterior ou por seu próprio mecanismo de sobrepressão desenvolvido quando da
geração. Da mesma maneira, a trapa já deve estar formada para atrair os fluidos

25
migrantes, os reservatórios porosos já devem ter sido depositados, e não muito
soterrados para perderem suas características permo-porosas originais, e as rochas
selantes já devem estar presentes para impermeabilizar a armadilha.

3.4 Armadilhamento

O Armadilhamento pode ser do tipo estrutural, estratigráfica ou hidrodinâmica, Uma


armadilha estrutural consiste de configurações geométricas de estruturas de rochas que
acumulam o petróleo, não permitindo sua fuga. Podem ser domos salinos, flancos de
homoclinais ou ainda, diversos tipos de superposição de dobras e falhas. A maior parte
dos reservatórios descobertos pertencem à esta classe de trapa. As trapas estratigráficas
decorrem do acunhamento da camada transportadora ou ainda pela existência de uma
barreira impermeável ou diagenética, causando a retenção do petróleo.

Figura Sistema Petrolifero

Fonte: (Autor),2021

Cap. IV Enquadramento Geográfico e Geológico

26
Moçambique localiza-se na costa Sudoeste de África entre 10º 27’ e 26º 57’ de Latitude
Sul e 30º 12’ e 40º 51’ de Longitude Este. O país estende-se por uma superfície de
799.380 Km2 (98% de terra firme e 2% de águas interiores). (UNCCD, 2009).

O país é limitado a Norte pela Zâmbia, pelo Malawi e pela Tanzânia, a Leste pelo Canal
de Moçambique e pelo Oceano índico, a Sul e a Oeste pela África do Sul e a Oeste pela
Suazilândia e pelo Zimbabwe tal como ilustra a figura 1 (Lopes, 2008).

Figura:Localizacao geográfica de Moçambique

Fonte: ( autor), 2021

Capitulo.V

27
5. Consideracoes finais

A Bacia do Rovuma é a bacia sedimentar relacionada ao Rio Rovuma na fronteira entre


Moçambique e a Tanzânia, localizada em terra e no mar. A primeira pesquisa de
petróleo e aquisição de dados na parte moçambicana da bacia iniciou por volta de 1980.
Foi em 1983 no Concurso Público de Concessão de Áreas para Pesquisa e Produção de
Hidrocarbonetos que a Área RovumaOnshore foi adjudicada a Companhia Esso
Exploration Moçambique Limitada (Operador com 50%) e seu parceiro Shell também
com 50% de interesse participativo

Com o gás descoberto na Bacia do Rovuma, foram aprovados até ao momento


trêsprojectos, nomeadamente o Projecto Golfinho/Atum, a ser executado na Área 1 pela
Total E&P Mozambique Área 1 Limited, o Projecto Coral Sul FLNG a ser
implementado na Área 4 pela Eni e o ProjectoRovuma LNG, a ser executado também
na área 4 pela MozambiqueRovuma LNG (MRV).

6. Referencias bibliográficas

28
Marconi Marina de Andrade e Lakatos Eva Maria, Fundamentos de Metodologia
Científica. / ed. S.A Atlas. - São Paulo : 5ª Edição, 2003.

Tissot, B.P., Welte, D.H., 1984. PetroleumFormationandOccurrence


(Secondrevisededition), Springer-Verlag, Berlin, 699p.

Triguis, J.A., Souza, E.S., 2009. Geoquímica de Petróleo Utilizada na Exploração,


Produção e Meio Ambiente Impactado pelo Petróleo,Brasil, UFPE, 2009, 75p.

Triggia, A.A., Correia, C.A., Filho, C.V., Xavier, J.A.D., Machado, J.C.V., Thomas,
J.E., Souza Filho., J.E., Paula., J.L., Rossi, N.C.M., Pitombo, N.E.S., Gouvea,
P.C.V.M., Carvalho., R.S., Barragem, R.V., 2001. Fundamentos de Engenharia de
Petróleo, RJ, Interciência, 278p.

Tyson, R.V., 1995. Sedimentaryorganicmatter. Organicfaciesandpalynofacies. Chapman


& Hall, 615 p.

Vasconcelos, L., Jamal, D., 2010. A Nova Geologia de Moçambique. In: Flores, D.,
Marques, M., (Eds.), Memórias nº14, XVI Semana de Geoquímica/X Congresso de
Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa, Porto, 53-66.

29

Você também pode gostar