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Fichamento do Livro “Manual de Metodologia do Direito” – Páginas 50 a 74

2 – Modos de Conhecer o Mundo (pg. 50 e 51)

O sujeito quando entra em contato com objeto tenta conhecer sua essência.
Levando isso em consideração há alguns modos de se conhecer os objetos -
Mundo Cognoscível – que são: O Mito, a Filosofia, a Religião, o Senso Comum
e a Ciência. Nenhum deles são excludentes entre si e, em muitos casos, se
complementam.

2.1 O conhecimento mítico (p. 52 a 54)


O mito é uma forma de conhecimento que parte de uma narrativa fabulosa
para explicar o desconhecido. Ele surge a partir da necessidade humana de
afugentar medos e inseguranças do desconhecido.
A narrativa mítica sempre se constrói através de uma alegoria, e muitas
vezes, torna se difícil sua compreensão já que demanda interpretação.
Ademais, os mitos podem revelar, de maneira lúdica, alguns fatos do passado
distante.
Pode se dizer que a forma mítica de se conhecer o mundo é anterior ao
conhecimento científico. A ciência surge para negar o mito, pois traz consigo
raciocínios lógicos e analíticos para explicar a realidade. Contudo, a ciência
não fez com que o mito desaparecesse da sociedade atual, uma vez que parte
dele permanece no imaginário social e se manifesta através da cultura – as
histórias heroicas da indústria cinematográfica, as telenovelas e etc.
Concluindo, o mito então, trata se de uma verdade instituída que dispensa
apresentação de provas para ser aceita.

2.2 Conhecimento Religioso (p. 55 a 57)

A religião é o modo de conhecer que se pauta num plano transcendente, na


fé e na suposição de que existem realidades as quais a capacidade humana
desconhece. O conhecimento religioso trabalha com verdades preexistentes
que só podem ser alcançadas através de revelações, não podendo ser
questionadas pelo homem – fato que explica o caráter dogmático de grande
parta das religiões.
Além disso, pode se dizer que a fé é importante para a sociedade. Não
apenas por trazer conforto aos seres humanos quando estes não conseguem
explicar o desconhecido, mas também porque durante muito tempo atuou como
forma de controle social através de seu rígido sistema de padrões morais.
2.3 Conhecimento Filosófico (p.58 a 60)
O conhecimento filosófico trata se de uma postura crítica e reflexiva com
relação ao que se conhece do mundo. Ele não tem compromisso com a
verdade universal, uma vez que seu objeto de estudo é justamente as
realidades que escapam dos nossos sentidos – portanto, sempre busca a
profundidade daquilo que se é admitido como verdade.
A filosofia pode gerar um desconforto em algumas pessoas por questionar
as diversas formas estabelecidas de agir, como por exemplo, a cultura, a
práticas político econômicas e sociais, etc. Pode se dizer que para a Filosofia
não existem limites para as indagações, questionamentos e reflexões, podendo
chegar a questionar até o conhecimento cientifico – epistemologia.
É válido ressaltar que a Filosofia não tem a necessidade de alcançar
soluções prontas para os problemas cotidianos, mas sim buscar um sentido
melhor para a vida dos seres humanos.

2.4 Conhecimento Vulgar (p.60 a 66)

O senso comum é a forma de conhecimento que herdamos do acúmulo de


experiências de nossas relações sociais sendo, portanto, substancialmente
subjetiva. Assim, o senso comum se baseia nas nossas experiências do dia a
dia.
Esse modo de se conhecer o mundo é destituído de criticidade, e isso leva a
um conhecimento superficial da realidade, podendo carregar consigo diversos
mitos e crenças preconceituosas. Além disso, deve se atentar ao caráter
generalizador que o senso comum possui, tendendo para o dogmatismo.
Entretanto, a ciência se pauta muito no conhecimento vulgar para produzir
seu conteúdo, uma vez que ela se utiliza de premissas do mesmo para verificar
a veracidade do saber apresentado por ele.

- 2.4.1 Senso Comum e Senso Crítico (p.66 a 68)

O senso crítico são habilidades desenvolvidas que permite ao sujeito


cognoscente o exame profundo e rigoroso de seu objeto de atenção,
desconfiando assim criteriosamente das opiniões preestabelecidas.
Todo pensador crítico deve possuir estas características:
 Habilidade de pensar logicamente
 Percepção da estrutura dos argumentos na linguagem natural
 Curiosidade intelectual constante
 Distinção entre juízos de fato, de valor e questões conceituais
 Consciência Pragmática
 Perspicácia

2.5 Conhecimento Científico (p. 69 a 72)

O conhecimento cientifico é um método de análise que investiga os objetos e


fatos a partir de causas, efeitos e leis próprias. A ciência é um tipo de
conhecimento sistematizador, preciso e objetivo que possibilita o estudo, a
descoberta, e o desenvolvimento de relações entre objetos e fatos e coisas
existentes no mundo. Para isso, ela constrói métodos de controle,
sistematização, revisão e segurança sobre seu campo de investigação e por
conta disso, estabelece uma distinção bem definida das outras formas de saber
consideradas não científicas.
Pode se dizer, que o conhecimento científico não é estático e está sempre em
constante construção, uma vez que está sempre se construindo e se
desconstruindo a todo tempo.
2.6. Algumas considerações sobre os modos de conhecer (p. 73 e 74)

As considerações finais que podem ser feitas é que não existe valoração
hierárquica entre as formas de conhecimento, e, portanto, cada uma cumpre a
um objetivo e por isso, cabe ao sujeito cognoscente adequar cada uma ao
determinado fim que pretende se alcançar – todos estão aptos a produzi –las.
Todas essas formas de conhecimento podem também ser observadas no
mundo jurídico e por isso, o conhecimento jurídico é um arsenal de ferramentas
cognitivas que ultrapassam o conhecimento cientifico.

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