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DESENVOLVIMENTO DE PLANILHA ELETRÔNICA PARA

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ARGAMASSA NO MÉTODO IPT/IBRACON


Jeanne Caroline Oliveira Coringa - Aluna da UFMT - Campus Cuiabá jeannecoringa@gmail.com
Olívio Fiorese Neto - Professor da UFMT - Campus Cuiabá, fioreseneto@gmail.com

RESUMO
Um dos métodos de dosagem mais usados no Brasil é o método IPT/EPUSP por ser prático e versátil. Porém, esse método precisa de uma análise
qualitativa para a determinação de um de seus parâmetros: o teor de argamassa. A fim de tornar essa análise em quantitativa, o presente trabalho
propõe o desenvolvimento de uma planilha eletrônica para a determinação desse parâmetro, aliando a ela conceitos de curvas granulométricas
propostas por Fuller e Bolomey, relacionando parâmetros do método com a granulometria dos agregados. A planilha foi desenvolvida e se mostrou
satisfatória até então. Futuramente, ela auxiliará em estudos de dosagem para verificar sua eficiência, comparando com o método IPT.
Palavras-Chave: Teor de argamassa, curva granulométrica; método IPT/EPUSP.
INTRODUÇÃO Figura 1 – Exemplo de Aplicação da Planilha
GRANULOMETRIA - CURVAS GRANULOMETRICAS CARACTERÍSTICAS E OTIMAS DOS AGREGADOS SEGUNDO FULLER E BOLOMEY
IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS TRAÇO EM MASSA (g)

No Brasil, o Método IBRACON ou IPT/EPUSP é um dos métodos mais AREIA AREIA NATURAL DO RIO CUIABÁ C: A: B0: B1
TABELA DE PESAGEM (KG)

BRITA 0 GRANÍTICA DA SERRA DE SÃO VICENTE 1000,00 1298,04 1998,64 4999,39 Cimento 7,456

difundidos por ser um dos mais versáteis, sendo considerado como BRITA1 GRANÍTICA DA SERRA DE SÃO VICENTE 1 0,93
PROPORÇÃO DOS MATERIAIS
2,51 5,13 Areia 5,368
CIMENTO CP II F 40 Brita 0 9,350

técnico-experimental, constituído por uma fase inicial experimental e outra 25,00% 18,00%

COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO
31,35% 25,65% Brita 1
Aditivo
7,650
49,708

fase analítica (TUTIKIAN e HELENE, 2011). Na fase experimental, o teor Diâmetro Máximo 19,00
62,36%

4,999
44,90%

3,851
78,20%

2,501
63,98%

1,000
Água
DADOS

de argamassa é definido mediante análise qualitativa da trabalhabilidade B0


PROPORÇÃO DAS BRITAS
B1 Relação agregados secos/cimento "m"
PARÂMETROS
3,00
m 3,00

do concreto fresco. Tal análise varia de operador para operador, não 55%
OK
45%
Relação agregado miúdo seco/cimento
"a"
Teor de argamassa seca (α)
0,72
43,00%
% Argamassa 43%

sendo a maneira mais eficiente para se determinar o teor de argamassa Peneiras


CIMENTO AREIA

Percentual Retido
BRITA 0

Percentual Retido
BRITA1

Percentual Retido
MISTURA

Percentual Retida
Abertura Percentual Retido Peso Parcial Peso Parcial Peso Parcial Peso Parcial Percentual Retido

seca para a trabalhabilidade previamente estabelecida. (mm)


Acumulado Cimento
(% )
Retido Agregado
Miúdo (g)
Acumulado
Agregado Miúdo
(% )
Retido Agregado
Graúdo Menor (g)
Acumulado
Agregado Graúdo
Menor (% )
Retido Agregado
Graúdo Maior (g)
Acumulado
Agregado Graúdo
Maior (% )
Retido Mistura
com cimento (g)
da Mistura com
cimento (% )
Acumulado da
Mistura com
cimento (% )

O teor de argamassa e a trabalhabilidade do concreto fresco tem relação 25


19
12,5
0,00
0,00
0,00
0,00%
0,00%
0,00%
0,00
0,00
0,00
0,00%
0,00%
0,00%
0,00
0,00
1934,22
0,00%
0,00%
38,69%
0,00
0,00
496,13
0,00
0,00
9,92
0,00
0,00
9,92

direta com a granulometria dos agregados, que pode ser manipulada de 9,5
6,3
4,8
0,00
0,00
0,55
0,00%
0,00%
0,04%
115,79
618,76
435,55
5,79%
36,75%
58,54%
2438,70
544,28
56,78
87,47%
98,36%
99,49%
716,33
624,83
356,50
14,33
12,50
7,13
24,25
36,75
43,88

maneira que se assemelhe a uma distribuição desejada, como, por 2,4


1,2
0,6
5,71
24,27
95,79
0,48%
2,35%
9,73%
527,36
149,44
53,25
84,93%
92,41%
95,07%
15,65
0,65
0,44
99,80%
99,82%
99,83%
421,52
134,18
108,28
8,43
2,68
2,17
52,31
55,00
57,16
0,3 899,22 79,01% 31,27 96,64% 0,53 99,84% 648,06 12,96 70,13
exemplo, as curvas granulométricas ótimas descritas por Fuller e 0,15
0 100
254,73
17,77
98,63%
100,00%
27,80
39,42
98,03%
100,00%
1,17
6,97
99,86%
100,00%
198,70
1294,87
3,97
25,90
74,10
100,00

Bolomey. TOTAL 1298,04

Porcentagem Ótima Retida (% )


1998,64 4999,39

Porcentagem Ótima Passante (% )


4999,39

OBJETIVO
FULLER BOLOMEY FULLER BOLOMEY
n = 0,2 n = 0,5 0 14 n = 0,2 n = 0,5 0 14

0,00 0,00 0,00 0,00 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%


8,03 18,89 18,89 16,24 91,97% 81,11% 81,11% 83,76%
12,94 29,29 29,29 25,19 87,06% 70,71% 70,71% 74,81%

Desenvolver uma planilha eletrônica que relacione os dados de 19,81


24,06
33,89
42,42
49,74
64,46
42,42
49,74
64,46
36,48
42,77
55,43
80,19%
75,94%
66,11%
57,58%
50,26%
35,54%
57,58%
50,26%
35,54%
63,52%
57,23%
44,57%

granulometria dos agregados a fim de obter o teor de argamassa seca do 42,44


49,90
56,38
74,87
82,23
87,43
74,87
82,23
87,43
64,39
70,72
75,19
57,56%
50,10%
43,62%
25,13%
17,77%
12,57%
25,13%
17,77%
12,57%
35,61%
29,28%
24,81%
62,03 91,11 91,11 78,36 37,97% 8,89% 8,89% 21,64%
método de dosagem IBRACON utilizando uma mistura de agregados cuja 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: Autora.
curva granulométrica se encaixe na zona delimitada pelas curvas
granulométricas ótimas, descritas por Fuller e Bolomey Figura 2 – Gráfico Resultante

METODOLOGIA
Foi desenvolvida uma planilha eletrônica no Software Microsoft Excel,
relacionando o teor de argamassa seca com o valor da relação agregados
secos/cimento (m), a proporção das britas e a distribuição granulométrica
resultante do concreto. Para a alimentação da planilha, foram utilizados
dados da distribuição granulométrica da areia natural do rio Cuiabá e das
britas graníticas 0 e 1 da Serra de São Vicente.
Foram calculadas as porcentagens passantes ótimas e retidas em cada
peneira de acordo com o modelo de cálculo de Fuller, e, em seguida, de
Bolomey, adotando os coeficientes extremos de aplicação. Com esses Fonte: Autora.
CONCLUSÕES
dados e a curva granulométrica resultante do concreto,é produzido um
gráfico que reúne todas elas.
A determinação do teor de argamassa na planilha é dada por ajuste visual A planilha se mostrou satisfatória, atingindo o objetivo do trabalho. Foi
da curva granulométrica do concreto de modo que ela se encaixe na possível a confecção da planilha eletrônica e esta se mostrou eficiente
região delimitada pelas curvas ótimas de Fuller e Bolomey, mostrando as para a determinação do teor de argamassa utilizando os conceitos de
quantidades de cimento, britas, areia e aditivo para a confecção do curvas granulométricas. Futuramente, será realizado um estudo de
concreto com esse o teor de argamassa. dosagem com ela.
AGRADECIMENTOS
RESULTADOS
A planilha obtida apresenta as características dos materiais, os
parâmetros e traço usados no método IPT/EPUSP, os dados de
granulometria dos agregados e do concreto, as porcentagens ótimas e
a tabela de dosagem para a confecção do concreto. Como dados de REFERÊNCIAS
entrada tem-se a dimensão máxima do agregado, a proporção de britas,
BOLIVAR, O. G. Guia Practica para el diseño de mesclas de Hormigon: Métodos
o valor de “m” e o teor de argamassa. ACI 211.1 Hormigón Normal, ACI 211.1 Hormigón com Adiciones, Fuller Thompson,
A seguir, na figura 1, tem-se um exemplo de uso da planilha, que Bolomey, Faury. Medellín: Universidad Nacional de Colombia, 1987. Disponível em:
produziu o gráfico apresentado pela figura 2. Para um “m” de valor 3, xxxxx. Acesso em: 04 ago. 2019.
com 55% de brita 0 e 45% de brita 1, agregado de dimensão máxima HELENE, P; TUTIKIAN, B. F. Dosagem dos Concretos de Cimento Portland. S.l.:
IBRACON, 2011. Disponível em: https://www.phd.eng.br/wp-
igual a 19mm, obteve-se um teor de argamassa de 43%.
content/uploads/2014/07/lc56.pdf . Acesso em: 04 ago. 2019

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