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Aula 17:

Contratualismo em
Hobbes
Prof. Guilherme Costa
O Contratualismo
• Pressupõe que os homens são livres.
• Se o Estado tem o poder de reprimir as ações dos indivíduos,
passa a ser necessário explicar qual motivo os homens
abririam mão de sua liberdade para submeter-se à sua
autoridade.
• Tenta resolver a questão da justificação do Estado.
• Tese: “O contrato social legitima o poder do Estado”.
• Hipótese inicial: existência de um estado de natureza.
• A partir de um consentimento voluntário deles que originaria
a sociedade política.
• Modelos contratualistas, podem defender desde o
absolutismo, até o liberalismo e a soberania popular.
Thomas Hobbes
(1588 – 1679)

• Foi um filósofo inglês e adotou o contratualismo em sua


filosofia política, procurando justificar o poder absoluto do
estado.

• Suas obras são “Leviatã” (1651) e “Do cidadão” (1651).

• Ele foi um dos primeiros contratualistas e partia de uma crítica


ao naturalismo.
Crítica ao naturalismo

• O contra-argumento dele ao naturalismo pode ser resumido


em:

• Se a sociedade existe naturalmente, os indivíduos não visam a


interesses e vantagens particulares ao relacionarem-se entre si.
• Mas os indivíduos visam a interesses e vantagens particulares ao
relacionarem-se entre si.
• Portanto, a sociedade não existe naturalmente.
Estado de natureza
• Hobbes faz três pressuposições sobre o estado de natureza:

• Nele, todas as pessoas são iguais, pois possuem


aproximadamente a mesma força e inteligência. Os indivíduos
procuram satisfazer seus desejos, nomeadamente o desejo de
conservação da vida e de sobrevivência.
• Todas as pessoas são livres, ou seja, na ausência de lei, nenhum
obstáculo impede as pessoas de agirem como quiserem.
• Apesar de abundantes, os recursos naturais são limitados. Em
períodos de escassez, os indivíduos naturalmente entrarão em
conflito pela posse de bens a fim de aumentar as chances de sua
sobrevivência.
O contrato social

• O medo e o sentimento de insegurança dominariam as


relações humanas. Onde cada pessoa, procuraria satisfazer
somente seus interesses particulares e preservar sua própria
vida. Como também, em momentos de escassez de recursos,
apareceria uma competição generalizada por proporcionar um
risco a existência humana.

• Isso já era o bastante, na perspectiva de Hobbes, para os
indivíduos se voluntariarem ao Estado a fim de garantir sua
segurança e paz.
O contrato social

• O argumento básico que Hobbes dá é o seguinte:

• Aquilo que elimina os conflitos entre os indivíduos é uma coisa boa.


• O Estado elimina os conflitos entre os indivíduos.
• Portanto, o Estado é uma coisa boa.

• A partir disso, então, o contrato social é um dispositivo pelo qual as


pessoas renunciam sua liberdade e igualdade natural e transferem a
um soberano o poder de mando, de modo a obriga-las a respeitar a
lei e assegurar uma existência pacífica.
Estado absoluto
• Para evitar a desordem que os indivíduos fazem o contrato e
criam o Estado, em que a legitimidade está atrelada a dois
fatores:

• O consenso voluntário (contrato) entre indivíduos livres e iguais.


• A garantia do interesse de todos por meio da paz e da segurança.

• Para Hobbes, o soberano só pode executar sua função se


possuir um poder absoluto, que não está subordinado a
nenhum outro. Reúne em si todos os poderes, ou seja, criar e
aplicar leis, administrar o território, definir a propriedade
privada e assegurar sua posse, além de exigir obediência
incondicional dos governados.
Estado absoluto

• O poder soberano precisa ser absoluto, pois quando os


homens não estão submetidos à autoridade do soberano,
tendem a buscar satisfazer seus desejos de maneira egoísta. O
estado absoluto é a única maneira pela qual as vontades
individuais podem ser eliminadas em vista do cumprimento
do interesse geral de convivência pacífica entre os indivíduos.

• Sendo essas condições cumpridas, não importa quem ou o


que o soberano é, se é um rei ou uma assembleia... somente
importa-se que ele cumpra sua função de assegurar a paz e
segurança de todos.
Direito à resistência
• Apesar de haver uma obediência praticamente incondicional, os
indivíduos, em circunstâncias especiais, tem a possibilidade de
resistirem ao poder soberano. O direito de resistência. Mediante o
contrato social, os seres humanos abrem mão somente de parte de
seus direitos naturais. O direito de defender a própria vida se
mantém inalterado.

• Renunciar à autodefesa seria contraditório com o mesmo motivo


pelo qual se estabelece o contrato. Que é a eliminação do medo da
morte violenta e da insegurança.

• A resistência também pode ser provocada pela incapacidade do


Estado de cumprir suas funções. Ao não cumprir sua finalidade, ele
perde legitimidade e os homens não são mais obrigados à
obediência.
Bons estudos!

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