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Shu

Eu trago a vida, o ar e a luz solar para o mundo. Minha boca


está aberta e vejo com meus olhos a criação que posso fazer
em sua vida!

Deus da Atmosfera
Shu é o Deus Egípcio da atmosfera, dos ventos, do ar seco, do clima, do espaço, do sagrado masculino, do
calor, da luz, da perfeição, da punição no pós-vida, da vida e da morte. Era um dos Enéadas (nove Deuses
primordiais da criação) e sua imagem foi confundida com outras divindades egípcias, como: Anhur, Khonsu
e Aker. É um Deus que por si só representa uma dualidade na visão egípcia: terra e céu, vida e morte, dia
e noite, etc. Seu nome significa “Vazio”, “Secura” ou ainda
“Aquele que se levanta”.

Shu foi criado quando Rá (em algumas versões Atum), através


de uma masturbação sagrada, ejaculou sobre Nun, o oceano
primordial. Desta ação nasceram Shu e Tefnut, apesar de que é
possível encontrar variações que ditam que Tefnut nasceu de
outras formas e de que Shu foi gerado a partir da saliva de Rá.
Há ainda a versão de que Shu é filho de Atum com a Deusa
Anciã Egípcia Iusaaset (O olho de Rá ou ainda sua sombra). Shu
e Tefnut apaixonaram-se e através de um ato de amor geraram
seus dois filhos: o Deus Geb (a Terra) e a Deusa Nut (o céu).
Porém, seus dois filhos não se desgrudavam e o Universo era um
amontoado estranho dos corpos de Geb e Nut. Então, Shu se
postou entre seus dois filhos para que se separassem e a vida
pudesse florescer, visto que sem essa separação a obra da
criação não poderia ser concluída e a vida não teria como ser gerada. Seus ossos se transformaram então
nas nuvens do céu.

Ele é representado tendo Geb a seus pés e Nut sobre


sua cabeça sendo levantada com suas mãos e
auxiliado pelos quatro pilares de Shu em cada ponto
cardeal da Terra. Também existem imagens em que
aparece com quatro penas de avestruz na cabeça
(representando os pilares de sustentação do
firmamento) ou apenas uma pena, pois Shu se posta
no salão de Ma’at e aqueles que forem julgados
corruptos em vida não podem subir a escada e são
atormentados por demônios terríveis enviados pelo
Deus, enquanto que os bons podem ir ao céu e
atingir a Terra de Luz pelo qual se transforam em
estrelas. Às vezes porta um cetro e uma Ankh como
alusão ao seu poder de controlador da vida e da
morte. Algumas de suas imagens também o ilustra
como tendo a forma de um leão, a cabeça de um leão
ou com as partes traseiras de leão enquanto o corpo
e a cabeça são humanas, mas estas figuras somente
aparecem quando Ele é representado estando ao lado
de sua irmã e esposa Tefnut: os leões gêmeos. Mas
ainda, raras vezes, é representado portando um Disco
Solar, o que o liga ao seu pai Rá, Deus da Luz e do
Sol, e a sua função de protetor do próprio faraó, pois
o próprio Shu é considerado como sendo o segundo
faraó egípcio tendo sido sucedido pelo seu filho Geb.
Seu corpo é negro como uma alusão ao seu papel no
renascimento diário do Deus-Sol.

Seu papel também não se limitava a apenas juiz dos


mortos e sustentador do firmamento, tanto que um
de seus poderes é de controlar as serpentes, haja
visto que protege seu pai Rá na descida diária ao
submundo contra o Deus-Serpente Apep.
Frequentemente é invocado também para trazer bons
ventos para os barcos (o vento norte) e, sendo uma
divindade do ar seco, para cessar chuvas. Shu é visto
como “Aquele que afasta a fome dos falecidos”,
enquanto que sua esposa é “Aquela que afasta a sede
dos falecidos”. Atualmente, com a compreensão de
conceitos físicos descobertos, Shu pode ser
considerado como o Deus da Gravidade. Os povos
antigos não conheciam a existência da gravidade,
porém, sendo aquele que separa o firmamento e
mantém a ordem no Universo, esta classificação é
bastante
apropriada.

Era uma das divindades mais respeitadas e veneradas no Egito Antigo,


apesar de que não haviam templos dedicados ao seu culto exclusivo.
Tanto que, mesmos após a implantação do sistema monoteísta no Egito
Antigo pelo faraó Akhenaton, Shu ainda era venerado e respeitado
como Divindade Primordial. Entretanto, em Dendera havia uma parte da
cidade denominada “A Casa de Shu” e era adorado como uma divindade
primordial da criação. Em Leontopolis (nome dado pelos gregos do
original Nay-ta-cabana e atual Tell el-Yahudiya), Shu e Tefnut eram
adorados em suas formas leoninas em um santuário.
Posteriormente, Shu foi confundido com o deus da guerra Anhur (também escrito como Onuris) e
venerado como sendo divindades idênticas com apenas nomes diferentes. Esse culto se desenvolveu e
depois de um tempo outra divindade foi incorporada nos cultos egípcios como sendo Anhur-Shu. Essa
confusão se deu, pois conta uma história que Tefnut, esposa de
Shu, teve uma disputa com Rá e foi para a Núbia. Então, Shu e Thot
ficaram responsáveis por trazê-la de volta pelo qual obtiveram êxito.
Como na história de Anhur aconteceu a mesma coisa com sua
esposa, Menhet, a ligação se tornou óbvia e o processo de
sincretismo deu-se facilmente, principalmente por Anhur também
ser representado como um leão. Daí temos alguns atributos
normalmente não relacionados a Shu, mas que figuram entre suas
qualidades: Deus da Guerra e Deus Caçador. Anhur significa
“Condutor do Ceu” e Anhur-Shu ainda pode ser traduzido como
“Aquele que traz de volta um distante”.

Também foi relacionado ao Deus Egípcio Khonsu, pois é uma


divindade que protege a Lua em sua viagem pelos céus, assim como
foi fundamental na criação de uma
nova vida em todos os seres vivos
conforme alguns mitos atestam. Em
Leontopolis havia um mito que Shu
e Tefnut quando gerados primeiro
cresceram como leões que
guardavam as fronteiras leste e
oeste da cidade, e, por isso,
também foi relacionado ao Deus
Egípcio Aker, pois Aker, como Deus
do Horizonte, guarda as fronteiras
leste e oeste do submundo e auxilia
Rá em sua luta noturna contra a serpente Apep. Por este motivo Shu e
Tefnut eram geralmente esculpidos nos estrabos das camas para
protegerem o proprietário enquanto este dormia, assim como aconteceu
no túmulo do faraó Tutankhamun. Contudo, essas correlações com Anhur,
Khonsu e Aker são deveras fracas e questionáveis.

Suas faces
 Deus Shu
 Deus Anhur
 Deus Anhur-Shu
 Deus Khonsu
 Deus Aker

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