3 – PRECIPITAÇÃO
3.1 Introdução
o
Latitude 60
(baixa pressão)
o
Latitude 30
(alta pressão)
o
Equador 0
(baixa pressão)
o
Latitude 30
(alta pressão)
o
Latitude 60
(baixa pressão)
Calota polar
(alta pressão)
3
Marciano/Carlos Rogério
Curva de
saturação
esA
Pressão de vapor
C B
eA A
esC
TC TB TA
Temperatura
5
Marciano/Carlos Rogério
6
Marciano/Carlos Rogério
7
Marciano/Carlos Rogério
Ar Frio
Precipitação
Ar quente
Frente Fria
Ar
Quente
Ar Frio
Precipitação
9
Marciano/Carlos Rogério
porte, tais como árvores. A Figura 5 mostra o pluviógrafo que é utilizado pela Estação
Meteorológica localizada no Campus da UFLA, pertencente ao 5o Distrito de
Meteorologia, sediado em Belo Horizonte. Na seqüência, um pluviograma hipotético,
mostrando o comportamento temporal da precipitação. Nota-se que o aparelho possui
capacidade máxima de registro de 10 mm e toda vez que se atinge este nível, um sistema
do tipo “báscula” deságua o coletor, zerando a precipitação. Se a chuva continuar haverá
novo enchimento do coletor e posterior eliminação e assim sucessivamente. Pode-se
observar também que quanto mais intensa for a precipitação, mais próximos estarão os
picos. Chuvas menos intensas promovem enchimento lento do coletor, caracterizado pela
parte final do pluviograma da Figura 5. A leitura mínima que se pode obter via
pluviograma é 0,25 mm.
11
Marciano/Carlos Rogério
Tempo
9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6
1
9
8
7
Altura
6
5
4
3
2
1
0
13
Marciano/Carlos Rogério
b) Média aritmética dos valores de estações vizinhas: consiste de uma média dos dados
oriundos das estações vizinhas. Este critério é válido somente para regiões
consideradas hidrologicamente homogêneas.
1
X= ⋅ (PA + PB + PC ) (3)
3
14
Marciano/Carlos Rogério
15
Marciano/Carlos Rogério
acumulados do
Totais anuais
B
Dados
mais
Dados
mais
O Média Acumulada C
dos postos
Nesta Figura observa-se que os dados atuais saíram da reta de dados mais
antigos, significando que houveram mudanças significativas nas leituras dos totais
acumulados. O coeficiente angular anterior (dado por OAC) é diferente do atual (dados
por OBC). Ao se aplicar equação 58, corrige-se os valores atuais com base nestes
coeficientes angulares. Ex.: Se uma reta de dupla - massa foi criada com base nos pontos
(0,0) e (1200,1400), e esta mesma reta, atualmente apresenta (0,0) e (1100,1200), qual
será o valor corrigido de uma leitura de 1400 mm feita atualmente.
Ma = 1400/1200 = 1,17
Mo = 1200/1100 = 1,09
Po = 1400 mm
Pa = 1502,8 mm é o valor corrigido para a leitura atual.
16
Marciano/Carlos Rogério
a) Média aritmética: é o método mais simples, aplicável para regiões com boa distribuição
de aparelhos, área de relevo plano ou suave e de regime pluviométrico mais uniforme
possível.
− 1 n
P= ∑ Pi (6)
n i=1
b) Método dos polígonos de Thiessen: este método trabalha com a distribuição espacial
dos postos, sendo a média obtida pela ponderação do valor da precipitação de um posto
pela sua área de influência. As áreas de influência são aquelas dos polígonos formados
pelas mediatrizes dos segmentos de reta que ligam estações adjacentes. É um método
puramente geométrico. Assim, tem-se:
n
− ∑ Pi ⋅ A i
P = i=1 (7)
n
∑ Ai
i=1
Embora mais preciso que o anterior, ainda apresenta limitações, por não considerar
influências orográficas. A Figura 8 exemplifica este método para uma bacia hidrográfica.
c) Método das Isoietas: consiste inicialmente no traçado das curvas de igual precipitação
(isoietas), do que depende basicamente toda a precisão dos resultados. Para obtenção de
melhores resultados, o hidrólogo deve, ao traçar as isoietas, considerar todo o
conhecimento que o mesmo possuir sobre a área em questão, como influência do relevo
(efeitos orográficos) e se possível, a morfologia do temporal (no caso de chuvas intensas);
caso contrário o método resultará numa ponderação semelhante ao proposto por
Thiessen. A precipitação média será:
n P +P
− ∑ i i+1 ⋅ A
i
i =1 2
P= (8)
n
∑ Ai
i=1
17
Marciano/Carlos Rogério
m 1
∑ n ⋅ Pi
− i=1 di
P= (9)
m 1
∑ n
i=1 di
1 N
γ (h) = ⋅ ∑ (Xi − Xi+h )2 (10)
2 ⋅ N i=1
Partindo-se desta equação, determina-se todas as possíveis combinações entre os
pontos amostrados e a partir deste cálculo, pode se construir um modelo de
semivariograma, que representa uma relação entre a variância e a posição, ou seja,
apenas a distância é que determinará a variância entre os pontos. A Figura 10 ilustra um
semivariograma com seus principais componentes.
γ (h)
Alcance (a)
•
•
• •
C1
Patamar •
•
Efeito Pepita
(Co)
Distância
- esférico:
3 h 1 h 3
γ (h) = Co + C1 ⋅ − (11)
2 a 2 a
n
Px = ∑ λi ⋅ Pi (14)
i=1
20
Marciano/Carlos Rogério
21
Marciano/Carlos Rogério
dados e seu valor é o que realmente ocorreu. Contudo, pode-se trabalhar com a
freqüência de não excedência, ou seja, aquela em que se trabalha com um percentual em
a variável é menor ou igual que um dado valor. A escolha depende dos objetivos, o qual
será mais discutido na seqüência. Deve-se ressaltar que uma é o complemento da outra,
ou seja:
fexc = 1 − fnão − exc (15)
Com base nos dados gerados pelo estudo da distribuição de freqüência ajusta-se
um modelo de probabilidades e aquele que obtiver o melhor ajuste (dado pelos testes de
adequacidade) deve ser o escolhido. Note que o tamanho da série histórica de dados tem
grande importância haja vista que ela representará a sua possibilidade de ocorrência no
futuro, ou seja, quanto maior esta maior a sua representatividade do evento. Portanto, o
ajuste de um modelo de probabilidades representará eventos que ainda não ocorreram,
estimando-os dentro de uma margem de erro a ser definida pelo projetista.
Como mencionado anteriormente, as freqüências são complementares. Para
obtenção da freqüência de excedência, posiciona-se os dados na forma decrescente. A
freqüência é então obtida dividindo-se a posição que o dado ocupa pelo número total de
dados. No entanto, normalmente trabalha-se com a freqüência amostral, dividindo-se a
posição pelo total de dados mais um. A freqüência de não excedência é obtida
posicionando-se os dados de forma crescente e o percentual calculado da mesma forma
anterior.
A freqüência de excedência é bastante usada em hidrologia e é também conhecida
como Curva de Permanência. Isto significa que obtém-se a percentagem com que um
determinado evento é superado ou igualado. Este tipo de estudo tem importância prática,
por exemplo, na determinação de uma vazão mínima de um curso d’água para
abastecimento ou irrigação, ou ainda, a precipitação mínima num determinado período de
um mês visando ao balanço hídrico e fornecimento da lâmina de irrigação mais correta. A
Figura 1 ilustra uma curva de permanência hipotética.
23
Marciano/Carlos Rogério
Vazão
y
X
100
Permanência (%)
1
TR = (3)
P(X > xi)
Quando se dispõe da freqüência de não excedência, utiliza-se a equação 1 para
obtenção da de excedência e calcula-se da mesma forma. Observa-se mais uma vez, que
o tamanho da amostra é fundamental, ou seja, esta tem que gerar a melhor
representatividade possível, para que não se cometa erros significativos devido a um
modelo de probabilidades de uma amostra (série histórica) pouca representativa.
25
Marciano/Carlos Rogério
b) Moda
É definida como sendo o valor que aparece com mais freqüência num conjunto de
dados. Quando se tem um intervalo de classe, a moda será o ponto médio da classe que
contiver o maior número de ocorrências.
c) Mediana
Corresponde ao valor que representa exatamente 50% das ocorrências. Para obtê-
lo basta avaliar as freqüências de ocorrência, independentemente de ser de excedência
ou não-excedência. Para obter o valor exato de 50%, pode-se utilizar o procedimento de
interpolação dos dados vizinhos a este valor, quando não for possível obtê-lo diretamente.
d) Variância da Amostra
2
n −
∑ xi − x
i=1
s2 = (5)
n −1
s = s2 (6)
Ao se avaliar tanto o desvio padrão quanto a variância, observa-se que quanto
maior ambos, maior a variação dos dados em torno da média.
f) Assimetria
26
Marciano/Carlos Rogério
g) Curtose
Quantifica o grau de achatamento da distribuição de freqüência de uma
determinada amostra. A referência para curtose é a curva normal e pode ser calculada
pela seguinte equação:
27
Marciano/Carlos Rogério
4
n−
∑ ix − x
Cu =
i=1 ⋅ 1 −3 (10)
n s4
Se Cu for próximo a zero, a distribuição se aproxima da normal; se for maior que
zero, os dados estão distribuídos de forma “afilada”; se for menor que zero, forma
“achatada”.
h) Co-variância amostral
Quando se relaciona um conjunto de dados de uma variável com valores de outra
variável que possa explicar o comportamento da primeira, aplica-se a co-variância
amostral, onde quanto maior este valor, mais as variáveis estão relacionadas, ou seja,
mais uma variável explica a outra. Este coeficiente pode ser calculado pela equação:
1 n −⋅ −
cov xy = ⋅ ∑ x i ⋅ yi − x ⋅ y (11)
n i=1
A co-variância pode ser negativa ou positiva. No primeiro caso, significa que
valores mais baixos de uma variável explica valores mais altos de outra variável. No
segundo, as variáveis possuem o mesmo comportamento em termos de crescimento. Em
ambos os casos, quanto maior o valor, em módulo, maior a explicação da variável
dependente.
i) Coeficiente de correlação
É um coeficiente que adimensionaliza a co-variância e busca explicar da mesma
forma anterior a relação entre duas variáveis. Seu valor varia de –1 a 1 e quanto mais
próximo dos extremos, maior a explicação da variável. É calculada por:
cov xy
r= (12)
(s x ⋅ sy )
28
Marciano/Carlos Rogério
29
Marciano/Carlos Rogério
σ Q1 µ Q3 σ
−∞ +∞
z
0
Figura 2. Representação da curva da normal com seus principais parâmetros.
2
(x − µ )
−0,5⋅
1 σ
FDP = f (x ) = ⋅e (14)
σ 2⋅π
Em que, σ é o desvio padrão e µ , esperança ou média da população, que serão
substituídas pelo desvio padrão e média amostrais, com o 1o e 2o momentos calculados
da seguinte forma:
30
Marciano/Carlos Rogério
−
σ = s; e, µ = x
−
x − x
z= (16)
s
Observa-se que z faz o papel de KTR conforme equação geral proposta por Ven Te
Chow (equação 11). Verifica-se, portanto, que a variável KTR é equivalente a z, obtido
diretamente por consulta à respectiva tabela (apêndice 1).
A distribuição normal passa a ser DN (0,1) que é a distribuição normal padrão. A
FCP passa a ser:
1 z 2
F(z ) = Pr ob(Z ≤ z ) = ⋅ ∫ e−0,5⋅z dz (17)
2 ⋅ π −∞
31
Marciano/Carlos Rogério
(
Pr ob(Z ≤ z ) = 1 − f (z ) ⋅ a1 ⋅ q + a2 ⋅ q2 + a3 ⋅ q3 ) (18)
Em que:
1 2
f (z ) = ⋅ e−0,5⋅z (19)
2⋅π
q = (1 + a0 ⋅ z )−1 (20)
Os valores para as constantes são:
a0 = 0,33267
a1 = 0,43618
a2 = -0,12017
a3 = 0,9373
Devido à simetria da curva normal dividimos a série em valores “menores que” e
“maiores que” a média. Deve-se ressaltar que variáveis afastadas da média do mesmo
valor (com os mesmos desvios) têm o mesmo tempo de recorrência, independente de ser
menor ou maior que a média. Assim, se 2 valores da variável X (X1 e X2) distam da
média do mesmo desvio, tem-se que z1 = z2 e o tempo de retorno para ambas será o
mesmo. Uma trabalhando com a possibilidade de um valor menor que a média voltar a se
repetir e outro, um valor maior que a média. O cálculo de TR será feito considerando as
seguintes situações:
- Para valores menores que a média, objetiva-se conhecer o valor de não-
excedência;
- Para valores maiores que a média, objetiva a probabilidade destes valores
serem superados;
Pelas equações abaixo, tem-se, respectivamente, a forma de cálculo de TR para
esta situação:
1
TR = ; se o valor da variável for menor que a média;
P(x ≤ xi )
1
TR = ; se o valor da variável for maior que a média;
P(x ≥ xi )
Exemplo:
32
Marciano/Carlos Rogério
Se a precipitação total anual média é de 1000 mm e o desvio padrão, 200 mm, qual
o TR para as precipitações de 1200 mm e 800 mm.
Solução:
O cálculo de z por meio da equação 14 fornece um valor para a primeira situação
de 1 e para a segunda de –1. Ao se consultar a tabela de z (apêndice 1), encontra-se
uma freqüência de não-excedência para z = 1, de 0,84134 e para z = -1, 0,15865. Para o
primeiro caso, o cálculo de TR é dado pela segunda equação. Assim, tem-se:
1
TR = = 6,3 anos ; o valor da probabilidade de excedência foi obtido por 1 –
0,15865
0,84134 = 0,15865.
Para o segundo caso, tem-se:
1
TR = = 6,3 anos ; o valor da probabilidade de não-excedência é o próprio
0,15865
valor encontrado na tabela de z. A representação gráfica dos cálculos pode ser
visualizada abaixo:
−
X2 x X1
−
z2 z1
z
−
TR2 TR TR1
6,3 6,3
a)
Tabela 1. Alturas pluviométricas anuais para Lavras, MG, bem como a distribuição de
freqüência dos dados.
Ordem P Fnão-exc. Ordem P Fnão-exc. Ordem P Fnão-exc.
(mm) (mm) (mm)
1 747,1 0,01316 29 1353,7 0,38158 57 1696,0 0,75
2 832,4 0,02632 30 1354,7 0,39474 58 1673,2 0,76316
3 999,2 0,03947 31 1355,7 0,40789 59 1683,5 0,77632
4 1001,3 0,05263 32 1374,4 0,42105 60 1686,6 0,78947
5 1068,1 0,06579 33 1377,9 0,43421 61 1689,4 0,80263
6 1093,5 0,07895 34 1380,4 0,44737 62 1705,5 0,81579
7 1109,9 0,09211 35 1393,6 0,46053 63 1719,1 0,82895
8 1170,6 0,10526 36 1398,7 0,47368 64 1726,6 0,84211
9 1171,3 0,11842 37 1413,1 0,48684 65 1728,5 0,85526
10 1183,2 0,13158 38 1427,3 0,50 66 1794,0 0,86842
11 1184,9 0,14474 39 1428,1 0,51316 67 1816,6 0,88158
12 1187,7 0,15789 40 1430,0 0,52632 68 1820,3 0,89474
13 1196,6 0,17105 41 1443,4 0,53947 69 1832,7 0,90789
14 1204,7 0,18421 42 1445,8 0,55263 70 1933,2 0,92105
15 1216,1 0,19737 43 1448,8 0,56579 71 1938,0 0,93421
16 1216,2 0,21053 44 1450,3 0,57895 72 1951,8 0,94737
17 1217,8 0,22368 45 1453,4 0,59211 73 2042,2 0,96053
18 1246,0 0,23684 46 1479,5 0,60526 74 2130,7 0,97368
19 1263,5 0,25 47 1496,3 0,61842 75 2485,6 0,98684
20 1266,7 0,26316 48 1555,8 0,63158
21 1268,6 0,27632 49 1567,4 0,64474
22 1282,5 0,28947 50 1584,3 0,65789
23 1288,8 0,30263 51 1585,1 0,67105
24 1301,2 0,31579 52 1589,1 0,68421
25 1313,0 0,32895 53 1590,0 0,69737
26 1319,8 0,34211 54 1634,1 0,71053
27 1326,6 0,35526 55 1634,1 0,72368
28 1352,8 0,36842 56 1665,3 0,73684
34
Marciano/Carlos Rogério
Moda: ponto da classe com maior número de observações. Portanto, 1399,1 mm.
Mediana: valor que corresponde a exatamente 50% dos dados. Na Tabela anterior,
1427,3 mm.
0,35 1,2
Freqüência simples
1
Freqüência simples
0,3
0,25 0,8
0,2
0,6
0,15
0,4
0,1
0,05 0,2
0 0 35
747,2 964,5 1182 1399 1616 1834 2051 2268 2486 747,2 964,5 1182 1399 1616 1834 2051 2268 2486
Ponto médio da classe Ponto médio da classe
Marciano/Carlos Rogério
36
Marciano/Carlos Rogério
Na Tabela abaixo tem-se os valores para os tempos de retorno pedidos bem como
os valores reais determinados com base na distribuição de freqüência.
TR Valores máximos Valores Valores reais Valores Erro valores Erro valores
(mm) mínimos (mm) máximos reais máximos mínimos
mínimos (%) (%)
10 1874,6 1057,4 1825,3 1146,3 2,63 8,41
50 2123,6 808,4 2301,1 791,4 8,36 2,10
100 2209,7 722,3 -- -- -- --
1000 2452,3 479,7 -- -- -- --
- z2 - z1 µ z1 z2
b) Pode-se observar também que, para probabilidades menores que 0,01316 e maiores
que 0,98684 não é possível determinar o valor real, porque as freqüências extremas
correspondem a estes valores, ou seja, o tamanho da amostra (série histórica) não foi
37
Marciano/Carlos Rogério
1,2826 −
− Ln − Ln(P(x ≤ xi )) = ⋅ x − x + 0,451⋅ s (26)
s
Assim, multiplicando-se cruzado e os termos de dentro do parênteses, obtém-se:
38
Marciano/Carlos Rogério
−
s ⋅ −Ln − Ln(P(x ≤ xi )) = +0,578 ⋅ s + 1,2826 ⋅ x − 1,2826 ⋅ x (27)
Isolando-se x, tem-se:
s −
x= ⋅ −Ln − Ln(P(x ≤ xi )) + x − 0,45 ⋅ s (28)
1,2826
Como TR pode ser definido por:
1
TR = (29)
1 − P(x ≤ xi )
Substituindo-se 27 em 26, obtém-se:
1 −
x = s ⋅ − 0,45 + 0,78 ⋅ −Ln − Ln1 − + x (30)
TR
Pode-se determinar as seguintes equações associadas à variável reduzida:
1
y TR = −Ln − Ln1 − (31)
TR
− y TR
P(x ≤ xi ) = e − e (32)
k TR = −0,45 + 0,78 ⋅ y TR (33)
E assim volta-se à equação geral de Ven te Chow:
−
x TR = x + k TR ⋅ s (34)
Em termos práticos trabalha-se com as equações 29, 30, 31 e 32.
^ 1,2826
α= (35)
s
^ −
µ = x + 0,45 ⋅ s (36)
A FDP é definida por:
{
FDP = α ⋅ e α⋅(x −µ )− e
α (x − µ )
} (37)
A FCP é dada pela probabilidade de excedência:
39
Marciano/Carlos Rogério
α (x −µ )
P(x ≥ xi ) = e − e (38)
Neste caso, como trabalha-se com valores mínimos, aplica-se probabilidade de
excedência.
Fazendo-se o mesmo raciocínio anterior, obtém-se para a variável reduzida:
1
y TR = Ln − Ln (39)
TR
k TR = 0,45 − 0,78 ⋅ y TR (40)
Exemplo 4. Dada uma série histórica de 16 anos de precipitação máxima diária anual para
a cidade de Lavras, MG, no período de 1915 a 1930. Determinar:
a) Distribuição de freqüência simples de não-excedência dos dados;
b) Aplicar o modelo de Gumbel e determinar a precipitação máxima diária para TR de 5,
10 e 20 anos;
c) Determinar o TR para as precipitações máximas diárias anuais de 100 e 250 mm;
d) Comparar os valores do ítem b com os valores reais obtidos da distribuição de
freqüência do ítem a.
b) Para TR = 5 anos
A seqüência de cálculos para esta situação é a seguinte:
- Determina-se o parâmetro yTR por meio da equação 29.
1
y TR = −Ln − Ln1 − = 1,50
5
- A seguir determina-se kTR com base na equação 31.
40
Marciano/Carlos Rogério
k TR = 2,5087
- A seguir, termina-se yTR, com base na equação 31:
k + 0,45
y TR = TR = 3,794
0,78
- Na seqüência determina-se TR com base na equação 29, isolando-se TR após
aplicação sucessiva de logarítmos naturais:
1
TR = − y TR
= 44,94 anos
1 − e −e
Para uma precipitação máxima diária de 250 mm, o TR será:
kTR = 13,8294
yTR = 18,307
TR = 89285714 anos
41
Marciano/Carlos Rogério
TR = 20 anos
P (x<xi) =0,95 .: Neste caso, observa-se que não se pode obter o valor real, porque a
distribuição de freqüência máxima foi de 0,9412.
Observações:
- Analisando o tamanho da série deste exemplo com a série do exemplo 3,
observa-se que, a deste exemplo, é bem inferior (16 valores) àquela de
precipitação total anual (75 valores). Isto tem implicações consideráveis em
termos de representatividade. Observa-se que o intervalo das interpolações é
maior quando se tem uma série menor, aumentando-se os erros de cálculo nos
valores reais provenientes de interpolação. Outra observação é que esta série
possui intervalo de freqüência bem inferior à primeira série histórica, variando
de aproximadamente 0,06 a 0,94, contra 0,01 e 0,99 da segunda. Isto quer dizer
que a série histórica de precipitação total anual é mais representativa que a
série histórica de precipitação máxima diária. Aqui não se está comparando
modelos de probabilidade, apenas o tamanho da série.
- Pode-se observar que os erros foram pequenos, menores que os valores
obtidos no exemplo 3. É importante destacar que quando se tem um valor muito
elevado de precipitação máxima diária, o TR deste será excessivamente alto,
gerado pela probabilidade de excedência muito pequena.
42
Marciano/Carlos Rogério
2
Ln(x )−µn
−0,5⋅
1 σn
FDP = ⋅e (41)
x ⋅ σn ⋅ 2 ⋅ π
Os parâmetros são determinados por:
n
∑ (Ln(x ))
µn = i=1 (42)
n
σn = desvio padrão dos dados logaritmizados.
Os valores dos parâmetros desta distribuição podem ser estimados com base na
média e desvio padrão dos dados sem transformação logarítmica. Isto é utilizado porque
os dados podem não possuir uma distribuição perfeitamente log-normal. As equações
são:
−4
1 x
µn = ⋅ Ln (43)
2 −2
x + s2
−2
2
x +s
σn = Ln (44)
−2
x
Esta distribuição se assemelha à Normal, porém, trabalhando-se com o logarítmo
dos dados. A variável reduzida kTR é o próprio valor de z na tabela utilizada para
Distribuição Normal. Assim, partindo-se da equação geral de Ven Te Chow tem-se:
−
x TR = x + k TR ⋅ s (45)
Aplicando logarítmo natural à equação 42, tem-se:
−
Ln(x TR ) = Ln x + k TR ⋅ Ln(s ) (46)
E finalmente,
43
Marciano/Carlos Rogério
− s
β = x− (49)
ηy
ηy =
(
1 − φ2 3 )
(50)
φ1 3
0,5
− γ + γ 2
(+ 4 )
φ= (51)
2
com base neste último valor e na média e desvio padrão dos dados, o parâmetro β , na
equação 47. Os parâmetros µn e σn são calculados com base nas seguintes equações:
s
µn = Ln − 0,5 ⋅ Ln ηy 2 + 1
ηy
( ) (52)
(
σn = Ln ηy 2 + 1 ) (53)
44
Marciano/Carlos Rogério
x TR = eµn +k TR ⋅σn = e4,358 +1,28⋅0,8985 = 246,7 mm . Disto conclui-se que, com uma
probabilidade de 10%, estima-se uma precipitação provável para os primeiros 10
dias de janeiro de 246,7 mm
- Para 75% de probabilidade, P(x>xi) = 75%.: P(x<xi) = 0,25%. Da tabela de z,
obtém-se este aproximadamente igual a –0,67. Da mesma forma anterior, a
precipitação provável será de xTR = 42,78 mm . Espera-se uma precipitação
mínima para os primeiros 10 dias de janeiro igual a 42,78 mm.
- Para 90% de probabilidade, P(x>xi) = 90%.: P(x<xi) = 10%. Da tabela de z,
obtém-se este aproximadamente igual a –1,28. Da mesma forma anterior, a
precipitação provável será de 24,7 mm.
45
Marciano/Carlos Rogério
Para determinar o TR para uma precipitação mínima de 340 mm, com base nesta
série histórica, procede-se da seguinte forma:
Aplicando-se a equação 47, termina-se kTR e com o valor deste, determina-se na
tabela de z, a probabilidade de não-excedência. Determina-se então a de excedência, e
aplica-se na definição de TR para variáveis cujos estudos interessam a sua superioridade.
0,5 0,5
(
2
− γ + γ + 4 ) ( 2
− 0,9845 + 0,9845 + 4 )
φ= = = 0,6223
2 2
46
Marciano/Carlos Rogério
2
3
1 − 0,6223
ηy =
(
1 − φ2 3
=
)
= 0,3175
13 1
φ
0,6223 3
Com a equação 47, determina-se o 3o parâmetro, que representa a assimetria dos
dados.
− s 75,07
β = x− = 105,95 − = −130,47
ηy 0,3175
s 75,07
(
µn = Ln − 0,5 ⋅ Ln ηy 2 + 1 = Ln
ηy
) (
− 0,5 ⋅ Ln 0,31752 + 1 = 5,418
0,3175
)
( ) (
σn = Ln ηy 2 + 1 = Ln 0,31752 + 1 = 0,3099 )
Com os 3 parâmetros definidos, aplicando-se a equação 54, obtém-se o valor da
precipitação mínima para os níveis de probabilidade desejados.
- Para P(x>xi) = 10%, o valor de z, conforme exemplo anterior, é 1,28. Assim, a
precipitação será:
47
Marciano/Carlos Rogério
Exemplo 3.
Precipitação z fteórica fcalculado ∆f Precipitação z fteórica fcalculado ∆f
(mm) (mm)
747,1 -2,25 0,0122 0,0132 0,00094 1427,3 0,5132
832,4 -1,98 0,0239 0,0263 0,00247 1428,1 -0,12 0,4522 0,5132 0,0609
999,2 -1,46 0,0721 0,0395 0,03267 1430,0 -0,11 0,4562 0,5263 0,0701
1001,3 -1,46 0,0721 0,0526 0,01951 1443,4 -0,07 0,4721 0,5395 0,0674
1068,1 -1,25 0,1056 0,0658 0,03985 1445,8 -0,06 0,4761 0,5526 0,0766
1093,5 -1,17 0,121 0,0789 0,04205 1448,8 -0,05 0,4801 0,5658 0,0857
1109,9 -1,12 0,1314 0,0921 0,03924 1450,3 -0,05 0,4801 0,5790 0,0989
1170,6 -0,93 0,1761 0,1053 0,07087 1453,4 -0,04 0,4840 0,5921 0,1081
1171,3 -0,92 0,1788 0,1184 0,06036 1479,5 0,04 0,5160 0,6053 0,0893
1183,2 -0,89 0,1867 0,1316 0,05515 1496,3 0,09 0,5359 0,6184 0,0826
1184,9 -0,88 0,1894 0,1447 0,04468 1555,8 0,28 0,6103 0,6316 0,0213
1187,7 -0,87 0,1922 0,1579 0,03426 1567,4 0,32 0,6255 0,6447 0,0192
1196,6 -0,84 0,2005 0,1711 0,0294 1584,3 0,37 0,6443 0,6579 0,0136
1204,7 -0,82 0,2061 0,1842 0,02189 1585,1 0,37 0,6443 0,6711 0,0268
1216,1 -0,78 0,2177 0,1974 0,020032 1589,1 0,39 0,6517 0,6842 0,0325
1216,2 -0,78 0,2177 0,2105 0,00716 1590,0 0,39 0,6517 0,6974 0,0456
1217,8 -0,78 0,2177 0,2237 0,00599 1634,1 0,53 0,7019 0,7105 0,0086
1246 -0,69 0,2451 0,2368 0,00825 1634,1 0,53 0,7019 0,7237 0,0217
1263,5 -0,63 0,2643 0,25 0,01434 1665,3 0,62 0,7324 0,7368 0,0045
1266,7 -0,62 0,2676 0,2632 0,00446 1673,2 0,65 0,7422 0,75 0,0079
1268,6 -0,62 0,2676 0,2763 0,0087 1683,5 0,68 0,7517 0,7632 0,0114
1282,5 -0,57 0,2843 0,2895 0,00514 1686,6 0,69 0,7549 0,7763 0,0214
1288,8 -0,56 0,2877 0,3026 0,0149 1689,4 0,70 0,7580 0,7895 0,0314
1301,2 -0,52 0,3015 0,3158 0,01426 1696 0,72 0,7642 0,8026 0,0384
1313 -0,48 0,3156 0,3289 0,01334 1705,5 0,75 0,7734 0,8158 0,0424
49
Marciano/Carlos Rogério
1319,8 -0,46 0,3228 0,3421 0,01936 1719,1 0,79 0,7852 0,8289 0,0437
1326,6 -0,44 0,3299 0,3553 0,0253 1726,6 0,82 0,7939 0,8421 0,0482
1352,8 -0,35 0,3632 0,3684 0,00526 1728,5 0,82 0,7939 0,8553 0,0614
1353,7 -0,35 0,3632 0,3816 0,01842 1794,0 1,03 0,8485 0,8684 0,0199
1354,7 -0,35 0,3632 0,3947 0,03158 1816,6 1,10 0,8643 0,8816 0,0173
1355,7 -0,35 0,3632 0,4079 0,04473 1820,3 1,11 0,8665 0,8947 0,0282
1374,4 -0,29 0,3859 0,4211 0,03515 1832,7 1,15 0,8749 0,9079 0,0329
1377,9 -0,28 0,3897 0,4342 0,04448 1933,2 1,46 0,9279 0,9210 0,0068
1380,4 -0,27 0,3936 0,4474 0,05379 1938,0 1,48 0,9306 0,9342 0,0037
1393,6 -0,23 0,4090 0,4605 0,05149 1951,8 1,52 0,9357 0,9474 0,0116
1398,7 -0,21 0,4168 0,4737 0,05685 2042,2 1,81 0,9649 0,9605 0,0043
1413,1 -0,17 0,4325 0,4868 0,05434 2130,7 2,08 0,9812 0,9737 0,0076
1427,3 -0,12 0,4522 0,5 0,04776 2485,6 3,19 0,9993 0,9868 0,0124
Conclusão: Como o valor calculado é menor que o tabelado, conclui-se que a distribuição
normal foi adequada para o conjunto de dados de precipitação total anual.
Exemplo 4.
Precipitação (mm) z (kTR) fteórica fcalculado ∆f
46,2 -1,55 0,016622 0,058824 0,042368
50,0 -1,26 0,059317 0,117647 0,059405
50,4 -1,23 0,065988 0,176471 0,111588
57,0 -0,74 0,234492 0,235294 0,0007
58,7 -0,61 0,292971 0,294118 0,000324
60,2 -0,49 0,349022 0,352941 0,00626
61,6 -0,39 0,396151 0,411765 0,015274
63,4 -0,25 0,461246 0,470588 0,010892
64,2 -0,19 0,488444 0,529412 0,042309
66,9 0,01 0,574377 0,588235 0,01351
78,2 0,86 0,829884 0,647059 0,183609
78,6 0,89 0,835743 0,705882 0,130658
78,7 0,90 0,837656 0,764706 0,073274
80 1,00 0,855703 0,823529 0,032148
85,5 1,42 0,913063 0,882353 0,030184
88,5 1,64 0,933702 0,941176 0,007346
50
Marciano/Carlos Rogério
∆f(16,5%) = 0,328
Conclusão: Como o valor calculado é menor que o tabelado, conclui-se que a distribuição
de Gumbel foi adequada para este conjunto de dados de precipitação máxima diária
anual.
∆f(16,5%) ≈ 0,294
Conclusão: Como o valor calculado é menor que o tabelado, conclui-se que a distribuição
Log-normal a 2 parâmetros foi adequada para o conjunto de dados de precipitação
decendial do mês de janeiro.
51
Marciano/Carlos Rogério
∆f(16,5%) ≈ 0,294
Conclusão: Como o valor calculado é menor que o tabelado, conclui-se que a distribuição
Log-normal a 3 parâmetros foi adequada para o conjunto de dados de precipitação
decendial do mês de janeiro. Observa-se que esta distribuição foi mais adequada do que
sua versão a 2 parâmetros.
52
Marciano/Carlos Rogério
∆f(16,5%) ≈ 0,294
53
Marciano/Carlos Rogério
Gumbel
∆f(16,5%) ≈ 0,294
54
Marciano/Carlos Rogério
Intensidade
120 72 51 40 25 19 15 11 8,7
média (mm)
3.6.2 Importância
A ocorrência de uma chuva intensa ocasiona uma lâmina precipitada cujo valor é
acima do normal. Esta lâmina pode promover recarga do lençol freático, escoamento
superficial direto e erosão (produção e transporte de sedimentos). Estes são os
problemas que a drenagem do solo, a drenagem superficial e as práticas
conservacionistas se propõem a solucionar. Para isto, a chuva intensa é o elemento
básico para o dimensionamento destas estruturas (barragens de terra, canais, terraços,
bacias de contenção e outras).
55
Marciano/Carlos Rogério
3.6.3.1 Freqüência
A lâmina precipitada (ou a intensidade média) de uma chuva além de depender da
sua duração, depende também da freqüência de ocorrência da chuva. Assim é que, para
uma mesma duração, quanto mais intensa for a chuva, menor será a freqüência, ou,
maior será o intervalo médio de tempo em que ela ocorre (tempo de retorno). A freqüência
a ser adotada para a chuva depende da natureza da estrutura e da segurança que a
mesma irá propiciar. De um modo geral, o TR será de:
- drenagem do solo: 5, 10 e excepcionalmente 25 anos;
- galerias de águas pluviais: 5, 10 e no máximo 50 anos;
- drenos de encosta: mesmos valores para drenagem do solo;
- terraços: 5 a 10 anos;
- barragens de terra: 50, 100 e em caso de risco de vida, 1000 anos.
Maiores detalhes sobre fixação de critérios de projetos serão discutidos no capítulo
sobre Escoamento Superficial.
3.6.3.2 Duração
A fixação da duração da chuva é dependente da natureza da estrutura e de sua
finalidade. Assim, distinguem-se duas situações:
- drenagem superficial de águas pluviais
- drenagem do solo ou acumulação de águas pluviais para posterior infiltração
b) Drenagem do solo
Neste caso, o tempo de duração da chuva é tomado igual ao tempo disponível para
drenar a água excedente, o qual geralmente varia de 1 a 5 dias. Nesta situação é de
suma importância a análise da sensibilidade da cultura à falta de oxigênio, do valor
econômico do solo e própria cultura. Para terraço em nível ou de retenção e bacias de
captação, o tempo de duração da chuva deve ser tal que permita infiltrar a parcela da
lâmina precipitada que escorreu até o final do mesmo. Isto significa que a ocorrência de
uma chuva posterior deve se verificar na situação em que o terraço esteja totalmente
vazio. Esta condição é função de dois fatores: da parcela da lâmina precipitada que se
escoa até o terraço e da capacidade de infiltração do solo no terraço. No Paraná, por
exemplo, tem sido adotada uma lâmina de 140 mm para dimensionamento do terraço tipo
Murundum.
C ⋅ TRm
Im,m = (70)
(to + t d )n
Em que Im,m (mm/h) é a intensidade média máxima da precipitação, td é o tempo de
duração (min), TR, o tempo de retorno (anos), C, m, to e n são os parâmetros que devem
ser obtidos com base em dados locais.
57
Marciano/Carlos Rogério
A = C ⋅ TRm (71)
E assim, a equação 70 fica:
A
Im,m = (72)
(to + t d )n
Aplicando-se logarítmo à equação 72, obtém-se:
log(Im,m ) = log(A ) − n ⋅ log(t o + t d ) (73)
58
Marciano/Carlos Rogério
Exemplo: A análise de uma série de pluviogramas das chuvas mais intensas ocorridas
numa certa região, permitiu a constituição das séries parciais das intensidades médias
máximas para as chuvas com duração entre 5 e 120 minutos. A partir dessas séries,
obteve-se os valores da média e do desvio padrão dos dados, os quais são apresentados
a seguir.
XTR
TR YTR KTR 5* 10* 20* 30* 40* 50* 60* 75* 100* 120*
5 1,50 0,72 142 118 104 93 82 72 65 59 47 37
10 2,25 1,30 159 133 116 103 92 81 73 66 53 43
20 2,97 1,87 176 147 127 113 102 90 81 73 59 49
50 3,90 2,59 198 165 142 126 114 102 92 82 66 56
100 4,60 3,14 214 178 153 136 123 110 99 88 71 61
* Tempo de duração
E os valores de C e m foram:
C = 1806; m = 0,0898; r = 0,9994
Assim, pode-se montar a seguinte equação de chuvas intensas para o exemplo:
59
Marciano/Carlos Rogério
1806 ⋅ TR0,0898
Im,m =
(25 + t d )−0,766
TR 02 10 20 50 100
log A 2,7356 2,9738 3,0118 3,0774 3,1128
A 544,00 941,44 1027,52 1195,02 1296,54
n -0,6426 -0,6723 -0,6581 -0,6591 -0,6527
r -0,9999 -0,9992 -0,9997 -0,9996 -0,9999
61
Marciano/Carlos Rogério
508,8369 ⋅ TR0,21877
Im,m =
(7 + t d )−0,65692
Exemplo de aplicação dos resultados obtidos por ambas metodologias:
Para TR = 2,0 anos e td = 5 min, tem-se:
- com base em dados reais: 110,4 mm/h
- com base em dados estimados por desagregação: 115,0 mm/h
( )
h(td,TR ) = (a ⋅ ln TR + a1) ⋅ a2 ⋅ tdb − a3 ⋅ h(60,2) (76)
( )
h(td,TR ) = (0,31⋅ ln TR + 0,70 ) ⋅ 0,38 ⋅ td0,31 − 0,39 ⋅ h(60,2) (77)
( )
- Norte de Minas: h(td,TR ) = (0,818 ⋅ ln TR + 2,134 ) ⋅ 0,38 ⋅ td0,178 − 0,439 ⋅ h(60,2 ) (78)
( )
- Sul de Minas: h(td,TR ) = (1,750 ⋅ ln TR + 3,821) ⋅ 0,38 ⋅ td0,116 − 0,422 ⋅ h(60,2 ) (79)
( )
- Centro: h(td,TR ) = (0,719 ⋅ ln TR + 1,50 ) ⋅ 0,38 ⋅ td0,219 − 0,451 ⋅ h(60,2) (80)
- Triângulo Mineiro: h(td,TR ) = (0,699 ⋅ ln TR + 1,873 ) ⋅ (0,38 ⋅ td0,198 − 0,445 )⋅ h(60,2) (82)
62
Marciano/Carlos Rogério
3.7.1 Interceptação
A estimativa da parcela da precipitação que é interceptada pela cobertura vegetal é
fato relevante e tem sido objeto de várias pesquisas e constatações experimentais e
práticas. O esquema da Figura 11 permite visualizar a influência da floresta na
interceptação e redistribuição da precipitação.
Precipitação
total (Pt)
Escoamento pelos
troncos (ET)
Precipitação
efetiva (Pe)
a) Modelo de interceptação
Pe = Pi + ET (82)
64
Marciano/Carlos Rogério
Para Lavras, MG, em termos práticos, utiliza-se o valor de 6837 MJ mm(ha .ano)-1,
proposto por Val (1985); para Sete Lagoas, MG, com características climáticas diferentes
de Lavras, é sugerido um valor de 5835 MJ mm (ha h ano)-1. E será diferente para outras
localidades. Nota-se que o regime pluviométrico local interfere diretamente nestes
valores, sendo essencial conhecê-lo antes de utilizar alguma equação ou valor sugerido.
É igualmente importante, o uso de uma série histórica que seja representativa para uma
determinada região. Uma outra observação importante diz respeito à influência dos tipos
de chuvas no valor da erosividade. Existem poucas informações a respeito das
66
Marciano/Carlos Rogério
67