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FRENTE 1 Ecologia
MÓDULO 28 Sucessões
1. CONCEITO DE SUCESSÃO clímax. Na sucessão, as espécies de aterrada por sedimentos que as
maior amplitude ecológica são subs- águas trazem das elevações vizinhas.
Sucessão ecológica é o desenvol- tituídas pelas de menor amplitude. As Na lagoa, o plâncton é o primeiro
vimento de uma comunidade ou bioce- populações mais simples precedem sistema de produtores que se desen-
nose, compreendendo a sua origem e as mais complexas; aumenta a volve. Quando os seus cadáveres
o crescimento, até chegar a um estado diversidade de espécies; as formas começam a enriquecer o fundo das
de equilíbrio dinâmico com o ambien- herbáceas são substituídas pelas margens com material orgânico, a
te. Tal dinamismo é uma característica arbóreas. Denominam-se seres as vegetação aquática pode aí se esta-
essencial das biocenoses. comunidades temporárias que surgem belecer. As folhas e caules mortos
2. ESTÁGIOS DA SUCESSÃO no decorrer de uma sucessão. aumentam o húmus do fundo, e de
Assim, a sequência na sucessão ano para ano a vegetação avança das
A sucessão não surge repentina- será: margens para o centro. Na borda,
mente, de uma forma abrupta, mas Ecese → seres → comunidade onde estavam as plantas pioneiras,
sim por meio de um aumento crescen- clímax aparecem arbustos lenhosos e, de-
te de espécies, até se atingir uma pois de um certo tempo, as árvores.
situação que não se modifica com o 3. TIPOS DE SUCESSÃO O terreno eleva-se graças à sedimen-
ambiente, denominada clímax. Uma tação de restos vegetais e, finalmen-
As sucessões podem ser primá-
sucessão pode iniciar-se de diversas te, onde estavam, de início, as plantas
maneiras: numa rocha nua, numa la- rias, secundárias e destrutivas. aquáticas, fixam-se arbustos e ár-
goa, num terreno formado por sedi- ❑ Sucessões primárias vores, e o que era, a princípio, o char-
mentação etc. As sucessões primárias corres- co marginal se transforma em terra
O primeiro passo é a migração de pondem às instalações dos seres firme.
espécies para a região onde se irá vivos em um ambiente que nunca foi Por meio deste processo de su-
iniciar a sucessão. As espécies che- habitado. É, por exemplo, a sucessão cessão, todos os lagos e lagoas
gam a essa região por intermédio dos que acontece numa rocha nua. tendem a desaparecer.
elementos de reprodução (esporos, Os organismos pioneiros são
sementes etc.). representados pelos liquens. Por meio ❑ Sucessões secundárias
As condições desfavoráveis, tais de ácidos orgânicos, produzidos pe- As sucessões secundárias apare-
como intensa iluminação e solo úmi- los liquens, a superfície da rocha vai cem em um meio que já foi povoado,
do, só permitem o desenvolvimento sendo decomposta. A morte desses mas os seres vivos foram eliminados
de algumas espécies. organismos, associada à decom- por modificações climáticas (glacia-
Essas espécies que se desenvol- posição da rocha, permite o apare- ções, incêndios) e geológicas
vem inicialmente no ambiente inóspito cimento de outros vegetais, como os
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(erosão) ou pela intervenção do
são chamadas pioneiras. São musgos. Estes, por sua vez, per- homem. Uma sucessão secundária
espécies de grande amplitude, isto é, mitem, pela sua ação, o aparecimento leva, muitas vezes, à formação de um
são pouco exigentes, não tolerando de espécies maiores, como as disclímax, diferente do clímax que
apenas as grandes densidades. bromélias e as gramíneas. existia anteriormente.
São vegetações pioneiras: li-
É o caso da sucessão numa flo-
quens, musgos, plantas de dunas etc. • Sucessão numa lagoa
resta destruída. Um trecho de floresta
Essa primeira etapa da sucessão As águas paradas de lagoas e
é destruído (homem ou fogo), e o
chama-se eceses. Eceses é a capa- charcos são formações transitórias.
local é abandonado por certo tempo.
cidade de uma espécie pioneira em Elas se formam quando o sistema
A recolonização é feita em etapas: em
adaptar-se e reproduzir-se numa no- normal de drenagem de terra fica in-
primeiro lugar, o terreno é invadido
va área. terrompido pela elevação brusca do
pelo capim e outras ervas; depois,
A vegetação pioneira permite a terreno (tremores de terra) ou por
aparecem arbustos e, no final,
preparação de um novo ambiente variações que se processam muito
árvores.
que, por sua vez, possibilita o estabe- lentamente através de longos perío-
lecimento de outras espécies vege- dos geológicos. Uma lagoa está
sempre em evolução. A tendência ❑ Sucessões destrutivas
tais. Outras espécies migram, algumas
desaparecem, ocorrendo consequen- geral é o seu desaparecimento final, Sucessões destrutivas são aque-
temente alterações até se atingir o pois ela vai sendo constantemente las que não terminam em um clímax
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rochoso. Nessa região, há corais, ge- estáveis. chos, córregos e rios. Nelas, há três
ralmente encontrados em águas cla- Existem dois tipos: regiões distintas: nascente, curso mé-
ras, limpas e com temperatura acima dio e curso baixo (foz).
1. águas lênticas ou dormentes;
de 20°C. Estão frequentemente as- O curso superior ou nascente é
sociados com algas vermelhas. 2. águas lóticas ou correntes. pobre em seres vivos, devido à vio-
lência das águas. Não há plâncton,
• Zona batial ❑ Águas lênticas podendo ser encontradas algas fixas
Vai de 200 a 2.000 metros. Apre- São as aparentes águas paradas, ao fundo, larvas de insetos etc.
senta águas paradas, mais frias, à que, na verdade, estão sendo sempre O curso médio dos rios é mais
medida que a profundidade aumenta. renovadas. Abrangem desde uma importante, pois é mais lento e apre-
É uma região afótica, com reduzida poça d'água formada pelas chuvas senta maior diversificação de vida. O
vida animal. até os grandes lagos, como o Lago fitoplâncton é representado por algas
Superior e o Mar Cáspio (maior lago verdes, diatomáceas, cianofíceas etc.
• Zona abissal salgado do mundo).
Abrange profundidades superio- Plantas flutuantes, como o aguapé, e
Vamos tomar como exemplo uma
res a 2.000 metros. outros vegetais são encontrados nas
lagoa. Os produtores das lagoas são
As grandes profundidades apre- margens. O zooplâncton é formado
principalmente representados por
sentam condições difíceis para a vida, por microcrustáceos, larvas de
algas microscópicas, que formam o
tais como grandes depressões, ausên- insetos e outros. Há grande quanti-
fitoplâncton (diatomáceas, cianofíceas,
cia de luz, frio e pouco alimento. dinoflagelados etc.). dade de peixes. O curso médio apre-
Mesmo assim, muitos organismos De menor importância são os senta intenso intercâmbio com
adaptam-se a essas condições es- vegetais superiores (geralmente an- animais terrestres.
peciais. giospermas), que vivem fixos no fun- O curso inferior ou foz (estuário)
Uma das características desses do ou são flutuantes. Os consumidores apresenta grande variação de sali-
seres é a bioluminescência, isto é, a são representados pelo zooplâncton nidade (água salobra) e constitui uma
capacidade de emissão de luz, utili- (protozoários, pequenos crustáceos e zona de transição com o mar.
zada para atração sexual, de presas outros animais). O homem influencia decisiva-
etc. Têm visão muito sensível, capaz Outros animais que não perten- mente nas águas continentais, promo-
de responder a pequenos estímulos cem ao plâncton, como larvas de vendo drenagens, construção de
luminosos, possuem formas bizarras, peixes, moluscos e peixes adultos, açudes, usinas hidrelétricas e principal-
bocas e dentes grandes para facilitar têm como predadores aves, como a mente poluindo as águas. Assim, o
a captura das presas. garça, e mamíferos, como ariranhas e lançamento de esgotos ricos em nutrien-
lontras, que dependem do ecossis- tes orgânicos provoca uma intensa ação
3. BIOCICLO DE ÁGUA tema aquático. dos decompositores, diminuindo o su-
DOCE OU LIMNOCICLO Quando os seres vivos morrem,
primento de O2 e, consequentemente,
acumulam-se no fundo da lagoa e são
As águas continentais possuem eliminando os seres aeróbicos.
transformados por ação dos decom-
pequeno volume, cerca de 190 mil km3; Muitas vezes, os organismos
positores (bactérias e fungos).
têm pequena profundidade, raramente aquáticos são eliminados por ação de
ultrapassando 400m; sofrem varia- agrotóxicos carregados pelas en-
ções de temperatura mais intensas do ❑ Águas lóticas xurradas durante o período chuvoso,
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que o mar, sendo, portanto, menos Essas águas compreendem ria- para lagos, lagoas e rios.
Mar – talassociclo. Lagoa ou lago – limnociclo (águas lênticas). Rio – limnociclo (águas lóticas).
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levar as autoridades a decretar ozônio que envolve a Terra. esgoto nos rios e lagos
estado de emergência, com a proibi- À medida que a camada de ozô- O material orgânico existente no
ção do funcionamento de indústrias e nio vai sendo destruída, a superfície esgoto serve de alimento para as bac-
circulação de automóveis. da Terra passa a receber maior quan- térias decompositoras.
Gás Óxido de
Setor carbônico CFCs Metano Outros TOTAL
nitrogênio
Agricultura 3% – 8% 2% – 13%
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As enzimas de restrição, G T C G A C
Utilizando complexas e modernas C A G C T G
técnicas de laboratório, a Engenharia também chamadas de endonucleases
Genética é capaz de: de restrição, atuam como “tesouras”, As enzimas de restrição cortam
dado que são capazes de reconhecer os palíndromos, produzindo pontas
• isolar um gene e determinar a e cortar seqüências curtas de DNA. desiguais, de acordo com o esquema
sequência de seus nucleotídeos; Produzidas pelas bactérias, as a seguir:
enzimas de restrição são usadas para
• juntar nucleotídeos e produzir destruir um DNA estranho que
um gene; penetra na célula trazido, por exem-
plo, por um bacteriófago. As enzimas
• alterar a sequência nucleotí- de restrição cortam o DNA nos cha-
dica de um gene, produzindo assim mados palíndromos. Chamamos
um gene mutante; palíndromo a uma sequência de ba-
ses que tem a mesma leitura nas duas
• introduzir no DNA de um vírus cadeias de DNA, mas em sentidos
ou de uma bactéria um gene extraído opostos. Observe alguns palín-
de outro organismo. dromos:
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É importante salientar que cada seguinte artifício: o plasmídeo-vetor um gene de um organismo para outro.
enzima de restrição reconhece uma sempre apresenta genes resistentes Transgênico é o organismo que re-
única e mesma sequência de bases a um determinado antibiótico, de mo- cebe o gene estranho e, consequen-
(palíndromo) em qualquer tipo de do que, quando cultivados em meio temente, tem o seu genótipo alterado.
DNA. contendo um antibiótico, apenas as
células portadoras do vetor sobre- 7. PLANTAS TRANSGÊNICAS
3. O DNA RECOMBINANTE vivem e se multiplicam.
O DNA recombinante é uma mo- A transferência de um gene de
lécula obtida, em laboratório, pela um organismo para outro é feita por
união de fragmentos de DNA deriva- um elemento conhecido por vetor. Na
dos de fontes biologicamente dife- obtenção de plantas transgênicas, o
rentes. vetor mais usado é a bactéria
Assim, fragmentos de DNA oriun- Agrobacterium tumefaciens, causa-
dos de genes diferentes e obtidos dora dos tumores de galha que ocor-
pela ação das enzimas de restrição rem nos vegetais.
são unidos pela ação da enzima, for- Quando um vegetal é infectado
mando a molécula do DNA recom- pelo Agrobacterium, o T-DNA, uma
binante. parte do plasmídeo, chamado Ti, é
Acompanhe o esquema a seguir: transferida para o DNA da planta.
Contendo genes para a produção dos
hormônios vegetais – auxina e citoci-
nina –, o T-DNA provoca um desequi-
líbrio no crescimento, originando o
tumor de galha.
A Engenharia Genética é capaz
de extrair genes do T-DNA e substi-
tuí-los por genes de outros organis-
mos. O gene estranho que é
incorporado ao genoma da bactéria
Clones de bactérias. pode ser transcrito e traduzido,
4. A CLONAGEM MOLECULAR determinando o seu caráter.
5. A ENGENHARIA
O processo de clonagem mole- BACTERIANA ❑ O milho transgênico
cular consiste em construir um DNA Um gene da bactéria Bacillus
Consiste na produção de bacté- thruringiensis, enxertado no genoma
recombinante que se replica, quando
rias capazes de realizar determinadas do milho, tornou a planta resistente ao
é introduzido numa célula bacteriana.
atividades ou produzir moléculas, co- ataque das lagartas que a parasitam.
Ao observarmos a estrutura de
mo hormônios, enzimas e antibióticos. No caso, o gene bacteriano produz
uma bactéria, notamos que, além do
Assim, foram obtidas bactérias uma proteína que mata as lagartas.
DNA existente no cromossomo único,
marinhas capazes de degradar pe-
aparece o plasmídeo, uma molécula
tróleo derramado nos mares. ❑ A soja transgênica
circular de DNA que se replica e pas-
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Outras bactérias conseguem pro- A soja comum morre quando re-
sa para as células-filhas, quando a
duzir álcool etílico, usado como com- cebe uma aplicação de Roundup, um
bactéria se divide. O plasmídeo é ex-
bustível. O gene humano responsável dos herbicidas mais usados na agri-
traído da bactéria e cortado por meio
pela produção de insulina foi introdu- cultura. A soja transgênica incorpo-
de uma enzima de restrição. A seguir,
zido em bactérias, que passaram a rou um gene bacteriano que a tornou
com o auxílio do DNA-Iigase, o plas-
secretar esse hormônio, empregado resistente ao Roundup. Deste modo,
mídeo fragmentado é ligado a um
no tratamento dos diabéticos. quando o herbicida é aplicado, ape-
fragmento de DNA de outro orga-
A mesma técnica produziu bac- nas as ervas daninhas são des-
nismo, submetido à ação da mesma
térias que sintetizam somatotrofina truídas.
enzima de restrição. Forma-se desse
(hormônio de crescimento), interferon
modo um plasmídeo, chamado vetor,
(usado contra infecções e tumores), ❑ O arroz transgênico
constituído por um DNA recombinante.
vacina contra hepatite B e ativador do A cultura do arroz comum, cha-
Agora, o vetor é introduzido na célula
plasminogênio (dissolvente de coá- mado arroz branco, é infestada pelo
bacteriana, na qual se replica.
gulos sanguíneos). arroz vermelho, impróprio para o con-
Quando o vetor é colocado num
meio de cultura, ele não é absorvido sumo. Para acabar com o arroz ver-
6. TRANSGÊNESE
por todas as bactérias. Para selecio- melho, é necessário o uso do herbicida
nar as bactérias que o incorporaram, Chamamos transgênese ao pro- Liberty, que também mata o arroz bran-
os engenheiros genéticos utilizam o cesso que permite a transferência de co. Para solucionar o problema, os
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9. USOS POTENCIAIS DA
ENGENHARIA GENÉTICA
• Desenvolvimento de doenças
humanas em animais, facilitando o seu
estudo e a busca de novas terapias.
• Desenvolvimento de animais
A formação do tumor de galha. transgênicos para doação de tecidos
ou órgãos para o transplante em hu-
cientistas retiraram do solo uma bacté- 8. CONFUSÃO TRANSGÊNICA manos.
ria (Streptomyces higroscopicus) que,
inserta no DNA do arroz branco, provo- O uso de produtos transgênicos • Desenvolvimento de vegetais
ca resistência ao Liberty. está causando polêmica entre produ- mais resistentes a pragas e de melhor
Os ambientalistas, principalmen- tores, ambientalistas e cientistas. As- qualidade.
te os europeus, condenam o uso de sim, produtores e cientistas
alimentos transgênicos, dado que há defensores da nova tecnologia dizem • Desenvolvimento de raças de
muitas dúvidas sobre efeitos dos que a soja transgênica, por exemplo, animais transgênicos de crescimento
transgênicos em longo prazo. vai aumentar a produtividade e bara- mais rápido e de melhor qualidade
tear os custos do produto. para o consumo.
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cie humana. O PGH concluiu que há RNA pré-mensageiro contendo éxons cas, chamadas de DNA repetitivo.
relativamente poucos genes – so- e íntrons. Ainda no interior do núcleo, O comprimento e o número dessas
mente 30 ou 40 mil. Estimativas ante- esse RNA sofre um processo de ma- repetições são idênticos para cada
riores indicavam de 60 a 100 mil genes. turação, no qual os íntrons são elimi- indivíduo.
nados, formando-se o RNA-m, que,
5. A ESTRUTURA DOS GENES no citoplasma, será usado na tradução.
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O código genético da criança é uma combinação entre os códigos da mãe e do pai verdadeiro (o número 1).
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ras que é diferente para cada indi- Clonagem é o processo de for- 1. Óvulos não fecundados foram
víduo (exceto nos gêmeos univiteli- mação de clones. O fenômeno ocor- retirados de uma ovelha A.
nos). Em criminologia, faz-se uma re normalmente quando bactérias e 2. O núcleo do óvulo foi retirado e
comparação entre o fingerprinting de outros organismos unicelulares se guardado.
DNA obtido de células (sangue, sê- reproduzem por bipartição. 3. Células da glândula mamária
men, pelos etc.) advindas do crime de uma ovelha B, de 6 anos, foram
O processo de clonagem também
com o das células do suspeito. A extraídas e mantidas em um estado
ocorre na propagação de plantas por
coincidência dos padrões identifica o de dormência. Isto foi possível com a
criminoso. Nos casos de análise de meio de mudas. Às vezes, esse é o manutenção dessas células em meio
parentesco, leva-se em conta que me- único processo de multiplicação de de cultura com poucos nutrientes.
tade das bandas que constituem o uma espécie, como é o caso da 4. Os núcleos das células da
fingerprinting de um indivíduo é her- bananeira. Nos animais como o tatu, a glândula mamária foram extraídos e
dada da mãe, e a outra do pai. Ao se poliembrionia também produz clones. implantados no óvulo retirado da
comparar as bandas do filho com as Nesses animais, como sabemos, ovelha A.
de sua mãe, pode-se eliminar as que um zigoto pode se dividir, originando 5. A nova célula assim formada
são semelhantes, restando as que de 4 a 6 gêmeos univitelinos, todos iniciou o processo de divisão, origi-
foram herdadas do pai. Se todas as machos ou todas fêmeas. Na espécie nando um embrião, que foi implan-
bandas de origem paterna coinci- humana, nascem, diariamente, gê- tado no útero de uma ovelha C.
direm com o suposto pai, a identifi-
meos univitelinos, na proporção de 4
cação da paternidade será positiva.
por 1 000 nascimentos. Também são
chamados de monozigóticos, por
serem originados de 1 zigoto, ou
7. CLONAGEM idênticos, pelo fato de possuírem o
mesmo genótipo.
A palavra clone (do grego klon,
que significa “broto”) é usada para ❑ A clonagem da ovelha Dolly
designar um conjunto de indivíduos A clonagem da ovelha Dolly, de
que se originam de outros por repro- maneira simplificada, seguiu estas
dução assexuada. etapas: A clonagem de uma bactéria.
BIOLOGIA A
1. Os cientistas pegaram um 2. O DNA retirado de uma 3. Implantado em outra ove- 4. Geneticamente, Dolly era idênti-
óvulo comum de ovelha e es- célula da região mamária de lha, o embrião se desenvolveu ca à ovelha que forneceu o DNA.
vaziaram seu núcleo, a parte uma ovelha adulta foi implan- nor malmente. A fêmea pariu Ela tinha aparência normal e era
que contém todo o material tado no óvulo. O embrião foi Dolly em julho de 1997. capaz de se reproduzir da forma
genético do animal. gerado a partir desse encon- convencional.
Obs.: Em fevereiro de 2003, a ovelha
tro.
Dolly teve de ser sacrificada, em
razão de graves doenças.
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tágios de desenvolvimento.
contra a face interna do polo animal. ma. As duas vesículas laterais cons-
Já vimos a fase de mórula, que só
Neste tipo de gastrulação, a blasto- tituem os somitos. Em cada um dos
ocorre na segmentação holoblástica
cela vai diminuindo progressivamente, somitos, a parede é chamada de me-
igual, e a fase de blástula.
chegando a ser apenas virtual quando soblasto ou mesoderma, enquanto a
as duas camadas celulares se encos- cavidade central representa o celoma.
3. MÓRULA tam. Do outro lado, forma-se pela A evaginação longitudinal media-
invaginação uma nova cavidade, o na transforma-se na notocorda ou
Constitui a forma embrionária en- arquêntero ou intestino primitivo, que corda dorsal, um eixo de sustentação
contrada após sucessivas divisões se comunica com o exterior através que caracteriza todo embrião de
celulares. Caracteriza-se, fundamen- de uma abertura chamada blastó- animal cordado. Cortado transversal-
talmente, pela forma esférica e por poro. Cortada longitudinalmente, a mente, o embrião apresenta, nesta
apresentar-se maci- gástrula aparece constituída por fase, as seguintes estruturas:
ça, isto é, composta dupla camada celular. A parede ex- 1 – Três folhetos germinativos: ec-
inteiramente de célu- terna é o ectoderma ou ectoblasto, e toderma, endoderma e meso-
las embrionárias. Só a interna, que reveste o arquêntero, é derma.
aparece no tipo de o mesentoderma, que irá formar o 2 – Tubo neural.
segmentação holo- endoblasto ou endoderma e o meso- 3 – Notocorda.
Mórula. blástica igual. blasto ou mesoderma. 4 – Intestino primitivo.
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8. EVOLUÇÃO DOS FOLHETOS No epiblasto, destacam-se os pla- miótomo e dermátomo, que formam,
coides sensoriais, que migram em respectivamente, o esqueleto axial, os
De cada um dos três folhetos ger- profundidade e originam as vesículas músculos estriados e a derme.
minativos – ectoderma, endoderma e olfativas, as auditivas, os cristalinos, O mesômero, situado entre o epí-
mesoderma –, derivam todas as es- os lobos anterior e intermediário da mero e o hipômero, é responsável
truturas dos animais, por meio de um hipófise. pela gênese do sistema urogenital,
processo denominado organogênese. Do neuroblasto derivam o encé- constituído por rins e gônadas.
Explicaremos, a seguir, os folhetos e as falo e a medula, que constituem o O hipômero limita o celoma e
principais estruturas deles derivadas. sistema nervoso central (SNC). apresenta duas lâminas: a somato-
pleura, colada ao ectoblasto, e a es-
9. ECTOBLASTO 10. MESOBLASTO plancnopleura, em contato com o
endoblasto.
O ectoblasto divide-se em dois O mesoblasto divide-se em três
A somatopleura dá origem aos
elementos: o epiblasto e o neuroblasto. partes: epímero (dorsal), mesômero
músculos viscerais, ao pericárdio (te-
O epiblasto origina a epiderme e (central) e hipômero (ventral).
cido que envolve o coração) e aos
os anexos epidérmicos, como glându- O epímero também se divide e
ossos e músculos dos apêndices
las, pelos, penas, garras, escamas etc. origina três estruturas: esclerótomo,
locomotores, braços e pernas.
A esplancnopleura origina os
músculos lisos, o miocárdio (muscula-
tura do coração), o endocárdio
(tecido que recobre internamente o
coração) e o endotélio (camada
celular que reveste internamente os
vasos sanguíneos).
11. ENDOBLASTO
A formação do mesoderma.
O endoblasto dá origem a dife-
rentes partes do tubo digestório e de
suas glândulas anexas, tais como o
fígado e o pâncreas. Os pulmões e a
traqueia são igualmente de origem
endodérmica.
O endoblasto só constitui o epi-
télio pulmonar interno, sendo o estro-
ma dos pulmões e a parede da
traqueia provenientes do mesoblasto.
Desenvolvimento do mesoderma e da notocorda. Também no caso do tubo digestório,
o endoblasto só forma a parte
epitelial, sendo a musculatura ori-
ginada do mesoblasto.
Veja o diagrama abaixo mostran-
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Corte transversal
de um embrião de cordado.
Gastrulação em anfioxo.
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BIOLOGIA A
torno do vitelo, terminando por en- âmnio, cório, alantoide, saco vitelínico
bolsa-d’água, rompendo-se no início
volvê-lo completamente. Forma-se, e placenta. O anexo mais importante
do parto.
é a placenta, constituída por duas
deste modo, a vesícula ou saco vite-
partes: materna e fetal.
línico, que se une ao embrião através
A parte materna é representada
de um curto pedúnculo.
pelo endométrio, a parede interna do
As substâncias nutritivas são útero que será expulsa, com o feto, no
gradualmente transportadas ao em- momento do parto. A parte fetal é
brião através de uma rede de vasos constituída pelo cório, que gera uma
sanguíneos que se formam na parede série de expansões, as vilosidades
do saco vitelínico. coriônicas, que se insinuam na
Nos anfíbios, não se forma um parede uterina. A placenta é um
saco vitelínico típico. A pequena Embrião de ave ou réptil órgão ricamente vascularizado, isto é,
quantidade de vitelo que os anfíbios com anexos embrionários. (A linha provido de muitos vasos sanguíneos –
apresentam é envolvida pela parede pontilhada representa o mesoderma.) alguns da mãe, no endométrio, e
ventral do embrião durante a gas- outros do feto, nas vilosidades coriô-
4. ALANTOIDE
trulação. Desse modo, o saco vitelíni- nicas. Entre a placenta e o embrião,
co se restringe apenas a uma Observaremos a evolução do anexo forma-se o cordão umbilical; pelo seu
dilatação da parte ventral do embrião. no embrião de ave. Enquanto apare- interior, circulam duas artérias e uma
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veia. As artérias conduzem o sangue do embrião, além de efetuar trocas mento, hormônios e anticorpos. Do
venoso do feto para a placenta, respiratórias e a excreção. Pela estru- feto para a mãe, passam, principal-
enquanto a veia transporta o sangue tura da placenta, observa-se que o mente, gás carbônico e excretas. A
arterial em sentido oposto. sangue da mãe não se mistura com o placenta tem ainda função endócrina,
do feto; apenas os vasos de ambos produzindo a progesterona e a
6. AS FUNÇÕES DA PLACENTA se situam muito próximos e trocam gonadotrofina coriônica, hormônios
substâncias entre si. Assim, a mãe relacionados com a gestação.
A placenta assegura a nutrição envia ao feto: oxigênio, água, ali-
MÓDULO 30 As Vitaminas
BIOLOGIA A
As melhores fontes são lêvedo, tamina que contém cobalto e atua na (laranja, limão, caju, goiaba e abaca-
fígado, carne (boi, vitela e porco), formação de hemácias, prevenindo a xi) e verduras (agrião e repolho)
aves e peixes. anemia. cruas.
SAIBA QUE:
• Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que
ingerimos.
• As vitaminas não são comprimidos energizantes nem substituem os alimentos.
• As vitaminas regulam o metabolismo por meio dos sistemas enzimáticos.
• A falta de uma única vitamina pode colocar em risco todo o organismo.
• O fígado é o principal órgão de armazenamento das vitaminas lipossolúveis.
• As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais.
• Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
• As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado.
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❑ Colo
É a região de transição entre a
raiz e o caule.
Segmento de raiz de dicotiledônea.
A anatomia de uma raiz, na sua
estrutura primária, mostra fundamen-
2. TIPOS DE RAÍZES
talmente três regiões:
1 – Epiderme. ❑ Subterrâneas ou terrestres
2 – Casca ou córtex. • Raiz axial ou pivotante:
3 – Cilindro central ou vascular. apresenta um eixo principal que
A epiderme é formada, geral- penetra perpendicularmente no solo
mente, por uma única camada de cé- e emite raízes laterais secundárias em
lulas. A epiderme pluriestratificada direção oblíqua. É encontrada entre
constitui o velame das raízes de as dicotiledôneas (feijão) e gimnos-
orquídeas. permas (pinheiros).
Morfologia da raiz.
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Raiz tuberosa.
❑ Raízes aéreas
• Raízes-suporte: são raízes
que partem do caule e atingem o solo.
A sua principal função é aumentar a
fixação do vegetal. Aparecem no
milho, plantas de mangue, figueiras
etc. Raiz-cintura de filodendro.
BIOLOGIA A
• Raízes estrangulantes:
são raízes resistentes, densamente Pneumatóforos em Avicennia.
ramificadas, que se enrolam no tron-
co de uma árvore que lhes serve de • Raízes grampiformes: são
suporte. Essas raízes crescem em raízes curtas que aderem profunda-
espessura e acabam determinando a mente ao substrato. Ex.: hera.
morte da planta hospedeira por • Raízes sugadoras ou
estrangulamento, pois impedem o haustórios: são raízes modificadas
crescimento e a circulação da seiva de plantas parasitas. Estas raízes pe-
elaborada. Ex.: mata-paus. netram no caule de outra planta e po-
• Raízes tabulares: são raí- dem estabelecer um contato com o
zes achatadas, geralmente encontra- xilema (lenho), de onde sugam a sei-
das em árvores de florestas densas. va bruta. Neste caso, a planta é cha-
Desenvolvem-se horizontalmente à mada semiparasita. Ex.: erva-de-pas-
superfície do solo e são bastante sarinho. Em outros casos, o haustório
achatadas. Além de realizar a fixação, atinge o floema e passa a retirar a
essas raízes são respiratórias. Ex.: seiva elaborada. A planta é chamada
Raiz-suporte ou
escora de plantas do mangue. figueiras. holoparasita. Ex.: cipó-chumbo.
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1. CAULE
BIOLOGIA A
posição mais interna. raios medulares são utilizados no
Fato importante nas dicotiledô- transporte rápido de substâncias da Basicamente, o caule mostra em
neas é que o lenho e o líber estão casca para o cilindro central e corte transversal, externamente, um
separados por um tecido merismático vice-versa. tecido epidérmico protetor que envol-
chamado câmbio intrafascicular. Como vimos, da atividade do ve um tecido parenquimático único.
câmbio resultam o floema e o xilema. Mergulhados dentro desse parênqui-
3. ESTRUTURA SECUNDÁRIA Na estrutura secundária, observam-se ma, encontramos os feixes liberole-
uma faixa contínua de líber externa- nhosos, difusamente dispersos. Os
É observada quando a planta mente e uma faixa contínua do lenho feixes condutores são colaterais fe-
começa a produzir novos elementos internamente; nesse instante, não po- chados, isto é, o lenho está voltado
no sentido lateral, na região do caule demos mais reconhecer o câmbio fas- para dentro e o líber para o lado
onde já cessou o crescimento lon- cicular do interfascicular. Nas plantas externo, ficando todo o conjunto en-
gitudinal. Em consequência, a planta de climas em que existem nitidamente volvido por uma bainha de esclerên-
cresce em espessura. Duas estru- uma estação favorável e outra desfa- quima.
turas são responsáveis por esse vorável, podemos perceber a forma- As monocotiledôneas, geralmen-
crescimento: felogênio e câmbio ção dos chamados anéis anuais de te, não apresentam felogênio e tam-
(intrafascicular e interfascicular). crescimento. Tais anéis permitem o re- bém não têm câmbio. Dessa maneira,
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BIOLOGIA A
a) folhas com nervuras paralelas
• Cutículas espessas. ❑ Folhas higromórficas
(monocotiledôneas);
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BIOLOGIA A
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