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1. Introdução
Conforme reunião da Comissão Especial do Transporte, devido à amplitude dos trabalhos ficou
deliberada para separar os estudos por área, objetivando tratar todos os assuntos separadamente de
forma eficaz e distinta, cabendo priorizar o transporte público municipal pelos seguintes fatores:
1.1 Demanda enorme de reclamações dos usuários do transporte público municipal, que
reclamam da má qualidade do serviço prestado pela empresa Santo Anjo da Guarda Ltda;
1.2 Em recente reunião com o executivo municipal, foi apresentada a Nota Técnica nº 003/2017,
onde a empresa pede subsídios ao município para repor a perda com a gratuidade, solicita
isenção do ISS, bem como aumento na tarifa em torno de 12%, entre outros.
Diante dos fatos, de imediato o presidente da Comissão, fez varias solicitações aos órgãos
competentes objetivando coletar a documentação necessária para realização de um estudo que
possibilitaria entender um pouco mais sobre todo sistema de transporte público municipal e vim
apresentar um resultado a sociedade, bem como, ter condições para emitir parecer. Paralelo a este
estudo, buscou ouvir a sociedade, pela primeira vez na cidade foi dado à oportunidade aos
munícipes de se manifestar amplamente, visto que o transporte público é um serviço essencial à
população. Já no inicio dos estudos, observou-se algumas questões que já fez solicitar ao Executivo
um tempo sem reajuste e sem emitir nenhum ato referente ao tema, período necessário para que a
Comissão examinasse todo processo apresentado. Segue os atos do presidente desta comissão, que
foram essenciais para realização deste estudo:
Desta forma, possibilitou ao presidente da Comissão realizar um profundo estudo em todo Sistema
e apresentar em reunião da Comissão, um novo modelo para o Sistema Transporte Público do
Município de Imbituba, que foi aprovado e deliberado à continuidade. Com objetivo de otimizar e
modernizar todo sistema, esse novo modelo visa garantir qualidade, segurança e conforto para o
usuário, a redução do custo operacional e consequentemente busca reduzir o valor da tarifa, para
resgatar a confiança do imbitubense em usá-lo, bem como, desafogar o tráfego de veículos no
Centro da cidade.
Assim, o novo modelo foi apresentado para sociedade na Audiência Pública e será estudado e
amplamente debatido com a sociedade em audiências em todas as regiões do município para
garantir que atenda, de fato, o interesse público.
Vale ressaltar, que durante o estudo inicial, foram observadas muitas dúvidas no campo jurídico que
deixou alerta e fez oficializar o Executivo Municipal de Imbituba para não emitir nenhum ato
administrativo que interfira no contrato de concessão nº 14/2003, principalmente quanto ao reajuste
tarifário solicitado pela empresa Santo Anjo da Guarda Ltda. Fato que nos motivou a solicitar o
acompanhamento dos trabalhos e o assessoramento necessário, no que se refere ao Transporte
Público Municipal à OAB/SC - Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Imbituba.
2. Composição
Através da Portaria publicada pela Mesa Diretora de nº 5/2017, foi designada os seguintes
Vereadores, para as respectivas funções: Presidente: Gilberto Pereira (PR); Vice-Presidente:
Antônio Clésio Costa (PP); Relator: Humberto Carlos dos Santos (PMDB); Membros: Fernando
João Ancelmo (PSDB); e Roberto Luiz Rodrigues (PSD).
3. Antecedentes
A Comissão Especial para realizar estudos e tratar dos assuntos relacionados ao Transporte para
Área Portuária, Transporte Coletivo Intramunicipal e Intermunicipal; Ferrovia Litorânea e Obras
Complementares da Duplicação da BR-101, surgiu com a aprovação da Resolução Nº 3/2017 de
04/07/2017, de autoria da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores do Município de Imbituba,
atendendo ao Requerimento nº 027/2017 aprovado por unanimidade em 05/06/2017, de autoria
conjunta dos 13 vereadores que compõem o Poder Legislativo Municipal. Na mesma data, os
vereadores se reuniram e elegeram seus membros, conforme foi publicado na Portaria 5/2017.
4. Objetivos do estudo
Fato motivador que levou a Comissão realizar esse estudo é que se percebe claramente que temos
dois lados insatisfeitos que, de certa forma, pleiteiam melhorias: de um lado a população insatisfeita
com o serviço prestado pela empresa que explora o serviço de transporte público. Questiona retirada
itinerário, redução de linhas, horários, reclamam dos ônibus sucateados que não lhe oferecem
segurança e o mínimo de conforto e por outro lado, a empresa querendo aumentar tarifas, pedindo a
redução do ISS, cobrando que o município pague subsídios para amenizar a gratuidade, entre
outras.
Entendemos que deve haver o equilíbrio financeiro, se necessário acolher os pedidos solicitados
pela empresa, mas para isso, é necessário rever vários fatores a fim de não comprometer o serviço
prestado, a qualidade do serviço. O Transporte Público deve ser planejado para atender as demandas
da cidade, não somente por ser fundamental a mobilidade urbana, mas por ser de essencial
importância para a economia do município, seja no turismo, no comércio, além de ser instrumento
de fundamental importância no processo educacional, visto que a sua falta ou sua ineficácia,
contribuem para expansão da evasão escolar.
Baseado nesse principio e objetivando saber, investigar a influência dos custos do transporte
municipal em relação à tarifa do ônibus na empresa Santo Anjo da Guarda Ltda, que opera na
cidade de Imbituba, solicitamos documentações oficiais, contratos e pesquisas intensas na
legislação vigente, para analisar documentos e relatórios contábeis internos da empresa a fim de
descobrir qual era a composição do preço do serviço prestado, bem como a sua influência no preço
da passagem.
5. Preliminares
Também análise não pré-julga à legalidade do ato, mas sim o seu conteúdo, visto que de certa
forma, o Plano de Outorga complementa a Lei nº 1.650/1995 de 21/08/1995, que passou a
regulamentar, definindo critérios, obrigações e objetivos que norteasse o sistema de Transporte
Urbano Municipal, basilar na renovação contratual assinada no mesmo mês. No entanto,
entendemos a partir do Plano de Outorga foram criadas algumas obrigações, na qual levou a
empresa concessionaria a fazer alguns investimentos.
Vale destacar, que esses investimentos por sua vez, não justifica e muito menos se pode equivaler
como motivação retroativa ao período de concessão inicial (21/08/2003 à 22/08/2013), sendo o
investimento realizado, 10 meses e 12 dias após término do contrato da concessão original, ou seja:
22/08/2013. Assim sendo, percebe-se claramente que ficou uma lacuna e para agravar, foi realizado
sem a devida autorização do Poder Legislativo e muito menos sem ter alguma motivação
justificável. Isto foi percebido no item 7 do próprio Plano de Outorga, que afirma: “o Estudo de
Viabilidade Econômico e Financeira foi desenvolvido com informações do Serviço de Transporte
Público Coletivo Urbano de Passageiros de Tubarão e Criciúma, uma vez que não evidenciou-se
estudo tarifário na base de dados mantida pelo Município Imbituba”.
Desta forma, vimos que não havia necessidade da prorrogação de contrato, visto que para isto,
deveria ser avaliada a qualidade do serviço que seria o reflexo do investimento da empresa no
período de 21/08/2003 à 22/08/2013 e ainda assim, ficou o sistema sem contrato, de forma irregular
por um período de quase 11 meses, visto ter sido assinado o aditivo de prorrogação em 10/07/2014.
Isto nos faz refletir e apesar de não pré-julgar, notamos que se revelou contrário ao interesse
público, mesmo sendo realizado de forma automática, com consentimento das partes, como prevê o
contrato, no entanto entendemos que deveria ser promovido antes do término da vigência do
contrato original, visto que o ato evitou uma nova licitação, que por sua vez, na ausência da
licitação, ficou claro que trouxe consequências negativas a terceiros, potencialmente interessados
em disputar o direito de prestar serviço, ferindo o princípio da competição, da concorrência pública
que preceitua no inciso XXI do Art. 37 da Constituição.
A questão jurídica quanto à legalidade dos atos; seja no cumprimento da legislação, do contrato de
origem ao processo ou já no objeto propriamente consumado; solicitamos informações ao Tribunal
de Contas TCE/SC e à Promotoria de Justiça da comarca de Imbituba, que possuem denúncias de
terceiros referentes a esses atos, bem como, ao ter conhecimento desses fatos, solicitamos o
assessoramento da OAB - Subseção Imbituba, para nos acompanhar e ajudar nesse processo de
tamanho interesse público.
Antes de diagnosticar os problemas, procuramos apontar uma solução, visto que se observou falhas
no sistema atual que o compromete e eleva o custo. Além da frota ultrapassada, percorre vários
bairros para chegar ao destino, tendo como consequência da redução de horários, ausência linhas
em algumas localidades e a incerteza do cumprimento nos horários.
Ademais, fica evidente que quando se reduz a frota e aumenta a demanda transportada e, ainda
consegue-se aumentar o quilometro rodado/mês, os custos dos insumos aumentam junto à
degradação da qualidade do serviço. A consequência gera os fatores que resultam na má prestação
do serviço e no desequilíbrio econômico-financeiro, visto que toda essa sistemática, utilizando
veículos velhos, eleva os custo operacional.
Desta forma, o presidente da Comissão apresentou em reunião no dia 05/09/2017, uma nova
proposta de alteração na logística do transporte público, aonde foi encaminhada ao Poder Executivo
Municipal, juntamente com a oficialização de algumas medidas.
O Novo sistema apresentado pelo presidente da Comissão, tem como objetivo além da sua
modernização, a Integração (Norte/Sul/Centro); Decentralizar por Estação; Criação de Linha
Turística; Fomentar uso bicicletas e carros leves; Melhorar a Frota; Valor justo pelo transporte;
Reduzir o tempo (espera e viagem); Garantir conforto e segurança; Melhorar o atendimento e
Aumentar a confiabilidade do usuário.
Imbituba possui o Plano Municipal de Transporte Urbano do Município, criada através da Lei nº
1650, de 21 de agosto de 1995 que trata de forma ampla todo serviço, desde a licitação até a criação
de obrigações, direitos e deveres entre as partes, sendo sem dúvida basilar a todo processo que
resultou no contrato de concessão nº 14/2003 de 23/08/2003 e processo licitatório de concorrência
pública nº 40/1998, realizada em 21/08/1998. No § 1º do Art. 26 onde estabelece que a outorga de
concessão para serviço de Transporte Coletivo Urbano não tem caráter de exclusividade, define:
“Concessão é outorga, mediante licitação, na modalidade de Concorrência, da Prestação de
Serviço Público de Transporte Coletivo Urbano, feita pelo Poder Concedente à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado”; obrigatoriedade também definida pela Lei nº 8.987 de 13/02/1995 (II –
Art. 2º).
O prazo foi determinado, no entanto é notório que a capacidade para seu desempenho não vem
correspondendo à expectativa dos Usuários do Transporte Coletivo Urbano, cujo é primordial, é a
essência e deve ser objeto principal para qualquer tipo de equação, ou seja, o usuário deve estar
satisfeito para a partir dai, ser realizado todo estudo de equilíbrio econômico-financeiro do
contrato. Nesse contexto, fica claro que no caso do objetivo principal não ser atingido, eventuais
prejuízos são de conta e risco da empresa concessionária.
O inciso VI do Art. 27º que trata da execução e exploração do transporte coletivo, estabelece que a
concessão deve ser obrigatoriamente objeto da prévia Licitação, trata que Executivo Municipal deve
fixar as tarifas e revê-las, periodicamente, de modo a promover: A justa remuneração do capital; O
Nesta toada, para garantir os valores e finalidades do objeto principal, foi previsto que anualmente
deveria ser realizado pesquisa de opinião pública para medir o grau de satisfação dos usuários,
conforme previstos no Contrato n° 14/2003 de 28/08/2003 (item 3.5) e no Plano de Outorga de
Julho/2014 (item 4.2). Destaco que pesquisa de opinião é espontânea e não se pode confundir com
consulta pública anual, reuniões, que também é previsto no Plano de Outorga.
Desta forma, está Comissão abriu espaço para participação dos usuários objetivando ouvi-los e
realizou uma pesquisa para medir o grau satisfação, por ser requisito obrigatório para adequação e
melhoramento do serviço. Assustou o grau de descontentamento e insatisfação das pessoas pela
prestação de Serviço.
A pesquisa foi realizada do ambiente virtual entre os dias 10 a 17/09/2017, atingindo a participação
de 507 pessoas que responderam espontaneamente, sendo que 75% informaram que usam o
transporte público com frequência para trabalhar, estudar e ou passear. Já 16,8% afirmaram que não
utilizam, mas utilizaria se melhorasse. 7,7% já utilizaram, mas não utilizam mais e, 0,6% não
utilizaria o transporte de jeito nenhum.
A pesquisa abordou por ordem, diferentes temas: Preço da Passagem e Pagamento; Linhas e
Horários; Ônibus nos Finais de Semana e Feriados; Condições da Frota / Pontos de Ônibus /
Abrigos; Atendimento; Comunicação; Atendimento Especial e por fim, Informações Gerais para
obtermos um perfil do entrevistado. Pontuamos alguns que merecem a atenção das autoridades e
não deixa dúvida quanto à má prestação do serviço, que se percebe a relação direta com a falta de
investimento no setor, sendo que:
A opinião púbica é fundamental, a Constituição de 1988 determina em seu art. 175, que incumbe ao
Poder Público, a prestação de serviços públicos, nos incisos II e IV, respectivamente: os direitos
dos usuários e a obrigação de manter serviço adequado. Já a Lei nº 8.987 de 13/02/1995, que
trata do regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, regulamentando o art.
175 da Constituição Federal, no seu art. 6º é claro que “Toda concessão ou permissão pressupõe a
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato - § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as
condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia
na sua prestação e modicidade das tarifas e, § 2º A atualidade compreende a modernidade das
técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão
do serviço”. Na mesma Lei, no seu art. 3º não deixa dúvida da importância na opinião púbica como
requisito primordial, veja: “As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder
concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários”.
Desta forma, notamos que é obrigatório ser levada em consideração a opinião publica, mas percebe-
se que foi ignorada aos longos dos anos, mesmo estando como compulsória sua realização anual.
No entanto, vimos que o município vem contratando uma empresa para realizar os estudos
anualmente, na qual essa passa ser responsável pela execução dos mesmos e não poderia ignorar a
legislação, principalmente nesse ponto, que é requisito primordial.
Por outro lado, ao longo dos anos o município vem se demostrando omisso, aceitando sem contestar
os pareceres da empresa PROFUZZY, contratada justamente para realizar o estudo técnico e buscar
o equilíbrio, que não pode ser somente financeiro e sim da operação, do sistema num todo. Assim, é
notória e estranha a forma que a empresa PROFUZZY se manifesta de forma unilateral, sugerindo
medidas que tem consequência de onerar ainda mais os usuários e a Poder Concedente, livrando a
Concessionária de suas responsabilidades assumidas contratualmente e esquecendo-se do
fundamental que é a qualidade do serviço prestado para o usuário, explicita também na Cláusula
8ª do Contrato de Concessão nº 14/2003.
Nesta toada, é preocupante quando observamos que apesar da Legislação garantir a autonomia total
ao município, que através da secretaria de infraestrutura deve determinar as linhas, ajustar horários,
itinerários, fiscalizar todo o serviço com prerrogativa inclusive de multar se houver o
descumprimento, não é o que vem acontecendo. A relação é evidente ao perceber o cumprimento
por parte do município em atenção aos estudos oficiais que a empresa PROFUZZY vem emitindo e
impondo de forma unilateral benefícios somente a concessionaria e pela forma que essa opera,
fazendo tudo por sua conta sem muitas vezes nem comunicar o município que vem se omitindo há
anos, deixando transparecer que o município trabalha em função da empresa e não para atender o
interesse público na garantia da prestação do serviço de qualidade.
Deixa evidente que essa empresa emitiu parecer de forma unilateral ao esquecer as atribuição e
responsabilidades da empresa Concessionária, ignorando o usuário de transporte público que
deveria ser o primeiro a ser ouvido para se saber a sua satisfação com a qualidade do serviço. A
ameaça ao município de ter pagar indenização, por um investimento que é notório não ter existido
no período explorado de 21/08/2003 à 22/08/2013, tanto é que a mesma empresa buscou
informação nos municípios de Tubarão e Criciúma, como já explicito nas Preliminares (item 5)
deste relatório.
9. Análise de dados
Com base nesse requerimento, o município contratou mais uma vez empresa PROFUZZY, onde
realizou os estudos e concluiu através da Nota Técnica nº 03/2017, sugerindo um aumento tarifário
em torno de 12%, bem como a redução do ISS para a empresa em 95% e pediu ao município
subsidiar com os 50% restante do desconto concedido para os usuários estudante e servidores
público, além de outras, que apenas beneficiam a empresa.
Esse estudo foi apresentado pela empresa PROFUZZY em reunião no dia 08/08/2017 na sala de
reuniões da prefeitura, onde a comissão de transporte foi convidada a participar. Estava presente o
prefeito municipal acompanhado de sua equipe administrativa, representantes da concessionária e
na ocasião foi feito uma explanação por um representante da empresa PROFUZZY. Durante a
explanação, foram feitos alguns questionamentos por parte do presidente da Comissão vereador
Gilberto Pereira e do membro, vereador Roberto Luiz Rodrigues em face algumas dúvidas e
números passados de forma contraditória ao documento e consequentemente, se verificou a
necessidade de solicitar um prazo para averiguar as informações e emitir um parecer.
Nota-se no documento, mais uma vez a forma unilateral que a empresa PROFUZZY tratou o
assunto, sendo anuentes as obrigações da empresa e cobrando apenas o equilíbrio Econômico e
Financeiro, sob pena do município ter de pagar indenização por supostos investimentos, afirmação
essa do representante da empresa que realizou estudo, na reunião de 08/08/2017, esquecendo-se do
principal que é o usuário do transporte público que não vem sendo bem atendido, justamente porque
a empresa vem descumprindo sistematicamente clausulas contratuais que deveriam ser incluída e
cobrada no estudo para haver o equilíbrio.
Informou no documento que após 10/07/2014, data que foi assinado o 1º Termo Aditivo ao
Contrato de Concessão (14/2003 A/1), houve por duas vezes reajuste tarifário, sendo o primeiro em
16/04/2015 e o segundo em 04/05/2016. Nota-se desta forma, que após assinado a prorrogação do
contrato em 10/07/2014, a empresa de certa forma vinha sendo assistida referente ao equilíbrio
Econômico e Financeiro, no entanto, também é notório o descumprimento por sua parte de garantir
um transporte público de qualidade, onde por vários fatores podemos entender a insatisfação do
Usuário.
coletivo, tendo uma serie de diretrizes que deve ser seguida para a boa prática: I - promoção da
equidade no acesso aos serviços; II - melhoria da eficiência e da eficácia na prestação dos
serviços; III - ser instrumento da política de ocupação equilibrada da cidade de acordo com o plano
diretor municipal, regional e metropolitano; IV - contribuição dos beneficiários diretos e indiretos
para custeio da operação dos serviços; V - simplicidade na compreensão, transparência da estrutura
tarifária para o usuário e publicidade do processo de revisão; VI - modicidade da tarifa para o
usuário; VII - integração física, tarifária e operacional dos diferentes modos e das redes de
transporte público e privado nas cidades; VIII - articulação interinstitucional dos órgãos gestores
dos entes federativos por meio de consórcios públicos; e IX - estabelecimento e publicidade de
parâmetros de qualidade e quantidade na prestação dos serviços de transporte público
coletivo. O § 2º do mesmo Artigo, estabelece: “Os Municípios deverão divulgar, de forma
sistemática e periódica, os impactos dos benefícios tarifários concedidos no valor das tarifas dos
serviços de transporte público coletivo”. Já no Art. 9º, no § 9º: “Os reajustes das tarifas de
remuneração da prestação do serviço observarão a periodicidade mínima estabelecida pelo poder
público delegante no edital e no contrato administrativo e incluirão a transferência de parcela dos
ganhos de eficiência e produtividade das empresas aos usuários”.
Então, é claro que para haver reajustes das tarifas, deve ter melhoria da eficiência e da eficácia na
prestação dos serviços ou, no mínimo, manter um serviço de qualidade, o que não se enquadra
no município, visto que é notória sua ineficaz, como também, notória sua regressão ao longo dos
anos, ao serem descumpridas algumas metas e normas vigentes, por parte da empresa Santo Anjo.
Nesta toada, percebe-se que atualmente a concessionária possui deficiência nas suas condições
econômicas, técnicas e operacionais para manter a adequada prestação do serviço, obrigatória
possuir (§ 1º do Art. 26 da Lei nº 1.650 de 21/08/1995 e inciso II do Art. 2º da Lei nº 8.987, de
13/02/1995), vindo a descumprir o compromisso assumido, ignorando os direitos dos usuários e
assim ignorando o interesse público, dos imbitubenses que ao contrario do que Lei determina, vem
de forma desesperada anunciando sistematicamente a redução linhas, de horários, de itinerários e
ainda, escolhendo onde querem ou não atender, violando prerrogativa que de exclusiva do
município.
No Plano de Outorga, no item 2.3, onde trata explicitamente das Diretrizes, letra k. diz:
“Implantação do conjunto de Melhorias Operacionais Obrigatórias estabelecidas no presente
Plano de Outorga e na legislação em vigor”. No item 3 que fala da OUTORGA: “O presente Plano
de Outorga deverá orientar a prestação do Serviço de Transporte Público Coletivo Urbano de
Passageiros do Município de Imbituba durante todo o período de Concessão, visando à
preservação de todas as metas, diretrizes e melhorias estabelecidas”.
No entanto, deveria ser basilar para a boa prática e não ficar somente na teoria, sendo que além de
não atingir o cumprimento das metas, após um ano em vigor, mesmo tendo o aumento tarifário,
a empresa já reduziu a frota ainda que comprovado o aumento de passageiro/mês. O item 19.2
que trata sobre a Frota, determina que a frota mínima no município não possa ser inferior a 19
ônibus, incluído o reserva, veja: c. Frota Vinculada Mínima: 19 (dezenove) veículos - “Para
todos os efeitos do presente Plano de Outorga, exige-se uma frota alocada mínima, de 17
(dezessete) veículos do tipo ônibus urbano, com pelo menos 02 (dois) veículos alocados para a
frota reserva”.
Ademais, quando foram realizados os estudos para criação do Plano de Outorga, houve uma
preocupação por parte do município para atender a demanda, conforme de ser observado no item
19, que trata do Modelo Funcional. Grifamos: “A Taxa de Conforto que mede a relação entre
capacidade instalada e o número de passageiros transportados atualmente aponta um índice de
0,2955 passageiros por lugar, fato que indica que a oferta é suficiente para atender a uma
população residente e flutuante da ordem de 40.170 habitantes para uma taxa de utilização média
diária de 24% (vinte e quatro inteiros por cento).”
Assim, para todos os cálculos e conceitos prescritos no item 19, que buscou definir o numero
mínimo de ônibus, considerando a capacidade instalação, número de lugares oferecidos, sentados e
em pé, ponto de partida a oferta atual, taxa de Conforto, etc; conforme citado no paragrafo anterior,
ressaltamos que o número populacional que serviu como base de 40.170 habitantes, se refere a
População do Município - IBGE/2013.
Desta forma, vimos que a redução de veículos vem contraria a mais esse principio, sendo que além
de ter aumentado o numero de passageiros transportado, conforme já falamos, também aumentou a
população residente, sendo que o IBGE já divulgou a população estimada 2017 em 44.076
habitantes, sendo que, não foi considerado no estudo, mas é importante considerar a população
flutuante, visto que a característica turística do município, praticamente triplica durante a
temporada.
Na contra mão do crescimento da cidade, o serviço de transporte vem regredindo quanto à oferta do
serviço em maio de 2014, tinha um total de viagens mensal, nos dias de semana, de 4.373 viagem e
fins de semana 857 viagens e, percorria um percurso mês de 97.482 km com uma frota vinculada de
19 ônibus. (quadro 2 – Pagina 16 do parecer emitido para empresa Profuzzy em 27/06/2014). Em
junho de 2017, apensar de não termos vistos informações sobre o total de viagens mensal, não
temos dúvida de sua redução, sendo já se observa a redução do percurso mês para 94.936 km e a
redução da frota vinculada par 17 ônibus. (Nota Técnica Nº 003/Imbituba/2017 - quadro 6 – Pagina
04 do anexo II de Junho/2017).
Desta forma, nota-se que a precariedade do serviço é evidente e percebe-se que a empresa vem
fazendo milagre para manter, ainda que muito precário, o serviço de transporte público urbano no
município de Imbituba, visto que conseguiram reduzir o número de ônibus, reduzir o número de
viagens/linhas e consequentemente reduzindo o percurso mês, aumentando consideravelmente o
numero de passageiros transportados, mas diminuindo o média de pass./km, o IPK equivalente.
Essa ginastica é a grande responsável pelo custo elevado do transporte público, visto que para
manter e a sua consequência, gera gastos que poderiam ser evitado para não passar essa conta aos
usuários, que são os mais prejudicados com tudo isso.
O curioso que o município investiu altamente para se realizar o Plano de Outorga, basilar em todo
sistema e permitiu o seu descumprimento, o que causou tantos transtornos aos usuários, gerando
total desequilíbrio que vimos hoje, seja de e ordem econômica, social ou de conversa.
Por derradeiro, analisamos a seguir objetivando explorar alguns itens e fatores responsáveis pela
elaboração do valor tarifário, bem como, outros previstos na legislação, na qual evidenciamos o não
cumprimento.
9.2. Gratuidade
É importante levar em conta, que muitos municípios consideram pessoas idosas as pessoas maiores
de 60 anos, visto que a Lei 10.741/2003, conhecida por Estatuto do Idoso considera pessoas idosas
as maiores de 60 anos. No entanto, a mesma Lei estabelece a gratuidade apenas aos maiores de 65
anos, fato que o município considerou e acordo com o inciso IV e precisa ser revisto. Precisamos
valorizar a pessoa idosa, reconhecer todo seu trabalho já prestado e garantir assim o cumprimento
da Lei que estabelece como pessoas idosas, as maiores de 60 anos, assim também como estabelece a
Lei Estadual nº 8.295 de 08/07/1991 no seu Art. 3º. Além de não causar grande impacto financeiro
no todo do sistema, visto que não será modificado em nada e pelo avanço da idade, entendemos que
a frequência, os horários que irão utilizar, não irá criar impacto sobre a lotação, mas se necessário,
poderá ser restringido o uso do benefício para não coincidir ao horário de pico, evitando lotação e
assim não prejudicar trabalhador e estudantes. Por outro lado, o município incentivara o uso do
transporte coletivo, diminuirá a circulação de automóveis na cidade, que já possui enorme problema
com estacionamento e ainda contribuirá para conter, diminuir o risco de acidentes.
Da mesma forma a pessoa com deficiência, existe uma legislação ampla que não pode ser deixada
de lado, basta regulamentar para que atenda a Lei em todos os sentidos. Nesse contexto, é
primordial entender e obedecer a Lei nº 13.146 de 06/07/2015, denominada Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência e conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que
estabelece no seu Art 2º: “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas”.
Sendo assim, a Pessoas que têm deficiência física, auditiva, mental, autismo ou doenças
incapacitantes têm o direito de andar gratuitamente nos ônibus, mas defendemos uma
regulamentação para organizar no sistema, podendo ser considerado a renda familiar, intensidade e
o grau da deficiência, mas sem tocar no direito garantido por leis, bem como, o cumprimento das
demais leis que tratam da acessibilidade num todo.
Em Imbituba, o Censo de 2010, registrou 1.110 pessoas com algum tipo de deficiência, sendo visual
(584), motora (229), auditiva (190) e mental/intelectual (107). Já idosos, acima de 60 anos,
Imbituba possui 5.316 segundo o ultimo Censo. Fato é que tanto as pessoas idosas quanto as
pessoas com deficiência não impactam tanto na gratuidade do sistema. Acredito que não chega a
10% desse numero os que utilizam ônibus, no entanto é preciso aumentar para não só beneficiar
financeiramente essas pessoas que na maioria aposentados com um único salario e quase todo
comprometido com medicamentos, saúde; mas para estimular, assegurar o pleno exercício dos
direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de necessidades especiais e também das
pessoas idosas, promovendo o uso do transporte coletivo, diminuindo a circulação de automóveis
que trazem varias benéficas do município, como já falando nos parágrafos anteriores.
Ademais, é necessário tratar essas pessoas com respeito e dignidade e como é ampla a legislação,
precisamos seguir na crescente para o cumprimento. Achamos na Lei Federal nº 10.048 de
08/11/2000, no seu art. 1º que estabelece: As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de colo e os
obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. Em seu Art. 3º estabelece que “as
empresas públicas de transporte e as concessionárias de transporte coletivo reservarão assentos”.
Nesta toada, a Lei Estadual nº 11.953 de 25/10/2001, em seu art. 2º é mais objetiva: “As empresas
concessionárias de transporte coletivo municipal e Intermunicipal com sede no Estado de Santa
Catarina, deverão reservar no mínimo dois lugares em cada veículo, para atendimento do
disposto nesta Lei”. Já a Lei municipal nº 1.650/1995 de 21/08/1995, no Art. 52 estabelece: “Nos
veículos de transporte coletivo em que permita passageiros em pé, ficarão reservados, em cada
unidade, pelo menos 4 (quatro) assentos para senhoras grávidas ou com crianças no colo,
portadora de deficiência e pessoas de notória idade avançada”.
dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir
acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência”. Mais adiante, nas Disposições
Constitucionais Gerais, complementou a citada norma acrescentando no Art. 244: “A lei disporá
sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo atualmente existentes, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência, conforme o disposto no artigo 227, § 2º”.
Precisamos assumir a responsabilidade e cumprir a legislação ampla que trata do assunto e ainda
garantida através da observância das Normas Técnicas da ABNT (NBR 9050, NBR 14022...) e visa
garantir a pessoa com deficiência à plena integração social com acessibilidade aos prédios de uso
público, edifícios de uso público e os privados destinados ao uso coletivo.
Ainda nesse sentido, segundo os dados apresentado na Nota Técnica 03/2017 (página 16), fizemos o
calculo pegando a diferença entre os passageiros equivalentes dos passageiros transportados e nesse
universo a gratuidade equivale a pouco menos de 25% do sistema. Importante considerar que o
calculo dos passageiros equivalentes se excluí a gratuidade e se considera cada dois estudantes
pagantes, um passageiro equivalente e é usado para calculo do rateio da tarifa.
Em 2017, no primeiro semestre, em um calculo nos dados da empresa informado no anexo VII do
da Nota Técnica 03/2017, vimos que a gratuidade (idosos, servidor Público e Deficientes) chegou a
14%, já Estudante e servidores que tem direito no desconto de 50%, chegou em 26,7% e, os
pagantes integrais, seja linha curta e longa, 59,3%. Em números, a empresa transportou no período
770.181 passageiros (média mês de 128.364) e arrecadou em torno de R$ 2.021.051,60.
Importante observar que o número de gratuidade no município, não está fora da média nacional, que
é de aproximados 22% e está muito abaixo de varias cidades brasileira, tendo a grande São Paulo o
numero expressivo de 54% de gratuidade, conforme podemos observar no quadro abaixo, do nível
Rua Ernani Cotrin, n. º 555 – Centro – Imbituba/SC – CEP 88780-000
Fone: (48) 3255-1178 / (48) 3255-1625 – Fax: (48) 3255-1733 – site: www.cmi.sc.gov.br
- PÁGINA Nº 13 -
ESTADO DE SANTA CATARINA
CÂMARA MUNICIPAL DE IMBITUBA
Comissão Especial do Transporte
das gratuidades em algumas cidades brasileiras, produzida no ano corrente pela NTU – Associação
Nacional das empresas de transportes urbanos.
Por derradeiro nesse tema, entendemos que precisamos encontrar um equilíbrio, pois quanto mais
gratuidades mais caras será a tarifa, visto que o calculo é realizado pelos passageiros pagantes e
dessa forma deve haver um estudo para compensar e não restringir ou tirar direito garantido.
Assim, vimos no transporte dos professores, das serventes e merendeiras, também gratuitos por Lei
Municipal, como uma opção louvável de reduzir a gratuidade, visto que existe na Legislação
Trabalhista que garante aos funcionários o direito o vale transporte. Sobretudo, caso o município
venha cumprir, oferecendo o vale transporte aos funcionários, esses terão desconto de 6% em folha.
No entanto, para não onerar a classe que tem direito garantido a gratuidade no município, o
município precisa repassar esse valor através de subsídios, abrangendo também aqueles da Rede
Pública Estadual. Como recurso, sugerimos como fonte o próprio valor arrecado com o ISS pago
pela empresa concessionaria, para garantir o pagamento do vale transporte, subsidiar a parte
restante e não descontar o 6% em folha, bem como resguardar o direito a gratuidade na rede
estadual e ainda investir em melhor a acessibilidade.
Alguns itens devem ser avaliados para realizar o equilíbrio, sendo que devem ser colocados na
ponta do lápis todos os itens que são responsáveis em encarecer a operação. Ao contrario de outras
cidades, Imbituba é favorecida por o transito fácil, ou seja, problemas com congestionamentos ainda
não temos em nossa cidade, sendo que quanto menos horas de congestionamento gera uma
economia real para toda operação.
O Plano de Outorga teve alguns critérios estabelecidos (item 1.1.) que visava garantir o Processo de
melhoria contínua da rede. Observa que deveria ser feito ajustes na forma de operação das
linhas com vistas aumentar a eficiência do sistema com condições de regularidade,
continuidade e segurança, bem como, atender de forma satisfatória a prestação do serviço,
respeitando a Modicidade Tarifária.
No entanto, desde que criado e realizado o termo aditivo prorrogando a concessão, segundo as
informações apontadas pela pesquisa de satisfação, caiu muito à qualidade do serviço prestado.
Temos convicção que seja consequência da redução de dois ônibus, demissão dos cobradores e do
não cumprimento por parte da empresa concessionaria das clausulas contratuais, sendo que deixou
de colocar mais dois ônibus, além de não cumprir outros requisitos essenciais para devida melhoria
do sistema que aqui já elencadas. Nossa tese se fortalece ao perceber pelos números fornecidos, que
nesse período aumentou o número de passageiros transportados, não pela qualidade dos serviços,
mas como citamos antes, pelo aumento do numero de habitantes divulgados pelo IBGE.
E nesse sentido que há a necessidade de uma revisão profunda, considerando também o momento
atual que passa o país, estado e município, tendo os governos grandes dificuldade em manter os
cofres públicos adequados e regulares, na qual, se da uma grande parte por reflexo da iniciativa
privada que passam por uma grande crise e essas oscilações econômicas fazem todos perder. Um
aumento da tarifa nesse momento sem uma avaliação profunda, seria contra o principio da
modicidade tarifaria, ferindo o Art. 137 da Lei Orgânica Municipal que estabelece: “é dever do
Poder Público Municipal fornecer transporte, com tarifas módicas e condizentes com o poder
aquisitivo da população, bem como assegurar a qualidade dos serviços”.
Nesse sentido, mais uma vez pegamos os dados do ultimo senso do município de Imbituba,
realizado pelo IBGE, que informa a média salarial mensal do imbitubenses é de 2.2 salários
mínimos, sendo que a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 25.4% e
se tratando de domicílios, Imbituba tinha 31.3% da população com rendimentos mensais de até
meio salário mínimo por pessoa.
O serviço de transporte público é essencial e desta forma, a tarifa não pode inviabilizar o seu uso
pelas pessoas, sendo essencial para a vida da coletividade e seu preço para ser considerado módico
deve ser justo, razoável e acessível.
Assim, vale entender um pouco da composição do valor da tarifa e buscar meios de diminuir o custo
operacional, melhorando e enxugando o sistema sem prejudicar a funcionalidade e a qualidade,
cobrando da empresa concessionaria os investimentos por ela assumidos e não realizados, para que
após um amplo e profundo estudo, levando a risca a legislação e o plano de outorga, em especial
aquilo que é de direito do usuário, para que o município possa assegurar a qualidade dos serviços e
rever o valor tarifário, cumprindo assim o estabelecido no Art. 137 da Lei Orgânica Municipal.
O valor da tarifa, no âmbito dos transportes urbanos, é definido como sendo um rateio do Custo
Total dos Serviços entre os passageiros pagantes / equivalentes. É representada pela equação: T =
CT/P, Onde: T = tarifa | CT = custo total | P = número de passageiros pagantes.
O Custo Total é composto pela soma do Custo Variável e do Custo Fixo, de forma distinta, sendo:
Custo Variável: Reflete o gasto com o consumo dos itens referentes a combustível, lubrificantes,
pneus e peças e acessórios e é representado em R$/km e influenciado pelos tipos de veículos que
compõem a frota.
Custo Fixo: Relacionado às despesas mensais com pessoal, despesas administrativas, depreciação e
remuneração do capital, sendo representado em R$/mês. Essas despesas são influenciadas pelo tipo
e pela idade dos veículos.
Apesar do fácil entendimento, o calculo para se chegar ao valor da tarifa é muito complexo e exige
uma metodologia do cálculo tarifário e deve ser realizado com a máxima transparência possível e
conforme visto tanto o custo fixo e variável, é influenciado pelo tipo e pela idade dos veículos que
compõem a frota.
Ou seja, quanto mais velha a idade media dos veículos da frota, mais caro se torna o preço da tarifa
e existem vias, horários e linhas, que poderiam ser utilizado por veículos leves, teriam menos custo
operacional e contribuíram para proporcionar a redução da tarifa.
Isso tudo é previsto no plano de Outorga, mas infelizmente a preocupação e a necessidade de obter
recurso que garantam o custeio do sistema, independente do seu custo elevado, é melhor do que
equipar e adequar a frota para reduzir o custo. Em outras palavras, mais fácil aumentar a tarifa e
passar a conta para o usuário.
Aqui vamos falar de alguns itens que impactam diretamente no valor da tarifa que poderiam ser
melhorados, se no mínimo fossem cumpridas as obrigações, sendo que qualquer modificação do
valor da tarifa, leva em consideração todos os custos do sistema que tem influência direta no valor
das passagens pagas pelos usuários.
Antes de Alencar esses fatores, reiteramos a precariedade na frota atual que possuem 88% dos
veículos com idade acima de 12 anos e segundo decisões do TC, a idade máxima do veículo, é de
15 anos, não podendo ultrapassar 20% do total da frota. Já a idade média é em torno de 5 - 7 anos.
No universo de 17 veículos operacionais, onze (11) com 13 anos, quatro (04) com 12 anos e apenas
dois (2) com 3 anos , Imbituba possui uma idade média da frota de 12 anos e naturalmente os
veículos mais velhos, seus componentes deixam de funcionar corretamente e compromete todos os
outros itens, diminuindo o desempenho por inteiro. O esforço do motor se torna maior, gerando
aumento no consumo de combustível e acelerando o desgaste das outras peças.
Ainda sem falar do aumento no número de falhas mecânicas e da quebra cada vez mais frequente
dos veículos principalmente envolvendo freios, direção e pneus, natural para veículos com idade
vencida, ficando o alerta e levanta questionamentos acerca da segurança dos usuários, do sistema.
Desta forma, por esses veículos trabalharem por várias horas ininterruptas, geram mais custos de
manutenção, desequilibrando ainda mais o sistema que tal custo impacta diretamente no calculo
através dos Custos Fixos e é uma bola de neve, em um círculo vicioso difícil de ser rompido.
O sistema no município possui apenas veículos pesado e sendo assim o custo operacional é maior e
encarece o sistema. Cada tipo de veículo (micro, leve, pesado, trucado e articulado) tem um custo
de rodagem por quilômetro, variam conforme a potência do motor e o número de eixos dos chassis
e quanto mais pesados, mais pneus e naturalmente consome mais combustível, óleos, lubrificantes,
freio, etc, afetando diretamente no calculo tarifário nos Custos Variáveis.
No entanto, consideramos desnecessário o uso em alguns locais do município que não tem demanda
para tanto e muitos casos, por ser um custo alto, a empresa prefere não atender.
A maior parte dos custos de operação do transporte público é com a folha de pagamento. Salários de
motoristas, cobradores, fiscais, mecânicos e administrativos representam grande parte da fatia.
Ressaltamos que a nossa preocupação quanto aos motoristas de transporte coletivo urbano, é devido
serem os profissionais que lidam diariamente com stress. Ao se desconsiderar ou relativizar normas
que preservam sua saúde – o que já seria motivo suficiente para não tolerar tal relativização -,
também se expõe a coletividade, comprometendo o atendimento e a segurança.
Acreditamos que com alguns cuidados, os mesmo poderão trabalhar contentes e satisfeitos, tendo
aparentemente certo impacto financeiro, mas no período será menor, visto que mesmo a empresa
valorizando mais, seja na parte da pessoa humana e ou financeiramente, garantindo alguns direitos
evitara que ao serem demitidos acionem a justiça onde sabemos que o custo será maior e com forte
impacto nos cofres da empresa, contabilizando no período um valor muito maior, o que pode esr
evitado fazer esse repasse aos usuários pagantes. Desta forma, elencamos alguns pontos que
merecem a atenção no cumprimento e evitara o impacto diretamente na tarifa.
9.3.3.1. É preciso fazer um levantamento do quadro no município visto que impacta diretamente no
calculo tarifário e é responsável por boa parte na composição do custo da tarifa. Evidente que houve
grande redução do quadro de 2014 até hoje, visto que foi reduzido 2 veículos (de 19 para 17) e com
a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica houve demissão dos cobradores. Desta forma,
deduz-se a redução de no mínimo 20 funcionários no período.
9.3.3.2. Os funcionários são assistidos pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de
Tubarão e Região, aonde recentemente foi firmado um Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 e
estipulado um salario aos Motoristas de R$ 1.769,84 e aos demais empregados a empresa reajustará
os salários com o índice de 4,5%, sendo todos a partir de 1º de maio de 2017. Recebem um
benefício alimentação mensal no valor de R$ 430,00 e, no entanto, esses novos valores não podem
ser incluídos no reajuste, até porque há necessidade de confirmação se já está em vigor, ou seja, se a
empresa vem cumprindo com os acordos realizados com o sindicato. Nos chamou atenção o valor
do benefício alimentação mensal, suspeitamos por uma conta rápida, que o valor que recebem,
muitas vezes não é suficiente para passar o mês, sendo que fica em pouco mais de R$ 14,00/dia,
considerando 30 dias diretos, sem turnos.
9.3.3.4. Temos conhecimento que os motoristas durantes os intervalos, não tem onde ficar, não tem
sala, nem banheiro descente e quando trazem sua marmita, almoçam muitas vezes nos bancos do
terminal, dentro dos ônibus... literalmente na rua como mendigos.
Sabemos, no entanto, que falta de um local digno não configura norma inconstitucional, contudo,
enseja a disposição de normas coletivas cuja aplicação não encontra consonância com o
ordenamento jurídico e, principalmente, entram em conflito às garantias celetistas conquistadas ao
longo da evolução histórica do direito do trabalho.
Os motoristas de transporte coletivo urbano assumem papel de maior hipossuficiência, pois antes da
instituição da Lei n. 12.619/12 conviviam com o desrespeito aos seus direitos, hoje, porém, sofrem
por não usufruírem das garantias basilares constitucionais no mais estrito cumprimento legal.
Então é notória que com o fracionamento do intervalo em discussão acarreta nítida a ofensa ao
princípio da Dignidade da Pessoa Humana, vez que as normas de higidez física e mental,
alimentação e higiene dos motoristas foram relativizadas.
A aceitação da aplicação do §5º do artigo 71 da CLT tem como consequência o aumento de doenças
ocupacionais entre os motoristas de transporte coletivo urbano, assim como o intuito de prevenção
de acidentes do trabalho perde efetividade e sem falar que toda a sociedade sofre com tais efeitos.
9.3.3.5. A trepidação produzida pelo funcionamento do motor dos ônibus enseja a condição
insalubre, principalmente em Imbituba que na maioria dos carros, se não todos os motores se
localiza na frente. Além da trepidação, os ônibus com o motor na frente causa barulho e
consequentemente trazem problemas de audição dos motoristas.
9.3.3.6. Com a demissão de dezenas de cobradores, força o motorista a cobrar passagem e atender o
usuário, sobrecarregando-os e forçando a fazerem o acumulo de funções. Não vimos no Acordo
Coletivo falar sobre esse acumulo de funções, o quanto recebem e como recebem, sendo que
acreditamos ser mais um rompimento previsto no plano de outorga, cujo os motoristas de transporte
coletivo urbano, têm suas obrigações elencadas no item 20.7 que trata dos “deveres dos Motoristas,
sem prejuízo das obrigações da legislação de Trânsito”.
Ademais, não vimos impactar essa demissão em massa dos cobradores na redução de custo de
operação, pelo contrario, gerou um problema grave de desemprego no setor, manchando a
reputação da administração municipal.
Por fim, consideramos importantes essas averiguações e o apoio a esses profissionais, sugerimos
inclusive que realizam a mudança do sindicato para o da grande Florianópolis, cujo tem salários
melhores, além dos benefícios que também trazem mais garantias aos funcionários e, para
desvincular certos vícios construídos no decorrer dos anos, que nos dias e hoje pode ser até natural
acontecer, porém imoral.
Um ponto positivo que devemos considerar, mas precisa ser revisto e melhorado, foi à implantação
pela empresa do sistema de bilhetagem eletrônica. Elencada no plano de outorga possibilitou a
substituição de operações manuais para automatizadas, o que deu aumento do conhecimento sobre o
sistema de transporte coletivo no município, permitindo incorporar novas competências como:
agilidade e mobilidade, aumento da eficiência e eficácia; conhecimento real da infra-estrutura do
sistema, melhoria na gestão da concessionária e a informação sobre o cumprimento de viagens e
partidas que pode gerar qualidade e confiabilidade no sistema.
Assim, utilizada de forma transparente e correta, poderia vir possibilitar o equilíbrio na equação
existente entre a demanda e os custos, pois permite a adoção de indicadores de desempenho, que em
conjunto com o custeio dos serviços, possibilitará a geração de informações que antes não estavam
disponíveis, tais como o controle das gratuidades, bem como a verificação de ociosidade, podendo
incorrer em menor custo e maior eficiência e eficácia, subsidiando nas tomadas de decisões.
Em Imbituba, acreditamos que reduziu a zero sua perca, visto possibilitar o rigor no controle dos
passageiros, das passagens vendidas e utilizadas, evitando as negociações entre os usuários,
evitando o repasse e fazendo ser usado com exclusividade por quem adquirir.
No entanto, a evolução tecnológica também trouxe perdas na qual precisa ser revisto e melhorado
para se buscar um ganho, um equilíbrio já que foi o motivo principal para empresa justificar a
demissão de dezenas de funcionários, de cobradores principalmente. Tal ação forçou e centralizou a
atividade nos motoristas de cobrar passagem e atender o usuário, sobrecarregando-os e forçando a
acumularem funções, como já mencionada no item 9.3.3.6.
O motorista tem suas obrigações também elencadas no plano de outorga e no caso, de serem
regularmente remunerados por exercer outra atividade, precisa ver a legalidade junto a legislação
trabalhista para evitar futuras ações judiciais o que gera custo na operação e entra no calculo
tarifário para os usuários pagar. Além disso, naturalmente trouxe perda de segundos preciosos no
embarque entre pontos, que poderá ser compensada em cobrança fora do ônibus para manter alguns
empregos nesses locais, inclusive oferecendo desconto na venda antecipada em forma de incentivo
e estimulo a compra e, irá retomar a velocidade dos ônibus, sendo que hoje temos linhas que o
tempo médio de viagem aproxima à 90min, visto o estabelecido no plano de Outorga (item 33.2.5),
é de 66min para essa mesma linha.
Hoje no município existem a Linha Curta e a Linha Longa, cujo tem valores tarifários diferentes,
sendo a primeira mais barata e responsável por cerca de 60% do sistema.
Encontrando um equilíbrio proporcional, a cobrança de uma mesma tarifa (única) para qualquer
deslocamento na rede de transporte público do município seria uma forma que pode ser aplicada no
município devida inúmeras vantagens. Por um lado simplificaria ainda mais o sistema operacional,
tendo a concessionaria melhor controle de receitas e maior clareza de compreensão da estrutura
tarifária por parte dos usuários. Por outro lado, iria socializar o sistema beneficiando os usuários
que moram nos bairros mais afastados e fazem viagens mais longas, hoje em torno de 40% de todo
sistema. Está afirmação pode-se comprovar através de estudo por outras cidades, mas ficamos
baseados na suposição de que os usuários de renda mais baixa, moram nos bairros mais afastados
dos bairros centrais que naturalmente tem uma economia forte. Esta medida deverá ser implantada
após um estudo para medir a proporção para não representar uma despesa elevada para os usuários
que fazem viagens curtas, sendo que irá criar o subsídio cruzado dos usuários de maior para os de
menor renda, mas incentivará o uso dos usuários que moram em bairros mais distantes por ter uma
tarifa menor, onde a proporção irá mudar e dadas às características da demanda, poderá vir
acontecer à situação em que usuários de baixa renda subsidiam-se uns aos outros.
Por outro lado, é importante observar a integração tarifária que uma vez paga a tarifa de ingresso ou
inicial, o passageiro pode fazer transferências sem o pagamento de novas tarifas o que permite a
qualquer usuário viajar o município todo pagando apenas uma tarifa. Ressaltamos que essa
integração é fundamental e podem contribuir para melhorar a distribuição dos fluxos de viagens,
implicando economias de custos, e para facilitar o acesso da população a todas as partes do
município.
A Lei Estadual nº 15.454 de 17/01/2011 que Institui medidas antipoluentes nos veículos de
transporte coletivo do Estado de Santa Catarina, obrigou todas as empresas de transporte coletivo
que circulam no Território Catarinense adotar medidas eficazes contra a poluição provocada pelos
veículos. O § 1º do Art. 1º, estabelece que “No caso do veículo coletivo de circulação urbana, o
cano de descarga deverá ter sua saída pela parte superior, acima do teto”. Já o seu § 2º estabelece
que “Em todos os veículos de transporte coletivo os blocos e bombas injetoras do mecanismo de
combustão dos respectivos motores devem ser mantidos em perfeito estado de conservação, com
manutenção periódica”. Esta Lei entrou no seu Art. 2º estabeleceu um prazo de 12 meses as
empresas cumprirem e, no Art. 3º, deixa a cargo das prefeituras municipais a sua fiscalização.
Ocorre que passam cinco (5) anos do prazo estabelecido e a empresa Concessionária não cumpriu o
trata o § 1º, ou seja, nenhum veículo coletivo de circulação urbana que circula o município possui o
cano de descarga com saída na parte superior, acima do teto, sendo todas com saída para baixo.
Ainda assim, não cumprindo o que estabelece no Plano de Outorga:
2.3. Diretrizes
h. Promover a Atualização Tecnológica da Frota com a introdução na operação de veículos
de baixa emissão de poluentes de conformidade com o Plano de Substituição de Frota, a ser
exigido;
Preocupação também incluída na Lei nº 12.587 de 03/01/2012 que Institui as diretrizes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana, onde estabelece através no inciso VII do Art. 23 que trata sobre a
utilização, instrumentos de gestão do sistema de transporte e mobilidade urbana: “monitoramento e
controle das emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa dos modos de transporte
motorizado, facultando a restrição de acesso a determinadas vias em razão da criticidade dos
índices de emissões de poluição”;
Nota-se, no entanto que a empresa Concessionária não tem o mínimo de preocupação com o meio
ambiente, visto que na pratica não apresenta nada para amenizar tal situação tão preocupante nos
dias de hoje.
Quando ao cumprimento do § 2º da Lei Estadual supra, por ser de caráter técnico e mecânico,
invisíveis ao olho nú, cabe ao município saber do cumprimento através de documentos que
comprovam a vistoria de rotina e preventiva, já que possui setor especifico e é prerrogativa sua
atribuição à fiscalização, conforme estabelecido no Art. 3º da própria Lei.
9.3.6. Acessibilidade
O Decreto fala de Acessibilidade no Transporte num todo, considerando como integrantes desses
serviços os veículos, terminais, estações, pontos de parada, vias principais, acessos e operação para
fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo, sejam terrestre, aquaviário ou aéreo (Art.
31) que precisam ser revisto no município.
E o prazo estabelecido tão pouco cumprido, visto que esse Decreto foi publicado pelo então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 02/12/2004 e tinha um prazo de até vinte e quatro meses a
contar da data de edição (02/12/2006) para se fazer todas as adaptações necessárias, sejam
veículos novos, na substituições dos veículos que integram a frota operante, seja em terminais,
estações, pontos de parada, vias.. de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida. (Decreto nº 5.296 de 02/12/2004 - Art. 38, Art. 39)
A Empresa, mesmo também constando no Plano de Outorga uma progressiva substituição dos
veículos, não realizou e muito menos vem cumprindo, ignorando a legislação pertinente.
Diante do que foi exposta, essa comissão como já manifestado em documentos anteriores e agora
reforçado por um aprofundamento em face da complexidade que é o tema, reitera as seguintes
afirmações como resposta a cada item solicitado:
1. O reajuste poderá ser realizado devido após um amplo estudo no sistema, sendo que hoje,
temos números reais que permitem esse estudo no município e não como feito em 2014,
tendo que buscar dados de outras cidades. Ademais, o reajuste é amplamente segurado pela
legislação para manter o equilíbrio econômico, assim como deveria ser amplamente
garantida à qualidade do serviço prestado, que é medido pela opinião dos usuários. Ou seja,
não se pode realizar qualquer reajuste sem ter um grau de satisfação médio do usuário
quanto a qualidade do serviço prestado. Entendemos que quanto maior o investimento,
melhor o serviço e desta forma, fica evidente que justifica o reajuste.
2. Como falado, o ISS poderá ser revertido em benefício para o usuário, retornando para a
empresa através de alguns subsídios para o perfeito funcionamento da Lei, exemplo
complementar o vale transporte. Consequentemente ira atender o que pede a empresa na
redução da gratuidade. Ademais, o município, nessa crise que assola todo o país, não poderá
abrir mão de recolher tributos, até porque contraria a lei de responsabilidade fiscal e
determinações do ministério público.
3. Nada de anormal, dentro da realidade, mas concordamos que é necessário para garantir o
direito da pessoa idosa em ter gratuidade a partir dos 60 anos, bem como regulamentar todos
para se evitar mudanças na operação evitando elevar o custo operacional. Garantir o direito
de todos, esses explicita em ampla legislação, tendo subsídios e podendo inclusive limitar
para as categorias das pessoas idosas e deficientes, o não uso do benefício nos horários de
pico, isso de forma a conscientiza-los, não obrigatório, para evitar as mudanças que
encarecem a operação e consequentemente elevam o valor da tarifa para os usuários
pagantes. Já na forma de reduzir, o município cumprir a lei trabalhista e conceder vale
transporte ao servidor municipal que goza do direito, sendo este como fonte de recurso o
próprio ISS pago pela empresa, que receberá também subsidio dos 6% para não onerar o
funcionário com desconto em folha e ainda, daqueles estaduais e outras instituições que
gozam do beneficio da gratuidade.
4. Não só a revisão tarifária anual deve ser acordo com o Plano de Outorga, mas anualmente
uma revisão geral para cumprir o Plano de Outorga e garantir aos usuários um serviço de
qualidade.
O Regimente Interno da Câmara Municipal de Imbituba estabelece no inciso II do Art. 52, que as
Comissões Permanentes, em razão da matéria de sua competência, cabem “realizar audiências
públicas com entidades da sociedade civil”.
Apesar de uma noite chuvosa, a população participou em grande numero e não foi surpresa a
indignação das pessoas durante a audiência que quase por unanimidade pediram concorrência
pública, nova licitação, reclamações quando a horário, linhas, itinerários, ônibus sucateados, falta de
abrigo de passageiros e até sugeriram a mudança do terminal rodoviário. Enfim, a população calou
os representantes da empresa que estavam presentes e tiveram apoio somente do diretor de
mobilidade urbana do município, senhor Anselmo Jose Ramos Neto, que em sua fala teve
manifestação dos munícipes.
Referente ao novo modelo apresentado foi unanime também a aceitação, no entanto todos pediram
para ser revistos muitos pontos e afirmamos que seriam feitas mais reuniões e audiências nas
comunidades e regiões onde teriam os terminais urbanos.
Estava presente, além da população em geral e do Vereador Gilberto Pereira, presidente desta
Comissão, o Senhor Rosenvaldo da Silva Júnior, Prefeito Municipal de Imbituba, o Presidente da
Câmara de Vereadores de Imbituba, Vereador Renato Carlos de Figueiredo; o representante da
OAB na pessoa do senhor Leandro Ribeiro, o vereador Relator que secretariou a Audiência,
Humberto Carlos dos Santos, o segundo membro da Comissão, Vereador Roberto Luiz Rodrigues
que presidiu a audiência pública a pedido do presidente da Comissão, visto ter que expor os
trabalhos. Também se fizeram presentes à vereadora Michella Freitas, o Vereador Elísio Sgrott, o
vereador Thiago Machado e o vereador Eduardo Faustina da Rosa, sendo todos convidados para
fazer parte da mesa, inclusive os representantes da Empresa Santo Anjo que se faziam presentes, e
também o Senhor Anselmo Jose Ramos Neto, Diretor de mobilidade urbana.
Por fim, temos dessa forma um instrumento de realização da missão institucional do Ministério
Público e subsídio para o processo legislativo e para o processo judicial nas ações de controle
concentrado da constitucionalidade das normas, caso necessário usar no futuro, que até então nunca
acostada por nunca ter sido realizada no município.
12. Conclusão
Por tais motivos aqui elencados, considerando que esta Comissão buscou em todos os momentos
não tão somente criticar o sistema e cobrar melhorias, mas sugeri-las buscando o equilíbrio sem
deixar de focar no principal, que é qualidade do serviço prestado para os usuários e desta forma,
com imparcialidade vinda ao encontro aos ditames da Constituição e ao interesse público, razão
pela qual firmamos posição diante dos fatos aqui apresentados, que não há necessidade da
concessionária apelar em restringir os serviços, esses segundo opinião pública já considerada de
péssima qualidade, sendo que tal alegação por parte da concessionaria aumenta a tese de que a
concessionária perdeu as condições econômicas, técnicas e operacionais para manter a adequada
prestação do serviço.
O interesse público é primordial, soberano e não pode ficar alheio a todo processo, sendo que
constatada e verídica a tese levantada por essa Comissão, ha sim necessidade do poder concedente
intervir com urgência, visto que nesse caso implicará, inclusive, na extinção da concessão por
caducidade (Lei nº 8.987/1995, Art. 35, III) já que a Lei nº 8.987 de 13/02/1995, que dispõe sobre o
regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto no art. 175 da
Constituição Federal, é clara, quanto à delegação da prestação de serviço público à concessão feita
pelo poder concedente, que além de mencionar que deve ser mediante licitação na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas, afirma que a concessória é obrigada a
demonstrar a capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
Fato também constante na Lei Ordinária nº 1650/1995 de 21/08/1995; § 1º do Art. 26.
Ressaltamos que os trabalhos desta Comissão objetiva unicamente melhorarem o sistema, garantir o
cumprimento da legislação e resguardar o direto dos usuários que pagam para ter o serviço que é
essencial não só a eles, mas para a economia do município e, pela manifestação dos usuários, é
notória que os princípios da continuidade e da eficiência do serviço não vêm sendo realizados, da
mesma forma que o objetivo de resguardar o interesse público cai por terra, contrariando a
legislação.
A Constituição de 1988 determina em seu art. 175, que incumbe ao Poder Público, a prestação de
serviços públicos e grifamos por ser basilar a toda legislação pertinente ao setor:
Sendo assim, constatamos poucos avanços e inúmeros retrocessos, sendo que o sistema implantado
difere do originalmente planejado e não atinge os resultados almejados. O caso descrito revela a
complexidade envolvida nas questões relacionadas a transporte e mobilidade, sendo que o atual
serviço está sendo prestado de forma inadequada e deficiente, em comparação as normas, critérios,
indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço.
Diante do que foi exposto, sugerimos ao Executivo Municipal, as seguintes medidas a fim de
adequar o sistema de transporte público municipal para buscar o equilíbrio do mesmo, em todos os
aspectos e fundamentos legais.
DOCUMENTOS ANEXO