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CURTO ENTREVISTA A sociedade no perdoa aos dif “9 cm fazem muita diferenca” ferentes. Ser ando nao é facil. Com roupa de crianga, mas alma de adulto, Abel Luta para provar que biologia nao é destino ENTREVISTA DE CHRISTIANA MARTINS E MANUEL TINOCO FOTOGRAFIAS DE TIAGO | aUSTigA Asc € ADVOGA. DOE NAO ACEITA IRA “FER DE LUTAR PELA SUA [AUTORIDADE NA. BARRA DO TRIBUNAL MIRANDA ‘emorou mas, aos 25 anos, Abel Andrade ja eriou as defesas necessérias para conseguir encarar a vida com bom humor. Ele néo 6 um boneco, ndo é uma personagem de desenhos animados, nem esté apai- xonado pela Branca de Neve. Mas, sim, Abel um anfo, Nasceu assim, Comegou a ser operado para combater os efeitos do nanis- mo ainda aos 2 anos. Na adolescéncia, pas- sou nove meses imobilizado numa cadeira de rodas para poder crescer nove centime- ‘ros. Contou com a forga da mde e com a educagio que recebeu. E diz hoje que esta foi uma das suas maiores conquistas. Advo- gado estagiério, nao arrisca passar por uma nova cirurgia para voltar a crescer. Com 149 centimetros, sublinha que uma opera- do agora jé nao faria muita diferenca. E, apesar das dores e dos obstéculos didrios, ‘confessa que o que mais 0 incomoda é “a dificuldade em ser levado a sério”. Abel re- conhece que é mais dificil uma mulher amar um ano, Que lutou com as armas que tinha e que eresceu. Mas que ainda quer ser ‘0Grande Abel, sem abrir mao de manter-se como o Abelinho. E que quer ter filhos.. Pequeninos ou nao. Quando percebeu que era ano? Aos 9 ancs. Nao fui eu. Os meus pais também nao me disseram. Foram as outras pessoas que me fizeram notar algo de diferente. Na escola, percebi que era diferente. Foi ervel, com pes- soas que nao conhecia, colegas. ‘As criancas so pequenas, mas depois come- ama crescer, E uma fase de afirmacao. Sim. Bu comeceiafiear para trés. As outras crian- gas cresciam mais do que eu. Nos andes, 0s membros, superiores e inferiores, crescem de forma desproporcional ao resto do cor- po, Lembro-me que falavam do tamanho da minha cabeca.. Ficou marcado por alguma situagio em es- pecial? Esta altura ficou mareada na forma de eu ser hoje. Fez com que arranjasse ar- mas para conseguir ver a vida de forma posi tiva e olhar para o espelho sem notar dife- renga para quem est ao meu lado, Alguém dito “normal” No intimo, néo sente revolta quando otha para o espetho? Hoje, nfo. Quando era mit- doe via estes comportamentos & minha vol- ta, sentia-me triste. 36 havia outros andes na sua familia? Nio, nenhum. A sua mae sabia, antes de voc® nascer, que seria ando? Nunca tive essa conversa com la, porque nunca tratamos isto como um problema, Apareceu e seguimos em frente, Nunca me preocupei em fazer perguntas. [Nao teve curiosidade em saber porque é que nnasceu anao? Encaro a realidade com natu- ralidade. Sei que & nascenga tive um proble- ‘ma e que, com 2 anos, fui operado as pernas. Durante o parto, sei que usaram aquelas mi- ‘quinas que se agarram a cabeca, ventosas, ferros, que tive uma hemorragia interna, sangue no cérebro... Mas, li em casa, nada disso foi encarado negativamente, Mais pela ENTREVISTA DESPORTO NADAR EM 0s MAIORES PRAze RES OE ABEL & SEMPRE (QUE PODE. MERCULHA } minha mae do que pelo meu pai. Foi com a forga dela que consegui ver sempre o lado positive das coisas e passar pelas cirurgias que tive de fazer, Quantas operacées ja fez? Quando tinha 2 anos, puseram-me parafusos nos pés, que ‘eram tortos, e tentaram evitar 0 arqueamen- to das pernas. Com 13 anos, fiz uma cirurgia as tibias para alongar os ossos das pernas e coloquei um Ortofix. Era um aparelho que fazia um pouco de impressio, porque tinha (0s ferros de fora do corpo... Custou muito? Dola? Foi muito doloroso, mas, com a ajuda da minha mée, superei tu do. Tinha uma chave de parafusos ¢ rodava lumas roseas presas as pernas... Tinha de alongar de trés em trés horas. Tinha de ro- dar 0 parafuso para que 0 0350 esticasse Alonguei durante nove meses e, assim, con- segui crescer nove centimetros. Nao podia andar, tive de fiear numa cadeira de rodas. Depois, fiz uma operacao aos timeros, quan- do ja estava no quarto ano de Direito. Est vva previsto alongar sete centimetros, mas fi quei nos cinco, poraue tenho os ossos dos ‘ombros muito pequeninos. Os ferros chega- ram a quebrar, O sistema era 0 mesmo: ro- dava os parafusos. Era igualmente dotoroso... Dofa, sim, mas 0 estado psicolégico ajuda muito. Fiz as opera- ‘gbes no por me sentir mal, mas, se poss0 mudar, porque nfo? Vai custar, vai doer, mas daqui a uns anos nem me vou lembrar. Foi uma op¢to, Porque queria crescer a todo 0 custo? Nao, porque queria diminuir 0 esforgo de subir de- sgraus, de chegar ao armétio. ‘Que diferenca podem fazer nove centimetros navida de um homem? Fazem muita diferen- ‘¢a. Quando vamos a um baledo, nas Finangas ‘ou na Conservatéria, por exemplo, aquilo ‘tem uma medida. E imaginar-me ali com me- nos nove centimetros € constrangedor, Te~ nnho a certeza que ha pessoas anas que no 1ém 0s nove centimetros que eu pus com a operagéo que se sentem muito constrangi- das. E mais fécil para mim lidar hoje com isto, Tanto na minha profissio como até na pratica de desportos. E muito mais facil jo- gar futebol e partilhar alguns momentos com 0s meus amigos gragas a esses nove cen- timetros. Obviamente que, por mais forte que eu seja, os olhares dos outros contam sempre. As vezes, ainda me sinto diferente. igo as vezes porque jé encaro isso de forma natural. Ha alturas que me correm pior. ‘Acontece mais durante a noite, ou quando estou sozinho e ha um grupo qualquer de adolescentes que goza Ficou nove meses numa cadeira de rodas. NNio é muito pesado para um adolescente? Foi pesado, mas felizmente, desde 0 quinto ano, andei num colégio privado, onde fiz ami ‘gos que me ajudaram. Era 0 tinico no colégio com essa estatura? si ‘Nunca perdeu um ano escolar? Nao. Foi um processo doloroso, mas, com a ajuda dos ‘meus pais, dos funcionarios do colégio e dos amigos, nfo me arrependo do que fiz. E nove centimetros fizeram toda a diferenca. ‘Qual éa sua altura actualmente? Tenho tal- vez um metro e quarenta € nove, mesmo ali no resvés. ‘As pessoas séo cruéis com quem é diferente? Se as pessoas véem um cego, ninguém goza Ou, se goza, sabe que vai ser repreendido, ‘Mas uma pessoa and ainda € considerada um desenho animado. £ um ser pequeno: anda, tem bragos, pernas, nenhuma limitacio apa~ rente, Euma graca, no €? Tem cabega e cor- “A imagem do ridiculo é€ o que marca quando se olha para um ando” po de pessoa normal, mas os bragos €as per nas slo de crianga. E tratado de forma infantil, como um bone- 02 Se aconteceu,, nfo reparei. Sou tuma pes- soa a-vontade. Um dos advogados que traba Tha comigo chama-me Abelinho. Nao tem na- daa ver com o tamanho, mas com a minha maneira de ser. E carinho, As vezes noto, sim, uma dificuldade em me levarem a serio. [Na advocacia, pode ser especialmente com- plicado demonstrar autoridade... Sim. J re- parei que se aparecer como estou vestido ho- je (calgas, camisa) me levam mais a sério. ‘Mas quando uso calgdes é mais dif Ja passou por situagées constrangedoras? Fui crescendo e percebendo os olhares e os comportamentos dos outros. Essa capacida- de de saber ler olhares e comportamentos alheios ¢ um sentido que se conquista. Hoje, tenho a eapacidade de estar com um amigo € de ouvir comentérios laterais. As vezes, no fago nada, porque nio vale a pena andar & uta! Quando falo com esses “comentacores” respondem-me: “Nao estava a falar de si.” ‘Acontece muito. Agora $6 enfrento as pes- soas quando tenho mesmo a certeza de que estavam a gozar. Acabam por pedir descul- pa, Essas situagdes sto mais constrangedo- ras para quem esti comigo do que para mim, Mas ninguém tem o direito de gozar com quem quer que seja s6 por 0 outro ser dife- rente. Nas festas medievais € que havia esera- vos, mulheres de bigode e andes. © anio 6, historicamente, uma figura rica: € quem distraio rei eo ritica... Masa imagem do ridiculo é o que marca quando se olha pa- ra um anto. ‘Qual é a sua area de especializacao em Di- reito? Faco um pouco de tudo, mas 0 que mais me fascina é 0 Direito Desportivo ¢ 0 Direito Penal Nunca pensou trabathar na defesa de mino- ras? Nunca surgi essa oportunidade, Também no a procurou. Nao se quer fechar num gueto? Aceitei dar esta entrevista justa- mente para que, quem tiver o mesmo proble- ma que eu, comece a fazer alguma coisa. Quais sio as consequéncias que © nanismo the traz no dia-adia? Ainda no comecei a sentir dores nas costas devido & operacao. Mas tenho dores nas costas e nas pernas de- vido a0 arqueamento. £ um desconforto enorme. Depois, nfo consigo estar sentado. Tenho de estar quase deitado... 1a muitos desconfortos. Fez adaptacées na sua casa para facilitar 2 Vida disria? Nao, € tudo normal. Os nove centimetros ajudaram-me imenso, Se nio ti vesse feito a operacio, talvez tivesse de mu dar alguma coisa. A sua casa de banho, a sua cama, é tudo nor- mat? Tudo. Lé em casa vivemos isto como se nfo fosse um obstéculo. Aonde compra roupa? Em lojas infantis. Nas caleas, tenho de fazer bainha. E nfo ha sapa tos de homem para andes! Como é que foi educado? Nao havia muitas conversas com a minha mie ou serdes de cho- ro. A educacSo foi basicamente aprender a lidar com os momentos dificeis sozinho, nao estar dependente da minha me para resol ver as problemas. A mensagem foi: “Desenrasca-te no mundo normal”? Se calhar, foi da forma mais dura, Mas foi melhor. Deu-me armas para hoje me sentir bem comigo, Gostaria de ter fithos? Claro que sim! Nao me sinto diferente de ninguém. A diferenca & de fora para dentro. Sinto-me diferente quan- do gozam comigo. Nao me sinto limitado. Fa- co bodyboard, jogo futebol — até marco go- los de cabeca! Nunca deixei que a minha altu- ra me impedisse de fazer o que quer que seja Se soubesse de antemio queo seu filho tam- pém seria ando, 0 que faria? Ja pensei nisso. Até agora, nao vejo nada de negativo que me Porqué ando? ‘Acbaixe estatura pode ser consequén- cia de um problema hormonal ou de alteragdes genéticas. Caso seja devi do a questdes hormonais, 0 atraso no escimento deve-se a um com a glandula pituitéria. Co tipo mais comum de andes des alteragoes genéticas: a acondropla rizada fisicamente por uma testa proeminente, mandibula ressal tada, uma pequena arcada dentaria e sobreposicéo ou desalinhamento dos dentes. Esta forma de nanismo ocorrer sem que se tenham verificado antecedentes na familia. E, embora quem nao tenha casos de nanismo na familia possa ter filhos andes, um anao nao tem de ter obrigatoriamente um fitho cam uma altura anormal. Estes casos podem ser detectados ainda durante a gestacéo, através de ‘exame de ultrassom. Os Individuos que, na idade adulta, nao medem mals do que 1,45 metros, em geral so considerados andes. tenha acontecido. Por isso, nfo acho que fos: se impeditivo. Ele receberia mesmo amor que os meus pais me deram e faria todos os tratamentos que pudesse. Eu sacrificava-me para Ihe dar as mesmas condigbes que tive. Nao optava por abortar? Nao. Ele respiraria, seria auténomo... 0 maior problema, tirando todas as dores fisicas, seriam as dores que a sociedade Ihe acabaria por impor. Isso, sim, uma dor muito grande. Eu lidei com essa dor quando era mais pequeno, hoje passa-me ao lado. Ou no, num dia em que esteja me- nos bem-disposto, As criangas metem-se mais consigo do que 0s adultos? A crianca diz pela frente, Por exemplo, moro perto de uma escola e, quan- do passo, as eriangas dizem sempre: “Olha 0 anio!” Os adultos falam de modo a que eu no oiga. Nao falam de forma directa, (© que o incomoda mais? As criancas ni sa- bem o que é certo ou errado. Diferente é quando esto com os pais e estes percebem que eu estou a ouvir e, mesmo assim, fingem que ndo se passa nada, Os adolescentes sio cobardes. Funcionam em grupo. Se eu esti- ver com amigos, a probabilidade de gozarem comigo é reduzida. Se estiver sozinho, acon- tece logo. Se estou num bar e vou A casa de banho, sai logo um comentario, EUTEBOL TEN DONS SOMENTOS COM OS swicoS EATEFAZ Z0L0S DE CABECA Quando vai aos estidios de futebol éridicula- rizado? Sou do Benfica e até estive numa cla- que. Era sécio, andava com um estandarte, € nunca se meteram comigo. Tratam-no como um talisma? f: 0 carinho. Chamam-me “Grande Abel” nda vive com os seus pais? Sim, mas tenho casa prépria, Estou a poupar para a rechear. Nio quero que os meus pais me ajudem. No supermercado, precisa de auxitio? Sim, mas jé me custou mais pedir ajuda. Quando era mais novo incomodava-me mais. Vai a restaurantes sozinho? S6 com amigos. Nao gosto de estar sozinho. A biologia é destino? Interfere, Nem todos sorriem para a vida como eu. E depende das condigdes de cada um, De certeza que hi andes que se sentem diminusdos. As pessoas estio melhores ou continua a ter motivos de indignaca0? Nao vivo obcecado, mas tenho o direito a defender-me e nunca vou prescindir dele. ‘Nunca se sentiu discriminado? Nao, mas hi algo mais cruel: o gozo, sobretudo 0 indirec- to, que limita muito a nossa defesa 34 participou em algum julgamento? Como 4 que impée aautoridade? Nao me sent dife- rente. Jé reparei que a Justica portuguesa é mé, mas as pessoas sio bem formadas. Nem ‘me passa pela cabeca ter um problema des- se tipo. (Qual é a anedota que mais oirrita? O “cresce @ aparece”... B dito quando jé ndo ha mais argumentos. ‘Como responde nessas situacbes? Depende das circunstfincias. Sou nervoso. Inrta-se? Sim, e até deixo ficar mal quem es- té 20 meu lado, mas na minha honra nin- guém toca. Como lida com as namoradas? & mals dificit conguisté-as sendo ando? Obviamente que mais dificil, e cada um luta com as armas que tem, Para quem sai comigo, ser alvo de olhares e comentarios pode ser constrange- dor. Tive relacionamentos de meses, nao mais do que isso. Mas nunca senti que a pes- soa que estava comigo se tivesse afastado de- vido ao meu tamanho. Ficainibido na primeira abordagem? Se nao nos conhecemos de lado nenhum, é claro que tenho de adoptar técticas distintas. ‘Tem de ser mais romantico? F recorro a0 hu ror. Se ela rir, € bom sinal. Esté a vontade. Se nao, ou se houver esforgo, alguma coisa est errada, Em geral, a mulher sente-se ‘mais atraida por um bom fisico do que por alguém desproporcional. E pior para o homem ser ano? Nao, uma an esté mais desprotegida e € alvo de maior gozacao, Gostaria de namorar uma ana? Porque no? Se intelectualmente ela me estimulasse. ‘© que mudavaem si, se pudesse? Gostava de pensar menos, ser menos introspectivo... Nao mudava aaltura? Nao! Fiz muitos sacrifi- cios para ser a pessoa que sou hoje! Estou contente com o que tenho. Seria uma grande ingratidao. (© que é, para si, um grande homem ou uma ‘grande muther? Pessoas que lutaram no pa- ra mudar 0 mundo mas 0 que est & volta delas. Com eardcter. Gostava que dissessem “O Abel é um grande homem"? Obviamente que sim. Tenho-me esforgado, mas sou novo e sinto que ainda no fiz nada para o merecer. ‘Quando é que foi especialmente feliz? Antes de perceber que era ano? Sim, nao sabia 0 que ainda af vinha. As operacoes, os trata mentos... Era feliz como uma crianga nor- mal, Depois, foi duro, mas sempre me preo- “Nunca deixei que a minha altura me impedisse de fazer o que quer que seja” ccupei em nfo exteriorizar para os meus pais. Hoje sou feliz. Esti nas redes socinis? Sim, é uma maneira ficil de nao perder o contacto. Na Internet, az qual é a sua altura? Néo. E, se perguntassem, dizia que era ano? Nao aprovelta para construir uma personagem ideatizada? Sim, dizia a minha altura real, até porque a ideia de criar outra pessoa nun ca me passou pela cabeca! ‘Se pudesse crescer, voltava a ser operado? Nao, porque a relagao custo/benelicio ja no compensava. Dez centimetros agora seriam ‘menos importantes do que os nove que eu jé cresci, Ainda posso operar o fémur, e a mi- nha mie, de tempos em tempos, recorda-me isso. Mas nfo pretendo fazer a cirurgia, por questdes profissionais. Seria uma limitagio muito grande. Estou numa fase em que te- nho de apostar tudo, mesmo tendo o meu pai como patrono Era bom aluno? Nunca gostei muito de estu- dar, mas era consciente. Fazia o minimo pa- ra passar. {Qual foi a sua maior conguista? A operagio aque fiz as tbias. E um projecto social que lancei com menores infractores. Foi uma grande conquista. E qual é a sua ideta de perfeita felicidade? F muito diffi, © que importa é estarmos bem connoseo e fazermos o que gostamos. Porque é que a Brancade Neve no sea ra por nenhum dos sete andes? Porque é ‘que foi preciso aparecer um principe? Por- {que é mais dificil amar um ano. As mulhe- res querem casar com um homem alto, ele gante, bem de finangas. A Claudia Schiffer apaixonar-se-a por um anao? dificil. A par- tida, ha um constrangimento na mulher que 1 impede de se sentir & vontade com um ano, de sair & rua... B um peso. Tem de se saber superar isso. E nem toda a mulher est disposta a tal. Ela quer arranjar alguém com quem se sinta segura Mas quem acothe a Branca de Neve, a prote- gee the dé seguranca sioos anées...£ verda de, mas o principe é alto, loro... E um este- re6tipo. E, enquanto virem os andes como ‘bonecos animados ou forem alvo de gozo, nao vai mudar. E nao vejo ninguém a dar a cara por isso... Era algo que gostava de fazer? Sim, mas pre- 10 de mais pessoas como eu ao meu lado. ‘Alguma vez, a dormir, sonhou que era alto? ‘Nao! Mas, acordado, sonho nunca mais sen- tir que sou diferente. Sei que é ut6pico.

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