Guarulhos
2º Semestre 2010
José Willian Bezerra Pereira
A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO COMO BASE PARA O
CONTROLE EXECUTIVO E FINANCEIRO DE OBRA, PARA O
PLANEJAMENTO E TOMADA DE DECISÕES NAS EMPRESAS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
Guarulhos
2º Semestre 2010
.
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Guarulhos
2º Semestre 2010
Dedico este trabalho a minha esposa
Sirineide e ao meu filho Rayan, que me
apoiaram, estimularam e compreenderam
que minha falta de tempo era por um
objetivo maior, e me ajudaram na busca
desta importante conquista.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Miguel Inácio, meu orientador, que abriu mão de seu tempo em
meu favor e pela sua importante participação no desenvolvimento deste estudo.
Aos meus colegas de turma, pela troca de informações tão importantes, que
contribuíram para absorção do conhecimento.
1 INTRODUÇÃO 12
2 OBJETIVO 13
3 JUSTIFICATIVA 14
4 ORÇAMENTO 15
4.1 Definição de orçamento 15
4.2 Importância do orçamento 15
4.3 Responsabilidade do orçamentista 16
4.3.1 Característica do Profissional 19
4.4 Fatores que influenciam no processo de orçamentação 20
4.5 Tipos de orçamento 22
4.6 Metodologia para elaboração de orçamento 23
5 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO 24
5.1 Orçamento por estimativa 24
5.1.1 Cálculo simplificado 24
5.1.2 Orçamento estimativo 26
5.2 Orçamento detalhado ou analítico 36
5.2.1 Planilha orçamentária 37
5.2.2 Critérios de levantamento e medições 39
5.3 Formação do preço de venda 46
5.3.1 Custos diretos 46
5.3.1.1 Composição de custo unitário 46
5.3.1.2 Custo de infra-estrutura (administração local) 51
5.3.2 Cálculo do BDI 52
5.3.2.1 Despesas ou custos indiretos 52
5.3.2.2 Fatores que influenciam e podem modificar a composição da
taxa do BDI 57
6 PLANEJAMENTO 58
6.1 Conceito do planejamento 58
6.2 Vantagens do planejamento 58
6.3 A tecnologia em auxílio ao planejamento 58
6.4 A importância do orçamento no planejamento 61
6.5 Relatórios auxiliares do planejamento 61
6.5.1 Cronograma físico 61
6.5.2 Cronograma físico-financeiro 63
6.5.3 PERT/CPM 64
6.5.4 Curva ABC 66
7 CONCLUSÃO 69
8 BIBLIOGRAFIA 70
12
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. JUSTIFICATIVA
4. ORÇAMENTO
seja, precisam dos recursos financeiros para se pagar os recursos materiais, mão de
obra e equipamentos, etc.
Em geral, na elaboração do orçamento, não há previsão de sobra de capital.
Os empresários, por sua vez, fazem suas reservas financeiras para aportar em um
empreendimento, quer seja capital próprio ou de financiamento, apenas com o
necessário para compromisso assumido.
Isso porque, do ponto de vista econômico, em casos de sobra ou falta de
recursos sempre há prejuízo. Caso haja sobre de capital, essa sobra poderia ter sido
investida em outro empreendimento ou outro tipo de investimento que daria um
retorno maior. No caso de falta de recurso, a empresa poderá ter de recorrer à
terceiros para financiar o restante da obra, reduzindo ou anulando sua margem de
lucro, sem contar os problemas com atraso da obra e até possível perda da
qualidade.
LEI Nº 6.496/77
Capacidade analítica;
Conhecimento na lei de licitação, e em editais de licitação pública;
Conhecimento do que é e de como criar tabela de Composição de Custos
Unitários de Serviços e Planos de Contas (Descritivo do Orçamento);
Conhecimento, ou facilidade de absorvê-los, em sistemas informatizados de
orçamentos, planejamento e gestão;
Conhecimento em softwares como Excel, Power Point e AutoCad;
Noção de elaboração e apresentação de propostas de preços.
2CICHINELLI, Giseli. O Futuro dos Orçamentistas. Revista Construção e Mercado. Março de 2010,
pág. 6-9.
20
a Lei Federal de Licitações nº 8.666/933. Pela lei não há flexibilidade nem liberdade
de negociação, uma vez apresentada a proposta de preços, não poderá haver
alegações de erros ou arrependimentos, sob o risco de sofrer pesadas multas e o
impedimento de participar de outras licitações por um período de até 05 (cinco)
anos.
É preciso conhecer também, alguns critérios para definição do que é custo
direto e indireto, leis sociais e encargos da mão de obra e BDI.
De acordo Tisaka (2006), pela atual legislação contábil e trabalhista, os
encargos como refeições, transporte, EPI, incluindo uniformes, ferramentas manuais
necessários para o exercício de sua atividade, seguro de vida em grupo, diretamente
relacionados com a mão-de-obra, devem ser calculados e acrescidos às Leis Sociais
como Encargos Complementares de Mão-de-Obra.
Lembra ainda que, todos os custos que compõem a infra-estrutura da obra
como a Instalação do Canteiro de Obra, custos da Administração Local, Mobilização
e Desmobilização, etc., devem compor os Custos Diretos, e não o BDI.
O BDI – Benefícios (ou Bônus) e Despesas Indiretas, uma das partes mais
importantes do orçamento, pois é onde se aloca a remuneração do profissional ou
da empresa, deverá conter todos os itens relativos aos Custos Indiretos da
administração central, eventuais taxas de riscos do empreendimento pela falta de
uma definição clara do projeto, custos financeiros do capital de giro, todos os tributos
federais e municipais, custos de comercialização e a pretensão ou previsão de lucro.
A elaboração do orçamento deve refletir fielmente todos os serviços e/ou
materiais a serem aplicados na obra de acordo com o projeto básico e
complementares referentes a obra ou serviço a ser executado. Ele deve ser
elaborado a partir do levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da
composição dos custos unitários de cada serviço, obedecidas rigorosamente as Leis
Sociais e Encargos Trabalhistas e todos os demais Custos Diretos, sendo estes
devidamente planilhados.
3 Lei de Licitações 8.666/93: Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da Administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
22
4CUB – Custo Unitário Básico – Índice que reflete a variação mensal dos custos de materiais e mão
de obra, publicado mensalmente pelos Sindicatos da Construção Civil (SINDUSCON’s) de cada
Estado, atendendo os métodos da NBR 12.721/99 da ABNT.
23
5. ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
a) Composição do edifício:
Garagem;
Escada, elevadores, sessenta e quatro vagas de garagem cobertas, cômodo
de lixo depósito e instalação sanitária;
Pilotis;
Escada, elevadores, hall de entrada, salão de festas, copa, dois banheiros,
central de gás e guarita.
c) Pavimento tipo:
1 – Projetos
27
2 – Instalação da obra
3 – Serviços gerais
4 – Trabalhos em terra
5 – Fundação
6 – Estrutura
7 – Instalações
O valor estimado deste item é obtido pela multiplicação do número de
unidades existentes em projeto pelo valor unitário de instalações (material e mão-de-
obra) correspondente à unidade. Caso haja elevadores, pode-se calcular o custo
unitário da parada de elevador multiplicado pelo número de paradas existentes.
28
8 – Alvenaria
9 – Cobertura
10 – Tratamentos
11 – Esquadrias
12 – Revestimentos
13 – Pavimentação
15 – Ferragens
16 – Pintura
17 – Vidros
18 – Aparelhos
19 – Complementação
20 – Limpeza
21 – Remuneração da construtora
30
Exemplo:
Considerando ainda:
Dados complementares:
Cálculos:
ITEM 1
1 – Projetos
2 – Instalações da obra
3 – Serviços Gerais
4 – Trabalhos em Terra
5 – Fundação
33
6 – Estrutura
7 – Instalações
8 – Alvenaria
9 – Cobertura
10 – Tratamentos
34
11 – Esquadrias
Quantidade de esquadrias:
Custos unitários:
a) Portas: R$ 200,00/unid.
b) Esquadria de alumínio: R$ 275,00/m2
Custos de Esquadrias: 195 portas x R$200,00/unidade + 300 m2 esquadrias x
R$275,00/m2 = R$ 121.500,00
12 – Revestimentos:
13 – Pavimentação
15 – Ferragens
Quantidade: 15 unidades
Custo/unidade: R$ 1.000,00/unidade
Custo de Ferragens: 15 unidades x R$ 1.000,00/unid. = R$ 15.000,00
16 – Pintura
Quantidade: 15 apartamentos
Custo unitário: R$ 6.800,00/apartamento
Custo de Pintura: 15 apart. X R$ 6.800,00/apart. = R$ 102.000,00
17 – Vidros
18 – Aparelhos
Quantidade: 15 unidades
Custo/apartamento: R$ 3.500,00/apartamento
Custo de Aparelhos: 15 unidades x R$ 3.500/unidade = R$ 52.500,00
19 – Complementação
20 – Limpeza
Quantidade: 15 apartamentos
Custo unitário: R$ 600,00/apart.
36
21 – Remuneração da Construtora
ITEM 2
ITEM 3
Como se sabe as quantidades dos serviços devem ser levantadas a partir dos
projetos e das especificações do obra, que indicam o que e onde usar. O
levantamento das quantidades de serviços e de aplicação dos materiais é feito
utilizando-se das medidas e dimensões das plantas e desenhos dos projetos.
Vários critérios podem ser adotados para o levantamento. Sampaio (s/d)
adotou os seguintes critérios, dos quais descrevo na integra:
00 – PROJETO
01 – SERVIÇOS GERAIS
02 – PREPARAÇÃO DO TERRENO
I. Limpeza do terreno:
II. Escavação:
03 – FUNDAÇÕES
40
I. Formas:
II. Armadura:
III. Concreto:
04 – ESTRUTURA
I. Formas:
II. Armadura:
III. Concreto:
05 – INSTALAÇÕES
06 – ELEVADORES
07 – PAREDES
08 – COBERTURA
II. Domos:
09 – ESQUADRIAS
10 – REVESTIMENTOS
I. Argamassas e chapiscos:
II. Pastilhas:
a) Serão descontadas integralmente áreas de vazios ou interferências existentes
nos panos.
12 – FERRAGENS
13 – VIDROS
14 – TRATAMENTOS
44
15 – PAVIMENTAÇÃO
II. Esquadrias:
III. Estruturas:
IV. Diversos:
17 – APARELHOS
18 – ELEMENTOS DECORATIVOS
19 – LIMPEZA
I. Mão de obra
a) Materiais
b) Equipamentos
Pela atual legislação contábil e fiscal, todos os custos que compõem a infra-
estrutura da obra como a Instalação do Canteiro, Administração Local, Mobilização e
Desmobilização, etc, devem compor os Custos Diretos (TISAKA, 2006).
As despesas de infra-estrutura ou administração local, são decorrentes da
montagem e manutenção da estrutura administrativa no local de execução da obra
para atender às necessidades de direção e fiscalização técnica, programação,
controle de custos e de qualidade.
O BDI é uma sigla que significa “B” de Benefícios que é o lucro e “DI”
Despesas Indiretas que são os custos específicos da administração central (Sede da
empresa) através de rateio, taxa de risco, custo financeiro, taxa de comercialização
e tributos.
A taxa de BDI pode ser inserida na composição de custos unitários, como
pode ser aplicada diretamente no final do orçamento, incidindo sobre os custo direto
total.
São todas aquelas que não fazem parte dos insumos da obra, ou seja, não
depende da quantidade de serviços mas que são necessários para que eles sejam
executados.
a) Administração central
b) Custos financeiros
d) Taxa de riscos
e) Tributos
O ISS é um imposto municipal que incide sobra a parcela de mão de obra dos
serviços executados no município e sua alíquota foi fixada pela Lei Federal
Complementar nº. 116/2003 entre 2,00% e 5,00%, a serem determinadas pelos
próprios municípios.
Alguns municípios fixaram a alíquota mínima incidente sobre o valor global do
nota fiscal, outros município, como no caso de São Paulo, fixaram a alíquota máxima
de 5% (lei Lei nº 13.701/2003) podendo descontar os materiais envolvidos na
prestação dos serviços de construção civil, exceto para alguns serviços como o de
terraplenagem, por exemplo.
Benefícios ou Lucro
6. PLANEJAMENTO
Fonte: O Autor
6.5.3. PET/COM
Fonte: O Autor.
A – compra de madeira;
B – corte e preparo da madeira;
C – compra da ferragem;
D – montagem das caixas.
66
7. CONCLUSÃO
8. BIBLIOGRAFIA
FREZATTI, Fabio. Gestão do Fluxo de Caixa Diário. São Paulo: Atlas, 1997 apud
SILVANO, Gilberto Prado; SILVA, Rosangela Cristina Barreto; SOLA, Janete
Aparecida dos Santos. O ORÇAMENTO E A DFC COMO INSTRUMENTOS DE
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E CONTROLE FINANCEIRO DAS
ORGANIZAÇÕES. Trabalho de conclusão de curso (Pós Graduação) –
Contabilidade e Controladoria Empressarial, Faculdade Integrado INESUL. Londrina,
2008.
MUDRIK, Chaim. Caderno de Encargos – 2ª ed. rev.. São Paulo: Edgard Blücher,
2006
TCPO 2000: Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos. São Paulo. Ed.
PINI, 1999.