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UMAPERSPECTIVACRISTADO COACHING
COACHING
PARA INICIANTES
Robert E. Logan e Sherilyn Carlton
com Tara Miller
COACHING
Pm INICIANTES
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UMAPERSPECTIVACRISTÃDOCOACHING
PA L AV R A
Brasília, 2015
Coaching para iniciantes
Descubra o poder do Coaching
Robert E. Logan e Sherilyn Carlton
com Tara Miller
CoachNet® Global
Região do Pacífico Sul
Email: resources@coachnet.org
PA I AV R A
Prefácio 7
11
Agradecimentos
13
Dedicação
15
Introdução
27
Capítulo 1 - O que é coaching mesmo?
37
Capítulo 2 - RELACIONAMENTO: Não pule a conversa fiada
51
Capítulo 3 - REFLEXÃO: Onde você está?
69
Capítulo 4 - ROTEIRO DE AÇÃO: O que você fará?
83
Capítulo 5 - RECURSO: O que você precisa?
97
Capítulo 6 - REVISÃO: Vamos celebrar!
109
Capítulo 7 - Diretrizes para relacionamentos de coaching eficazes
127
Capítulo 8 - Para onde vou daqui?
137
Apêndice:
Perguntas de coaching
Amostra de contrato de coaching
Recursos adicionais e informações de contato
7
Prefácio
Por Bob Logan
1 N.T. - a tradução literal seria "treinamento", mas como o conceito é bem específico neste contexto,
manteremos o termo em inglês, também para a palavra "coach".
8 COACHING PARAINICIANTES
gerente de projeto como contribuiu para ele com sua sabedoria e seu enco
rajamento.
Dave Ifb/z/er- Obrigado por sua orientação e seu apoio durante toda
a jornada. Obrigado por nos capacitar a compartilhar o dom do coaching.
Julie Becker - Sua arte gráfica da capa e seu layout do livro acrescen
tam à sua beleza e legibilidade.
De Sherílyn
Papai e Mamãe - Tenho sido aluna de vocês desde meu primeiro
suspiro. Obrigado por me fazerem quem sou e acreditarem que sou ainda
mais.
Renee - Sua torcida e suas orações têm sido uma força poderosa em
minha vida. E as risadas incontroláveis que temos repartido como irmãs
estão em minha lista de coisas preferidas.
De Bob
Janet - Como minha parceira de vida por 26 anos, sou muito grato
pelo seu amor, sua amizade e seu encorajamento. As palavras não podem
expressar o quanto você tem me influenciado e me ajudado a crescer como
pessoa.
A todos os que temos tido a honra de treinar - vocês têm sido uma
inspiração e têm nos dado o privilégio de ver Deus em ação.
Introdução: Por que coaching?
Enxergando as oportunidades
Um ano atrás Joe, um aluno de faculdade recém-formado aproxi
mou-se de você empolgado, com uma proposta de iniciar um grupo de
jovens. Em poucas semanas, vocês dois começaram a se reunir para trocar
idéias. Por fim, você pensou, nosso objetivo de muito tempo na igreja de
ter um grupo de jovens secundaristas estava se tomando realidade.
Joe e dez garotos iniciaram o grupo com um retiro de final de semana
com esportes radicais e que foi bem recebido pelos jovens e por seus pais.
Apenas nove meses depois, no entanto, você começou a se sentir descon
fortável. Notou que Joe não mostrava a mesma animação quando você
perguntava como estava o grupo. Na verdade, com o passar dos meses
você começou a sentir que ele se ressentia das horas que passava prepa
rando cada evento e se desgastava muito ao fim de cada um deles. Você se
perguntou se não deveria conversar com ele, mas ficou preocupado com
a sua reação.
Depois do café da manhã de oração mensal com os homens da igreja
no último sábado, Scott e Kevin lhe contaram sobre um evento dos Cum
pridores de Promessa em sua cidade ao qual haviam comparecido recen
temente. Eles disseram que a experiência os fizera desejar pertencer a
grupos semanais de prestação de contas. Você sorriu e concordou com a
cabeça entusiasticamente, embora soubesse que não haveria como acres
centar mais nenhuma responsabilidade à sua agenda. "Ah, a propósito".
16 COACHING PARA INICIANTES
O Fator Barnabé
Onde estou?
e lhe ajudou a organizar as coisas em sua mente até que você conseguisse
chegar às suas próprias conclusões? Isso foi coaching.
Em sua essência, coaching é muito simples. Você não tem de ser
um especialista - qualquer pessoa pode aprender a arte do coaching.
Na verdade, você provavelmente esteja funcionando como um coach de
muitas maneiras. Todos nós desempenhamos o nosso papel de coach às
vezes, sem nem sempre reconhecer que isso seja coaching. Pastor, líder de
louvor, pai e mãe, irmão, supervisor, amigo... todos nós treinamos alguém.
Se você supervisiona pessoas no trabalho, tem uma oportunidade de ser
um coach. Se trabalha em uma equipe, você provavelmente esteja envol
vido em relacionamentos de coaching com pares. Se está discipulando um
crente novo, isso também é coaching. Aprender as idas e vindas do coa
ching e algumas habilidades básicas talvez lhe leve a novas responsabili
dades e a novos relacionamentos de coaching, ou talvez simplesmente lhe
ajude a se tomar um coach melhor onde está agora mesmo.
ela descobriu que as palavras que dizia tinham impacto ainda maior por
causa da ênfase no serviço silencioso. À medida que Lisa começou a
aprender mais sobre si mesma e seus valores, ela percebeu que estava
propensa a trabalhar com os pobres da cidade. Hoje ela supervisiona um
grande ministério de tutoria em uma comunidade urbana da periferia.
O papel de um coach é de muita importância e nós o
desempenhamos em um nível ou outro. No entanto, quase sempre
ele é um papel pouco observado. Ao separar tempo para nos
conscientizarmos das maneiras como treinamos e ao aprendermos al
gumas habilidades de coaching básicas, podemos fazer diferença na vida
de outros - e em nossa própria. Qualquer um pode aprender habilidades
de coaching, e os dividendos são grandes. Você irá aliviar sua carga de
trabalho à medida que ajuda outros a se desenvolverem. Você construirá
relacionamentos mais sólidos. Estará fazendo um investimento que dura.
É sobre tudo isso que trata este livro - fazer um investimento que
dure. Você tem o potencial para fazer isso colocando-se ao lado de outros
para ajudá-los a ter sucesso. Ao ler sobre princípios de coaching e colocá-
-los em prática, você verá o quanto ele poderá ser poderoso - na vida de
quem você treina e em sua própria vida.
Por todo este livro, nós lançaremos os alicerces de uma estrutura e de
um processo que poderão guiá-lo passo a passo através de relacionamen
tos de coaching. Embora o nosso modelo de coaching esteja enraizado
em pesquisa qualitativa e sólida, você perceberá que ele está escrito de tal
modo a tomar fácil sua aplicabilidade. O ceme do coaching é simples:
você pode ajudar e muito as pessoas escutando bem e fazendo boas
perguntas. Entender os estágios do processo de coaching é fornecer um
importante mapa para o relacionamento, porém cada estágio - em
sua essência - diz respeito a escutar e a fazer boas perguntas. Essas são
as duas maneiras significativas de coaches ajudarem pessoas a enxerga
rem onde estão hoje, para onde estão indo, e que passos precisam dar para
chegar onde necessitam.
Você não tem de ser um especialista para ser um coach. Você pode
fazer isso. Colocando em prática as habilidades de coaching básicas deli
neadas neste livro, você pode ter um impacto significativo na vida de
INTRODUÇÃO; POR QUE C0/ÍCM6? 25
outras pessoas e na obra que Deus tem chamado você para fazer. Nós lhe
daremos ajuda suficiente para começar, e você passará a enxergar o poder
do coaching liberado em sua vida e em seu ministério.
Sua vez
Para fazer da leitura deste livro uma experiência revolucionária em
sua vida ao invés de simplesmente algo que você possa riscar na sua lista
de "coisas a fazer", nós lhe convidamos a separar tempo para refletir e
para praticar. Se você está trabalhando neste livro com uma equipe, dis
cuta cada capítulo e/ou façam o trabalho de campo juntos.
poderia treinar?
• Trabalho de Campo: ore e peça a Deus que deixe claro para você
enquanto lê este livro onde você poderia começar a usar com mais eficiên
cia estes princípios de coaching.
27
CAPÍTULO1
o que é coaching mesmo?
O que é sucesso?
Meu pai é engenheiro e um homem muito sábio. Eu perguntei a
ele certa ocasião, "pai, o que é sucesso para você?" Meu pai respondeu,
"pensei nisso por muito tempo, Na verdade eu tinha mais ou menos vinte
anos quando percebi que essa era uma pergunta muito importante para eu
fazer para mim mesmo. Não queria passar pela vida e chegar ao seu final
para perceber que a havia desperdiçado.
Eu então ponderei sobre essa pergunta
por vários meses e finalmente resumi a
resposta em uma frase: Descobrir o que Descobrir o que
Deus quer que você faça, e fazer!"
Deus quer que VOCÊ
Eu nunca tinha ouvido a uma defi
faça, e fazer!
nição tão profunda de sucesso. E ao
mesmo tempo tão simples. O sucesso
pode parecer muito diferente para pes
soas diferentes, mas sua essência é
sempre a mesma: descobrir o que Deus quer que você faça e fazer. O
papel de um coach é simplesmente o de ajudar pessoas a descobrirem o
que isso é para elas e então ajudá-las a encontrar maneiras de fazer isso.
Coaches caminham ao lado de pessoas por todo o processo: esclarecendo
objetivos, discutindo e refietindo sobre planos, experimentando-os, revi-
sando-os, tentando de novo e celebrando sucessos. Eles ajudam pessoas
28 COACHING PARA INICIANTES
O desafio do sucesso
Descubra o que Deus quer que você faça e faça. Soa simples, não
soa? No entanto, na simplicidade da definição reside a dificuldade da jor
nada. É difícil descobrir aquilo que Deus quer que você faça e é ainda
mais difícil fazer. Como disse um líder, "sempre pensei que descobrir
a vontade de Deus seria como descobrir um presente debaixo de uma
árvore. No entanto, tenho descoberto que a mudança é difícil. Não vou
simplesmente chegar por acaso onde deveria estar. Isso requer esforço de
minha parte - tenho de me dedicar e trabalhar duro".
A jornada é difícil, mas qualquer coisa que valha a pena ser feita
requer esforço - e a despeito dos desafios, podemos ter sucesso. Entender
esse sucesso é descobrir o que Deus quer que você faça e fazer isso pode
transformar a sua vida e o seu ministério. E o coaching o capacita a ajudar
outros também a ter sucesso. O segredo está em escutar a Deus. Se nós
pudermos ouvir sua voz e descobrir a pessoa única que ele nos criou para
ser, nós naturalmente iremos expandir o seu reino. O conceito é surpreen
dentemente simples: o sucesso é escutar a Deus... e responder.
a cooperar com o Espírito Santo para que essa agenda se tome uma reali
dade - elas crescerão em semelhança com Cristo em seu caráter e perce
berão seu pleno potencial.
Gary, o homem que eu estava discipulando, havia vivido uma vida
bem difícil antes de receber a Cristo. Ele tinha problemas com raiva, havia
bebido demais, fumado, gritado com seus filhos e assim por diante. No
entanto, também havia experimentado uma conversão genuína e sentido
o poder do Espírito Santo em sua vida. O preconceito que havia sentido
contra certos gmpos de pessoas antes agora havia se transformado em
amor para com elas. Gary e eu fazíamos tipos normais de lições para novos
convertidos e ele ficava enlouquecido. Trabalhar com ele era empolgante,
porque eu via mudanças incríveis acontecendo em seu coração.
Um dia Gary me disse, "Bob, tenho de vender meu barco".
Eu disse, "tudo bem".
Ele respondeu, "não Bob, você não entendeu. Eu preciso vender meu
barco!" E continuou explicando, "eu costumava sair naquele barco e ficar
bêbado e fazer todo tipo de coisas que agora me deixam envergonhado.
Esse barco é um ídolo para mim. Deus me mostrou o versículo da Bíblia
que diz que se você tiver fé como um grão de mostarda, poderá mover
uma montanha. O Senhor então me mostrou aquele que diz que se eu pedir
qualquer coisa em seu nome irei receber. Também achei mais versículos
assim! Eu então tenho orado para que Deus venda esse barco para mim.
Não vou fazer nenhuma propaganda. E eu já disse a Deus o preço que
quero por ele. Você oraria comigo por isso, Bob?"
Você pode imaginar o dilema que eu enfrentei. Gary chamou seu
barco de um ídolo. Nos dias do Antigo Testamento, você destruía ídolos.
Os esmagava, picava e queimava. Não pedia a Deus que os vendesse para
você. Também me senti desconfortável com a interpretação literal de Gary
dos versículos que havia citado. No entanto, orei com ele. Não me lembro
exatamente o que orei, mas lembro de ter pensado, "tudo bem. Deus. O
que quer que o Senhor queira".
Algumas semanas depois Gary veio falar comigo. Ele estava tão
empolgado que mal conseguia se conter. "Bob, Bob, adivinhe! Deus
vendeu meu barco! Eu estava lavando meu caminhão um dia e esse
30 COACHING PARA INICIANTES
camarada parou, abaixou o vidro de sua janela e disse, 'ei, quer vender
seu barco?'"
A história de Meredith
A história de Lou
O Processo de coaching
■ Relacionamento — Estabeleça um relacionamento e uma agenda
■ Reflexão — Descubra e explore questões-chave
■ Roteiro de ação — Determine prioridades e passos de ação
■ Recurso — Ofereça apoio e encorajamento
■ Revisão—Avalie, celebre e revise planos
Conclusão
Sua vez
CAPÍTULO2
O poder de se relacionar:
Não pule a conversa fiada
Introdução
John começou a ser coach de Ene, outro homem em sua igreja. A
medida que se conheciam, John começou a fazer perguntas a Eric. "O que
lhe dá energia? Com o que você se importa?" Na medida em que Eric con
versava e explorava as respostas a essas perguntas, John o ajudava a cana
lizar sua energia para uma direção específica. "Quais são suas opções? O
que você acha que Deus lhe está chamando para fazer?"
Enquanto Eric processava seus pensamentos, John notava um tema
recorrente. O ministério de homens sempre vinha à mente. Ele se impor
tava com eles, sua falta de vida comunitária, as lutas que enfrentavam ten
tando equilibrar trabalho e família. Sem ser orientado sobre o que fazer,
Eric passou a ter uma direção clara sobre o assunto. A abordagem de John
comunicava que ele se importava profundamente e estava comprometido
a andar ao seu lado e ajudá-lo a realizar o que ele havia sido criado para
fazer. Uma conexão havia se estabelecido - Eric sabia que não estava
nisso sozinho.
Às vezes podemos esquecer que em sua essência o coaching é um
relacionamento. Ele tem a ver com qualidades como confiança, conexão,
apoio e compreensão. O relacionamento é o que dá força ao coaching. Se
deixamos de construir um alicerce relacionai sólido em nossa pressa de
realizar mais, nossa estratégia será um tiro no próprio pé. O coaching que
despreza o elemento relacionai será na melhor das hipóteses ineficiente.
38 COACHING PARAINICIANTES
O dom de escutar
A escuta concentrada é um dom fenomenal. Imagine o sentimento
de ter alguém realmente escutando você por meia hora - alguém que
fosse capaz de se concentrar completamente no que você está dizendo,
sem interrupções, sem desviar a atenção de você ou tentar fazer com que
enxergasse as coisas de outra perspectiva.
Um pastor chamado Dan participou de um seminário sobre habilida
des de comunicação. Depois da aula, todos os participantes se dividiram
em grupos de três.
Uma pessoa devia compartilhar e as outras duas deviam escutar.
Dan começou compartilhando alguns problemas que estava tendo em seu
ministério. Ele recebeu meia hora de tempo e de atenção integral. Nin
guém o interrompeu. Ninguém deu conselhos não solicitados sobre como
resolver o problema. Eles apenas escutaram, balançando a cabeça em sinal
de compreensão. Ao fim dessa meia hora, Dan foi quase às lágrimas de
gratidão. Não conseguia se lembrar da última vez que alguém havia real
mente o escutado por mais que alguns minutos.
Tenho descoberto, pessoal e profissionalmente, o quanto a escuta
pode ser poderosa. Já há um ano tenho usado o seguinte processo: quando
as pessoas se aproximam de mim depois de seminários e me fazem per
guntas, respondo dizendo, "diga-me o que você pensa", ou "que idéias
kl COACHING PARA INICIANTES
quer que seja. Treine-se para pensar na idéia de quem fala como sendo mais
valiosa que a sua. Para essa pessoa, elas serão.
• Esclareça; Às vezes achamos muito depressa que entendemos
alguém, mas na verdade não estamos na mesma página. Confira suas
suposições perguntando, "é isso o que estou ouvindo você dizer até
aqui... está correto?" Você se surpreenderá com a freqüência com que
correções serão feitas.
Brian: Não. Suponho que seja muito mais fácil para eles conversar
com pessoas que já conhecem.
Carl: Mais alguma coisa?
Brian: Sim, na verdade. Me frustrei com essa atitude porque ela não é
o que Deus gostaria que fizéssemos, mesmo sendo coisa mais fácil a
ser feita. Talvez eu precise propor algumas discussões ao grupo sobre
coisas como evangelismo e inclusão, mesmo que isso custe nosso
conforto pessoal!
Carl: Hmmm.
Brian: sabe, não é uma má idéia. Quero dizer, há muitos textos nas
Escrituras que apoiam esse argumento. Talvez eu pudesse fazer algo a
lÀ COACHING PARAINICIANTES
Um bom coach não tem de dizer muito para ser eficiente. Carl escla
receu as coisas quando perguntou: "Difícil?". Ele refletiu o que estava
ouvindo à medida que Brian dava detalhes da situação. Carl então convi
dou Brian a dizer mais sobre seus sentimentos quando comentou, "diga-
-me mais sobre o que aconteceu para lhe deixar frustrado". Depois de
escutar, Carl resumiu o que havia ouvido sem interpretar: "então os mem
bros do seu grupo não tiveram muita iniciativa de inclui-la na conversa".
Não era uma pergunta; Carl apenas resumiu e refletiu sobre o que Brian
havia dito. No final, os recursos e as idéias expostos foram exclusivamente
de Brian. Nada que Carl disse teve a intenção de conduzir Brian a uma
direção em particular, ou levá-lo a um caminho pré-determinado.
Fazendo perguntas
Depois de escutar, fazer boas perguntas é a habilidade mais impor
tante na construção de um relacionamento de coaching consistente. Per
guntas relevantes podem ajudar as pessoas a se sentirem valorizadas, o
que por sua vez irá ajudar na construção da confiança. Sherilyn recor
da-se de observar seus pais interagindo com convidados, quando ela era
criança. Eles eram ativos em sua igreja e tinham os dons de hospitalidade
e de evangelismo. Quando notavam visitantes na comunidade, na maioria
das vezes os convidavam para ir à sua casa para jantar depois do culto.
Mesmo aos sete ou oito anos de idade, Sherilyn desfiaitava dessas conver
sas à mesa do jantar. Os adultos diziam coisas tão interessantes! Só muito
tempo depois é que Sherilyn percebeu que a habilidade de seus pais de
fazer perguntas tinha muito a ver com o quanto as conversas eram interes
santes. Eles perguntavam às pessoas sobre coisas que elas haviam feito,
coisas que desejavam fazer e sobre o que pensavam da vida. Eles condu
ziam as pessoas de tal modo a permitirem que elas se dessem a conhecer.
Embora haja muitas maneiras diferentes de formar um relaciona
mento sólido com a pessoa de quem se é coach, às vezes fazer boas per
guntas pode servir para abrir a porta. As perguntas certas podem ajudar a
oPODERDESERELACIONAR:NÃOPULEACONVERSAFIADAÃ5
Esclarecendo expectativas
Fazer perguntas também é uma excelente maneira de esclarecer
expectativas. O que você está tentando conseguir em um relacionamento
de coaching? O que a outra pessoa está tentando conseguir? Certificar-se
de que estão na mesma sintonia no começo pode poupar muito tempo e
energia em longo prazo. Afinal, o trabalho do coach é ajudar uma pessoa
em todas as áreas de sua vida. Coaches não são gurus exaltados, mento
res multidotados, capazes de lidar com qualquer coisa. Estabelecer clareza
desde o princípio sobre o que está tentando obter permite que o coach se
comprometa a andar ao lado da pessoa para trabalhar em áreas definidas
em comum acordo.
Allison talvez busque um coach para ajudá-la a criar tempos devo-
cionais mais significativos com Deus e a aprofundar sua vida de oração.
Charles talvez deseje aprender a se comunicar melhor com sua filha ado
lescente. Tracy talvez peça ajuda a seu coach para tomar-se uma líder de
pequeno grupo melhor. Todos desejam algo diferente de seu relaciona
mento de coaching, mas o segredo é que eles decidem o que é. Coaches
talvez façam perguntas com o objetivo de esclarecer expectativas e deter
minar um ponto de foco, mas qualquer estabelecimento de direção deve
ser feito pelas pessoas a serem acompanhadas - elas são as únicas que
podem determinar quais áreas de sua vida e de seu ministério Deus quer
que elas cuidem.
46 COACHING PARAINICIANTES
fazer..." Stuart teve uma idéia sobre o que fazer sem qualquer participação
de Sherilyn. Quando coachQS praticam a paciência e as boas habilidades
de escuta, descobrem que as pessoas na maioria das vezes elaboram res
postas ótimas e funcionais completamente por conta própria.
No entanto, ao invés de esperar que as pessoas descubram solu
ções sozinhas, muitos coaches caem na armadilha de uma tentação muito
comum: apresentar suas próprias soluções. Se alguém nos traz um pro
blema, a tendência normal para a maioria de nós é de intervir e rapida
mente tentar resolvê-lo para a pessoa. Isso não somente tira dela a pos
sibilidade de resolver seu próprio problema como também quase sempre
prova que a nossa proposta é ineficiente. Se não separamos o tempo para
escutar, as soluções que apresentamos terão pouco ou nenhum impacto.
Ações que as pessoas decidem tomar têm muito mais convicção e entu
siasmo que as ações que alguém lhes diz para tomarem.
Lembre-se de três regras simples:
• Não dê conselhos.
• Não diga às pessoas algo que elas podem descobrir por elas mesmas.
• Não resolva o problema para elas.
invés de uma resposta, ela recebeu uma fórmula para descobri-la: "um
copo de água pesa tanto, agora você calcula".
Na grande maioria das vezes, quando as pessoas vêm até você com
um problema, elas já têm a resposta - ou os meios para descobri-la. Quase
sempre quando perguntadas e com tempo para pensar, as pessoas produ
zem elas mesmas uma solução ótima e totalmente viável. O que precisam
é simplesmente de alguém que as estimulem e ajudem a se organizar. O
impacto de ter alguém que as escute, resuma e reflita sem interpretar pode
parecer simples, mas não pode ser menosprezado.
Coaches não precisam saber todas as respostas - precisam
apenas saber como ajudar as pessoas a encontrá-las. Quando um
coach finalmente entendeu a simplicidade deste conceito, ele respon
deu com um suspiro, "que alívio! Como é libertador não ter de bancar
o especialista. Nunca me senti confortável em meu papel de coach antes
porque pensava que deveria saber todas as respostas e sabia que não sabia.
Sempre me senti fingindo de alguma maneira".
Finalmente, coaching tem a ver com ajudar pessoas a pensar por si
mesmas no contexto do relacionamento. Habilidades de escuta sólidas
formam o cerne de um bom relacionamento de coaching: oferecem apoio
relacionai, estimulam os melhores pensamentos nas pessoas, as ajudam a
selecionarem suas opções e as encorajam a tomarem suas próprias deci
sões. Através da escuta formamos um vínculo com aqueles de quem somos
coaches. E em cada passo da jornada eles sabem que não estão sozinhos.
Como um coach em desenvolvimento, você pode obter muita con
fiança e ser eficiente aprimorando suas habilidades de ouvinte. Tome o
desafio do terceiro dia: tente um processo disciplinado de fazer perguntas
para estimular o pensamento de outros antes de contribuir com seus pró
prios pensamentos, e veja quantas vezes eles podem propor soluções por
conta própria. Você ficará surpreso com o quanto as pessoas consideram o
processo útil e quantas idéias viáveis são apresentadas.
oPODERDESERELACIOHAR;NÃOPULEACONVERSAFIADAA9
Sua vez
Quando foi a última vez que alguém realmente lhe escutou? Qual foi
o sentimento?
Trabalho de campo: tente um experimento esta semana: proponha-se
a usar boas perguntas. Escolha uma ou mais conversas da vida real e - sem
dizer à outra pessoa o que está fazendo - tente fazer algumas das pergun
tas abaixo, e responder somente com perguntas e comentários que con
centrem, resumam, convidem, extraiam ou esclareçam (conforme descrito
anteriormente neste capítulo). Se estiver trabalhando com uma equipe, se
revezem escutando e dando feedback um ao outro. Sugestão para o início
da discussão: "Descreva uma frustração com a qual esteja lidando em casa
ou no trabalho".
• Quais são suas paixões mais profundas? O que realmente lhe satis
faz e preenche?
• O que lhe dá energia? O que lhe tira energia?
• Que legado você quer deixar? Pelo que gostaria de ser lembrado?
• Quais são as suas qualidades? Quais são os seus dons?
• O que gostaria de mudar em você?
CAPÍTULO3
O poder da reflexão:
Onde você está?
Introdução
Eu fiz uma viagem de bicicleta até uma montanha recentemente. Não
conhecia o terreno e depois de um tempo perdi o senso de direção. Quanto
progresso eu havia feito? Que distância ainda precisava percorrer? Que
obstáculos ainda me aguardavam adiante? Obter perspectiva é fundamen
tal quando você faz uma viagem de bicicleta. Sem ela, é fácil desanimar
e perder o rumo. Isso é ainda mais verdadeiro em se tratando da vida e
do ministério. Podemos ficar tão ocupados com atividades que podemos
perder o foco de onde estamos indo e do que realmente importa.
Obter perspectiva é a tarefa central do estágio da reflexão. Precisa
mos de uma imagem boa e precisa de onde estamos, de onde estivemos
e de onde queremos ir. Estes são os passos chave para a boa reflexão:
celebrar o progresso, clarear a direção e valores, reconhecer e
compreender os obstáculos. Refletir bem é crucial; nos ajuda a identi
ficar nossas prioridades e entender a realidade da nossa situação. Durante
boa parte da vida não temos realmente um mapa claro, de modo que obter
um forte senso de perspectiva é particularmente importante.
Por todo o processo de coaching, quanto mais as pessoas agirem por
si mesmas, melhor. Isso é particularmente verdade no estágio da reflexão.
A melhor maneira de ajudar outros a ter uma imagem clara de onde estão
e de onde querem ir é estimulando seus desejos e seguindo seus passos.
As pessoas precisam ter liberdade e autonomia para estabelecerem sua
52 COACHING PARA INICIANTES
igreja - tudo! Minha vida parece não estar indo a lugar nenhum. Sinto-me
mal dizendo isso, mas quando vai chegar a minha vez? Não terminei a facul
dade, apoiei meu marido durante o seminário e agora estou em casa com
as crianças. Eu as amo, mas me sinto presa em uma armadilha. Não posso
voltar para a escola agora porque não temos dinheiro. Na verdade, não
temos dinheiro para fazer nada, portanto fico em casa. Não tenho amigos
nesta comunidade ainda e é difícil me assumir como a esposa do pastor".
Sherilyn começou a analisar alternativas com Molly. O que ela gos
taria de poder fazer? O que poderia fazer com que sentisse que tinha uma
vida? Molly conseguiu fazer uma lista de possibilidades: clube de vôlei,
um dia fora voltado para mães, noites exclusivas com o marido, ir para a
escola... mas todas custavam dinheiro. Seu marido havia se oferecido para
olhar as crianças para que ela dedicasse um tempo a si mesma, mas ela
sentia que teria de pagar por isso mais tarde. Se ele olhasse as crianças,
teria de trabalhar mais em outras ocasiões ao invés de passar tempo com
a família. Molly se sentiu de mãos atadas, como se não tivesse opções,
nada a fazer, e nenhum lugar para onde ir. A mudança era impossível e ela
pagaria por isso se tentasse fazer algo diferente.
Durante alguns meses, Sherilyn e Molly trabalharam juntas para
esclarecer os valores de Molly. O que era mais importante para ela? Em
que medida ela estava honrando seus valores? Quais seriam os resultados
de continuar a viver como estava vivendo? Quais seriam os ganhos de
investir tempo, energia e dinheiro em si mesma? Um dos valores mais
importantes para Molly era a comunidade, mas isso não estava aconte
cendo. Inicialmente ela se sentia impedida pelas circunstâncias, mas por
fim reconheceu que com suas decisões não estava dando prioridade à vida
em comunidade.
Ela mergulhou de cabeça e fez algumas mudanças. Começou seu
próprio grupo de atividades (gratuito), matriculou-se no clube de vôlei e
guardou algum dinheiro para pagar alguém que olhasse as crianças uma
vez por semana para que ela e o marido pudessem sair sozinhos. Depois
de algumas saídas por alguns meses, Molly concordou que o gasto valia
a pena. Ela também começou a fazer amigas no grupo de atividades e no
clube de vôlei.
56 COACHING PARA INICIANTES
chamando para fazer. Essa urgência brota de uma insatisfação com a situ
ação como está, comparada a como poderia estar. A visualização de um
futuro melhor combinada com um senso de determinação pode produzir
resultados poderosos.
A obtenção de um compromisso para resolver problemas talvez seja
a tarefa mais menosprezada do estágio da reflexão no coaching. É muito
fácil supor compromisso quando não há nenhum. Os coaches precisam
ser mais específicos. Quando será feito? A que dias e a que hora? O que
você mudará em sua agenda para liberar tempo para isso? O que você
irá parar de fazer? O quão realista você acha que é esse horário? Pedir
detalhes irá gerar muitas informações sobre o nível de compromisso da
pessoa. Em alguns casos, um pouco de pressão nessa área irá trazer à tona
fortes resistências implícitas.
Um pastor chamado Dan sempre tinha dificuldade para reduzir sua
carga horária de trabalho a um nível razoável e ter assim um dia livre na
semana. Ele conversou muito com Sherilyn, sua coach, sobre como gos
taria de ter um dia inteiro livre na semana sem nenhum compromisso de
trabalho. Ele queria gastar parte dele com sua família e parte sozinho para
repor suas energias.
Sherilyn perguntou a ele qual dia da semana ele planejara não tra
balhar. Dan hesitou. Não podia ser na segunda, por causa da reunião dos
presbíteros, terça não dava porque era o único dia que ele tinha tempo para
preparar o sermão... Cada dia da semana foi sistematicamente descartado.
Sherilyn então lhe perguntou quais de suas responsabilidades poderiam
ser delegadas para liberar seu tempo. De novo, houve resistência. Todas as
responsabilidades de Dan eram muito importantes e ele as cumpria pesso
almente. A conclusão foi que Dan não estava comprometido em fazer uma
mudança em seu estilo de vida como seus comentários anteriores suge
riam. Se sua coach não tivesse tentando confirmar o compromisso pergun
tando qual dia ele teria de folga, Dan teria continuado como antes: falando
sobre a importância de um dia livre, sem dar os passos para mover-se
nessa direção.
60 COACHING PARA INICIANTES
Ilustração
Vamos observar uma amostra de conversa de reflexão e extrair mais
Carolyn: Bem, acho que o ponto mais alto foi que uma pessoa rece
beu a Cristo.
M i c h e l l e : M a r a v i l h o s o ! F i c o c o n t e n t e e m s a b e r.
mulheres na igreja.
Michelle: Isso diz muito. Conseguir voluntários e criar oportunidades
de conexão são coisas difíceis de acontecer.
Carolyn: Hum. Suponho que sim. Não havia pensado assim antes.
Michelle: Como havia pensado antes?
Carolyn: Acho que estava me concentrando nas coisas que haviam
dado errado.
seria. Como a nova líder, sinto que esse ministério como um todo
carece de visão e de direcionamento.
Quando Carolyn deu respostas breves e vagas, tais como "muito bem,
eu acho", Michelle perguntou por mais: "conte-me mais sobre o que deu
certo. O que você gostou no último retiro?" Essa pergunta serviu para des
tacar áreas positivas. Às vezes nossa mente corre à nossa frente, na dire
ção de todas as coisas que não foram feitas ou que não foram bem feitas.
Carolyn reconheceu que havia se concentrado nas coisas negativas; as per
guntas de sua coach suscitaram o comentário sobre as positivas.
A maior das tentações durante a fase da reflexão é partir para os pró
ximos passos antes de gastar o tempo adequado para avaliar o que já acon
teceu. No início desta conversa, Carolyn disse, "até aqui organizei alguns
retiros, mas nada muito além disso". Felizmente, Michelle resistiu à tenta
ção de acelerar e perguntar, "então o que devemos fazer a seguir?" Antes,
ela passou algum tempo processando o que havia acontecido até ali com os
retiros das mulheres. Ela queria abordar a questão, "até onde caminhamos?"
Carolyn então pensou nas coisas negativas - nos obstáculos que
haviam prejudicado o retiro - e buscou aprender com eles, usando as infor
mações estrategicamente no futuro. No entanto, após examinar alguns
dos problemas, Michelle ajudou Carolyn a mudar sua atenção novamente
para o ministério como um todo e perguntou a ela o que ela acreditava
que eram as áreas mais críticas e que mereciam foco. Depois de Carolyn
ter gerado várias idéias, Michelle ajudou-a a decidir quais eram as mais
importantes e acabou obtendo um compromisso acordado de concentração
em questões prioritárias.
Sensibilidade ao Espirito
Aprender maneiras de perguntas eficazes pode ajudar todos nós a sermos
bons coaches. Treinar as habilidades é útil. No entanto, todo o treinamento do
mundo não consegue substituir a sensibilidade ao Espírito de Deus. Às vezes
ele nos conduz a tomarmos direções inesperadas e nos surpreende com sua
presença. Escute uma das experiências de Sherilyn:
Ela estava acompanhando John em sua carreira. Ele se sentia infeliz com
seu trabalho atual e meio perdido. Não estava certo se era o trabalho ou se pre
cisava mudar de carreira, mas tinha aquele sentimento geral de peso e de perda.
Embora tivesse uma formação sólida e dois mestrados, não se sentia satisfeito
e questionava se estava na área certa.
Ele havia pedido a Sherilyn que se concentrasse em sua carreira. Ele
não estava envolvido no ministério e não tinha nenhuma conexão com igreja,
porém durante um encontro, ela teve esse insight de que precisava lhe per
guntar sobre Deus. Isso a deixou nervosa porque ela não o conhecia bem e
não queria estragar o relacionamento deles, mas o sentimento de que precisava
o PODER DAREFLEXÃO: ONDE VOCÊ ESTÁ? 67
fazer isso era forte. Sherilyn então lhe disse, "pode parecer uma peiigunta estra
nha, mas onde Deus se encaixa nisso tudo?" Ele parou e então começou a falar
sobre como Deus era apenas para feriados, porque as únicas ocasiões em que
ia à igreja eram no Natal e na Páscoa. Ele acreditava em Deus, mas Deus não
era parte da vida cotidiana de John.
O que resultou dessa pergunta foi um relacionamento de discipulado, no
qual eles se concentraram em tomar Deus parte de cada aspecto da vida de
John. Ele começou fazendo devocionais diárias e conseguiu diminuir o ritmo de
sua vida. Antes ele era o tipo de pessoa que literalmente não conseguia apenas
falar ao telefone; tinha de falar ao telefone e arrumar o jardim. Mas agora John
começara a se assentar com calma para ler sua BiTília e orar. Amigos notaram a
diferença nele. Ao fim de seu relacionamento de coaching, ele disse, "não tenho
nenhuma idéia de onde seguiremos daqui. Se você tivesse me dito que acabarí
amos falando sobre Deus eu teria pensado que você fosse louca. Mas acho que
Deus sabia do que eu realmente precisava - e não era de um novo emprego ou
de uma mudança na carreira. Eu precisava de foco espiritual. O que eu precisava
mesmo era de Deus. Sinto como se uma luz tivesse entrado em mim e eu sequer
sabia que estava escuro". E tudo isso aconteceu porque o Espírito Santo ficou
insistindo que Sherilyn lhe fizesse aquela pergunta. Embora tenha sido difícil na
hora, ela ficou muito contente de ter escutado o recado.
Conclusão
Sua Vez
Trabalho de Campo: Algumas pessoas acham útil elaborar perguntas
em termos de informação, conscientização e ação. Pensar nestas catego
rias pode ajudar coaches a formular perguntas mais profundas. Considere
a seguinte situação: alguém lhe diz que não está satisfeito no trabalho e
está pensando em mudar de carreira ou explorar outras opções vocacio
nais. Elabore algumas perguntas abertas que poderia usar a partir de cada
uma das categorias abaixo.
Informação:
O que você está procurando em uma carreira?
Amplie a consciência:
Como uma mudança de carreira poderia ter impacto em seus relaciona
mentos familiares?
Promova ação:
Quais são alguns passos possíveis que você poderia dar à medida que
avalia suas opções?
CAPITULO 4
Introdução
Alguns anos atrás eu tive uma consulta de rotina com um oftalmolo-
gista. Ele disse, "Bob, a notícia boa é que seus olhos estão em ótimas con
dições. Mas você precisa saber que em poucos anos vai precisar de óculos
para leitura". Óculos de leitura: isso me atingiu duramente. Somente
velhos precisavam de óculos de leitura. Eu sentei em silêncio por um
minuto. Devo ter deixado transparecer minha decepção, porque o médico
me disse, "Não se preocupe. Bob. Trata-se de uma parte normal do pro
cesso de envelhecimento". A frase não foi exatamente reconfortante. Eu
fui para casa e fiquei remoendo o assunto.
Depois de lidar com minhas próprias questões relativas à mortali
dade, o que chamou minha atenção é que o meu diagnóstico tinha um
paralelo na área da liderança. Percebi que todos os líderes eficazes têm
visão bifocal. Você tem de ter uma visão de longo alcance para enxergar
onde Deus quer que você vá no futuro, e precisa ter uma visão de curto
alcance, para enxergar passos individuais que dará para chegar lá. Se
tiver apenas o seu destino em vista enquanto caminha, ficará tão con
centrado no horizonte que poderá cair num buraco. Por outro lado, se
caminhar com seus olhos fixos em cada passo que der, poderá se perder
completamente. Você precisa manter seus olhos em ambos, trocando o
foco periodicamente. Criar esse equilíbrio saudável é o objetivo do está
gio do roteiro de ação.
70 COACHING PARA INICIANTES
Medo de fracassar
O risco de fracassar é a razão silenciosa para muitos de nós resistir
mos ao planejamento. Nós pensamos, "se eu estabelecer alvos e não
os atingir, sou um fracassado. Mas se não escrever nada, então o que
quer que aconteça está tudo bem". No entanto, essa abordagem não
nos dá qualquer senso de progresso. Onde queremos estar daqui a um
mês? Em seis meses? Em um ano? Sem um plano, normalmente não
oPODERDDROTER
IODEAÇÃO:OQUEVOCÊFARÁ?73
2 N.T. - A expressão original é "being coached", referindo-se ao "cliente". Aqui usaremos a expressão
"acompanhando" ou "sendo acompanhado".
U COACHING PARA INICIANTES
vezes elas percebem que seus objetivos funcionam como trampolins uns
dos outros. Alcançar um servirá de ajuda para alcançar outro.
Conclusão
Uma mudança profunda e duradoura não acontece do nada - ela
requer planejamento e estratégia. Como coachQs, precisamos ajudar as
pessoas a identificar suas áreas problemáticas e guiá-las na criação de
passos concretos que irão conduzi-las na direção de seus objetivos. Enco
raje a visão bifocal naqueles que você acompanha. As pessoas precisam
tanto da visão de longo alcance, para enxergarem onde Deus quer que
elas sigam, como também da visão de curto alcance, para enxergarem os
passos individuais necessários para levá-las até lá.
Fazer o trabalho árduo do estágio do roteiro de ação é na maioria das
vezes o que faz a diferença crucial; isso pode suscitar resultados desejados
e ajudar a antecipar (e evitar) armadilhas. Em resumo, o estágio do roteiro
de ação pergunta às pessoas qual é o próximo passo, pois a análise por si
só não as leva onde querem chegar - é preciso agir.
Sua vez
O que você enxerga como sendo os principais desafios/tentações do
estágio do roteiro de ação para a pessoa que está sendo acompanhada? E
para o coachl
Trabalho de Campo: encontre alguém disposto a ajudá-lo a praticar
suas habilidades de coaching - um amigo, um cônjuge ou alguém de sua
equipe. Peça a essa pessoa que lhe conte sobre um projeto ou objetivo
significativo no qual esteja trabalhando e pratique as tarefas do estágio
do roteiro de ação. Ao final, peça que compartilhe suas reflexões sobre a
experiência.
CAPT
Í ULO5
O poder do recurso:
O que você precisa?
Introdução
Nos tempos de faculdade eu e meu amigo viajamos de mochilas nas
costas. Eu nunca havia feito isso antes - era um principiante. Don, por
outro lado, era um aventureiro experiente. Ele havia sido um escoteiro e
chegou preparado, com uma mochila cheia de equipamentos. Nós anda
mos por horas até chegarmos em um acampamento e descobrirmos que
não havia água. Eu não acreditei. Estávamos a quilômetros de distância
de qualquer civilização, a noite se aproximava rapidamente e não havia
água. Como acamparmos ali?
Eu fiquei preocupado, mas Don estava empolgado. Apanhou pílu
las purificadoras de sua mochila e começou a cavar em busca de água.
Desanimado e sedento, perambulei pela área, explorando o lugar. Perto
da próxima colina, descobri uma torneira. Quando girei a maçaneta, a
água jorrou. Eu então fiz o que qualquer bom colega de faculdade faria:
retomei e fiquei olhando Don cavar por outros dez minutos. Finalmente,
fiz uma sugestão casual: "talvez fosse um pouco mais fácil caminhar até
aquela colina e usar a torneira".
Às vezes as pessoas precisam apenas estar um pouco mais
conectadas com as opções disponíveis. O papel de um coach é o de
conectar aqueles que ele acompanha com os recursos necessários e
ajudá-los a olhar para além de seus círculos imediatos de possibilidades.
O recurso quase sempre significa a diferença entre lutar para fazer algo
8A COACHING PARA INICIANTES
de quinze minutos, o que é que eu faço durante todo um dia?" Sarah seguiu
adiante, porém precisava de recursos que lhe ajudassem a permanecer no
caminho.
"Uau, que lista longa," disse Annaleise enquanto corria os olhos por
ela. Então, parou numa determinada linha. "Bem, já tenho o espaço do
escritório encaminhado. O pastor Dan disse que eu poderia usar os fundos
da igreja. É um bom local, com uma entrada mais privativa e menos visí
vel da rua. Algumas garotas talvez estranhem entrar pela frente da igreja
e passar por todos os escritórios, assim este é muito melhor. B temos bas
tante espaço nos fundos".
Annaleise continuou olhando a lista. "Acho que esse é o único
recurso que identifiquei... ah, e Donna me disse que faria alguns panfletos
para que as meninas levassem para casa. Ela é designer gráfico. Preciso
apenas dizer para ela o conteúdo que queremos que inclua".
"Então você tem o espaço do escritório e os panfletos. E quanto aos
membros da equipe?" perguntou Reggie.
Annaleise considerou. "Embora ainda não tenha fechado com nin
guém ainda, não acho que terei muita dificuldade em conseguir alguns
conselheiros leigos. Já conversei com várias pessoas interessadas.
Algumas delas também são bilingües. O pastor Dan também disse que eu
poderia fazer um anúncio no culto para recrutar voluntários".
"Ótimo. Os voluntários parecem estar bem adiantados. Alguns recur
sos você já tem - como o escritório - e outros já estão praticamente dispo
níveis - como os conselheiros leigos e os panfletos". Mais alguma coisa
encaminhada em sua lista?"
"Não. Acho que é isso por hora".
"Muito bem, então o que está faltando?"
Annaleise olhou na lista. "Treinadores, testes de gravidez, propa
ganda, assimilação da estratégia pela igreja, e uma rede de referências".
"Você mencionou anteriormente que tinha alguém em mente que
poderia ser uma boa pessoa para encontrar maneiras de recepcionar pes
soas na igreja?"
"Ah, sim. Lisa. Vou pedir a ela que ore a respeito. Ela tem um grande
dom de evangelismo - seria ótima em encontrar maneiras de introduzir
pessoas na igreja". "Sim, seria uma grande área a ser delegada. Como você
disse, seria outro ministério, totalmente diferente. É bom tentar não ficar
com muita coisa sobre si", disse Reggie. "Então restam os treinadores, os
94 COACHING PARA INICIANTES
Conclusão
Sua vez
Pense em relacionamentos de coaching nos quais esteja envolvido
atualmente ou nos quais espera se envolver num futuro próximo. Que
recursos seriam necessários?
Introdução
Depois de Deus haver criado o mundo, ele inspecionou sua obra e viu
que ela era boa. Separou um tempo para sentar, observar e considerar -
não partiu imediatamente para o novo projeto. Como pessoas criadas à sua
imagem, fomos feitos para funcionar da mesma maneira. Nossas tarefas
podem não ser tão grandes quanto as de Deus, mas é bom e natural para
nós avaliarmos nossas realizações e celebrarmos a obra que fizemos antes
de seguirmos adiante.
O estágio final do processo de coaching é o estágio da revisão.
Nesse ponto, olhamos para trás, para o nosso progresso, e
perguntamos, "o que foi realizado?" e "até onde chegamos?" Embora
quase sempre sejamos tentados a pular esta fase e seguirmos para o novo
projeto, o potencial de crescimento da fase da revisão é considerável.
Ela dá espaço à prestação de contas e ao encorajamento para permane
cermos nos trilhos. Ela inclui também a celebração do passado e o olhar
na direção do futuro. Nunca subestime o poder de separar tempo para
olhar para trás, para realizações passadas e celebrá-las. Esse processo
gera a maturidade que é fruto da autoavaliação honesta, nos dá o enco
rajamento tão necessário para a estrada a seguir, e oferece um sentido de
satisfação por um trabalho bem realizado.
Depois de conduzir seu povo pelo deserto por quarenta anos, Moisés
subiu ao monte Nebo para avistar a Terra Prometida. Deus lhe mostrou
98 COACHING PARA INICIANTES
a terra toda, até o mar, a oeste. Esse foi o seu presente para Moisés - ele
permitiu que Moisés visse o produto final de todo os seus labores e que
soubesse que as promessas de Deus não foram em vão.
A revisão pode, na maioria das vezes, mudar inteiramente a nossa
perspectiva. Jeff estava trabalhando com Sherilyn a fim de criar equilíbrio
entre sua vida espiritual, sua família e seu ministério. Como pastor, ele
se sentia sobrecarregado por demandas constantes ao seu tempo, e sua
vida espiritual e familiar estavam sofrendo. A pergunta que ele estava se
fazendo era, "o que tem prioridade e como devo viver em conformidade
com ela?" Ele criou alvos distintos para cada uma destas três áreas de sua
vida e estava tentando mantê-las em equilíbrio.
Quando ele e Sherilyn se encontraram para sua reunião mensal, ela
perguntou, "que sucessos você tem obtido?"
Jeff balançou a cabeça. "Este último mês não foi bom. Não estou
dando conta de meus objetivos ministeriais e de meus passos de ação".
E continuou descrevendo crianças doentes, reuniões perdidas e questões
familiares que estavam tomando o seu tempo. Ele e Sherilyn começaram a
dialogar. Ao fim do encontro, Jeff parou. "Na verdade", ele disse, "percebi
que este foi um grande mês. Vivi de acordo com meus valores, o que eu
vinha tentando fazer já havia um bom tempo. Quando olho para o todo, foi
um mês muito bem sucedido".
Embora Jeff tenha iniciado sua reunião de coaching sentindo-se
desmotivado, ele a terminou com confiança e entusiasmo. Perceber que
estava conseguindo aos poucos viver de acordo com seus valores renovou
seu compromisso de seguir adiante. Ele e sua coach reconheceram isso
como uma grande vitória a ser celebrada.
fracasso. Começar com um olho voltado para o que é positivo nos ajuda a
ganhar ânimo e percebermos que estamos fazendo progresso.
Elizabeth havia alcançado objetivos consideráveis através do coa
ching. Certa noite ela e sua coach Marie celebraram com um café. Ao
sentarem do lado de fora da cafeteria, Elizabeth disse a Marie, "seu enco
rajamento representa no mínimo metade da minha conquista". O que foi
exatamente que fez tamanha diferença para Elizabeth?
No trabalho juntas, Marie havia chamado continuamente a atenção
de Elizabeth em relação às suas realizações. O encorajamento que Eliza
beth recebeu a motivaram a seguir adiante. Ela descobriu que concentrar-
-se nas coisas positivas aumentava a sua determinação de um modo que o
medo do fracasso e a critica nunca haviam aumentado.
Sherilyn tem o hábito de começar toda conversa de coaching pergun
tando, "que vitórias você tem tido desde a última vez que conversamos?" e
de concluir cada sessão perguntando, "que nova descoberta você teve em
nossa conversa hoje?" Ela gasta cada sessão celebrando vitórias e revendo
o que foi aprendido. A perspectiva resultante quase sempre dá àqueles que
ela acompanha o encorajamento para seguirem adiante.
Perguntar sobre as descobertas e insights - aqueles momentos
quando acende uma luz de repente - pode ser surpreendentemente moti
vador. Quando Sherilyn perguntou a um pastor chamado Andrew sobre
um momento assim, ele respondeu, "Na medida em que eu falava, fui per
cebendo que minha autoestima está associada à minha posição ministerial
e não na definição divina do que seja sucesso. Acho que preciso de uma
mudança de paradigma: para quem estou trabalhando - Deus ou a igreja?
Meu sucesso está baseado em outros ou em Deus?" Depois dessa percep
ção, Andrew começou a trabalhar menos horas e a realizar mais. Ele cos
tumava passar boa parte do tempo tentando manter todos felizes, o que o
deixava exausto e insatisfeito com seu nível de produtividade. Agora ele
tem revisto seu foco na direção de objetivos de longo alcance, os quais ele
sente que Deus o chamou a realizar e se sente muito mais bem-sucedido,
como jamais se sentiu antes.
Às vezes podemos esquecer nossos sucessos quando enfrentamos
problemas ou estamos ocupados concentrando-nos em nossos
100 COACHING PARA INICIANTES
somos bons. Temos descoberto que o que realmente funciona conosco são
pessoas se conectando a pessoas. Precisamos criar oportunidades para
que as pessoas tenham esses tipos de relacionamentos. O que precisamos
fazer é nos concentrarmos naquilo em que somos bons". Separar o tempo
para pensar sobre o que aprendeu ajudou esse líder a ganhar mais foco e
extrair lições do passado.
• O que eu poderia ter oferecido e que lhe ajudaria ainda mais a realizar
seus objetivos?
• Você acha que eu estou lhe cobrando o bastante, muito ou pouco?
• Onde você acha que falhei neste mês?
Conclusão
Todos precisamos parar e recuperar o fôlego de vez em quando.
Sem tempo para revisão, podemos nos mover freneticamente de um pro
jeto para o próximo sem considerarmos o valor de nossas atividades. Ao
separarmos tempo para avaliarmos o nosso progresso, podemos obter
um senso de perspectiva. Uma revisão sólida olha para o passado e para
o futuro, pois aprender do passado - com os sucessos e fracassos - nos
dá força renovada e visão para a estrada que vem adiante.
Sua vez
Como é o estágio da revisão, tanto olhando para trás quanto para
frente? Dê exemplos de sua própria vida e de seu ministério.
Trabalho de Campo; gaste quinze minutos revisando suas realizações
nos últimos três meses. Escreva sobre elas sozinho ou sente com alguém
para discuti-las. Tente apresentar no mínimo dez realizações. Elas podem
ser tão grandes quanto correr uma maratona, ou tão pequenas quanto fazer
a sua cama pela primeira vez em semanas.
CAPÍTULO7
Diretrizes para relacionamentos
de coaching Bíkms
Introdução
Steve estava sendo treinado para se tomar um coach de Desenvolvi
mento Natural da Igreja. Ele queria trabalhar com congregações para ajudá-
-las a melhorar sua saúde geral administrando a pesquisa DNl, identificando
as áreas da vida da igreja mais necessitadas de mudança, e guiando-as pelo
processo de crescimento. Steve estava apenas começando o trabalho com
algumas congregações e não estava certo sobre como estmturar seus rela
cionamentos de coaching. Dizer simplesmente: "me avise como posso aju
dá-lo", não parecia específico o bastante. Os pastores queriam saber exata
mente o que ele faria e o que poderiam esperar. Steve não tinha certeza sobre
o que lhes dizer. Ele se sentia como alguém aprendendo a nadar.
Lentamente, Steve aprendeu como estabelecer expectativas logo no
início do relacionamento. Quanto tempo iremos trabalhar juntos? Com que
freqüência nos encontraremos? Em muitos casos ele apresentava altemati-
vas aos que estavam trabalhando com ele, mas só o fato de ter uma estrutura
os deixava mais à vontade. Eles poderiam estabelecer objetivos e alinhar
seus planos de ação tendo o quadro geral em mente. Steve descobriu que
quando as pessoas sabiam o quanto tinham de tempo com ele e quando, o
processo se tomava muito mais produtivo.
Portanto, como você organiza um relacionamento de coaching? O
que você pode fazer para que ele seja um sucesso? Embora haja diferen
tes opções e variáveis para diferentes contextos, é melhor ter certas peças
110 COACHING PARA INICIANTES
Um começo e um fim
Assim como as sessões individuais,
o relacionamento de coaching deveria ter
um início e um fim previamente acordado. Embora os começos
Embora os começos sejam normalmente sejam normalmente
óbvios, as finalizações são facilmente igno óbvios, as finalizações
radas. As pessoas freqüentemente supõem são facilmente
que saberão quando terminar o que inicia Ignoradas.
ram. No entanto, não ter um destino em
mente muda a dinâmica do relacionamento.
112 COACHING PARA INICIANTES
Prestação de contas
A prestação de contas é uma das bases essenciais do relacionamento
de coaching - é o que faz as coisas funcionarem. Uma maneira fácil de
assegurar consistência é usando um formulário de prestação de contas a
cada sessão. Quando as pessoas escrevem os objetivos que desejam alcançar
para a próxima sessão, eles ficam claros para ambos, quem é acompanhado
e seu coach. Ao escreverem objetivos e passos de ação, eles se tomam mais
definitivos. Às vezes apenas saber que da próxima vez que se encontrarem
com seu coach eles irão conferir o formulário é o bastante para estimular
pessoas à ação.
Terry era um líder denominacional. Um de seus objetivos era escrever
sua visão em uma carta, que seria enviada a todos os pastores em sua região.
Depois de adiá-la por dois meses, Terry finalmente a escreveu. No formulá
rio de prestação de contas de sua próxima sessão, ele escreveu, "a carta com
a visão foi concluída somente porque não quis vir para mais um encontro
sem tê-la terminado". A despeito de se usar um formulário oficial ou não,
ter algum tipo de estmtura ajuda as pessoas a realizarem seus objetivos com
mais consistência.
Sigilo
Uma vez que o coaching exige que as pessoas sejam vulneráveis o bas
tante para compartilhar seus desafios e falhas, os coaches freqüentemente
se encontram em posição de confiança. Honrar essa confiança requer que a
informação compartilhada em sigilo seja mantida em sigilo. A fim de tra
balhar com eficiência em áreas que carecem de mudança, necessitamos de
um ambiente seguro. Isso significa que sabemos que aquilo que comparti
lhamos permanece entre as quatro paredes do relacionamento de coaching.
Ninguém deseja reconhecer uma área de luta e saber que outras pessoas de
repente parecem ter tido acesso a ela.
1U COACHING PARA INICIANTES
Estabelecendo alvos
Um dos erros mais comuns que novos coaches cometem é não fazer
com que as pessoas que estão acompanhando desenvolvam uma agenda
para o relacionamento. Para evitar pressão, sua abordagem no relacio
namento de coaching é a da atitude expressa na pergunta "sobre o que
devemos conversar hoje?". No entanto, se ambas as partes souberem de
antemão que três questões específicas precisam ser tratadas, os encon
tros de coaching poderão ser muito mais proveitosos.
No início do relacionamento, os coaches poderão fazer pergun
tas que lhes darão muito mais percepções acerca dos objetivos da outra
pessoa: "Fale três coisas que você gostaria de realizar entre os próximos
trinta a noventa dias?" "Quais são as três coisas que, se você realizasse,
o deixaria muito contente, como se estivesse caminhando nas nuvens?"
Compare suas respostas com qualquer objetivo declarado anteriormente.
Como mencionado antes, as pessoas quase sempre estabelecem alvos
que acham que deveriam ter, ao invés daqueles que verdadeiramente
desejam. Eis o problema freqüente por detrás dos passos de ação que
são planejados "entra mês, sai mês", mas que nunca são dados - eles
representam alvos que não são de fato incorporados. Não há nenhum
coaching, nenhuma estrutura, ou nenhuma prestação de contas capaz de
fazer com que as pessoas façam algo que não queiram fazer - algo que
não combine com quem são ou com o que Deus as chamou para fazer.
O coaching é mais efetivo quando objetivos específicos e
mensuráveis são estabelecidos. Um alvo generalizado como "tomar-
-me o melhor líder que posso ser" - embora seja um ponto de partida
importante - não será tão produtivo no curto prazo quanto objetivos
mais específicos, tais como ler um livro em particular, discutir as idéias
de um tópico ou reavaliar uma agenda.
116 COACHING PARA INICIANTES
Estabelecendo limites
Um relacionamento que não é definido não é seguro. Precisamos
conhecer as regras e as expectativas dentro das quais o relacionamento está
fiincionando para que possamos relaxar e nos concentrar em nossos objeti
vos. Posso ligar para o meu coach fora dos horários de nossos compromis
sos de coachingl Eu o estaria incomodando? E quanto a enviar e-mails?
Quais são as fronteiras do relacionamento? Somos amigos ou ele é pura
mente profissional?
As respostas a estas perguntas irão diferir, dependendo das circunstân
cias e dos indivíduos envolvidos, mas perguntas serão feitas - explícita ou
implicitamente. Fronteiras precisam ser esclarecidas: quando nos encontrar
mos, onde, por quanto tempo e o que faremos durante esses encontros. Parâ
metros claros e de comum acordo, feitos com antecedência, também ajudam
as pessoas a evitarem problemas com o sexo oposto. Quando as pessoas
sabem antes, "esta é a única quantidade de tempo que iremos gastar e isto
é o que faremos", ficam mais livres para se concentrarem na tarefa à mão.
Quando Sherilyn faz o seu trabalho de coaching profissionalmente,
estabelece as fronteiras de seus relacionamentos de coaching por escrito: o
número de sessões esperadas por mês, apoio ilimitado por e-mail e ligações
telefônicas breves de dez minutos para cada conversa objetiva se surgirem
problemas. Certo dia Sharon ligou para ela aos prantos. Sharon era uma
atriz, mas devido à falta de trabalho, ela decidiu dar aula em uma escola de
segundo grau por um ano. A decisão havia sido difícil e ela agora estava em
dúvida. Se perguntava se deveria ou não estar fazendo isso. Juntas, Sharon e
Sherilyn analisaram as razões dela ter decidido dar aulas temporariamente,
concentrando-se em seus valores, suas prioridades e sua estratégia de longo
prazo. Com a conversa, Sharon começou a se sentir segura de que não estava
abrindo mão de seus sonhos. Depois de analisar a situação como um todo,
ela reconheceu que embora a situação fosse difícil por hora, sua decisão
ainda assim havia sido a melhor para ela no longo prazo.
Definindo papéis
Enquanto trabalha para estabelecer expectativas realistas para o rela
cionamento de coaching, tenha em mente as três regras do coaching:
DIRETRIZESPARARELACIONAMENTOSDECOACHMEFICAZES117
O contrato de coaching
Com que freqüência nos encontraremos, por quanto tempo, prestação
de contas, sigilo, objetivos, limites, expectativas... isso pode começar a
sobrecarregar. É por isso que é uma boa idéia deixar tudo claro no início
do relacionamento de coaching - em um contrato de coaching. Um con
trato de coaching às vezes chamado de aliança de coaching, pode ser
comparado a um programa recebido no início de uma aula. Um programa
define os parâmetros da aula, destacando áreas tais como a matéria a ser
estudada, livros, métodos de avaliação e muitas outras expectativas. Ele
basicamente cobre as regras com que a aula será dada. Ao olhar para o
programa, a maioria dos alunos poderá ter uma idéia bem clara se essa é a
aula que desejam. Se não, ainda há tempo de deixá-la.
Do mesmo modo, em um relacionamento de coaching, é melhor
delinear os parâmetros e expectativas claramente no princípio, para que
as pessoas que estão sendo acompanhadas saibam onde estão pisando.
Se isso não for o que desejarem, é muito melhor descobrir agora do que
dois ou três meses depois. Uma vez feito o acordo, os que dele partici
parem entenderão as expectativas gerais e saberão se estão na mesma
página.
118 COACHING PARA INICIANTES
compromisso."
Enquanto o aconselhamento o ajudou a lidar com os impulsos dessa
compulsão ao sucesso, fomos capazes de continuar trabalhando na parte
prática das coisas relacionadas ao seu ministério de plantação de igrejas.
Às vezes ajuda ter o reconhecimento de outra pessoa de que determinada
questão é um problema.
Sherilyn acha que quando problemas sérios aparecem durante o coa
ching, o coach pode ser mais útil quando consegue levar a pessoa a buscar
ajuda o mais rápido possível. Ela certa vez trabalhou com uma mulher que
lutava com a bulimia, e um de seus objetivos no coaching tomou-se o de
dar seguimento à busca por ajuda. Encorajamento, acompanhamento e pres
tação de contas podem desempenhar um papel de grande importância no
processo de cura.
O coaching é muito comportamental. Se uma pessoa não consegue
mudar o problema mudando de comportamento, recomende aconselha
mento. O problema passa ou está mais profundamente enraizado? O obje
tivo do coaching é o de trabalhar em uma questão em particular, mas
às vezes algo maior e mais profundo fica interferindo nele, prejudicando-o
e tomando-o ineficiente. É quando as indicações de aconselhamento ou de
um grupo de doze passos são apropriadas. CoachQS não têm de fazer tudo
e ser capazes de lidar com qualquer coisa - estamos presentes apenas para
acompanhar processos.
Conclusão
objetivo? (por ex., por e-mail, telefone, ferramenta de coaching online Coach-
Net)
• Que compromissos iremos assumir? (por ex., sigilo, acompanhamento)
• Por quanto tempo teremos um relacionamento de coaching? Quando
iremos avaliar a nossa eficiência?
• No que você quer se concentrar durante o relacionamento de coaching?
• Que questões você está sentindo que o Espírito Santo lhe está orientando
a tratar?
CAPITULO 8
Introdução
Citando uma de nossas perguntas de coaching prediletas... qual o
próximo passo? Agora que você já leu sobre os cinco Rs do processo de
coíJc/?mg- relacionamento, reflexão, roteiro de ação, recurso e revisão - o
que pode fazer para começar a crescer como coach"} Nós lhe damos duas
recomendações: simplifique e comece.
A tentação de esperar até saber o que está fazendo é forte. O pro
blema é que não podemos saber de verdade o que estamos fazendo até que
comecemos a fazer. Um terapeuta iniciante certa vez reclamou com um
colega experiente, "às vezes acho que as pessoas com quem estou traba
lhando são cobaias. Não sei se o que estou fazendo é útil ou não. Gosta
ria de já ter dez anos de prática. Assim eu
saberia o que estou fazendo".
Seu colega respondeu, "ninguém
começa especialista. A única maneira de Ninguém ja
chegar onde deseja é através da experiên- COmGÇa sabando tüdo.
cia - não há atalhos".
Pratiquem em trios
Alguns anos atrás eu estava trabalhando como consultor para uma
denominação que desejava criar um processo abrangente de coaching.
Eles já haviam trabalhado bastante na área com seus plantadores de igreja,
mas até então não haviam compartilhado o que haviam aprendido com
pastores das igrejas existentes. Enquanto eu dialogava com os pasto
res senti sua relutância em formarem relacionamentos de coaching em
pares. Eles estavam preocupados com orgulho e competição na definição
do papel de mentor/coúfcÃ. Enxergavam coaching como uma espécie de
supervisão e não acreditavam que poderia ser experimentado como um
relacionamento entre iguais.
Foi quando introduzi os trios. Trios são excelentes para relaciona
mentos assim e podem ser uma das opções menos intimidadoras para os
que ainda estão começando a trabalhar como coaches. Ao se encontrar
com outros dois coaches iniciantes, você pode correr riscos e tentar novas
idéias, em um ambiente seguro e sem ameaças. Trios são o lugar perfeito
para a prática, o desenvolvimento e o aprimoramento de suas habilidades
de coaching, dando a confiança necessária para aplicar essas habilidades
em outras áreas da vida.
Eis como funcionam os trios: três coaches iniciantes se reúnem por
uma hora e meia uma vez por mês. Todos individualmente já foram treina
dos em habilidades de coaching básicas - o grupo pode até mesmo optar
por ler e trabalhar neste livro juntos. Cada pessoa tem meia hora para
falar sobre uma situação da vida real, enquanto as outras duas agem como
130 COACHING PARA INICIANTES
Cristo? Onde você fará diferença?" Agora é hora de passar adiante as bên
çãos que lhe foram dadas.
De quem você pode ser coach agora mesmo, onde está? Considere
as possibilidades que estão disponíveis atualmente. Você poderia ser um
coach de novos convertidos? Novos líderes? A que grupos ou indivíduos
você se sente mais atraído? Lembre-se de que o coaching inclui todas
as áreas da vida, não apenas o ministério na igreja local. As habilidades
que você está desenvolvendo são aplicáveis em todos os níveis, em todos
os relacionamentos. Quando tiver alguma idéia de com quem gostaria de
estabelecer um relacionamento formal de coaching, tome a iniciativa de
se encontrar com essa pessoa. Seja objetivo e marque um encontro. Você
pode fazer diferença começando onde quer que esteja.
Procure um coach
A melhor maneira de aprender a como ser um coach é conseguindo
um coach. Como Sherilyn diz, "uma das melhores coisas sobre ter um
coach foi experimentar na vida real todas as coisas que eu sabia em nível
intelectual. Estou contente por ter experimentado o poder do coach em
minha própria vida porque ele me toma mais sensível para com aqueles
que acompanho como coach. Eu entendo como eles se sentem, e isso me
ajuda a me comunicar com mais eficiência. Também foi uma grande opor
tunidade obter amostras de recursos, formulários, estmturas, avaliações e
ferramentas de meu coach mentor". Há muitos recursos disponíveis que
podem ajudar os que são novos na área a fazerem conexões com coaches
mentores - seminários, empresas de coaching, redes de relacionamento ou
recursos online, tais como www.coachnet.org.
que isso. Coloque no papel passos de ação, conceitos que lhe pareçam
importantes, perguntas que tiver, tempestades de idéias, e áreas que pre
cise estudar mais a fundo.
Agende um compromisso com você mesmo de, por duas horas por
mês continuar analisando o processo de coaching. Implementação é um
processo paulatino que requer estratégia de longo prazo.
• Considere a formação de um trio com outros coaches. Reúnam-se
uma vez por mês por uma hora e meia, e experimentem a estrutura que
lhes permitirá manter-se nos trilhos e prestar contas uns aos outros.
• Organize um treinamento em sua igreja sobre habilidades básicas
de coaching. Você não precisa cobrir todo o material deste livro, mas ofe
reça algo que possa ajudar as pessoas neste processo.
• Vá para o site da CoachNet (www.coachnet.org) e confira as ferra
mentas de coaching disponíveis.
• Comece tendo o fim em mente. Considere o impacto de longo prazo
em seu ministério e em suas escolhas. Quando olhar para trás ao fim de sua
vida, que legado quer deixar?
bem treinados, talentosos e inteiros. Ele usa aqueles cujos corações estão
abertos para ele. Se ninguém que se encaixe nessa descrição estiver dispo
nível, Ele usará mulas e pedras (Num. 22:28, Lucas 19:40) - não importa.
Deus fará prevalecer a Sua vontade.
Ele nos chama a nos prepararmos com diligência. Nos chama a nos
abrirmos para o inesperado, andarmos com fé quando sentirmos que
esgotamos as nossas possibilidades. Paradoxalmente, ambas as coisas
são verdadeiras, pois nosso Deus é um Deus de paradoxos. Ele é três em
um, o Alfa e o Ômega. Ele trabalha de maneira misteriosa - e de maneira
não tão misteriosa. Nossa tarefa como coaches é treinarmos com afinco e
então corrermos a corrida na Sua força.
Sua Vez
RELACIONAMENTO
1. Como você está?
2. Onde você está agora?
3. Como posso orar por você?
4. Do que você quer tratar?
5. Como podemos trabalhar juntos?
REFLEXÃO
1. O que podemos celebrar?
2. O que é realmente importante?
3. Que obstáculos você está enfrentando?
4. Para onde você quer ir?
5. O quanto você está comprometido?
ROTEIRO DE AÇÃO
1. O que você deseja realizar?
2. Quais são os caminhos possíveis para se chegar lá?
3. Que caminho você escolherá?
4. O que você fará? (quem, o que, onde, quando, como)
5. Como você medirá o seu progresso?
138 COACHING PARA INICIANTES
RECURSO
1. De que recursos você precisará para cumprir os seus objetivos?
(pessoas, finanças, conhecimento, etc.)
2. Que recursos você já tem?
3. Que recursos estão faltando?
4. Onde você encontrará os recursos de que precisa?
5. O que posso fazer para apoiá-lo?
REVISÃO
1. O que está funcionando?
2. O que não está funcionando?
3. O que você está aprendendo?
4. O que precisa mudar?
5. O que mais precisa ser feito?
6. Que treinamento a mais seria útil?
7. Qual o próximo passo em nosso relacionamento de coachingl
Agenda e objetivos
O foco do relacionamento de coaching é ajudar a iniciar um novo
pequeno grupo. Objetivos iniciais incluem o recrutamento de aprendizes,
o recrutamento de membros do grupo, o estabelecimento de normas sau
dáveis de grupo e o aprendizado de maneiras mais eficientes de facilitar as
discussões em grupo.
Sessões
Nós nos encontraremos duas vezes por mês nos primeiros dois meses
à medida que o grupo se formar e então uma vez por mês depois disso. As
APÊNDICE 139
Contato Adicional
Se houver perguntas, estarei disponível via e-mail e telefone. A pre
paração para os nossos encontros será feita online no site www.coachnet.
org no mínimo dois dias antes de cada reunião agendada.
Compromissos e expectativas
1. Seja pontual nas reuniões.
2. Ligue se precisar cancelar ou remarcar.
3. Comprometa-se em abordar as questões acordadas e em cumprir
as tarefas.
Todos os objetivos e tarefas serão estabelecidos por escrito via online
para evitar problemas de comunicação e para assegurar a prestação de
contas.
COMPETÊNCIAS BÁSICAS
• Permanecer em Cristo
• Autoavaliação
• Comunicação
COMPETÊNCIAS RELACIONAIS
• Estabelecimento
• Apoio
• Conclusão
COMPETÊNCIAS ESTRATÉGICAS
• Diagnóstico
• Planejamento
• Monitoramento
Descubra a aventura que Deus tem reservado para você, para aquele
que você acompanha e para aqueles que treina como coaches. Isso pode
fazer diferença... para sempre.
RECURSOSADICIONAIS DE COACHING U3
Informação de Contato
Dr. Bob Logan CoachNet Intemational Ministries
Site: www.coachnet.org | E-mail: Logan@coachnet.org
Sherilyn Carlton, M.S.
Coaching de Destino
E-mail: Carlton@destinationcoaching.com
o COACHING NÃO É PARAESPECIALISTAS
Os métodos básicos são simples e qualquer um
pode aprendê-los. Todos nós precisamos nos estimular
uns aos outros ao amor e as boas obras, a fim de
desenvolvermos o potencial pleno que Deus deseja que usemos.
À medd
i a que o mundo se torna cada vez masi hg
i h tect.i sua habd
il ade de tren
i ar pessoas - acl ançá-a
l s em
nível pessoal - é o que Irá distingui-lo. Coaches fazem investimentos que duram. Quando você trabalha com
outros, nunca sabe onde eles irão parar.
Por todo este livro, nós lançaremos os aücerces de uma estrutura e de um processo que poderão guiá-lo
passo a passo através de relacionamentos de coaching. Embora o nosso modelo de coaching esteja enraizado
em pesquisa qualitativa e sólida, você perceberá que ele está escrito de tal modo a tornar
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para fazer. Nós lhe daremos ajuda
suficiente para começar, e você
passará a enxergar o poder do
■ coacA//]p liberado em sua vida e
m em seu ministério.
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