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AVALIAÇÃO DE FEBRE SEM FOCO

Humanos >> homeotérmicos


Termostato hipotalâmico: regula temperatura corporal.
Infecção, tumor, inflamação >> citocinas inflamatórias >> aumento de
prostaglandinas hipotalâmicos >> aumento da temperatura corporal
Anti-térmicos: paracetamol, dipirona >> regulam temperatura hipotalâmica >>
vasodilatação, suor (para diminuição da temperatura)
Não existem evidências de que temperaturas elevadas causem óbito (a febre
por si só não é letal)
Temperatura máxima: 42,2 ºC
Hipertermia: por exemplo por insolação. Termostato hipotalâmico está regulado
a 37°C ainda, o corpo está tentando reduzir a temperatura também. Neste caso
as medidas externas são efetivas (banho gelado, compressas). Pode ser letal.
Na febre o termostato está desregulado, corpo quer regular a temperatura.
Aumento da taxa metabólica.
Febre:
 Axilar: 37,2ºC
 Timpânica: 37,5ºC
 Retal: 38ºC
Prof. Josemar: entre 37,2-37,8ºC febrícula e febre acima de 37,8ºC
Temperatura mais elevada >> bacteremia oculta
Temperatura mais adequada > 38ºC retal (inconveniente, desconfortável,
potencialmente perigosa, melhor acurácia)
No Brasil: o que mais usamos é a axilar >> corte em 37,8ºC (melhor tolerada,
segura e conveniente, é 1ºC mais baixa que a retal).
FEBRE SEM FOCO
30% em crianças de 3-36 meses: febre sem sinais localizatórios > a grande
maioria são quadros virais benignos. Porém quadros bacterianos sérios podem
ser inicialmente indistinguíveis.
- QUAL O RISCO DE UMA INFECÇÃO BACTERIANA GRAVE?
 Em menores de < 3 meses = 12%
 Em crianças < 3 meses com temperatura >40ºC = 38ºC
A favor do tratamento:
 Desconforto do paciente
 Aumento da taxa metabólica (10-12% a cada ºC)
 Proteinúria
 Aumento do débito cardíaco e da ventilação alveolar em pacientes
cardiopatas/pneumopatas.
 Precipitação de convulsões em crianças suscetíveis.
 Aumento de mortalidade no choque séptico.
 Diminuição no esvaziamento gástrico >> vômitos >> redução de
absorção de outras medicações (antibióticos, etc.)
Contra:
 Episódios curtos e autolimitados.
 Sensação de febre faz a criança repousar.
 Diminui ferro sérico e aumenta transferrina (proteína de defesa de fase
aguda)
 Mascarar quadros sérios.
Tratar se:
 Temperatura > 40 ºC
 Idade entre 6m-3 anos.
 Doenças de base
 Sepse
 Distúrbios hidroeletrolíticos
 Hipertermia por fator ambiental (por meios físicos)
 Hipertermia por desregulação central
Febre sem sinais localizatórios: paciente não toxêmico, < 7 dias
Febre de origem indeterminada/febre de origem obscura: >3 semanas de
investigação ambulatorial ou >1 semana de investigação hospitalar
Bacteremia oculta: criança com febre sem origem com hemocultura positiva e
não toxêmica.
Infecção bacteriana séria: bacteremia oculta, pneumonia, ITU, osteomielite,
meningite, sepse (hemocultura, rx tórax, urocultura, líquor).
Lactente toxêmico: letárgico, hipoativo, não aceitando alimentação, irritação,
mau perfundida, pele acinzentada
Transição epidemiológica: devido às vacinas, queda importante da bacteremia
oculta por pneumococo e hemófilo. Aumento de outras bactérias (salmonela,
E.coli e estáfilo.
CONDUTA:
Febre >> anamnese + exame físico >> Com foco >> tratar foco
>> Sem foco: >> Toxêmica: culturar e iniciar tratamento imediatamente
>> Não toxêmica: 0-28 dias: internação, culturas, PL, Rx se sintomas
respiratórios, coprocultura se diarreia e inicia antibioticoterapia EV (ampicilina +
gentamicina: cobertura de gram positivos e gram negativos) || 29 dias – 3
meses: hemograma e EQU > normais > revisão em 24h; se hemograma
alterado (coleta PL, aguarda EQU/UCA) e inicia atb; se EQU alterado inicia
antibiótico e aguarda UCA || 3 meses – 3 anos: se T < 38,3ºC revisão em 24h
sem coletar exames | Se T > 38,3 ºC: revisar a condição vacinal > Vacinado,
muito baixo risco de bacteremia oculta (0,5%), maior risco de ITU > coletar
EQU > se normal revisão em 24h. Não vacinado > risco maior de bacteremia
por hemófilo e pneumococo (3-5%) > hemograma e EQU > Normais >
Reavaliação em 24h. Hemograma alterado > UCA e HMC > antibiótico VO e
reavaliação em 24h. EQU com piúria > antibiótico + UCA
 UCA > 5 leucos/campo, nitrito e EL positivo
 HMG > 15.000 leucócitos
Obs.: todas as hemoculturas positivas exceto pneumococo >> deve ser
internada para antibiótico EV (mesmo com paciente afebril).

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