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UERJ

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Elétrica
Análise de Sistemas Físicos

Aproximações lineares de sistemas físicos


Transformadas de Laplace

Prof. Harold Mello


harold.uerj@gmail.com
Análise de Sistemas Físicos

Aproximações lineares de sistemas físicos


• A grande maioria dos sistemas físicos é não
linear
• Nesses sistemas, para que a teoria de sistemas
lineares possa ser aplicada, é necessário
linearizar
• Linearizar é a operação que consiste em
aproximar o sistema não linear por um sistema
linear

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Aproximações lineares de sistemas físicos


• Um sistema é dito linear se satisfaz as seguintes
propriedades:
 Aditividade. Se 𝑦1 𝑡 = 𝑆 𝑥1 𝑡 e 𝑦2 𝑡 = 𝑆 𝑥2 𝑡 , então
𝑦1 𝑡 + 𝑦2 𝑡 = 𝑆 𝑥1 𝑡 + 𝑥2 𝑡
 Homogeneidade. Se 𝑦 𝑡 = 𝑆 𝑥 𝑡 , então 𝛼𝑦 𝑡 =
𝑆 𝛼𝑥 𝑡 , para todo ∀𝛼 ∈ ℝ

• As duas propriedades combinadas recebem o nome de


propriedade de superposição.
• O sistema é dito não-linear se a propriedade de
superposição não for verificada.

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• Mesmo os chamados “sistemas lineares” são realmente
lineares somente para intervalos limitados de operação.
Ex.: sistema massa-mola-amortecedor é linear enquanto
a massa for submetida a pequenos deslocamentos 𝑦(𝑡)

• O comportamento de sistemas não lineares pode ser


aproximado por meio de um sistema linear equivalente,
em torno de uma região pequena de operação.

• Elementos não lineares podem ser linearizados,


admitindo condições de pequenas variações de sinal.
Ex.: Circuitos lineares equivalentes obtidos para
circuitos eletrônicos e transistores.
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• Uma forma de linearização é desenvolver a função não
linear em uma série de Taylor em torno do ponto de
operação e reter somente o termo linear.
• Os termos desprezados devem ser suficientemente
pequenos, isto é, as variáveis devem se desviar apenas
ligeiramente das condições de operação. Caso contrário, o
resultado não será preciso.
• Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma dinâmica não linear. Então, a
expansão desta função em série de Taylor fornece:
𝑑𝑓 𝑥 − 𝑥0 𝑑 2 𝑓 𝑥 − 𝑥0 2
𝑦 = 𝑓 𝑥0 + ⋅ + 2 ⋅ +⋯
𝑑𝑥 𝑥=𝑥0
1! 𝑑𝑥 2!
𝑥=𝑥0
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• A suposição de que o sistema não linear irá operar em torno
do ponto de operação (𝑥0 , 𝑦0 ), implica que 𝑥 ficará próximo
de 𝑥0 . Logo, 𝑥 − 𝑥0 será pequeno e quando elevado a 2, 3,
…, será menor ainda. Assim:
2 3
𝑥 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥0
≅ 0, ≅ 0, ⋯
2! 3!
• E a equação reduz-se a:
𝑦 = 𝑦0 + 𝑚 𝑥 − 𝑥0
onde:
𝑦0 = 𝑓(𝑥0 ) e
𝑑𝑓
𝑚= é a inclinação da curva no ponto de operação
𝑑𝑥 𝑥=𝑥0
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• Reescrevendo a equação anterior:
𝑦 − 𝑦0 = 𝑚 𝑥 − 𝑥0
ou
∆𝑦 = 𝑚∆𝑥
• 𝑦 = 𝑦0 + 𝑚 𝑥 − 𝑥0 é o modelo linear para o sistema não linear
𝑦 = 𝑓(𝑥), próximo do ponto de operação (𝑥0 , 𝑦0 ).

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• Exemplo 1: Sistema não linear massa-mola

Extraído de: DORF, R. C., BISHOP, R. H. Sistemas de Controle Modernos. São


Paulo: Editora LTC, 2013.

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• O ponto de operação normal é o ponto de equilíbrio que ocorre
quando a força da mola equilibra a força gravitacional 𝑀𝑔.

• Para a mola não linear, com 𝑓 = 𝑦 2 , na posição de equilíbrio:


𝑓0 = 𝑀𝑔 → 𝑦0 = 𝑀𝑔 2

• O modelo linear para pequenas variações é:


∆𝑓 = 𝑚∆𝑦
𝑑𝑓
onde 𝑚 =
𝑑𝑦 𝑦=𝑦
0

• Assim, 𝑚 = 2𝑦0

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• Exemplo 2: Sistema pêndulo simples

Extraído de: DORF, R. C., BISHOP, R. H. Sistemas de Controle Modernos. São Paulo:
Editora LTC, 2013.

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• O torque aplicado à massa é:
𝑇 = 𝑀𝑔𝐿sen𝜃

• A condição de equilíbrio para a massa é 𝜃0 = 0∘

• A primeira derivada calculada no ponto de equilíbrio fornece


uma aproximação linear:
𝜕sen𝜃
𝑇 − 𝑇0 ≅ 𝑀𝑔𝐿 ⋅ 𝜃 − 𝜃0
𝜕𝜃 𝜃=𝜃0

• No ponto de equilíbrio:
𝑇 = 𝑀𝑔𝐿 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝜃=𝜃0 ⋅ 𝜃 − 𝜃0
= 𝑀𝑔𝐿𝜃 (aproximação razoável para −𝜋/4 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/4)

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• Considere agora o sistema não-linear cuja saída 𝑦 é uma
função de duas entradas, 𝑥1 e 𝑥2 :
𝑦 = 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 )
• Expandindo em série de Taylor em torno do ponto normal
de operação 𝑥1 e 𝑥2

com as derivadas parciais calculadas em 𝑥1 = 𝑥1 e 𝑥2 = 𝑥2 .


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• O modelo matemático desse sistema não linear, nas
proximidades das condições normais de operação, é então
dado por:
𝑦 − 𝑦 = 𝐾1 (𝑥1 − 𝑥1 ) + 𝐾2 (𝑥2 − 𝑥2 )
onde
𝑦 = 𝑥1 , 𝑥2

𝜕𝑓
𝐾1 =
𝜕𝑥1 𝑥 =𝑥 , 𝑥 =𝑥
1 1 2 2

𝜕𝑓
𝐾2 =
𝜕𝑥2 𝑥 =𝑥 , 𝑥 =𝑥
1 1 2 2

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• Exercício 1: Linearize a equação não linear 𝑧 =
𝑥𝑦, na região 5 ≤ 𝑥 ≤ 7, 10 ≤ 𝑦 ≤12. Encontre o
erro para o caso em que a equação linearizada seja
utilizada para calcular o valor de 𝑧 quando 𝑥 = 5 e
𝑦 = 10.

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Transformadas de Laplace
• A transformada de Laplace é um método para resolver
equações diferenciais lineares no qual as operações
como diferenciação e integração são substituídas por
operações algébricas no plano complexo

• A componente transitória e a de regime permanente


podem ser obtidas simultaneamente.

• A transformada de Laplace modifica as funções no


tempo 𝑓(𝑡), passando a representá-las em função de
uma variável s conhecida como frequência complexa.

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ℒ ∙

ℒ −1 ∙

Domínio Domínio da
do tempo variável
complexa “s”

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Transformadas de Laplace
Definição: Transformada de Laplace
∞ ∞
ℒ𝑓 𝑡 =𝐹 𝑠 = 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡 𝑓 𝑡 = 𝑓 𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
0− 0−
onde:
𝑓 𝑡 = uma função de tempo em que 𝑓 𝑡 = 0 para t < 0
𝑠 = uma variável complexa, 𝑠 = 𝜎 + 𝑗𝜔
ℒ = operador de transformada de Laplace
𝐹 𝑠 = transformada de Laplace de 𝑓 𝑡

• É importante ressaltar que se 𝐹(𝑠) existe, isto indica


que a integral acima converge e é, portanto, finita.
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Transformadas de Laplace
Definição: Transformada inversa de Laplace
1 𝜎+𝑗𝜔
ℒ −1 𝐹 𝑠 =𝑓 𝑡 = 𝐹 𝑠 𝑒 𝑠𝑡 𝑑𝑠, para 𝑡 > 0
2𝜋𝑗 𝜎−𝑗𝜔

onde:
𝑗 é a base dos números complexos (𝑗 = −1)

• Devido a complexidade em resolvê-la, usualmente se


realiza a expansão em frações parciais, escrevendo 𝐹 𝑠 em
termos de funções simples de 𝑠. Em seguida, utilizam-se as
propriedades e uma tabela que fazem o mapeamento dessas
funções e de suas transformadas.
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Transformadas de Laplace
• Exemplo 3: Transformada de Laplace da função Degrau
Função degrau  fechamento da chave “s”

chave
“s”

A tensão 𝑣(𝑡) é do tipo degrau de amplitude A, pois:


0, 𝑡<0
𝑣 𝑡 =
𝐴, 𝑡≥0
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Transformadas de Laplace
Aplicando-se a transformada de Laplace em 𝑣 𝑡 :
+∞
𝑉 𝑠 =ℒ 𝑣 𝑡 = 0
𝑣(𝑡) ∙ 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
+∞ 𝑒 −𝑠𝑡 +∞
= 0
𝐴 ∙ 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡 = 𝐴 ∙
−𝑠 0
𝐴 −𝑠𝑡 −𝑠∙0 𝐴
= lim 𝑒 −𝑒 =
−𝑠 𝑡→+∞ 𝑠

𝐴
𝑉 𝑠 =
𝑠

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Transformadas de Laplace
• Exemplo 4: Qual a transformada de Laplace de 𝑓(𝑡)?

𝑓 𝑡 = 𝐴𝑒 −𝑎𝑡 𝑢 𝑡

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Transformadas de Laplace
• Exemplo 4: Qual a transformada de Laplace de 𝑓(𝑡)?

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Transformadas de Laplace

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Transformadas de Laplace
• Exemplo 5: Demonstração da linearidade da TL

Admita que ℒ 𝑓(𝑡) = 𝐹 𝑠 . Desse modo:


+∞
ℒ 𝛼𝑓1 𝑡 + 𝛽𝑓2 𝑡 = 0
𝛼𝑓1 𝑡 + 𝛽𝑓2 𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡

+∞ +∞
=𝛼 0
𝑓1 𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡 + 𝛽 0
𝑓2 𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡

= 𝛼 ∙ 𝐹1 𝑠 + 𝛽 ∙ 𝐹2 (𝑠)

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𝑑
• Exemplo 6: Demonstração de ℒ
𝑑𝑡
𝑓(𝑡) = 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑓(0)
Aplicando a definição:
𝑑 +∞ 𝑑 −𝑠𝑡 +∞ −𝑠𝑡 ′
ℒ 𝑓(𝑡) = 0 − 𝑓(𝑡)𝑒 𝑑𝑡 = 0−
𝑒 𝑓 (𝑡) 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑏 𝑏 𝑏
Lembrando que 𝑎 𝑣𝑑𝑢 = 𝑢 ∙ 𝑣 𝑎 − 𝑎 𝑢𝑑𝑣
−𝑠𝑡 𝑑𝑣
Assim: 𝑣 = 𝑒 → = −𝑠𝑒 −𝑠𝑡 → 𝑑𝑣 = −𝑠𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑡
𝑑𝑢 = 𝑓 ′ 𝑡 𝑑𝑡 → 𝑢 = 𝑓(𝑡)
Então:
𝑑 +∞
ℒ 𝑓(𝑡) = 𝑓(𝑡) ∙ 𝑒 −𝑠𝑡 +∞
0− − 0−
𝑓(𝑡) ∙ −𝑠𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑡
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Resolvendo:

𝑑 −𝑠𝑡 −𝑠𝑡 +∞ −𝑠𝑡


ℒ 𝑓(𝑡) = 𝑓(𝑡)𝑒 +∞ − 𝑓(𝑡)𝑒 0 +𝑠 0− 𝑓(𝑡) 𝑒 𝑑𝑡
𝑑𝑡
0 𝐹(𝑠)

𝑑
ℒ 𝑓(𝑡) = 0 − 𝑓 0− + 𝑠𝐹(𝑠)
𝑑𝑡

𝑑
ℒ 𝑓(𝑡) = 𝑠𝐹(𝑠) − 𝑓 0−
𝑑𝑡

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• Estendendo o resultado anterior:
𝑑
ℒ 𝑓(𝑡) = 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑓 0− = 𝑠ℒ[𝑓(𝑡)] − 𝑓 0−
𝑑𝑡

𝑑2
ℒ 2 𝑓(𝑡) = 𝑠ℒ[𝑓 ′ (𝑡)] − 𝑓 ′ 0−
𝑑𝑡
= 𝑠 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑓 0− − 𝑓 ′ 0−
= 𝑠2ℒ 𝑓 𝑡 − 𝑠𝑓(0− ) − 𝑓 ′ 0−
Generalizando:
𝑑𝑛 𝑛ℒ 𝑓 𝑡
ℒ 𝑓(𝑡) = 𝑠 − 𝑠 𝑛−1 𝑓 0− − 𝑠 𝑛−2 𝑓 ′ 0− − ⋯ − 𝑓 𝑛−1 (0− )
𝑑𝑡 𝑛

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• Exemplo 7: Qual a transformada inversa de Laplace de
𝐹1 (𝑠)?

𝐹1 𝑠 = 1/ 𝑠 + 3 2

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• Exemplo 7: Qual a transformada inversa de Laplace de
𝐹1 (𝑠)?

Pelo teorema do deslocamento em frequência e pela


transformada de Laplace de 𝑓 𝑡 = 𝑡 ∙ 𝑢 𝑡 :
Se 𝐹 𝑠 = 1/𝑠 2 → 𝑓 𝑡 = 𝑡 ∙ 𝑢 𝑡
e
Se 𝐹 𝑠 + 𝑎 = 1/ 𝑠 + 𝑎 2 → 𝑓 𝑡 = 𝑒 −𝑎𝑡 𝑡 ∙ 𝑢 𝑡
Então,
𝐹1 𝑠 = 1/(𝑠 + 3)2 → 𝑓 𝑡 = 𝑒 −3𝑡 𝑡 ∙ 𝑢 𝑡

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• Na análise de sistemas de controle, 𝐹 𝑠 , a transformada de
Laplace de 𝑓 𝑡 , apresenta-se frequentemente do seguinte
modo:
𝑁(𝑠)
𝐹 𝑠 = ,
𝐷(𝑠)
onde 𝑁(𝑠) possui ordem 𝑚 e 𝐷(𝑠) possui ordem 𝑛, com
𝑚 < 𝑛.
• 𝐷 𝑠 = 0 → equação característica. As raízes (polos)
dessa equação determinam a característica da resposta no
domínio do tempo.
• Os zeros do sistema são as raízes do polinômio do
numerador, 𝑁 𝑠 .
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• Polos e zeros são frequências críticas.


• Nos polos a função 𝐹 𝑠 torna-se infinita, enquanto nos
zeros a função torna-se zero.
• O gráfico no plano s das frequências complexas retrata
graficamente a característica da resposta natural do sistema.

Extraído de: DORF, R. C., BISHOP, R. H. Sistemas de Controle Modernos. São Paulo:
Editora LTC, 2013.
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• Se a ordem de 𝑁(𝑠) for maior ou igual à ordem de 𝐷(𝑠),


então 𝑁(𝑠) deve ser dividido por 𝐷(𝑠) sucessivamente até
que o resultado tenha um resto cuja ordem do numerador
seja inferior à ordem do denominador.

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𝑠3 +2𝑠 2 +6𝑠+7
• Exemplo 8: Encontre 𝑓 𝑡 de 𝐹 𝑠 = 𝑠2 +𝑠+5

Realizando a divisão até obter um resto cuja ordem do


numerador é inferior a do denominador, obtém-se:
2
𝐹 𝑠 =𝑠+1+
𝑠 2 +𝑠+5

Utilizando a primeira linha da tabela 2.3 em conjunto com as


propriedade de diferenciação e linearidade:
𝑑𝛿(𝑡) 2
𝑓 𝑡 = + 𝛿(𝑡) + ℒ −1
𝑑𝑡 𝑠 2 +𝑠+5

• Para finalizar é necessário expandir a última parcela em frações


parciais.

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• Transformada Inversa: Expansão em frações parciais

• A expansão em frações parciais é uma ferramenta


matemática bastante útil no cálculo da transformada de
Laplace
• Objetivo matemático: Simplificar uma função,
expandindo-a em funções de menor grau, para os quais
se conhece a transformada de Laplace

• Objetivo para controle: Facilitar o cálculo da


transformada de Laplace
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• Expansão em frações parciais: Método de Heaviside
 Caso 1: Raízes do denominador são reais e distintas

 Caso 2: Raízes do denominador são reais e repetidas

 Caso 3: Raízes do denominador são complexas

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• Expansão em frações parciais:
 Caso 1: Raízes do denominador são reais e distintas

 Neste caso, o denominador tem duas raízes reais e


distintas (-1 e -2). Para obtermos a transformada
inversa, o procedimento é o seguinte:
 Decompomos F(s) numa soma de frações com tantas
parcelas quantas forem as raízes do denominador.

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• Expansão em frações parciais:
 As constantes 𝑘1 e 𝑘2 são chamadas de resíduos. Para
obter substitui-se a raiz correspondente (s = −1) em
F(s) sem o termo (s +1). Assim:

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• Expansão em frações parciais:
 Assim:

 Usando a tabela 2.3 e a propriedade de linearidade:

ou

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• Expansão em frações parciais:
 Caso 2: Raízes do denominador são reais e repetidas

 Neste caso, as raízes são -1, -2 e -2 (diz-se que -2 tem


multiplicidade 2). Os resíduos 𝑘1 e 𝑘2 são obtidos
como anteriormente:

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• Expansão em frações parciais:
 𝑘3 pode ser obtido substituindo-se 𝑠 por um valor
conveniente. Por exemplo, substituindo-se 𝑠 = 0 em:

2 −2 −2
 Assim: 𝐹 𝑠 = + +
𝑠+1 𝑠+2 2 𝑠+2

 Usando a tabela 2.3:


𝑓 𝑡 = 2𝑒 −𝑡 − 2𝑡𝑒 −2𝑡 − 2𝑒 −2𝑡 , 𝑡 > 0
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• Expansão em frações parciais:
 Caso 3: Raízes do denominador são complexas

 Neste caso, não é possível fazer a expansão em


parcelas de 1o grau. O resíduo 𝑘1 pode ser obtido
como anteriormente:

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• Expansão em frações parciais:
 Os resíduos 𝑘2 e 𝑘3 podem ser obtidos por substituição
conveniente de valores de 𝑠 em:
3 3/5 𝑘2 𝑠 + 𝑘3
2
= + 2
𝑠(𝑠 + 2𝑠 + 5) 𝑠 𝑠 + 2𝑠 + 5
3 3 𝑘2 +𝑘3
 Para 𝑠 = 1 →
8
=
5
+
8

−3 −3 𝑘3 −𝑘2
 Para 𝑠 = −1 → 4
=
5
+
4

 Resolvendo o sistema, obtém-se: 𝑘2 = −3/5 e 𝑘3 = −6/5

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• Expansão em frações parciais:
 Assim:
3 3 6
− 𝑠− 3/5 3 𝑠+2
5 5 5
𝐹 𝑠 = + = − 2
𝑠 𝑠 2 +2𝑠+5 𝑠 5 𝑠 +2𝑠+5

 Da tabela 2.3:
𝐴(𝑠+𝑎) 𝐵𝜔
ℒ 𝐴𝑒 −𝑎𝑡 cosω𝑡 = e ℒ 𝐵𝑒 −𝑎𝑡 senω𝑡 =
(𝑠+𝑎)2 +𝜔2 (𝑠+𝑎)2 +𝜔2

 Somando as equações anteriores:


𝐴 𝑠+𝑎 +𝐵𝜔
ℒ 𝐴𝑒 −𝑎𝑡 cosω𝑡 + 𝐵𝑒 −𝑎𝑡 senω𝑡 =
(𝑠+𝑎)2 +𝜔2

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• Expansão em frações parciais:
 Convertendo 𝐹 𝑠 para o formato da equação anterior:
3/5 3 𝑠+2
𝐹 𝑠 = − 2
𝑠 5 𝑠 +2𝑠+5
3/5 3 𝑠+1 + 1/2 2
= −
𝑠 5 (𝑠+1)2 +22

 Comparando com a equação composta das tabelas:


3 3 1
𝑓 𝑡 = − 𝑒 −𝑡 cos2𝑡+ sen2𝑡
5 5 2

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• Exemplo 9: Considere o sistema massa-mola-
amortecedor descrito pela equação:
𝑑2 𝑦 𝑡 𝑑𝑦 𝑡
𝑀 + 𝑏 + 𝑘𝑦 𝑡 = 𝑟 𝑡
𝑑𝑡 2 𝑑𝑡

Deseja-se obter a resposta 𝑦 𝑡 usando a transformada de


Laplace.

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𝑅 𝑠 = 𝑀 𝑠 2 𝑌 𝑠 − 𝑠𝑦 0− − 𝑦 ′ 0− + 𝑏 𝑠𝑌 𝑠 − 𝑦 0− + 𝑘𝑌 𝑠

Quando:
𝑟 𝑡 =0
𝑦 0− = 𝑦0
𝑦 ′ 0− = 0
Tem-se: 𝑀𝑠 2 𝑌 𝑠 − 𝑀𝑠𝑦0 + 𝑏𝑠𝑌 𝑠 − 𝑏𝑦0 + 𝑘𝑌 𝑠 = 0
Resolvendo para 𝑌 𝑠 :
𝑀𝑠+𝑏 𝑦𝑜 𝑁(𝑠)
𝑌 𝑠 = =
𝑀𝑠2 +𝑏𝑠+𝑘 𝐷(𝑠)

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𝑘 𝑏
Para um caso específico, considerando =2e = 3:
𝑀 𝑀

𝑠+3 𝑦𝑜 𝑠+3 𝑦𝑜
𝑌 𝑠 = =
𝑠2 +3𝑠+2 (𝑠+1)(𝑠+2)
Extraído de: DORF, R. C., BISHOP, R.
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São Paulo: Editora LTC, 2013.

Expandindo-se em frações parciais (caso 1):


𝑘1 𝑘2
𝑌 𝑠 = +
𝑠+1 𝑠+2
𝑠+3 𝑠+3
𝑘1 = 𝑠 + 1 . = 2; 𝑘2 = 𝑠 + 2 . = −1
(𝑠+1)(𝑠+2) 𝑠 =−1 (𝑠+1)(𝑠+2) 𝑠 =−2
1 1
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Aplicando a transforma inversa de Laplace:
−1 2 −1 −1
𝑦 𝑡 =ℒ +ℒ
𝑠+1 𝑠+2
Usando a tabela 2.3, obtém-se a resposta no tempo:
𝑦 𝑡 = 2𝑒 −𝑡 − 1𝑒 −2𝑡
Utiliza-se o teorema do valor final para determinar a resposta
de regime permanente:
lim 𝑦 𝑡 = lim 𝑠𝑌 𝑠 = 0
𝑡→∞ 𝑠→0

Consequentemente, a posição final para a massa no sistema


massa-mola-amortecedor é a posição normal de equilíbrio, 𝑦 = 0.

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Transformadas de Laplace
• Exercício 2: Conclua o exemplo 8, expandindo em
frações parciais a última parcela e encontrando a
transformada inversa de Laplace:

𝑑𝛿(𝑡) 2
𝑓 𝑡 = + 𝛿(𝑡) + ℒ −1
𝑑𝑡 𝑠 2 +𝑠+5

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• Exercício 3: Encontre a transformada inversa de Laplace
de:
2𝑠+12
𝐹 𝑠 =
𝑠2 +2𝑠+5

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Transformadas de Laplace
• Exercício 4: Dada a seguinte equação diferencial, obter a
solução y(t) se todas as condições iniciais forem zero.
Usar a transformada de Laplace

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