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ESTUDO COMPARATIVO DAS TÉCNICAS DE ORQUIECTOMIA CANINA

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Arnaldo Garcez de Barros JUNIOR
1
Breno Carvalho de PAULA
1
Jacques de Lima FERREIRA,
1
Maristela Siqueira ARNEIRO
1
Franciane NOTTO
1
Tatiane Alina de SOUZA
2
Neide Mariko TANAKA

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Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP
2
Professora orientadora, Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Tuiuti do Paraná.

INTRODUÇÃO

O controle populacional de cães tem sido tema nas propostas de diminuir a


natalidade de cães errantes e abandonados e deve ser um procedimento que
promova esterilização definitiva.
A castração (orquiectomia) é realizada com freqüência, geralmente para
uma neutralização reprodutiva e para modificação ou eliminação de padrões de
comportamento caracterísitcos dos machos intactos como a marcação através do
ato de urinar. (CRANE, 1996)
Estudos tem proposto a esterilização química, porém, deve ser ressaltado
que qualquer fármaco administrado localmente poderá apresentar como seqüela
processo inflamatório agudo, dor e desconforto. E o que poderá ainda após a
regeneração tecidual retornar a atividade reprodutiva o que era meta principal do
trabalho.
Este estudo teve como objetivo, comparar técnicas de orquiectomia canina
para que o procedimento a ser escolhido diminua o desconforto do paciente no
pós-operatório.

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MATERIAL E MÉTODOS

Dez cães machos sem raça definida, com idade entre 3 a 6 anos foram
submetidos a orquiectomia eletiva. Dois grupos de cinco animais, de proprietários
distintos participaram do projeto de controle de natalidade da UTP onde os
acadêmicos do 4º e 5º anos de medicina veterinária têm a oportunidade de
praticar cirurgias complementando as aulas práticas da disciplina.
Os grupos foram subdivididos em 3 tipos de técnicas de orquiectomia: pré-
escrotal, escrotal e pós-escrotal.
O protocolo anestésico consistiu em: cloridrato de xilazina 1 mg/kg,
cloridrato de cetamina 10 mg/kg or via intramuscular, e 2 ml de lidocaína 2% sem
vasoconstritor como anestésico infiltrativo local. O paciente foi preparado para a
cirurgia: tricotomia da região, anti-sepsia e posicionamento dos panos de campo.
Técnica cirúrgica: Os pacientes foram posicionados em decúbito dorsal,
com a contenção caudal dos membros na mesa. Depilram-se os pêlos da área
pré-escrotal, escrotal e pós -escrotal e das coxas mediais. Foram realizadas anti-
sepsia da área a ser operada. Posicionou-se um pano de campo fenestrado sobre
a área a ser operada. Incisão cutânea e subcutânea da linha média ventral do
prepúcio na base do escroto (pré-escrotal). Manipulou-se um testículo em direção
e para o interior da incisão por meio de uma pressão no escroto. O tecido que
limita a extrusão para o meio externo do testículo nesse ponto é a fáscia
espermática, que deve ser incisada até a camada parietal da túnica vaginal. Uma
vez dividida a fáscia espermática, pode-se retirar o testículo recoberto através da
incisão cutânea. Após o pinçamento ou ligadura do ligamento caudal do epidídimo,
divide-se a estrutura para liberar a invaginação da pele escrotal e permitir uma
exteriorização adicional do testículo. Aplicou-se uma tração externa caudal firme
ao testículo para romper os ligamentos de tecido conjuntivo entre o cordão e a
fáscia espermáticos. Exteriorizou-se o testículo e realizou-se a castração aberta.
Incisou-se longitudinalmente o processo vaginal. Ligam-se a artéria e a veia
testiculares e o duto deferente com fio de sutura absorvível categute cromado 2-0.
As suturas subcutâneas e pele foram realizadas como de rotina.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o pós-operatório, constatou-se que o processo inflamatório da


ferida foi mais acentuado do que dos grupos pré e pós escrotal. A orquiectomia
escrotal causou maior desconforto tais como: edema, inflamação, dor, prurido
local e retirada dos pontos através de lambedura, ao paciente comparado com a
técnica pré-escrotal e pós-escrotal. A exposição testicular durante ato cirúrgico
não foi motivo para grau de dificuldade das técnicas comparadas durante os
procedimentos, mesmo visivelmente a orquiectomia escrotal ter acesso mais
rápido.
Embora a região anatômica da orquiectomia pós-escrotal possa facilitar
contaminação devido a proximidade do ânus caudalmente, o processo cicatricial
se deu em período menor comparado com a pré-escrotal e escrotal. O que
comparado com o gato macho poderia propiciar certo grau de contaminação.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo comparativo nos permitem concluir que:


• A orquiectomia definitiva é um método aceito pelos proprietários que
querem evitar contarcepção.
• Orquiectomia escrotal é a técnica que promoveu maior desconforto ao
paciente
• O processo de cicatrização cutânea

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REFERÊNCIAS

CRANE, S.W. Orquiectomia de testículos descidos e retidos no cão e no gato. In


BOJRAB, M.Técnicas Atuais em Cirurgia de Pequenos animais 3ª ed.1996. p.
391-396.
FOSSUM, T.W. Surgery of the Reproductive and Genital System. In small Animal
Surgery. 2nd ed. 2002. p. 610-611.

BOOTHE, H.W. Testes and Epididymides In SLATTER, D. Textbook of Small


Animal Surgery. 3rd ed Saunders, 2003. p. 1521-1530.

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