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Freud

O trabalho que ora vamos apresentar, transita no contexto freudiano, e


se apresenta profícuo quando o que desejamos é tão somente expor algumas
questões acerca da psicanálise como um sistema único e exclusivo de Freud,
bem como suas propostas de tratamento psicanalítico, em que, a psicanálise,
apresenta-se como um sistema de personalidade.
Nosso intuito é caracterizar alguns elementos que corroboram o tema, o
que já delimita nossa ação ao objeto de pesquisa e, ao mesmo tempo revela
nosso objetivo, uma vez que não há um problema a ser discutido.
Na perspectiva de não haver um problema a ser discutido, o tema
estudado nos revelou em Schultz & Schultz (2017), que o sistema de Freud,
circunscrevia-se a “temas específicos não abordados nos livros básicos de
psicologia de sua época”.
Também podemos destacar em Loureiro (2018), que “a partir de 1896,
Freud vai empregar o método de associação livre como regra fundamental do
tratamento psicanalítico”.
Para entender melhor esse tratamento psicanalítico, vamos ver em
Hermann (2006) em seu livro “O que é Psicanálise”, os principais conceitos que
regulam a Psicanálise. Também em Mezan (2003), em seu livro Sigmund
Freud, ele nos situa historicamente sobre o aparecimento da Psicanálise, com
dados biográficos de Freud e conceitos fundamentais da teoria psicanalítica.
Assim, subsidiados das informações desses estudiosos, e do que
assimilamos dos conhecimentos propostos no estudo da Psicanálise;
dedicamo-nos a comentar brevemente alguns fatos sobre Freud, para depois
elencarmos os principais conceitos que inauguram a Psicanálise, e não menos
importante, os sistemas de personalidade, para, e por fim, tecer considerações
a respeito da Psicanálise como método de tratamento.
O ambiente cultural em que emerge a Psicanálise é rico e variado.
Nesse mundo ávido de respostas às muitas questões que pululavam a mente
humana, a revolução copernicana vai deslocar o homem do centro do universo;
a teoria darwinista vai descender a espécie humana dos macacos, e a
Psicanálise vai fazer o inconsciente prevalecer à consciência; nas palavras de
Freud: o homem não é mais “senhor em sua própria casa” (FREUD, 1917).
Nesse universo cultural, e com tantos acontecimentos importantes se
desenrolando, uma parcela seleta de humanos vai se privilegiar por serem
detentores multifacetados dos variados conhecimentos da psicologia nascente.
São esses conhecimentos, e alguns demandados da psicanálise, que
trouxe à cultura a perspectiva investigativa dos processos psíquicos
inconscientes pertinentes às variadas contingências humanas; com isso, o
tratamento do sofrimento psicológico humano.
Nesse universo, a Psicanálise vai se desenvolver como algo que, de
certa forma, desestabiliza o que aparentemente se encontra estável, revelando
um homem não harmônico e insatisfeito no contexto da civilização.
No correr desta civilização surge o fundador da Psicanálise, Sigmund
Freud (1856 – 1939), e em si, a convergência das várias tendências da cultura
europeia dos séculos XVIII ao XX, já que parte de sua obra foi publicada no
século passado.
Justamente essa obra de grande relevância para os anais da Psicologia,
e filha de Sigmund Freud, nascido em Freiberg, (atual Pribor, na República
Tcheca), e que teve seus derradeiros dias findados em Londres no mês de
setembro do ano de 1939.
Tal figura, a qual muitos não atribui genialidade, muito menos a
capacidade de gerar uma teoria a partir do nada, vai falar das “forças
motivadoras do inconsciente, os conflitos entre essas forças e o efeito desses
conflitos no comportamento”. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2017).
É de fundamental importância; isso nos revela o criador da Psicanálise,
quando percebemos em seus escritos a preocupação em impor limites claros a
elementos fundamentais à psicanálise, de forma a delimitar os objetos dessa
disciplina.
Ouvimos com frequência a afirmação de que as ciências devem ser
estruturadas em conceitos básicos, claros, e bem definidos. De fato, nenhuma
ciência, nem mesmo a mais exata, começa com tais definições. O verdadeiro
início da atividade científica consiste antes na descrição dos fenômenos,
passando então a seu agrupamento, sua classificação e sua correlação.
Mesmo na fase de descrição não é possível evitar que se apliquem certas
ideias abstratas [...]. Tais ideias [...] são ainda mais indispensável à medida que
o material se torna mais elaborado. Devem, inicialmente, possuir
necessariamente certo grau de indefinição; não pode haver dúvida quanto a
qualquer delimitação nítida de seu conteúdo. (FREUD, 1915a) .
Ao considerar a fala de Freud, somado a seus variados contextos,
percebe-se certo conflito ente psicanálise e ciência física, mas também, uma
psicanálise que se produz em suas incertezas, e ao mesmo tempo em um
contínuo refazer.
Nesse continuum, um verdadeiro processo construtivo e renovativo das
concepções freudianas, vamos perceber que sua teoria se encontra
indissociavelmente mesclada à trajetória pessoal do fundador da psicanálise.
Justamente esse fundador que construiu sua base teórica, em parte, das
suas experiências pessoais, mas também, desde o início, suas reflexões
compuseram elevado grau de abstração, em um contexto distanciado da
experiência empírica.
Tal contexto, Freud vai designar como “Metapsicologia”; a dimensão
mais teórica da teoria. Entretanto, as noções e hipóteses metapsicológicas são
forjadas e articuladas de forma a erguer modelos que corroboram o
entendimento de fenômenos psíquicos a contextualizar a clínica e a vida
quotidiana.
No afã de construir suas teorias, o neurologista vai observar tais
fenômenos em seus pacientes, amigos e familiares, e talvez, primeiramente,
em si mesmo. E tais observações, a partir de análises de sua própria vida
psíquica, vai consolidar alguma formulação teórica em vias de elaboração.
Nesse processo criativo, o ávido pesquisador austríaco, escreve no ano
de 1900, um dos principais livros de sua extensa obra, “A interpretação dos
Sonhos”, que pela primeira vez, traz a público, um amplo modelo sobre a
estrutura e o funcionamento da psique humana em geral.
O mesmo vale para o célebre conceito do complexo de Édipo, o qual
contextualiza conteúdos referentes à sexualidade infantil, e faz menção à
tragédia grega de Sófocles que conta a história de “Édipo-Rei”, sobre o destino
do rei de Tebas.
Nesse ano, Freud vai esboçar boa parte do alicerce fundamental da
psicanálise, o que atualmente é motivo de muitas discussões, mas, é certo, que
pesquisadores buscam levar a sério estas teorias freudianas que são
verdadeiras peculiaridades epistemológicas da psicanálise. Assim falam.
Tal alicerce, construído a partir das experiências pessoais e das
relações médicas com pacientes, é fruto do seu amadurecimento; Freud vai
propor as noções de inconsciente, sua pedra angular; repressão, sexualidade
infantil; também vai relacionar sintomas neuróticos e fenômenos da vida
psíquica, e não menos importante, diretrizes básicas do tratamento
psicanalítico.
São conceitos que, de algum modo, nos remete ao homem concebido
por Freud, como aquele clivado, em permanente conflito interno, incapaz de se
conhecer, ou mesmo, reconhecer-se. Nas palavras de Freud, o “Eu” que não é
senhor nem mesmo em sua própria casa.
Nesse entendimento, pode-se dizer que Freud elaborou, reavaliou, e
ampliou as ideias que lhes eram pertinentes às teorias criadas e, somente a ele
e seus afins, estariam qualificados a julgar o valor científico de seu trabalho.
Por isso, pode-se dizer que a psicanálise é sem dúvidas o sistema freudiano;
somente dele.
Pode-se dizer que a teoria freudiana guarda relação direta e
indissociável à trajetória pessoal de seu fundador. Amiúde, o arcabouço
conceitual da Psicanálise, bem como, a pertinência à prática clínica, situa-se no
contexto das raízes experienciadas e vividas por Freud.
Em sua prática das elaborações e reflexões teóricas, vamos observar
desde o início de sua obra um elevado grau de abstração que se encontra
distanciado das experiências empíricas, e nomeado como
“METAPSICOLOGIA”.

Freud diz que a compreensão METAPSICOLÓGICA de um


fenômeno requer que ele seja abordado simultaneamente sob
três dimensões ou pontos de vista. A dimensão tópica refere-se
aos lugares ou instâncias que compõem o aparelho psíquico
(topos=lugar); a dinâmica diz respeito ao jogo de forças em
conflito; e a economia refere-se à distribuição e modalidade das
quantidades de energia psíquica em circulação no aparelho.
(VILELA e outros, 2013, p.425).

Verifica-se em seu falar, a dimensão mais teórica da teoria. Pois as


noções e hipóteses metapsicológicas são construídas a partir de articulações a
arquitetar modelos para o entendimento dos fenômenos psíquicos que povoam
a clínica e a vida quotidiana.
Convém ressaltar, que tais articulações revelam o sistema de Freud
como o que vai abordar questões não compreendidas, ou mesmo, não
explorada por outros psicólogos, as quais se podem dizer das forças
motivadoras do inconsciente e tudo o que conflita essas forças; bem como, o
efeito desses conflitos no comportamento.
É justamente o comportamento, aquele que expressa o comer, beber, ou
mesmo o relacionamento sexual, reduzidos ou removidos pela ação do instinto,
será entendido por Freud como fonte de estimulação inerente ao corpo.
Esta estimulação, o instinto, compreende representações mentais dos
estímulos internos, no caso, a fome, ou mesmo a sede, e caracterizam o que
motiva a personalidade e o comportamento.
Esse pensamento permitiu Freud categorizar o conceito de instinto em
duas condições gerais, a saber: o instinto de vida, e o instinto de morte. Aquele
ao se relacionar à preservação da vida como espécie, uma energia, da qual,
manifestam-se os instintos de vida, que podemos chamar libido.
O instinto de morte se entende como o que motiva o individuo ao
masoquismo ou suicídio, como força oriunda do interior do ser; a energia
exteriorizada, e seriam a manifestação do ódio ou agressão, esses, de certo
modo, seriam a externalização de uma energia comparada com a sexual no
contexto do comportamento humano.
Ainda pensando no comportamento humano e seus níveis de
personalidade, os primeiros trabalhos de Freud vão sugerir uma divisão mental,
utilizando-se da teoria do iceberg, Freud elege um consciente, que é a parte
emersa, e o inconsciente que é a parte imersa do iceberg.
Em um segundo trabalho, ele vai propor os conceitos de id, ego, e
superego. O id corresponderia à noção inicial de inconsciente, a parte mais
primitiva e menos acessível da personalidade. Nela, os instintos do sexo e da
agressividade.
Ao contrario da paixão insistente e irracional do id, o ego vai servir de
mediador e facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do mundo
externo. O id é o que se pode chamar de o representante da razão ou
racionalidade.
Outro aspecto dessa estrutura da personalidade além do id e do ego é o
que se desenvolve desde o inicio da vida humana, quando a criança assimila
as regras sociais e dos seus cuidadores, dentro de um contexto de
recompensas e punições. Tal aspecto é o superego. Ele representa de certa
forma a moralidade.
Assim, podemos dizer que essas são as três estruturas da
personalidade definida por Freud, e grosso modo, esses sistemas de
personalidade podem ser resumidos assim: o Id é o instinto tudo que
desejamos fazer; o Superego é o responsável por nos enquadrar às normas
sociais, e o Ego teria como função manter o equilíbrio do aparelho psíquico.
Após essas considerações, ainda que muito primitivo tenha sido nosso
relato a cerca dos sistemas de personalidade proposto por Freud, certamente
que nos permitiu compreender genericamente essas relações, assim, podemos
ir adiante, relacionar alguns aspectos dos mecanismos de defesa, para então,
finalizar nosso intento, apresentando algumas considerações a respeito da
Psicanálise como um método de tratamento.
Quando falamos em mecanismos de defesa, temos que destacar a
ansiedade, e, de certa forma, considerá-la como um alerta das ameaças contra
o ego. Assim, Freud vai considerar três tipos de ansiedade, a saber:
A ansiedade objetiva, que aflora a partir do medo dos perigos reais, e as
outras duas, derivam da ansiedade objetiva; em que a neurótica decorre do
reconhecimento dos perigos potenciais inerentes à satisfação dos instintos do
id, e a ansiedade moral surge do medo da consciência.
Segundo Schultz & Schultz (2017), as pessoas com menos virtudes
apresentam menos ansiedade moral.
Tais ansiedades, sejam quais forem, tencionam e motivam o indivíduo a
tomar alguma atitude para reduzir esse estado, o que segundo teoriza Freud, é
o ego a desenvolver um sistema de proteção que será nomeado por
mecanismos de defesa.
A seguir vamos nomear e descrever o que cada um representa dentro
desse processo de defesa, considerando-os como a representação de
negações inconscientes, distorções da realidade, e de certa forma, originários
do processo de proteção ao ego contra a ansiedade.
Abaixo descrevemos os mecanismos de defesa freudianos em Schultz &
Schultz (2017), descritos na tabela 13.2, no livro História da Psicologia
Moderna.
Repressão: É negar que possa existir algo provocador da ansiedade,
procurando eliminar inconscientemente, ideias, afetos e desejos perturbadores
que provocam desconforto.
Projeção: São pensamentos inaceitáveis ou indesejados que consiste
em atribuir a outra pessoa um desejo próprio, ou atribuir à outra pessoa algo
que justifique a própria ação.
Regressão: É o retorno a uma condição de comportamento dependente
e infantil, característico de um período mais seguro, fugindo de uma condição
frustrante da vida.
Racionalização: Dar nova interpretação ao comportamento, com a
intenção de fugir da culpa, de forma a afastar o sofrimento decorrente de ações
impulsivas.
Formação reativa: É uma articulação do indivíduo com o propósito de
camuflar e proteger seus desejo ou sensibilidades. Um impulso do id, oposto
ao que impulsiona a pessoa.
Negação: Nega-se a existência de um fato externo traumático.
Sublimação: É uma alteração dos impulsos do id, de forma a manter
comportamentos socialmente aceitos.
Deslocamento: Transferência de impulsos do id de uma ameaça para
um alvo substituto, quando por alguma razão, o primeiro não seja possível ou
disponível.
Após as referidas descrições, em que, de certa forma, nos foi permitido
conhecer um pouco dos mecanismos de defesa freudianos, passamos a
ponderar algumas considerações a respeito da Psicanálise como um método
de tratamento.
Quando Freud (1895) percebeu em seus pacientes, distúrbios de
natureza histérica decorrentes de sentimentos reprimidos e originários das
experiências sexuais perturbadoras, concluiu serem transtornos ligados à
sexualidade.
A partir desse entendimento ele formulou a hipótese de que a ansiedade
se manifestava como consequência da energia da libido, no que, essa energia
reprimida, expressava-se por meio de vários sintomas, de modo inconsciente,
característicos de um mecanismo de defesa psicológica.
Decorre assim, que a psicanálise surge como objetivo de tratamento dos
processos mentais inconscientes e atenção ao desequilíbrio mental,
considerando-a como um método terapêutico às doenças de natureza
psicológica sem motivação orgânica.
O tratamento desses processos mentais vai se conduzir a partir de
práticas clinicas de Josef Breuer1 (1842 – 1925) e de Sigmund Freud, momento
em que ocorrem a valorização, aperfeiçoamento da técnica e o reconhecimento
público e científico.
Nesse contexto, Freud vai dizer que a Psicanálise se caracteriza por ser
um tratamento a partir de método terapêutico dos distúrbios psíquicos, em que,
há uma investigação do inconsciente.
Para se efetivar tal investigação, Freud vai se basear na teoria de Breuer
(1895), na filosofia platônica, em Schopenhauer (1788 – 1860), e no que já
comentamos, na sua experiência profissional, e mesmo, pessoal.
Essa experiência, e o trato com seus pacientes, vai individualizar Freud
nas práticas de sua psicanálise, quando pensamos nela como um novo
paradigma às desordens da psique humana.
Tais práticas buscam empreender dentro do comportamento humano e a
partir das relações entre os tipos de personalidade, os métodos de terapia
psicanalítica no intuito de encontrar maneira para resolver os conflitos
psicológicos do ser humano.
No processo dessas práticas, pode-se dizer que o psicanalista necessita
conhecer os pressupostos teóricos psicanalíticos, escutar o paciente, perceber
seu mundo, o auxiliar no processo de adaptação e inserção social, tudo isso,
para que o paciente possa viver e conviver com autonomia e dignidade.
Assim, o processo de tratamento vai se valer da inspiração de Freud,
quando busca na Grécia, uma fatia de sua cultura, e encontra na alma
platônica a correspondência do Id, do Superego e do Ego, com elementos
fisiológicos da mente.
Nessa equivalência, o princípio do prazer, cuja função é descarga das
tensões biológicas, estará atrelada ao Id. Já a razão e o existir terá uma

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Josef Breuer foi um médico e fisiologista austríaco, cujas obras lançaram as bases da psicanálise. em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Breuer - 31/05/2019
designação no Ego. Por fim, a moral é o que o se pode chamar de parcela
punitiva, e vai se fundar no Superego.
São essas concepções competentes ao analista que o induzirá, de certa
forma, no contexto do processo de recuperação do psiquismo, a um desejo
ético de devolver ao indivíduo a estabilização e normalidade psíquica.
No desenvolvimento dessa prática terapêutica, far-se-á necessário que o
paciente em tratamento adquira ou readquira sua maturidade, para que possa
compreender sua consciência, sendo ela, a que se reveste de três camadas
distintas a exercer funções específicas no processo.
Como dito anteriormente, soma-se a isso, o entendimento de que o Ego
quando pressionado pelo Superego procura negar os instintos do Id, mesmo
ciente de suas atribuições, o que faz a repressão agir camuflada como um
sintoma neurótico; a ansiedade, o embaraço, ou mesmo o esquecimento, tudo
isso, vai manifestar uma neurose ou alguma forma de psicose. (MAY,1996).
A primeira camada, o Id, cobiçoso e ganancioso, do esquema platônico,
segundo Cobra (2003), vai guardar em si a reserva dos desejos e impulsos de
origem genética; e terá como função, a reprodução e preservação da vida.
Já o Ego procura lidar com a complexidade, e mesmo, racionalizar em
favor do Id, sendo governado pelo princípio da realidade. Tal governo o faz
satisfazer o Id sem transgredir o Superego.
Esse, considerado a terceira camada mental, vai responder pela
vigilância moral, e atuar de forma inconsciente, fazendo a censura dos
impulsos que a sociedade e a cultura atribuem ao Id. De certa forma, ele
impede que o indivíduo satisfaça plenamente seus instintos e desejos.
Pode-se dizer que nesse contexto, o Superego é o interditor que acessa
a consciência sob a forma da moral, de processos da educação social, e
manifesta-se por um conjunto de embargos e deveres, procurando um Eu ideal,
constituindo-se órgão repressor a busca da virtude. (COBRA, 2003).
É justamente nessa dinâmica que Freud vai se notabilizar e, tornar-se
imortal. Ele procurou interpretar os traumas, e apontar alternativas terapêuticas
em um contexto de pesquisa em torno dos conteúdos recalcados, das
resistências, mecanismos de defesa, e possibilidades de superação psicológica
por meio da análise, transformando-a em um método de tratamento.
E para fundamentar todo o mecanismo de tratamento psicanalítico,
pode-se dizer que duas obras de Freud foram de fundamental importância para
as bases da fundação da psicanálise. São elas: “O livro dos Sonhos”
(1900/1930) e “Três Ensaios” (1901/1942).
No primeiro, temos os conceitos de inconsciente, e no segundo, o
conceito de pulsão. Ambos fundamentam a teoria psicanalítica; sem eles, não
há como entender a articulação entre linguagem e sexualidade. (JORGE,
2010).
A psicanálise de Freud objetivou tratar processos mentais inconscientes
e se ocupar do desequilíbrio mental, caracterizando-se como método
terapêutico para tratar as doenças de natureza psicológicas sem motivação
orgânica.
A pesquisa nos mostrou que o sistema de Sigmund Freud, revela a
Psicanálise em sua estrutura teórica e prática, e somente a seus seguidores e
adeptos estão qualificados para tecer julgamento e valor científico do seu
trabalho.
Tal sistema vai explorar as forças motivadoras do inconsciente, os
conflitos entre essas forças e os efeitos desses conflitos no comportamento
humano.
É justamente nessa dinâmica do comportamento humano que Freud vai
se notabilizar e, tornar-se imortal. Ele procurou interpretar os traumas, e
apontar alternativas terapêuticas em um contexto de pesquisa em torno dos
conteúdos recalcados; das resistências; mecanismos de defesa e,
possibilidades de superação psicológica por meio da análise, transformando-a
em um método de tratamento aos conflitos psicológicos.
Esperamos que as considerações apresentadas em nossa humilde
contribuição tenham revelado pequenos aspectos da grande obra do criador da
Psicanálise, e suscitado novas propostas de pesquisa, uma vez que, o que
desejamos foi tão somente apresentar considerações tópicas a respeito da
psicanálise freudiana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MAY ROLLO. Psicologia Existencial. ( Abrahamm Maslow, Herman


Feifel, Carl Rogers, Gorodn Allport) 4ed. POA, globo, 1969

SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna.


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Estudo da Psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

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