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Teoria da História

Material Teórico
História e suas Abordagens

Responsáveis pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Ana Bárbara Pederiva e
Prof. Edney Almeida de Brito

Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
História e suas Abordagens

• Introdução
• Gênero
• Geração
• Etnia
• Classe Social

··Conhecer novas abordagens de pesquisa, conceitos como gênero, geração,


etnia e classe social nos ofertam novas possibilidades de assuntos a serem
pesquisados, possibilitando, ainda, que antigos temas sejam revisitados, trazendo
novas conclusões.

As novas abordagens gênero, geração, etnia e classe social abrem caminho para uma
gama diversificada de análise histórica, que nos permite trabalharmos com economia,
grupos etários, diferentes culturas e recortes temporais, diferentes povos e nacionalidades,
seja como pesquisadores ou, simplesmente, como leitores ávidos por informação, ou
mesmo, humildemente, para nos aventurarmos em outras disciplinas das ciências sociais.
Por isso, estude, leia e aproveite o material.

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Unidade: História e suas Abordagens

Contextualização
As novas abordagens gênero, geração e etnia nos mostram que é possível trabalharmos
com os mais diversificados assuntos ou recortes temporais e, ainda, afastam-nos de velhos
conceitos carregados de preconceitos e obsolescência.
No entanto, essa mudança surgiu, lá no começo do século XX, com o movimento historiográfico
francês do Annales que trouxe uma considerável modificação no trabalho com as fontes, bem
como promoveu a interdisciplinaridade; a História bebeu na fonte das Ciências Sociais.
Além disso, não podemos esquecer que o marxismo também contribuiu trazendo o conceito
de Classe, que surgia como oposição ao Positivismo e suas ideias rígidas.
Certamente, para nos aprofundarmos na discussão de todas essas abordagens, não caberia
nessa unidade apontarmos as principais características. Por isso, faremos a introdução de
alguns elementos para despertar o interesse e aguçar a curiosidade sobre esses assuntos.

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Introdução
Existem muitas abordagens que podem ser realizadas na área de História, aliando conceitos,
categorias e métodos de pesquisa e análise. Seria impossível darmos conta de todas elas. Portanto,
vamos privilegiar, nesta unidade, algumas abordagens muito adotadas por pesquisadores que
utilizam métodos e conceitos das diferentes correntes históricas que os influenciaram.

Gênero
A mulher historicamente não teve sua importância como sujeito histórico reconhecido.
Entretanto, mesmo quando essa situação começa a mudar, sua aceitação foi centro de ataques,
inobservâncias e esquecimentos propositais. Fato é que, ao surgir os primeiros estudos sobre
a mulher, a aceitação acadêmica foi parcial e consideravam que esse tipo de trabalho deveria
ser encabeçado por mulheres militantes de movimentos feministas.
Segundo Joan Scott, essa visão começa a modificar com a mudança do termo história das
mulheres para gênero.

Nessas circunstâncias, o uso do termo “gênero” visa indicar a


erudição e a seriedade de um trabalho porque “gênero” tem uma
conotação mais objetiva e neutra do que “mulheres”. O gênero
parece integrar-se na terminologia científica das ciências sociais
e, por conseqüência, dissociar-se da política – (pretensamente
escandalosa) – do feminismo. (...) Enquanto o termo “história das
mulheres” revela a sua posição política ao afirmar (contrariamente às
práticas habituais), que as mulheres são sujeitos históricos legítimos,
o “gênero” inclui as mulheres sem as nomear, e parece assim não
se constituir em uma ameaça crítica. Este uso do “gênero” é um
aspecto que a gente poderia chamar de procura de uma legitimidade
acadêmica pelos estudos feministas nos anos 1980.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Disponível em: http://goo.gl/i7UBxh. Acesso em: 05/11/14.

Há grande dificuldade em definir o termo gênero, o qual foi emprestado de outras disciplinas,
e, ainda hoje, surgem novas alternativas ou discordâncias de explicação. O gênero como
definição biológica ou como se costuma chamar de determinismo biológico imperou por muitos
anos no meio acadêmico e na sociedade de um modo geral. A distinção era feita por meio da
diferenciação do corpo da mulher e do homem; assim, desconsiderando as orientações sexuais
e toda carga cultural contida no sujeito.
Entretanto, a pesquisa de gênero não se resume à distinção de sexo, ou seja, macho e fêmea
como foi encarada até a primeira metade do Século XX. A discussão é, infinitamente, mais
ampla e nos impele a buscar entender melhor como o gênero se tornou objeto de pesquisa nas
Ciências Sociais e como a identidade de gênero é formada ou compreendida.

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Unidade: História e suas Abordagens

Saiba Mais
Identidade de gênero é:
Gênero, com o qual uma pessoa se identifica, que pode ou não concordar com o
gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. Diferente da sexualidade
da pessoa. Identidade de gênero e orientação sexual são dimensões diferentes e
que não se confundem. Pessoas transexuais podem ser heterossexuais, lésbicas,
gays ou bissexuais, tanto quanto as pessoas cisgênero.
JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre a população transgênero: conceitos e termos. Brasília: Autor, 2012.
Livro disponível no site: http://issuu.com/jaquelinejesus/docs/orienta__es_popula__o_trans.

Foi, após a década de 1960, que essa perspectiva passou a mudar consideravelmente.

Os estudos de gênero são uma das consequências das lutas


libertárias dos anos 60, mais particularmente dos movimentos
sociais de 1968: as revoltas estudantis de maio em Paris, a
primavera de Praga na Tchecoslováquia, os black panters, o
movimento hippie e as lutas contra a guerra do Vietnã nos EUA,
a luta contra a ditadura militar no Brasil.
GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade.

(...) é sempre bom lembrar que a consolidação do campo de


estudos “sobre mulheres” – como eram denominados, nesse
período, os estudos de gênero – emerge paralelamente à eclosão
da fase contemporânea do feminismo, especialmente na Europa
pós-68 e nos Estados Unidos. É possível dizer que foi a partir
daí que o campo de investigação científico sobre as mulheres se
ampliou, evidenciando a forte relação do movimento social com
os estudos feministas.
SCAVONE, Lucila. Estudos de gênero: uma sociologia feminista? Disponível em: http://goo.gl/ColSrY. Acesso em: 04/11/14.

O pioneirismo, neste tipo de abordagem, surge com o movimento feminista, que tinha/
tem como objetivo elevar a mulher ao mesmo patamar de respeitabilidade social que o homem,
acreditando que as oportunidades devam ser iguais indiferente de sexo ou orientação sexual.

O movimento feminista tem diferentes fases e


diferentes abordagens, não faremos aqui defesa de
nenhum dos enfoques apenas, no decorrer do texto
Para pensar introduziremos questões e características deles

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Figura 1 - Movimento Feminista de 1968.

Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br

Figura 2 -Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir, no seu livro “O segundo sexo”, traz a
conhecida e discutida ideia “que não se nasce mulher, mas se torna
mulher”. Essa afirmação abriu campo para a discussão da mulher
não como ser biológico, mas como fruto do social, seria a definição
do gênero considerando a sua cultura e as experiências sociais.1
As ciências sociais passam a abordar, ou melhor, analisar sob
a perspectiva do gênero alguns assuntos latentes da sociedade
moderna, buscava-se entender como a sexualidade interferia nas
relações cotidianas, mais especificamente como se dava as relações
de dominação.

Fonte: Wikimedia Commons

Questões sociais e problemas sociológicos caminham juntos. Assim,


os problemas relacionados ao trabalho, à saúde, à política, à educação,
à família, à religião, à violência, às ciências, à cultura, à identidade,
ao corpo, às tecnologias produtivas e reprodutivas, e à sexualidade
passaram a ser tratados com o ‘olhar de gênero’. E foi esse olhar
que deu visibilidade às relações de dominação e poder que dividem o
mundo social em gêneros e que questionaram uma ordem sexual tida
como natural. Como explicar a ausência das mulheres na política? Ou
então, por que a educação familiar e escolar define e reitera funções
e ‘papéis’ sociais sexuados? E por que a recorrência da violência de
gênero, da sexualidade domesticada, da identidade enclausurada?
SCAVONE, Lucila. Estudos de gênero: uma sociologia feminista? Disponível em: http://goo.gl/ColSrY. Acesso em: 04/11/14.

1 SCAVONE, Lucila. Estudos de gênero: uma sociologia feminista? Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v16n1/a18v16n1.pdf. Acesso em:
04/11/2014.

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Unidade: História e suas Abordagens

É fato que a mulher ocupou e ainda ocupa um papel de inferioridade nas relações sociais
em relação ao homem. Na década de 1960, a mulher participou ativamente dos movimentos
de reivindicação, mas ficando relegada a participações secundárias na tomada de decisões ou
em atividades específicas que a colocassem em destaque.
É também nessa conjuntura que o movimento feminista e o movimento gay se avoluma e começa
a trazer consigo alguns questionamentos que não ficam despercebidos pelo meio acadêmico.

Entre os inúmeros movimentos sociais que despontam neste período,


dois nos interessam particularmente, o movimento feminista e o
movimento gay, porque ambos vão questionar as relações afetivo-
sexuais no âmbito das relações íntimas do espaço privado. As lutas
destes movimentos vão refletir-se no campo acadêmico por vários
fatores: primeiro porque a Universidade é um lugar de produção
de conhecimento fortemente influenciada pelas lutas sociais; e
segundo porque muitas das estudantes (e algumas professoras) que
participaram destas lutas percebem que não existem respostas a
inúmeros questionamentos destes movimentos sociais, de maneira
que se inicia um movimento, no interior de diferentes disciplinas, em
busca de se encontrar o lugar das mulheres, até então invisível.
GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade.

A causa foi abraçada pelo meio acadêmico, mais especificamente, pelas Ciências Sociais e
a disciplina História não se refutou a trabalhar com as novas questões de gênero.
Importante notar que Joan Scott é uma das historiadoras de maior relevância na pesquisa
histórica e traz em seu artigo “Gênero: uma categoria útil para análise histórica” os vários
usos que o gênero atende na pesquisa histórica. Ela aponta que o estudo da mulher não pode
ser desvinculado ao estudo do homem e exemplifica que seria o mesmo que estudar uma
classe social sem levar em conta considerações de cunho econômico e sem traçar paralelos
com outras classes (dominantes ou dominadas).
Mas o gênero é igualmente utilizado para designar as relações sociais entre os sexos2,
rejeitando os determinismos biológicos (que falamos no início) e todas as explicações do senso
comum que expliquem a dominação masculina sob as mulheres.

O gênero se torna, aliás, uma maneira de indicar as “construções


sociais” – a criação inteiramente social das idéias sobre os papéis
próprios aos homens e às mulheres. É uma maneira de se referir
às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos
homens e das mulheres. O gênero é, segundo essa definição, uma
categoria social imposta sobre um corpo sexuado. (...) O uso do
“gênero” coloca a ênfase sobre todo um sistema de relações que
pode incluir o sexo, mas que não é diretamente determinado pelo
sexo nem determina diretamente a sexualidade.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Disponível em: http://goo.gl/pfKfsH. Acesso em: 05/11/14.

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Tomando por base as últimas palavras da citação anterior, fica claro que o gênero abrange
questões da diferença sexual física sim, mas que isso não é determinante; o que realmente tem
relevância é a diferença cultural, a carga histórica que esses sujeitos trazem no cerne da sua
identidade e de suas crenças.

Ao contrastar um conjunto de fatos biológicos com um conjunto


de fatos culturais, eles servem (sexo e gênero) para uma proposta
analítica útil. Sendo escrupulosa em meu uso das palavras, utilizaria o
termo "sexo" apenas para falar da diferença biológica entre macho e
fêmea, e "gênero"quando me referisse às construções sociais, culturais,
psicológicas que se impõem sobre essas diferenças biológicas. Género
designa um conjunto de categorias às quais outorgamos a mesma
etiqueta fcrosslinguistically, ou crossculturally), por-que elas têm
alguma conexão com diferenças sexuais.
SHAPIRO, Judith (1981), “Anthropology and the Study of Gender”, in Soundings, an Inlerdisciplinary Journal.
64, n° 4/446-65. In: AGUIAR, Neuma. Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde as perspectivas das
mulheres. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos tempos, 1997.

O livro Gênero e ciências humanas: desafio às ciências desde


as perspectivas das mulheres, traz uma rica discussão do papel da
antropologia e de outras ciências na questão do gênero. E o mais interessante
está disponível no site http://midiaindependente.org/media/2007/08/390676.pdf.

Podemos notar, nesse texto ou em outros mais aprofundados, que há uma ambivalência no
conceito de gênero, ao mesmo tempo que renega o fator biológico como diferenciador, não
consegue fazer uma distinção clara e objetiva sem usar a diferenciação biológica. Obviamente,
o determinismo biológico não explica as várias identidades de gênero, a visão linear dos fatos
não cabe nos dias de hoje, contudo, não pode ser ignorada por completo.
O assunto é demasiado extenso e complexo para darmos conta nas poucas páginas dessa
unidade; também, não é possível nos aprofundarmos nas várias vertentes que a pesquisa
de gênero se aventura. Há quem defenda um terceiro gênero ou até mesmo um grupo que
não nutre sentimento de pertencimento a nenhum gênero3. Alguns questionamentos somente
serão respondidos com a pesquisa além dessas linhas.

2 SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Disponível em: http://goo.gl/gBt1Mh. Acesso em: 05/11/2014.
3 JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre a população transgênero: conceitos e termos. Brasília: Autor, 2012.

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Unidade: História e suas Abordagens

Geração
Frequentemente, ouvimos alguém dizer “a nossa geração participou de tal evento”, ou “se
posicionava politicamente assim”. Mas o que é geração? Como se compõe essa categoria
de análise?
Poderíamos dizer que geração é a divisão de um grupo de indivíduos nascido em um mesmo
recorte temporal que dura em média 20 anos e que, portanto, dividem os mesmos sentimentos
e anseios; resumindo, um grupo coeso e unificado pelo agir e sentir. Tal afirmação está correta,
mas esconde algumas nuances que são fundamentais para a compreensão dessa categoria.
Definirmos, conceitualmente, o que é geração se mostra uma tarefa ingrata, até porque a
literatura sobre o assunto é escassa e demasiada controversa, mas, aqui, iremos nos pautar nas
definições de Karl Mannheim.
Mannheim critica a visão positivista que limita a discussão de geração a um determinismo
biológico e cronológico:
A história das ciências humanas aparece nessa caracterização
como se houvessem sido estudadas apenas as tabelas cronológicas
históricas. Após essa simplificação, a dificuldade do problema
parece residir apenas sobre este aspecto: encontrar o tempo
médio no qual uma geração anterior é substituída por uma nova
na vida pública e, sobretudo, encontrar o ponto de início natural
no qual se procede um corte na história, a partir do qual se deve
começar a contar. A duração da geração é determinada de forma
diversa a cada momento. Alguns fixam a duração do efeito de
geração em 15 anos (por exemplo, Dromel); mas a maioria em 30,
considerando que os primeiros 30 anos são os anos de formação,
quando, normalmente, se inicia o processo individual criativo do
indivíduo; aos 60 o ser humano deixa a vida pública.
MANNHEIM, Karl. O problema das gerações. In: WELLER, Wivian. A atualidade do conceito de gerações de Karl Mannheim. Revista
Sociedade e Estado - Volume 25, Número 2 Maio / Agosto 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/se/v25n2/04.pdf.
Acesso em: 06/11/2014.

Essa visão linear positivista, obviamente, não é a mais apropriada para explicar questões
de geração que ultrapassam o mero tic-tac do relógio biológico ou do passar dos anos. Afinal,
questões culturais estão envolvidas, assim, as ideias de Mannheim se aproximam da abordagem
histórico-romântica alemã.
Indivíduos que crescem como contemporâneos experimentam
nos anos de maior disposição à receptividade, mas também
posteriormente, as mesmas influências condutoras tanto da cultura
intelectual que os impressiona como da situação político-social.
Eles constituem uma geração, uma contemporaneidade, porque
essas influências são homogêneas. Justamente por essa mudança
– de que a contemporaneidade não significa uma data cronológica
no histórico da humanidade mas uma similaridade de influências
existentes –, a questão colocada escapa de um plano que tendia
a converter-se em uma aritmética mística, ao domínio da simples
compreensão da temporalidade interior que pode ser percebida.
MANNHEIM, Karl. O problema das gerações. In: WELLER, Wivian. A atualidade do conceito de gerações de Karl Mannheim. Revista Sociedade
e Estado - Volume 25, Número 2 Maio / Agosto 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/se/v25n2/04.pdf. Acesso em: 06/11/2014.

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Pessoas podem ser contemporâneas, mas caso não se encaixarem na mesma unidade
geracional, distinções de classe, por exemplo, podem gerar grupos com ideias e sentimentos
diferentes sem ao menos nutrir algum sentimento de pertencimento entre si.
No entanto, voltemos, aqui, à separação em três partes do conceito de geração de Mannheim4.
A posição geracional não é o acúmulo de experiências comuns de um determinado grupo,
mas sim a capacidade ou potencialidade de adquiri-las, já que estão dadas no cotidiano, o
interesse por essas experiências só irão se despertar levando em conta fatores sociais.
Conexão geracional, essa segunda parte da divisão de Mannheim é mais objetiva e
determinante, pois ao contrário da primeira que trabalha com a possibilidade ou potencialidade
em adquirir experiências, ela pressupõe um posicionamento concreto.

Para a conexão geracional, não basta participar apenas


“potencialmente” de uma comunidade constituída em torno
de experiências comuns: é preciso estabelecer um vínculo de
participação em uma prática coletiva, seja ela concreta ou virtual.
WELLER, Wivian. A atualidade do conceito de gerações de Karl Mannheim. Revista Sociedade e Estado - Volume 25, Número 2
Maio / Agosto 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/se/v25n2/04.pdf. Acesso em: 06/11/14.

Entretanto, uma conexão geracional ao adquirir efetivamente uma determinada experiência,


ou dado-histórico cria em seu seio unidades geracionais diferentes. As unidades de geração
desenvolvem perspectivas, reações e posições políticas diferentes em relação a um mesmo
problema dado.5
Indivíduos de uma mesma conexão, ou seja, contemporâneos frequentadores dos mesmos
espaços ou pertencentes a mesma classe social têm a possibilidade de pertencerem a unidades
geracionais diferentes, como por exemplo, defenderem posicionamentos políticos diferentes
ou mesmo participarem de grupos culturais diferentes.

Saiba Mais
Dentro de uma mesma geração, há posicionamentos ideológicos e culturais
diferenciados, assim como também há posicionamentos divergentes nas diferentes
gerações e essa interação entre as gerações é de fundamental importância para
a manutenção desse sistema.

Fato é que para manutenção das novas gerações se torna necessária a interação entre as
gerações existentes em um determinado período; não existe uma ruptura entre uma geração
e outra, o que há é um processo de coexistência entre os grupos que dialogam e trocam
informações e experiências.
Com tudo o que vimos até aqui, fica evidente porque a juventude foi o maior objeto de estudo
das pesquisas de geração e, dentro desse grande assunto, as temáticas mais abordadas foram
os movimentos estudantis, os movimentos culturais juvenis e a rebeldia dos jovens delinquentes.

4 WELLER, Wivian. Karl Mannheim: Um Pioneiro Da Sociologia Da Juventude. Disponível em: http://goo.gl/y5RDZY. Acesso em: 11/11/2014.
5 WELLER, Wivian. A atualidade do conceito de gerações de Karl Mannheim. Revista Sociedade e Estado - Volume 25, Número 2 Maio/
Agosto 2010. Disponível em: http://goo.gl/3niiIv. Acesso em: 06/11/14.

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Unidade: História e suas Abordagens

O movimento estudantil com sua obviedade da importância política, no Brasil por exemplo,
temos a participação dos jovens na luta contra a ditadura militar nos anos que se seguiram ao
Golpe Militar em 1964.
Além disso, pelo mundo, os estudantes estavam engajados em movimentos políticos,
buscando maiores liberdades e direitos. Em contrapartida, havia também grupos de direita
que posicionavam-se em prol do recrudescimento dos direitos civis ou defensores de ideais
fascistas e todo o tipo de pensamento preconceituoso.
Figura 3 - Golpe Militar de 1964 no Brasil.

Fonte: fem.org.br

Paralelamente, havia o interesse pela pesquisa de assuntos culturais. Assim, o jovem


ganhava notoriedade no cinema e seu comportamento era difundido pelas salas de cinema
do mundo inteiro. Os jovens delinquentes e suas gangues influenciavam jovens pelo mundo a
fora, e, por conseguinte, alterava os modos de se expressar. Com isso, o rock and roll criava
seus ícones e esses ditavam a moda e era uma grande efervescência, que não poderia deixar
de ser observada pelo meio acadêmico.

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Etnia
Quando falamos em etnia, rapidamente, vem à cabeça a questão da raça. Então, é
praticamente impossível pensarmos uma coisa separada da outra e isso ocorre pelo uso
errôneo que se deu a palavra raça durante muitos anos tanto pelo senso comum, quanto pelo
meio acadêmico, palavra essa que vem carregada de preconceito e desconhecimento.

A idéia de raças humanas foi muito difundida até o início do século


XX. “Raça” era utilizada pelo senso comum e também nos meios
acadêmicos, enunciando a opinião de que os grupos étnicos (negros,
amarelos, índios e brancos) têm diferenças genéticas, biológicas,
intelectuais e que havia diferenças marcantes entre eles.
ARAUJO, Marivânia Conceição de. A identidade e a questão racial no Jardim Alvorada em Maringá/PR.
Disponível em: https://goo.gl/tRze5U. Acesso em 13/11/14.

Logo, tal opinião dava margem ao fortalecimento à ideia de raça superior que tinha atributos
genéticos que a colocava em um patamar de superioridade em relação as demais; assim,
legitimando o preconceito e ações violentas. O mito da raça superior branca abriu espaço para
escravidão e outros movimentos radicais de dominação.
O conceito de raça em si era, inicialmente, atribuído a animais e plantas, ou seja, um
conceito usado livremente pela biologia e que não cabe as ciências sociais, pois não existe
distinções genéticas significantes entre os diferentes grupos étnicos.
Com isso, o termo etnia se mostra mais adequado para se referir a diferentes grupos de
pessoas. Mas vamos a uma definição objetiva de etnia formulada por Kabengele Munanga.

O conteúdo da raça é morfo-biológico e o da etnia é sócio-cultural,


histórico e psicológico. Um conjunto populacional dito raça
“branca”, “negra” e “amarela”, pode conter em seu seio diversas
etnias. Uma etnia é um conjunto de indivíduos que, histórica ou
mitologicamente, têm um ancestral comum; têm uma língua em
comum, uma mesma religião ou cosmovisão; uma mesma cultura
e moram geograficamente num mesmo território.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.
Disponível em: http://goo.gl/8WkT19. Acesso em: 13/11/14.

Por não conter um caráter biológico, a etnia não é fixa; ela é mutável e como tem suas
características pautadas em aspectos culturais e políticos, vai se remodelando de acordo com
as mutações da sociedade em que está inserida. Uma etnia não tem tamanho determinado,
pode ser um pequeno grupo com poucos membros (uma minoria) ou pode ser até mesmo
uma etnia nação. Temos exemplos na África, onde etnias foram dizimadas por outras ou
assimiladas; às vezes, em um processo conflitante ou natural-pacífico.

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Unidade: História e suas Abordagens

Usando o exemplo africano das relações étnicas, as rivalidades tribais possibilitaram o tráfico
de escravo para o Brasil. O comércio de escravos advindos da África só foi possível devido às
rivalidades entre tribos rivais, que cooperavam na captura e venda de tribos menores e vencidas.5

“A maioria dos pesquisadores brasileiros que atuam na área das


relações raciais e interétnicas recorrem com mais freqüências ao
conceito de raça. Eles empregam ainda este conceito, não mais
para afirmar sua realidade biológica, mas sim para explicar o
racismo, na medida em que este fenômeno continua a se basear em
crença na existência das raças hierarquizadas, raças fictícias ainda
resistentes nas representações mentais e no imaginário coletivo de
todos os povos e sociedades contemporâneas. Alguns, fogem do
conceito de raça e o substituem pelo conceito de etnia considerado
como um lexical mais cômodo que o de raça, em termos de
“fala politicamente correta”. Essa substituição não muda nada
à realidade do racismo, pois não destruí a relação hierarquizada
entre culturas diferentes que é um dos componentes do racismo.
Ou seja, o racismo hoje praticado nas sociedades contemporâneas
não precisa mais do conceito de raça ou da variante biológica, ele
se reformula com base nos conceitos de etnia, diferença cultural
ou identidade cultural, mas as vítimas de hoje são as mesmas de
ontem e as raças de ontem são as etnias de hoje. O que mudou na
realidade são os termos ou conceitos, mas o esquema ideológico
que subentende a dominação e a exclusão ficou intato. É por isso
que os conceitos de etnia, de identidade étnica ou cultural são de
uso agradável para todos: racistas e anti-racistas. Constituem uma
bandeira carregada para todos, embora cada um a manipule e a
direcione de acordo com seus interesses.”
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.

5
PRANDI, Reginaldo. De africano a Afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. REVISTA USP, São Paulo, n.46, p. 52-65, junho/agosto
2000. Disponível em: http://www.usp.br/revistausp/46/04-reginaldo.pdf. Acesso em: 13/11/2014.

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Classe Social
Para estudarmos os movimentos sociais a e dinâmica da nossa sociedade moderna capitalista,
é, sem sombra de dúvida, fundamental entendermos o conceito de classe social. Karl Marx foi
um dos primeiros pensadores a desenvolver uma teoria sobre as classes.
Marx entendia classe social como a divisão da sociedade entre os que detêm os meios
de produção e os que vendem sua força de trabalho; resumindo, a classe social surge da
divisão social do trabalho. Considerava apenas duas classes os capitalistas e o proletariado,
acreditando que o proletariado tinha força suficiente para suprimir a classe dominante, surgindo
desse embate uma sociedade sem classes.
Segundo a visão desse sociólogo alemão, o conceito de classe tem um caráter fundamental
que é o econômico. Mas Max Weber (1864-1920) vai além dessa definição puramente
econômica e insere novos elementos ao conceito de classe, tornando-o mais plural e flexível.
Segundo ele, elementos como prestígio, estilo de vida, atitudes, valores morais, heranças e
grau de instrução (escolaridade) são determinantes para definir as classes.

Os grupos humanos contemplam, em suas ações, variados aspectos


(políticos, culturais, econômicos etc) que motivam e explicam a dinâmica
social e os processos históricos, entendidos em termos de mudanças
estruturais. A pesquisa sobre a ação dos segmentos sociais na dinâmica
histórica impõe, pois, a necessidade de uma teoria que integre, no
conceito de classe social, esses múltiplos aspectos. As ações e o modo
de vida dos grupos específicos são, de algum modo, determinados
pelas suas relações com os meios de produção, com os bens materiais
e culturais e com as relações de poder presentes na sociedade. É
preciso, portanto, ampliar a análise para além da situação de classe
ou de mercado, ou seja, para além da problemática economicista das
classes sociais.
FERRAZ, Cristiano Lima. Marxismo e a teoria das classes sociais. Disponível em: http://goo.gl/AFvRMQ. Acesso em: 20/11/14.

A obra de Karl Marx vive em pleno processo de ressignificação, o marxismo não é estanque,
ele é mutável de acordo com as mudanças sociais. Assim, o conceito de classe social recebe
um novo significado com Weber, elementos culturais e intelectuais são inseridos, trazendo
novas perspectivas de análise.
Desse modo, dentro de uma fábrica, por exemplo, nem todos os funcionários pertencem
a mesma classe social, somente por serem assalariados. Vale salientar que condições de
pertencimento a um grupo e capital cultural também são levados em consideração. Com isso,
o número de classes aumenta consideravelmente.

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Unidade: História e suas Abordagens

As novas relações sociais são plurais, portanto, não seria correto ficar estagnado no
padrão dualista (classe trabalhadora e classe dominante) defendidos por Marx. Poderíamos,
aqui, apresentar uma infinidade de definições de classes sociais; então, vamos optar por uma
definição constante no Dicionário básico de conceitos marxistas elaborado por Néstor
Kohan, disponível no site do Partido Comunista Brasileiro – PCB, vamos a ela:

Classes sociais: Grandes conjuntos de seres humanos que


compartilham um mesmo modo de vida e uma mesma condição
de existência. Diferenciam-se, enfrentam-se entre si, constroem sua
própria identidade e social e se definem tanto pela propriedade ou
não dos meios de produção, como pelos seus interesses, sua cultura
política, sua experiência de luta, suas tradições e sua consciência de
classe (de si mesmos e de seus inimigos). As classes exploradoras
vivem às custas das classes exploradas, as dominam e as oprimem,
por isso vivem em luta e conflito permanente ao longo da história.
KOHAN, Néstor. Dicionário básico de conceitos marxistas. Disponível em: http://goo.gl/C8Tu1D. Acesso em: 20/11/14.

Partindo dessas definições acima descritas, vemos que classe social é extremamente útil
como categoria de análise para a História e para as Ciências Sociais de um modo geral.
O emprego da classe social, assim como o marxismo na pesquisa histórica se dá em um
contexto impregnado pela filosofia de Augusto Comte, em que a linearidade na pesquisa
histórica e a idolatria as fontes oficiais, por vezes, não davam conta de analisar novos objetos,
novos assuntos – não podemos esquecer que o Positivismo foi o responsável por transformar
a história em ciência.
Contudo, as questões referentes às diferenças sociais eram vistas pelo olhar da lei dos três
estágios, formulada por Auguste Comte. Vejamos a visão dele sobre a questão da fome e dos
problemas enfrentados pelos menos afortunados.

A miséria pública é enorme em Paris; o pão é muito caro, e receia-se


mesmo que venha a faltar. Não se pode dar um passo na rua sem ter
o coração partido pelo aflitivo quadro da mendicidade; a cada instante
encontram-se operários sem pão e sem trabalho, e com tudo isso,
quando luxo! quanto luxo! Ah, como é revoltante, quando a tantos
indivíduos falta o necessário absoluto! A despeito da aflição geral, o
carnaval é ainda bastante alegre, pelo menos, há muitos bailes, públicos
e particulares. Ouvi mesmo dizer por pessoas bem sensatas que se
dançou neste inverno como nunca. Quanto a mim, não posso imaginar
como uma gaivota ou um minueto façam esquecer que mais de trinta
mil seres humanos não tenham o que comer. Não posso imaginar que
se seja tão indiferente, aponto de se divertir loucamente em meio a
todos estes desastres. Os governos não se incomodam de maneira
alguma com esta frivolidade, porque, segundo a observação judiciosa
que ontem ouvi de uma senhora muito bonita, muito amável e que, no
entanto pensa, ‘quem dança não conspira’. Esta expressão, que é mais
profunda do que parece, dá bem a chave das coisas.
MORAES FILHO, Evaristo de (Org.). Auguste Comte: Sociologia. São Paulo, Ática, 1978.

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A perplexidade no depoimento de Comte nos dá mostra que mesmo rompendo com Saint
Simon (pai do socialismo moderno), ele não ficou indiferente aos problemas sociais e se revolta
com as condições das classes operárias, mas sua doutrina filosófica nega as classes sociais,
encara a os problemas como inerente à falta de evolução da sociedade, colocada na Lei dos
Três Estágios. Portanto, ele se refuta a enfrentar a questão da exploração do capitalismo.
Nesse contexto de conservadorismo do Positivismo, a abordagem das classes sociais surge
como um movimento renovador na História, permitindo que novos objetos, grupos sociais
(elite e pobreza) e acontecimentos fossem analisados com mais flexibilidade, trazendo à tona
conclusões mais ricas e diversificadas.
Nos dias de hoje, ocorre o contrário, uma parcela considerável de pesquisadores depõem
contra a abordagem por meio das classes sociais, considerando o conceito velho.

A classe não cumpre mais um papel nos discursos diagnósticos


sobre as sociedades modernas avançadas. Tornou-se até elegante
fazer diagnósticos críticos das sociedades modernas além e contra
o discurso em termos de classe. A queda dos regimes comunistas
e a ascensão do nacionalismo deram um ímpeto adicional a
argumentos em favor da obsolescência da análise de classe para as
sociedades modernas. A classe tem a ver com a sociedade industrial
e suas ideologias, e como essas sociedades e suas ideologias não
mais existem, deveríamos nos livrar das velhas concepções e
ferramentas analíticas usadas para entender a sociedade moderna.
EDER, Klaus. A classe social tem importância no estudo dos movimentos sociais? Uma teoria do radicalismo da
classe média. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n46/a01v1646.pdf. Acesso em: 20/11/2014.

O mesmo texto que traz essa fala acima, procura desconstruir essa visão “moderna/
equivocada” de que as classes sociais não mais fazem parte das discussões sobre movimentos
sociais. Na verdade, a abordagem sobre a perspectiva da classe que um dia foi nova perante
o Positivismo, hoje em dia, é uma velha-nova abordagem que nunca ficará obsoleta, pois as
lutas de classe continuam.
Muitos pesquisadores dizem que a dinâmica social não mais se pauta na divisão das classes,
isto não condiz com a verdade, os conflitos sociais ainda ocorrem e a divergência entre as
diferentes classes existe; obviamente, porque nossa sociedade ainda é dividida em classes.
Com isso, nos vemos como grupos diferentes e essa diferença se dá, principalmente, por
questões econômicas, mas não podemos esquecer que as diferenças culturais também contam,
como defendeu Max Weber.

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Unidade: História e suas Abordagens

Material Complementar

Sites:
Se quiser conhecer um pouco melhor o trabalho de Max Weber, leia o livro “A ética
protestante e o espírito do capitalismo”.
Disponível no site: http://goo.gl/0Fcygl.
SCOTT, Joan W. “O enigma da igualdade”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis,
13 (1): 216, janeiro‐abril/2005.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v13n1/a02v13n1.pdf.
Acesso em: 18/11/2014.

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Referências

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mulheres. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos tempos, 1997.
ARAUJO, Marivânia Conceição de. A identidade e a questão racial no Jardim Alvorada em
Maringá/PR. Disponível em: http://iiiseminarioppgsufscar.files.wordpress.com/2012/04/
arac3bajo_marivc3a2nia-conceic3a7c3a3o.pdf. Acesso em 13/11/2014.
EDER, Klaus. A classe social tem importância no estudo dos movimentos sociais?. Uma
teoria do radicalismo da classe média. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/
v16n46/a01v1646.pdf. Acesso em: 20/11/2014.
FERRAZ, Cristiano Lima. Marxismo e a teoria das classes sociais. Disponível em: http://
periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/570/566. Acesso em: 20/11/2014.
GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade. Disponível em: http://
bibliobase.sermais.pt:8008/BiblioNET/upload/PDF3/01935_identidade_genero_revisado.
pdf. Acesso em: 04/11/2014.
JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre a população transgênero: conceitos e
termos. Brasília: Autor, 2012.
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br/portal/docs1/texto3.pdf. Acesso em: 20/11/2014.
MORAES FILHO, Evaristo de (Org.). Auguste Comte: Sociologia. São Paulo, Ática, 1978.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça,
racismo, identidade e etnia. Disponível em: http://www.geledes.org.br/wp-content/
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etnia.pdf. Acesso em: 13/11/2014.
PRANDI, Reginaldo. De africano a Afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. REVISTA
USP, São Paulo, n.46, p. 52-65, junho/agosto 2000. Disponível em: http://www.usp.br/
revistausp/46/04-reginaldo.pdf. Acesso em: 13/11/2014.
SCAVONE, Lucila. Estudos de gênero: uma sociologia feminista? Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/ref/v16n1/a18v16n1.pdf. Acesso em: 04/11/2014.
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www.observem.com/upload/935db796164ce35091c80e10df659a66.pdf. Acesso em:
05/11/2014.
WELLER, Wivian. A atualidade do conceito de gerações de Karl Mannheim. Revista
Sociedade e Estado - Volume 25, Número 2 Maio / Agosto 2010. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/se/v25n2/04.pdf. Acesso em: 06/11/2014.
______________. Karl Mannheim: Um Pioneiro Da Sociologia Da Juventude.
Disponível em: http://espm.br/ConhecaAESPM/CAEPM/nucleodeestudosdajuventude/
Documents/Banco%20de%20Dados%20Jovens/10.%20SOCIOLOGIA%20DA%20
JUVENTUDE/10.23.%20mannheim%20sobre%20sociologia%20da%20juventude.pdf.
Acesso em: 11/11/2014.

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Unidade: História e suas Abordagens

Anotações

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